quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Shamati (45)

 

 

45. Dois discernimentos na Torá e no Trabalho

(Ouvi em 1º de Elul, Tav-Shin-Het, 5 de setembro de 1948)

 

Há dois discernimentos na Torá, e há dois discernimentos no trabalho. O primeiro é o discernimento do temor, e o segundo é o discernimento do amor. A Torá é chamada de um estado de completude, ou seja, nós não falamos do estado em que está o trabalho do indivíduo, mas falamos a respeito da Torá em si.

 

O primeiro é chamado “amor”, no sentido de que o indivíduo tem um desejo e uma ânsia por conhecer os caminhos do Criador e os Seus tesouros ocultos, e para isso ele faz todo esforço e se empenha para obter o seu desejo. Ele considera tudo na Torá, tudo o que extrai a partir do que aprendeu, como se tivesse recebido algo de valor inestimável. De acordo com a apreciação da importância da Torá, assim o indivíduo cresce gradualmente até que lhes são mostrados, lentamente, os Segredos da Torá, de acordo com o seu trabalho.

 

O segundo discernimento é o temor, no sentido de que ele quer ser um servo do Criador. Pois “aquele que não conhece o Mandamento do Superior, como servirá a Ele?”, ele teme e receia não saber como servir ao Criador.

 

Quando ele aprende dessa maneira, toda vez que encontra um Sabor na Torá e pode usá-lo, ele fica exaltado e animado de acordo com a apreciação da importância de ter recebido algo da Torá. E se o indivíduo persiste nesse caminho, gradualmente lhes são revelados os Segredos da Torá.

 

Aqui há uma diferença entre ensinamentos externos e a Sabedoria da Torá: nos ensinamentos externos, a exaltação diminui o intelecto, pois a emoção é oposta ao intelecto. Portanto, a exaltação diminui o entendimento do intelecto.

 

Por outro lado, na Sabedoria da Torá, a exaltação é uma essência, como o intelecto. A razão para isso é que a Torá é a vida, como está escrito: “O valor do conhecimento preserva a vida de quem o possui” (Eclesiastes 7:12), pois sabedoria e vida são a mesma coisa.

 

Portanto, assim como a sabedoria aparece na mente, a sabedoria também aparece na emoção, pois a Luz da Vida preenche todos os órgãos. (Parece-me que é por isso que o indivíduo deveria ver que está sempre exaltado sobre a sabedoria da Torá, já que na exaltação há uma grande diferença entre ensinamento externo e a sabedoria da Torá.)

 

Da mesma forma ocorre no Trabalho, considerado a coluna da esquerda, porque é discernida como recepção. A questão da recepção significa que o indivíduo quer receber pois sente uma carência, e uma carência é considerada como três discernimentos: 1) A vontade do indivíduo, 2) A vontade do público, 3) A vontade da Shechiná (Divindade).

 

Qualquer vontade é considerada como querer satisfazer a deficiência; portanto, é considerada recepção e coluna da esquerda. Torá, no entanto, significa que o indivíduo trabalha não porque sente que uma carência precisa ser corrigida, mas que ele quer doar contentamento ao seu Fazedor (por meio de oração, louvor e gratidão. Quando o indivíduo se engaja de uma forma que sente a si mesmo em integridade e não vê nenhuma falha no mundo, isso é chamado “Torá”. Porém, se o indivíduo se engaja enquanto sente alguma falha, isso é chamado “Trabalho”).

 

Da mesma forma, devemos fazer dois discernimentos durante o trabalho: 1) Devido ao amor do Criador, quando o indivíduo quer aderir ao Criador e sente que esse é o lugar onde pode exibir a medida do amor que sente e amar o Criador, 2) Devido ao temor, quando ele teme ao Criador.

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