quinta-feira, 11 de junho de 2020

Introdução ao Livro do Zohar (55)




12. Dessa forma, explicamos claramente a correção do desejo de receber impresso nas almas pelo Pensamento da Criação (impresso no desejo egoísta de receber que, inicialmente, é inerente em nós). O Criador preparou dois sistemas de mundos, um oposto ao outro, através dos quais as almas passam e dividem-se em dois aspectos, corpo e alma, vestindo-se um no outro. Com a ajuda do método Cabalístico (que inclui a correção gradual dos desejos), definido como “observar os mandamentos”, a propriedade de “receber para si mesmo” se converte na propriedade de “doação”.



Então, esses desejos são abençoados com todos os prazeres do Pensamento da Criação. E junto com isso (com a sensação dessa bênção), eles se fundem completamente com Ele.



Ou seja, a pessoa não recebe a generosidade do Criador, nem Lhe dá nada, mas alcança o nível do Criador, eleva-se até a sua Essência - até o Criador. O resultado é um paradoxo, mas é isso que acontece.



“Pelas Tuas ações, Te conhecerei”. Eu recebo Dele um exemplo (de como devo agir), a tela (com a qual opero), um desejo e força. Ao seguir Seu exemplo, faço as mesmas ações que Ele faz. Dessa forma, eu construo a linha do meio: do lado esquerdo estão meus desejos egoístas e, do lado direito, a Sua Luz e a tela. Na medida em que conseguir fazer com que uma linha se assemelhe à outra eu construo essa combinação e, a partir disso, crio minha linha do meio e faço minhas próprias ações.



Por fim, isso leva a uma consequência surpreendente: eu não me assemelho ao Criador nas minhas ações, mas, ao tornar minhas ações semelhantes às Dele, eu passo a compreender Sua intenção, Seus pensamentos, e os assim chamados Segredos de Torá. Isto é: “Pelas Tuas ações, Te conhecerei”. Como resultado, descobrimos que o Pensamento do Criador não é apenas dar prazer ao homem, seja ele infinito, eterno e perfeito, mas sim, elevar o homem ao Seu Próprio Nível, mais alto que o ponto inicial da sua criação.



Como resultado de tornar-se semelhante ao Criador, o homem ascende acima do ponto do seu nascimento. Ele eleva-se ao nível Mais Alto e alcança o Pensamento do Criador, o qual existia antes mesmo de Ele criar, a partir do nada, o desejo de receber prazer.



Esse é o Fim da Correção e, já que não há mais a necessidade do sistema de forças impuras, ele é eliminado da terra e a morte não mais existirá.



Essas expressões alegóricas podem comprometer seriamente nossa imagem, mas se as interpretarmos corretamente e imediatamente aplicá-las, então elas podem fortalecer nosso conhecimento e enriquecer essa imagem interior.



A palavra “solo” alude ao desejo egoísta de receber prazer, já que ele assimila, incorpora, absorve, e decompõe tudo o que nele penetra. Por outro lado, se o solo (a propriedade de recepção) for combinado com água (Biná - a propriedade de doação), e um grão for plantado ali, essas duas novas propriedades podem criar as condições necessárias para gerar uma nova vida.



Mais tarde, estudaremos todas essas raízes espirituais e por que o nosso mundo é construído dessa forma por conta disso.



O sistema de forças impuras será eliminado da terra (isto é, a intenção “para si mesmo” desaparecerá do desejo egoísta) e a morte não mais existirá (“morte” significa o abismo entre a Luz e o desejo de receber prazer, assim que Luz penetra no desejo de receber, ele ganha vida).



Todo o trabalho em Torá e nos mandamentos (isto é, o trabalho de atrair a Luz. Torá vem da palavra “Ohr”, “Ohra'a” - A Luz; um “mandamento” significa a correção de um desejo egoísta) é dado ao mundo durante os 6000 anos da sua existência…



Atualmente, estamos no ano 5780 (de acordo com o calendário Judaico), ou seja, algumas centenas de anos antes do “Fim da existência do mundo”, de acordo com essa cronologia. No futuro, clarificaremos o que significa “Fim da existência do Mundo”.



Vamos considerar os períodos em que esses 6000 anos são divididos. Seguiremos o desenvolvimento de dois eixos: o espiritual e o nosso.



