Poema de Kitty O´Meara, escrito durante a epidemia de peste de 2020
Quando a
tempestade passar,
as estradas
se amansarem,
e formos
sobreviventes
de um
naufrágio coletivo,
com o
coração choroso
e o destino
abençoado
nós nos
sentiremos bem-aventurados
só por
estarmos vivos.
E nós
daremos um abraço ao primeiro desconhecido
e
elogiaremos a sorte de manter um amigo.
E aí nós
vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não
aprendemos.
Não teremos
mais inveja, pois todos sofreram.
Não teremos
mais o coração endurecido.
Seremos
todos mais compassivos.
Valerá mais
o que é de todos, do que o que eu nunca consegui.
Seremos mais
generosos
e muito mais
comprometidos.
Nós
entenderemos o quão frágeis somos, e o que
significa
estarmos vivos!
Vamos sentir
empatia por quem está, e por quem se foi.
Sentiremos
falta do velho que pedia esmola no mercado, de quem nunca soubemos o nome, e
sempre esteve ao nosso lado.
E talvez esse
velho pobre fosse Deus disfarçado...
Mas você
nunca perguntou o nome dele,
por que estava
com pressa...
E tudo será
milagre!
E tudo será
um legado!
E a vida que
ganhamos será respeitada!
Quando a
tempestade passar
Eu te peço
Deus, com tristeza,
Que você nos
torne melhores,
como você
nos sonhou.
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