segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Rosh, Toch, Sof e a Vestimenta dos Partzufim uns sobre os outros (50)

50. Conforme o que foi dito acima, há dois tipos de Malchut em cada Partzuf: a Malchut que realiza o Zivug e a Malchut que impede a entrada da Luz. Graças ao Zivug de Haka'a que ocorre na Masach da primeira Malchut, surgem as 10 Sefirot da Luz Refletida. Elas elevam-se e vestem-se da Luz Superior, dividindo-a nas 10 Sefirot de Rosh, isto é, apenas as raízes dos Kelim.

 

Então, a partir da Masach, essa Malchut expande-se para baixo através das 10 Sefirot, espalhando-se pelas 10 Sefirot de Guf, que é o significado da Luz vestindo-se nos Kelim finalizados.

 

As 10 Sefirot de Guf são divididas em duas partes: Toch e Sof. As 10 Sefirot de Toch encontram-se do Peh ao Tabur, local onde as Luzes vestem-se nos Kelim. Do Tabur ao "Sium Reglav" é onde se encontram as 10 Sefirot de Sof e Sium. Isso significa que, aqui, Malchut restringe a recepção de Luz em cada Sefirá, tendo alcançado a semelhança máxima em relação à Masach, até que ela alcance Malchut de Malchut, que não é adequada para receber a Luz.

 

Este estágio é chamado de "as pontas dos pés do Partzuf". Desse ponto em diante, há um espaço vazio destituído de Luz, "Halal Panuy". Tanto as dez Sefirot de Toch quanto de Sof descendem das dez Sefirot de Rosh e estão incluídas na Malchut Mizdaveget, uma vez que ela tem a força de vestir a Ohr Hozer na Ohr Elion.

 

Há também a força da Masach que impede a Luz de entrar em Malchut e que eleva a Ohr Hozer. Essas duas forças são apenas as raízes, o embrião dos Kelim. Então, a primeira força de vestimenta da Luz de Peh ao Tabur no Toch do Partzuf é ativada, enquanto que a segunda força restritiva passa a agir nas dez Sefirot de Sof e Sium, descendo do Tabur ao Sium Reglav.

 

Quando examinamos o todo do Partzuf, isto é, Rosh, Toch e Sof, como um conjunto semelhante às dez Sefirot, então vemos que o Rosh corresponde às Sefirot Keter, Chochmá e Biná: KaHaB, Guímel Rishonot, Gar, as três primeiras Sefirot. Toch, a área entre o Peh e o Tabur, corresponde às Sefirot Chessed, Guevurá e Tifferet: HaGaT. Sof, a área abaixo do Tabur, corresponde às Sefirot Netzach, Hod, Yesod e Malchut: NHYM.

 

Como foi dito, a ciência da Kabbalah opera com sua própria linguagem específica de fórmulas, definições, símbolos e gráficos. A Luz é a sensação mais sublime de prazer. Então, essa sensação é dividida em diversas partes, de acordo com sua quantidade e qualidade. Essa é a origem das cinco Luzes de NaRaNHaY e, cada qual, por sua vez, consiste das suas próprias cinco Luzes.

 

Elas dependem da sensação, do desejo, da qualidade e da propriedade desse desejo, sua intenção e habilidades seletivas. Dessa forma, o texto descreve a conexão entre as propriedades do recebedor, seu Kli-sensor, e a informação perceptível que ele sente. Em outras palavras, toda informação perceptível torna-se estritamente científica, o que permite que a pessoa descreva essas sensações.

 

Nem a psicologia ou psiquiatria é capaz de catalogar todas elas, pois lhes falta esses dados matemáticos. Cada pessoa reage de uma certa maneira à determinadas situações, não há uma abordagem geral. Na Kabbalah, o desejo criado pelo Criador se revela completamente, tudo é descrito de forma precisa e definida. A Kabbalah fornece o método geral de recebimento do Universo inteiro.

 

Quando o homem alcança determinado nível espiritual, ele é capaz de determinar suas próprias ações de forma qualitativa e quantitativa, com base na experiência de outros que já passaram por esse mesmo nível e o descreveram.

 

Cada fragmento do Universo inclui algum outro fragmento em uma das suas Sefirot. Portanto, cada indivíduo é capaz de sentir outra pessoa a partir das suas sensações particulares, isto é, incluir o outro em si mesmo e se incluir no outro. Assim, através do auto-conhecimento e aprendizagem sobre a sua origem com a ajuda da Kabbalah, o homem conhece outras pessoas e a totalidade do Universo.

 

O desejo, Behina Dalet, é localizado na área de Peh a Sium, isto é, entre o Toch e o Sofr do corpo do Partzuf. Dependendo da sua tela, ele se divide em duas partes. Primeiro, ele expulsa a Luz e se recusa a receber em qualquer um de seus desejos. Neste momento, a Ohr Hassadim espalha-se no interior de Malchut e, com ela, surge o desejo de receber uma parcela da Luz em benefício do Criador.

 

O que significa essa recepção em prol do Criador? Tomemos um exemplo do nosso mundo. Imagine que você deseja fazer algo muito aprazível a alguém. Se essa pessoa descobre que você fez algo para ela, você certamente receberá algum prazer disso, digamos, respeito ou algo semelhante. No Mundo Espiritual, nem eu e nem a pessoa que desejo agradar deve saber disso, do contrário, o que eu fiz não será uma doação verdadeira.

 

Vamos imaginar que o homem deseja absorver tudo e, depois, se recusa a receber qualquer coisa para si mesmo. E depois ainda, sente o "desejo de doar" tudo a outra pessoa a fim de lhe agradar. Esse último estágio é chamado de Biná. Quando o homem alcança esse estado, a Orh Hassadim, prazer na doação, entra nele. Contudo, aquele a quem ele desejou agradar diz: "Se você realmente deseja me agradar, comece a receber". Agora, o homem deve agir de forma contrária ao seu "desejo de receber" anterior e passar a receber pelo bem do outro. Isso é extremamente difícil de realizar, pois você não é capaz de utilizar todo o seu "desejo de doar" para receber em benefício de outra pessoa.

 

É difícil receber em prol de outra pessoa, pois é preciso agir conforme o seu egoísmo inato, isto é, receber, mas fazê-lo com a intenção oposta: receber em prol do doador. Sendo assim, é preciso que ocorra de forma gradual.

 

Pode-se observar isso no exemplo de Galgalta, que aceitou receber a Luz apenas no Toch, deixando o Sof vazio, então a Luz de Hassadim lhe preencheu. "Halal Panuy" constitui os desejos egoístas que não possuem tela, entretanto, eles se manifestam somente depois da Quebra dos Kelim.

 

Galgalta age de acordo com a lei do TA. Mais para a frente, estudaremos a estrutura dos Partzufim sob a lei do TB (Tzimtzum Beit). Todos os elementos lá criados têm seu reflexo na alma do homem.

 

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