Adão é o primeiro homem que descobriu o ponto no coração. Não nos referimos ao Adão espiritual, mas a um ser humano desse mundo. Cerca de 1948 a. C., Abraão surgiu. Esse é o período em que o ponto no coração não surgia meramente em um ser humano, ele o despertava e passava a guiá-lo ao Criador. Até essa época, os seres humanos existiam como animais, sem qualquer desejo pelo Criador.



Pela primeira vez, o ponto no coração do homem manifestou-se em Abraão. Ele desejou intensamente unir-se ao Criador e revelá-Lo. Hoje, estamos no ano 5780.



Nesse período de 6000 anos, toda a humanidade é obrigada a alcançar o nível do Criador. Mesmo antes de Abraão, existiram certas ações nessa direção, mas, naquela época, somente o método preliminar existia. Depois de Abraão, milhares de pessoas o fizeram.



Hoje, podemos fazê-lo a fim de possibilitar à toda humanidade realizá-lo rapidamente, sem sofrimento, pelo caminho da Cabalá, isto é, pelo Caminho da Luz. Se não ajudarmos a humanidade a atravessar o período da Revelação do Mal rapidamente e desejar o Criador, ela avançará pelo Caminho do Sofrimento.



Baal Ha Sulam escreve: “Essas poucas centenas de anos serão bastante críticos. Eles podem trazer destruições terríveis, guerras nucleares e imensas calamidades, o que resultará em um pequeno número de pessoas que permanecerão na Terra. Mas elas executarão o programa da Criação; elas incluirão todas as outras almas”.



Podemos ajudar as outras pessoas a acelerar esse processo, a atravessar esse período confortavelmente e sem dor.



E todo o trabalho em Torá e nos mandamentos conferidos ao mundo durante os 6000 anos da sua existência, e a cada pessoa no período de 70 anos da sua vida, tem por objetivo trazê-las ao fim da correção, à equivalência de forma e à unificação com o Criador.



Com isso, clarificamos o sistema de forças impuras e as Klipot (cascas) que emergem da Pureza do Criador e existem às suas custas. Esse sistema estava sujeito a existir a fim de viabilizar a criação dos corpos (isto é, os desejos egoístas) que, mais tarde, seriam corrigidos pela Luz (Torá), e com a ajuda da tela (o cumprimento dos mandamentos).



Sem que nossos corpos fossem criados com desejos não corrigidos (egoístas), pelo sistema das Klipot, nunca teríamos a oportunidade de corrigi-los (isto é, o homem nunca seria capaz de perceber seu próprio “eu” e alcançar o nível do Criador por si mesmo).



Do contrário, seria o mesmo ponto solitário existindo na Luz Infinita, e não um ser independente, mas um desejo feito pelo Criador e que não existe por si mesmo.



Pergunta: Existe qualquer método prático que fortaleça o contato com o Criador? É possível unificar-se com Ele nessa vida?



A Cabalá é um método prático que aumenta o contato com o Criador chamado Revelação. Enquanto existimos no nosso mundo da forma em que estamos, o acaso de apenas ouvir sobre isso, sobre esse método, já nos habilita a implementá-lo em nossas vidas, isto é, nos fundir completamente com o Criador. Podemos revelar toda a realidade de tal forma que deixaremos de sentir qualquer transição entre a vida e a morte do nosso corpo biológico. Hoje, podemos ascender ao Mundo do Infinito e existir no seu mais alto nível.



Não se trata apenas de aumentar nosso contato com o Criador, estamos falando de nos tornar semelhantes a Ele, iguais a Ele.



Possuímos todos os pré-requisitos para isso. Diferente das gerações anteriores de cabalistas, não precisamos esperar 10 anos por isso, podemos fazê-lo em 10 meses. Só depende da nossa união e desejo comum. Vamos unir as nossas forças.



Continuaremos a estudar o item 13 do “Introdução ao Livro do Zohar”. Baal Ha Sulam escreveu diversas introduções ao Zohar: “Introdução ao Livro do Zohar”, “Prefácio ao Livro do Zohar” e “Introdução ao Comentário sobre o Livro do Zohar”.



O “Prefácio ao Livro do Zohar” é o mais profundo e sintético de todos. Ele versa sobre o Sistema Geral da Criação, explorando suas profundezas. O “Introdução ao Comentário sobre o Livro do Zohar’ descreve o mecanismo da subida espiritual. O “Introdução ao Livro do Zohar” expõe as peculiaridades do Livro e explica como ele pode ser abordado.



Nos deteremos na mais importante dessas introduções a fim de compreendermos melhor o escopo e o poder do Universo. Devemos, também, nos preparar para a verdadeira leitura do Zohar.


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