128. O orvalho pinga de Galgalta a Zeir Anpin
(Ouvi em Mishpatim
3, Tav-Shin-Guimel,
27 de
fevereiro de 1943)
O orvalho pinga de Galgalta a Zeir Anpin. E a respeito do
cabelo pálido, há um entalhe embaixo de cada cabelo, e esse é o significado de
“Ele que me alquebrou com uma tempestade” (Jó 9:17). E esse é o significado de
“Então, de dentro de um turbilhão, o Eterno respondeu a Jó” (Jó 38:1). E esse é o significado de “Isso dará cada um que possa para o número dos que são contados: metade
de um siclo (shékel) segundo o siclo da santidade” (Êxodo 30:13). E esse é o significado de “uma Beka (entalhe) por cabeça”, “para expiar pelas vossas
almas” (Êxodo 30:16).
Para entender a questão do cabelo, é o preto e a
tinta. Isso significa que, quando o indivíduo se sente longe do Criador, porque
tem pensamentos invasivos, isso é chamado “cabelo”. E “pálido” significa
brancura. Isso significa que, quando a Luz do Criador é despejada nele, ele se
aproxima do Criador, e ambos juntos são chamados “Luz e Kli (vaso)”.
A ordem do trabalho é que, quando o indivíduo desperta para o
trabalho do Criador, isso ocorre por lhe ser concedida palidez. Nesse momento,
ele sente vitalidade e Luz no trabalho do Criador. Depois, vem um pensamento
invasivo, pelo qual ele cai do seu nível e se afasta do trabalho. O pensamento
invasivo é chamado Se’ara (tempestade/cabelo). E há um entalhe embaixo
do cabelo, o qual é um entalhe e uma deficiência no crânio.
Antes de os
pensamentos invasivos chegarem, ele tinha um Rosh (cabeça) completo e estava próximo do
Criador, e através dos pensamentos invasivos ele se afastou do Criador. Isso é
considerado ter uma deficiência. E, pelo sofrimento, quando se arrepende, ele
atrai um fluxo de água. Portanto, o cabelo se torna um duto para transferir a abundância,
pelo qual se considera que ele foi premiado com a brancura.
E depois os
pensamentos invasivos voltam de novo, e assim ele se afasta do Criador mais uma
vez. Isso cria um entalhe novamente, um buraco e uma deficiência no crânio, e através do sofrimento,
do arrependimento, ele atrai um fluxo de água mais uma vez, e o cabelo se torna
um duto para transferir a abundância.
Essa ordem continua
repetidamente, por meio de altos e baixos, até que os cabelos sejam acumulados na
medida completa. Isso significa que, a cada vez que se corrige, ele atrai
abundância. Essa abundância é chamada “orvalho”, como em “Minha cabeça está
cheia de orvalho” (Cântico dos Cânticos 5:2). Isso é assim porque a abundância
vem de forma intermitente, e a cada vez é como se ele recebesse uma gota.
Quando o trabalho do indivíduo está completo e ele atinge a quantia máxima, até
“que não mais se entreguem à insensatez” (Salmos 85:9), considera-se que, a
partir do orvalho, os mortos ressuscitarão.
Esse é o significado do entalhe, no sentido de
que os pensamentos invasivos fazem buracos na cabeça.
E, também, a respeito da questão do meio shekel,
no sentido de que ele é meio culpado e meio inocente. Mas devemos entender que
as metades não existem ao mesmo tempo. Ao invés disso, a cada vez existe uma
coisa completa. Isso é assim porque se ele descumpriu uma Mitzvá e não a
guardou, ele não é mais considerado beinoni (meio, mesclado), mas um rachá
(um perverso completo).
No entanto, isso
ocorre em duas fases. Num momento ele é justo, aderido ao Criador, e então é completamente
inocente. E, quando está em descenso, ele é um perverso. Esse é o significado
de “O mundo foi criado ou para o justo completo ou para o perverso completo”. E
é por isso que é chamado “Metade”, pois são duas partes, duas fases.
E isso é “Para expiar pelas vossas almas”. Por meio do entalhe, quando o indivíduo
sente que a cabeça está incompleta devido à chegada de um pensamento invasivo,
a sua mente não está inteiramente com o Criador. E quando ele se arrepende, isso
o faz expiar por sua alma. É assim porque se ele se arrepende toda vez ele
atrai abundância até que a abundância seja preenchida por meio de “Minha cabeça
está cheia de orvalho”.