12. Dessa forma, explicamos
claramente a correção do desejo de receber impresso nas almas pelo Pensamento
da Criação (impresso
no desejo egoísta de receber que, inicialmente, é inerente em nós). O Criador preparou dois sistemas de
mundos, um oposto ao outro, através dos quais as almas passam e dividem-se em
dois aspectos, corpo e alma, vestindo-se um no outro. Com a ajuda do método
Cabalístico (que inclui a correção gradual dos desejos), definido como “observar os mandamentos”, a propriedade de “receber
para si mesmo” se converte na propriedade de “doação”.
Então, esses desejos são
abençoados com todos os prazeres do Pensamento da Criação. E junto com isso (com a sensação dessa bênção), eles se fundem completamente com Ele.
Ou seja, a pessoa não recebe a generosidade do Criador, nem Lhe dá
nada, mas alcança o nível do Criador, eleva-se até a sua Essência - até o
Criador. O resultado é um paradoxo, mas é isso que acontece.
“Pelas Tuas ações, Te conhecerei”. Eu recebo Dele um exemplo (de
como devo agir), a tela (com a qual opero), um desejo e força. Ao seguir Seu
exemplo, faço as mesmas ações que Ele faz. Dessa forma, eu construo a linha do
meio: do lado esquerdo estão meus desejos egoístas e, do lado direito, a Sua
Luz e a tela. Na medida em que conseguir fazer com que uma linha se assemelhe à
outra eu construo essa combinação e, a partir disso, crio minha linha do meio e
faço minhas próprias ações.
Por fim, isso leva a uma consequência surpreendente: eu não me
assemelho ao Criador nas minhas ações, mas, ao tornar minhas ações semelhantes
às Dele, eu passo a compreender Sua intenção, Seus pensamentos, e os assim
chamados Segredos de Torá. Isto é: “Pelas Tuas ações, Te conhecerei”. Como
resultado, descobrimos que o Pensamento do Criador não é apenas dar prazer ao
homem, seja ele infinito, eterno e perfeito, mas sim, elevar o homem ao Seu
Próprio Nível, mais alto que o ponto inicial da sua criação.
Como resultado de tornar-se semelhante ao Criador, o homem ascende
acima do ponto do seu nascimento. Ele eleva-se ao nível Mais Alto e alcança o
Pensamento do Criador, o qual existia antes mesmo de Ele criar, a partir do
nada, o desejo de receber prazer.
Esse é o Fim da Correção e, já que
não há mais a necessidade do sistema de forças impuras, ele é eliminado da
terra e a morte não mais existirá.
Essas expressões alegóricas podem comprometer seriamente nossa
imagem, mas se as interpretarmos corretamente e imediatamente aplicá-las, então
elas podem fortalecer nosso conhecimento e enriquecer essa imagem interior.
A palavra “solo” alude ao desejo egoísta de receber prazer, já que
ele assimila, incorpora, absorve, e decompõe tudo o que nele penetra. Por outro
lado, se o solo (a propriedade de recepção) for combinado com água (Biná - a
propriedade de doação), e um grão for plantado ali, essas duas novas
propriedades podem criar as condições necessárias para gerar uma nova vida.
Mais tarde, estudaremos todas essas raízes espirituais e por que o
nosso mundo é construído dessa forma por conta disso.
O sistema de forças impuras será
eliminado da terra (isto
é, a intenção “para si mesmo” desaparecerá do desejo egoísta) e a morte não mais existirá (“morte”
significa o abismo entre a Luz e o desejo de receber prazer, assim que Luz
penetra no desejo de receber, ele ganha vida).
Todo o trabalho em Torá e nos
mandamentos (isto
é, o trabalho de atrair a Luz. Torá vem da palavra “Ohr”, “Ohra'a” - A Luz; um “mandamento”
significa a correção de um desejo egoísta) é
dado ao mundo durante os 6000 anos da sua existência…
Atualmente, estamos no ano 5780 (de acordo com o calendário
Judaico), ou seja, algumas centenas de anos antes do “Fim da existência do
mundo”, de acordo com essa cronologia. No futuro, clarificaremos o que significa
“Fim da existência do Mundo”.
Vamos considerar os períodos em que esses 6000 anos são divididos.
Seguiremos o desenvolvimento de dois eixos: o espiritual e o nosso.
Adão é o primeiro homem que descobriu o ponto no coração. Não nos
referimos ao Adão espiritual, mas a um ser humano desse mundo. Cerca de 1948 a.
C., Abraão surgiu. Esse é o período em que o ponto no coração não surgia
meramente em um ser humano, ele o despertava e passava a guiá-lo ao Criador.
