sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (57)


57. É preciso considerar que não há qualquer vestígio da criação dos quatro mundos de ABYA nesses três Partzufim, e não havia nem lugar para eles, uma vez que Galgalta do Mundo de Adam Kadmon alcança o ponto do nosso mundo. A raiz da correção desejada ainda não foi revelada, o que causou o Tzimtzum Aleph, realizado a fim de proporcionar ao Behina Dalet a oportunidade de receber a Luz Superior e criar o homem a partir disso. O homem, por sua vez, com o auxílio da Torá e dos Mandamentos em prol do Criador, é capaz de transformar recepção em doação.

 

Então, Behina Dalet torna-se o vaso de recepção da Luz Superior, unificando-se com ela a partir de suas propriedades, ainda que a raiz dessa correção ainda não tenha sido revelada no Mundo de Adam Kadmon. Por isso, o homem não deve se constituir apenas de Behina Dalet, o "desejo de receber", mas também de propriedades que remetam às primeiras nove Sefirot, ou seja, o “desejo de doar”, que lhe permite "realizar boas ações” (doação).

 

Se o homem tivesse surgido no estado em que os Partzufim de Adam Kadmon se encontravam, ele não poderia receber luz alguma, pois o Behina Dalet, sendo a raiz do corpo espiritual do homem, estaria abaixo do Sium do Mundo de Adam Kadmon, imerso em escuridão e absolutamente oposto à Luz em suas propriedades. Tivesse o homem sido criado desta forma, ele nunca teria corrigido a si mesmo devido à ausência total do “desejo de doar”. Ele teria sido considerado um animal, vivendo apenas por si e para si mesmo, assim como pecadores atolados no seu “desejo de receber”: mesmo quando realizam boas ações são considerados mortos em vida.

 

O Criador criou apenas uma Criação: Behina Dalet, o “desejo de receber”, o egoísmo, o homem, Malchut. Ao receber Luz no seu interior, Behina Dalet sente-se vazia. No Mundo Espiritual, uma recepção tão direta leva à morte. Ao perceber isso, realiza um Tzimtzum e para de receber Luz, pois deseja ser como o Criador. Mesmo assim, ela não se torna como o Criador, mas deixa de ser oposta a Ele em suas propriedades. O Criador incutiu suas propriedades às quatro fases do desenvolvimento de Malchut, entretanto, uma vez que a própria Malchut deixa de ser uma qualidade Sua, passa a ser chamada de “Criação”, “desejo de receber”.

 

Mas de que forma Malchut pode tornar-se semelhante ao Criador? Para isso, ela precisa receber, mas apenas em benefício do Criador. Se Malchut percebe que, recebendo, agrada o Criador, ela deve fazê-lo.

 

Onde Malchut pode adquirir essas propriedades altruístas? Elas vêm de Biná, pois Biná é o “desejo de doar”. Para consegui-las, é preciso combinar o desejo de Biná de "nada receber" com o desejo de Malchut de “receber para si mesma”. Se isso acontecer, é possível conferir à Malchut o desejo de receber em prol do Criador. Um desejo não pode ser transformado, pois é a nossa natureza e não está sujeito à modificação.

 

Se for possível atribuir essa intenção à Malchut, ela poderá receber toda a Luz do Criador e alcançar a Gmar Tikun. Como podemos aproximar e fundir essas duas propriedades tão opostas? É preciso que elas tenham algo em comum. Para tanto, será necessário quebrar Biná e Malchut, o “desejo de doar” e o “desejo de receber”, misturar muito bem os fragmentos a fim de que cada objeto espiritual que surgir depois dessa quebra possua esses dois desejos.

 

Para que isso ocorra, uma das propriedades de Biná deve ser “corrompida" a fim de se tornar um pouco semelhante à Malchut. Em outras palavras, a intenção de doar para o Criador deve ser “corrompida”, convertida, por assim dizer, no “desejo de doar” para receber. Suas intenções tornam-se semelhantes às de Malchut, ainda que Biná não receba nada e Malchut queira consumir tudo. Dessa forma, Biná “corrompe” sua intenção e torna-se egoísta como Malchut. Resta apenas incluir as propriedades de Biná em Malchut.

 

Isso ocorre através do Zivug de Haka´á, a penetração de impacto, uma explosão que integra as propriedades tão completamente que é quase impossível separá-las. Se isso puder ser feito, seremos capazes de irradiar essa massa homogênea juntamente com a Luz Superior até que Biná recupere sua intenção primária em benefício do Criador. Então, enredada nessa mistura, Malchut também adquire a intenção de receber pelo Criador.

 

No Mundo de Adam Kadmon, o Partzuf Galgalta atua como Keter, AB como Chochmá e SAG como Biná. Deve-se notar que tudo o que existe no Sof de Galgalta, abaixo do seu Tabur, é Malchut. Por isso, a fim de integrar Biná à Malchut, ela deve se posicionar abaixo do Tabur de Galgalta.

 

Assim, Malchut atravessa três estados:

1.               Quando recebe tudo, antes do Tzimtzum Aleph

2.               O estado de Correção

3.               O estado de recepção pelo Criador.

 

Durante todo esse processo, Malchut não muda sua forma de agir, nem antes do Tzimtzum Aleph, nem depois. A correção consiste meramente em transformar a intenção de receber para si mesma na de receber pelo Criador. O Universo todo foi criado para este fim, e essa intenção é recebida de Biná.

 

Malchut do Mundo do Infinito, integrada à Biná, é chamada de Adam, Homem. Todo o sistema de Mundos, o Universo, foi criado apenas para transformar a intenção de Malchut. A recepção em benefício do Criador é chamada Kabbalah.

 

Nenhum comentário:

Shamati (130)

    130. Tiberias dos nossos sábios, boa é a sua visão (Ouvi em 1 º de Adar, Tav - Shin - Zayin , 21 de fevereiro de 1947, em uma via...