sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Naassê Venishmá (4)

Poema de Kitty O´Meara, escrito durante a epidemia de peste de 2020

 

Quando a tempestade passar,

as estradas se amansarem,

e formos sobreviventes

de um naufrágio coletivo,

com o coração choroso

e o destino abençoado

nós nos sentiremos bem-aventurados

só por estarmos vivos.

 

E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido

e elogiaremos a sorte de manter um amigo.

 

E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos e de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.

 

Não teremos mais inveja, pois todos sofreram.

 

Não teremos mais o coração endurecido.

Seremos todos mais compassivos.

 

Valerá mais o que é de todos, do que o que eu nunca consegui.

 

Seremos mais generosos

e muito mais comprometidos.

 

Nós entenderemos o quão frágeis somos, e o que

significa estarmos vivos!

 

Vamos sentir empatia por quem está, e por quem se foi.

 

Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado, de quem nunca soubemos o nome, e sempre esteve ao nosso lado.

 

E talvez esse velho pobre fosse Deus disfarçado...

 

Mas você nunca perguntou o nome dele,

por que estava com pressa...

 

E tudo será milagre!

 

E tudo será um legado!

 

E a vida que ganhamos será respeitada!

 

Quando a tempestade passar

Eu te peço Deus, com tristeza,

Que você nos torne melhores,

 

como você nos sonhou.

 

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