Até essa época, os seres humanos existiam como animais, sem qualquer desejo
pelo Criador.
Pela primeira vez, o ponto no coração do homem manifestou-se em
Abraão. Ele desejou intensamente unir-se ao Criador e revelá-Lo. Hoje, estamos
no ano 5780.
Nesse período de 6000 anos, toda a humanidade é obrigada a
alcançar o nível do Criador. Mesmo antes de Abraão, existiram certas ações
nessa direção, mas, naquela época, somente o método preliminar existia. Depois
de Abraão, milhares de pessoas o fizeram.
Hoje, podemos fazê-lo a fim de possibilitar à toda humanidade
realizá-lo rapidamente, sem sofrimento, pelo caminho da Cabalá, isto é, pelo
Caminho da Luz. Se não ajudarmos a humanidade a atravessar o período da
Revelação do Mal rapidamente e desejar o Criador, ela avançará pelo Caminho do
Sofrimento.
Baal Ha Sulam escreve: “Essas poucas centenas de anos serão
bastante críticos. Eles podem trazer destruições terríveis, guerras nucleares e
imensas calamidades, o que resultará em um pequeno número de pessoas que
permanecerão na Terra. Mas elas executarão o programa da Criação; elas
incluirão todas as outras almas”.
Podemos ajudar as outras pessoas a acelerar esse processo, a
atravessar esse período confortavelmente e sem dor.
E todo o trabalho em Torá e nos
mandamentos conferidos ao mundo durante os 6000 anos da sua existência, e a
cada pessoa no período de 70 anos da sua vida, tem por objetivo trazê-las ao
fim da correção, à equivalência de forma e à unificação com o Criador.
Com isso, clarificamos o sistema
de forças impuras e as Klipot (cascas) que emergem da Pureza do Criador e
existem às suas custas. Esse sistema estava sujeito a existir a fim de
viabilizar a criação dos corpos (isto é, os desejos egoístas)
que, mais tarde, seriam corrigidos pela Luz (Torá), e com a ajuda da tela (o
cumprimento dos mandamentos).
Sem que nossos corpos fossem
criados com desejos não corrigidos (egoístas), pelo sistema das
Klipot, nunca teríamos a oportunidade de corrigi-los (isto é, o homem nunca
seria capaz de perceber seu próprio “eu” e alcançar o nível do Criador por si
mesmo).
Do contrário, seria o mesmo ponto solitário existindo na Luz
Infinita, e não um ser independente, mas um desejo feito pelo Criador e que não
existe por si mesmo.
Pergunta: Existe qualquer método
prático que fortaleça o contato com o Criador? É possível unificar-se com Ele
nessa vida?
A Cabalá é um método prático que aumenta o contato com o Criador
chamado Revelação. Enquanto existimos no nosso mundo da forma em que estamos, o
acaso de apenas ouvir sobre isso, sobre esse método, já nos habilita a
implementá-lo em nossas vidas, isto é, nos fundir completamente com o Criador.
Podemos revelar toda a realidade de tal forma que deixaremos de sentir qualquer
transição entre a vida e a morte do nosso corpo biológico. Hoje, podemos
ascender ao Mundo do Infinito e existir no seu mais alto nível.
Não se trata apenas de aumentar nosso contato com o Criador,
estamos falando de nos tornar semelhantes a Ele, iguais a Ele.
Possuímos todos os pré-requisitos para isso. Diferente das
gerações anteriores de cabalistas, não precisamos esperar 10 anos por isso,
podemos fazê-lo em 10 meses. Só depende da nossa união e desejo comum. Vamos
unir as nossas forças.
Continuaremos a estudar o item 13 do “Introdução ao Livro do Zohar”.
Baal Ha Sulam escreveu diversas introduções ao Zohar: “Introdução ao Livro do
Zohar”, “Prefácio ao Livro do Zohar” e “Introdução ao Comentário sobre o Livro
do Zohar”.
O “Prefácio ao Livro do Zohar” é o mais profundo e sintético de
todos. Ele versa sobre o Sistema Geral da Criação, explorando suas profundezas.
O “Introdução ao Comentário sobre o Livro do Zohar’ descreve o mecanismo da
subida espiritual. O “Introdução ao Livro do Zohar” expõe as peculiaridades do
Livro e explica como ele pode ser abordado.
Nos deteremos na mais importante dessas introduções a fim de
compreendermos melhor o escopo e o poder do Universo. Devemos, também, nos
preparar para a verdadeira leitura do Zohar.
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