quarta-feira, 15 de abril de 2020

Sion Az Yael (1)


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Introdução




O Rabi de Berditchev viu um homem que caminhava

 com pressa pela rua, sem olhar para a direta ou para a esquerda.

“Por que tens tanta pressa?”,  perguntou.   

“Vou atrás do meu sustento”, replicou o homem.

“E como sabes que o teu sustento corre na tua frente, de tal modo

 que tens que correr atrás dele? Talvez ele esteja atrás de ti

 e tudo o que precisas fazer é parar de correr…”.







Crise de Percepção



Fritjof Capra, em seu livro “O ponto de mutação”, afirma: “Nossa sociedade se encontra numa crise sem precedentes: podemos ler sobre as suas diversas manifestações todos os dias nos jornais, mas ela é, essencialmente, uma crise de percepção. Estamos tratando de aplicar conceitos de uma visão antiquada (mecanicista) a uma realidade que já não pode ser entendida nesses termos.”[1]



No começo, meditar pode ser uma tarefa árdua. O fato de se permanecer imóvel, com os olhos fechados durante um certo tempo, pode ser difícil. Manter a concentração prolongada requer um grande esforço. Os conflitos psicológicos não resolvidos tendem a emergir assim que a atenção se volta para dentro. Excitação e emoção se alternam com uma tranquilidade profunda. Nossos níveis de percepção estão insensibilizados e deformados e escapam do nosso autocontrole. É por esse motivo que o treinamento da mente e o intento de exercer um controle mais efetivo sobre nosso próprio autocontrole é uma tarefa tão complexa, mas vale a pena todo ese esforço.





Meditação e liberdade



O ego é uma série de pensamentos que definem o nosso Universo. É como uma casa construída de pensamentos. Através das suas janelas, podemos ver o Universo. Nessa casa, estamos seguros, mas, porque temos medo de sair dela, transforma-se numa prisão. O medo é a perda de identidade. Quando abandonamos os nossos pensamentos, temos a sensação de que estamos morrendo. No entanto, somos infinitamente mais que isso. Nosso ego, ao invés de ser uma prisão, pode ser uma base de lançamento para a libertação. Nesse sentido, a meditação é um êxtase, é um sair de si mesmo; e é um íntase, um sair para dentro de si mesmo.



A maioria das pessoas não podem escapar dessa visão encaixotada do ego, pois se identificam completamente com seus pensamentos. São incapazes de separar a percepção pura dos pensamentos, que são seus objetos. A meditação liberta a percepção. O caminho da libertação passa pelo desapego dos velhos hábitos do ego. Ou seja, é preciso fluir para além dos limites do ego, até fundir-se com o Universo.



[1] O ponto de mutação. Fritjof Capra, Cultrix: São Paulo, 1986. .

Shamati (130)

    130. Tiberias dos nossos sábios, boa é a sua visão (Ouvi em 1 º de Adar, Tav - Shin - Zayin , 21 de fevereiro de 1947, em uma via...