quinta-feira, 3 de junho de 2021

Kabbalah Sem Segredos (42)

  

Quatro fatores (elementos)

 

Tu e eu estamos sempre numa nova situação, num novo estado de ânimo ou num novo marco mental. Quem designa ou determina esse estado? Melhor ainda, quais são os elementos que o determinam? A Kabbalah nos diz que são quatro os fatores que determinam o estado de uma pessoa a cada momento:

 

1.    Origem. Esse é o ponto inicial da transformação, mas não é o mesmo que uma página em branco. Pensa nele como um muro que foi pintado e repintado muitas vezes. As camadas de pintura prévia estão ali, debaixo da superfície. Talvez não possam ser vistas ou distinguidas, mas formam parte da composição desse muro, sempre o ponto inicial para a seguinte camada de transformação, assim como a atual camada da pintura atual de um muro sempre é a camada inferior da camada seguinte.

2.    

Caminhos de desenvolvimento que correspondem à natureza humana e não mudam. Esse fator corresponde às partes imutáveis e permanentes da natureza de uma pessoa. Entre elas incluem-se aspectos como as características hereditárias (a cor da pele, a cor dos olhos e a predisposição às enfermidades cardíacas e outros tipos) e a natureza do indivíduo (como ter um bom temperamento ou ser uma pessoa irritadiça).


3.    Caminhos de desenvolvimento que se modificam sob a influência de fatores externos. Essa é a nossa atitude em relação ao ambiente externo. Digamos que recebas uma avaliação negativa de desempenho no teu trabalho por parte de um chefe. Talvez te sintas magoado e injustiçado. Talvez venhas a compreender que teu chefe tem, de coração, as melhores intenções a teu respeito e só fez isso para te mostrar o que precisas fazer para ter mais êxito. De qualquer forma, é inevitável que a tua atitude a respeito desse fato produzirá alguma mudança em ti.


4.    Caminhos de desenvolvimento dos fatores externos em si mesmos. O quarto fator é o próprio ambiente externo e sua contínua evolução. Seguindo o exemplo anterior, teu chefe será afetado pela tua atitude, à qual, por conseguinte, mudará a atitude dele em relação a ti. O resultado é que a tua atitude modifica o teu entorno.

 

No caminho: Por que a tua atitude, qualquer que seja ela, muda o teu entorno? A resposta é que tu não estás separado do teu entorno, tu fazes parte dele. Portanto, as tuas ações e as ações de todos os demais, modificam o entorno. Isso estabelecido, resta uma pergunta importante: “Como eu posso atuar com a finalidade de melhorar o ambiente que me rodeia?”

 

Como demonstram esses quatro fatores, a confluência entre a origem de uma pessoa, sua natureza interna e as forças exteriores imutáveis contribuem para nossa composição interna. Sem dúvida, desses quatro elementos, o único que podemos modificar é o último, o nosso entorno. Não obstante, dado que os elementos afetam uns aos outros, ao modificar o nosso entorno podemos dar forma a todos os demais elementos em nosso interior.

 

Esse mesmo princípio de “a mudança de um afeta a todos” aparece também na ciência. Talvez conheças o popular “efeito borboleta”, uma teoria que sugere que o bater de asas de uma borboleta no Brasil possa produzir um tornado no Texas. Em termos mais simples, os menores acontecimentos, aparentemente insignificantes, podem ter consequências catastróficas mais adiante. Assim, com o fim de controlar as nossas vidas e determinar o nosso futuro, apenas precisamos saber que elemento modificar e que botão apertar.  

 

Os cabalistas afirmam que a origem (o primeiro fator), as ações da origem (o segundo fator) e a evolução da sociedade (o quarto fator) não dependem de ti, absolutamente. O que sim, pode depender de ti, é o terceiro fator, ou seja, a tua atitude diante dos fatores externos. Se pensares a esse respeito em termos sociais mais amplos, poderás ver que a tua atitude e as tuas decisões podem afetar a sociedade como um todo (inclusive a ti mesmo). Tua escolhes a tua sociedade de acordo com as tuas metas.

 

Tu podes influenciar também com as tuas intenções, mas se as intenções da sociedade não concordam com as tuas, modifica, então, a tua sociedade. Afinal, conforme a Kabbalah, tu és o produto da tua sociedade, razão pela qual é tão importante que tu a escolhas com cuidado e que, com frequência, lhe dê forma e a melhore.

 

Por que o Criador desenhou a existência desse modo? Nos capítulos seguintes, veremos que, segundo os cabalistas, isto tem origem na Estrutura do Primeiro Homem (Adam HaRishon), a alma coletiva da qual todos fazemos parte.

 

O escritor John Woods capturou essa ideia sobre o pensamento e como este afeta a realidade: “O mundo é exatamente como pensamos que ele é, e esta é a razão”. Isso é verdadeiro porque nossos pensamentos afetam as nossas ações, as quais, por sua vez, afetam o mundo como nós o percebemos. Tudo isso deixa uma pergunta pendente: “De onde provem os nossos pensamentos?”

 

Nenhum comentário:

Shamati (130)

    130. Tiberias dos nossos sábios, boa é a sua visão (Ouvi em 1 º de Adar, Tav - Shin - Zayin , 21 de fevereiro de 1947, em uma via...