59. A interação entre as qualidades de Malchut e Biná no Partzuf SAG acarretou o Tzimtzum Beit nos Mundos abaixo, o que levou ao surgimento de um novo Sium da Luz Superior no local onde se encontra Biná. Malchut, que impediu a Luz de se expandir no Sof de Galgalta no nível de Sium Reglav, localizado pouco acima do ponto desse mundo, eleva-se à Biná de Guf do Partzuf Nekudot de SAG. Com isso, restringe a Luz da parte superior da Biná de Guf, chamada Tiferet. Nesse caso, Chessed, Guevurá e Tiferet correspondem a Keter, Chochmá e Biná de Guf, e é por isso que Biná de Guf é Tiferet.
Malchut, que estava em Peh de Rosh, se eleva a Nikvey Einaim
(pupila dos olhos), ou seja, à linha que separa os vasos de doação, Galgalta, e
os vasos de recepção, AHP, de Biná de Rosh. A partir daí, foi necessário
realizar um Zivug para criar o Partzuf MA de AK, chamado Mundo de Nikudim, ou
MA inferior.
O Partzuf SAG possui as Reshimot Guímel (3) de Hitlabshut e Beit (2) de Aviut. Isso
significa que, a princípio, SAG é o Partzuf Biná com Ohr Hassadim no seu interior, o que é determinado pelas Reshimot principais Beit de Aviut. Entretanto, SAG
também possui Hitlabshut Guímel, a
memória do seu estado anterior, como Partzuf
Chochmá. Por isso, existe uma pequena luminescência de Ohr Chochmá no interior do Partzuf
SAG. Enquanto essa luminescência permanecer no interior de SAG, seu descenso ao Tabur não é possível.
Antes de elevar sua Masach,
o Partzuf SAG ainda possui algumas qualidades
do Partzuf Chochmá, “Chochmá be Kiruv”, contudo, devido à
ascensão da Masach e expulsão da Luz
causada pelo impacto entre a Ohr Pnimi
e a Ohr Makif, ocorrem mudanças
radicais em SAG. Como já dissemos, a
cada elevação da tela, segue-se uma série de Zivugim de Haka’a intermediários
que levam à formação dos Partzufim
intermediários chamados “Nekudot”,
nesse caso, as Nekudot de SAG.
A primeira ascensão da tela, de Malchut de SAG a ZA de SAG, da
qual decorre a expulsão da Luz Yechidá de
Biná, já exige naturalmente a expulsão da luminescência de Ohr Chochmá estimulada pela presença da Reshimo de Hitlabshut Guímel em SAG. Devido a isso, “Chochmá be Kiruv” desaparece e SAG
transforma-se no Partzuf de pura Biná, que possui as Reshimot Beit de Aviut e Beit
de Hitlabshut, as quais podem
descer abaixo do Tabur.
Dessa forma, as Nekudot de
SAG descem livremente abaixo do Tabur
do Mundo de AK, já que mesmo a Masach de Galgalta não tinha força
suficiente para preencher com Ohr Chochmá
os desejos abaixo do Tabur. De
modo geral, o processo de transição ocorre do Partzuf SAG (Guímel/Beit)
ao Partzuf MA (Beit/Aleph), sendo
assim, as Nekudot de SAG, que possuem
Reshimot Beit/Beit, constituem um Partzuf intermediário.
Assim como todas as outras Sefirot,
Biná também possui suas próprias
cinco Sefirot: Keter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut.
ZA representa um estágio
intermediário entre as três Sefirot
superiores e o vaso de recepção, Malchut,
pois se trata de um atributo comum entre o Criador e Malchut. De certo modo, os conecta e, por consequência, consiste de
seis Sefirot: Chessed assemelha-se à Keter,
Guevurá à Chochmá e Tiferet à Biná, enquanto que Netzach é a qualidade do próprio ZA, Hod assemelha-se à Malchut e Yesod constitui a soma de todos os atributos. Portanto, em ZA, Tiferet
é Biná.
Se também o dividirmos na horizontal, de forma semelhante teremos Keter, Chochmá, Biná (KaHaB); Chessed, Guevurá e Tiferet
(HaGaT); e Netzach, Hod, Yesod e Malchut
(NHYM). Se dividirmos Tiferet em terços, um acima e dois
abaixo, veremos que a Luz atinge só o seu terço superior, sem expandir-se para
baixo. O ponto em que os vasos de doação separam-se dos vasos de recepção, Biná de Malchut, é chamado de “Parsá”.
Os desejos KaHaB-HaGaT
são chamados de GE (Galgalta ve Eynaim) e são os desejos
altruístas. Os desejos NHYM, os Kelim egoístas, são chamados de Awzen. A parte mais baixa de Tiferet, Netzach e Hod, são Hotem, enquanto que Yesod e Peh são Malchut. Essa combinação é chamada de AHP (Awzen,
Hotem e Peh). A partir daí, a
Criação pode trabalhar apenas com GE,
enquanto que os Kelim de natureza
egoísta, AHP, não são utilizados.
O Tzimtzum Beit é a
origem de todas as almas. A Torá, porção Bereshit, inicia nesse momento. De agora em
diante, falaremos sobre a alma do homem, uma vez que, até então, a raiz da
criação não existia. Primeiramente, foi preciso realizar o Tzimtzum Aleph, depois descer até as Nekudot de SAG a fim de realizar o Tzimtzum Beit e quebrar todas as propriedades boas e más para
misturá-las e só então começar a formar um sistema totalmente novo. Esse
sistema é a combinação do Bem e do Mal, as colunas da direita e da esquerda, os
sistemas de forças puras e impuras.
Biná, os atributos do Criador, deve descer ao nível em que pode
tornar-se equivalente às propriedades de Malchut,
isto é, corromper-se até que se assemelhe ao atributo de receber para si mesma.
Como isso ocorre? Malchut divide Biná em GE e AHP, coloca-se entre
essas duas partes e influencia a parte inferior de Biná (Zat, as sete Sefirot inferiores de Biná) para que suas propriedades
tornem-se iguais às suas. A parte superior de Biná (Gar) permanece
altruísta tal como antes. Isso se chama Tzimtzum
Beit (TB).
O Criador “corrompe" Biná
deliberadamente, ou seja, Sua própria qualidade, para que se torne semelhante
ao atributo de recepção e unifique-se com ele. Depois disso, mostra
gradualmente o quão melhores são Suas qualidades, encorajando Malchut a adotá-las e, pouco a pouco, a
elevar-se ao Seu encontro.
Acima de Malchut, a
escolha de aplicar a intenção em prol da doação é possível, enquanto que,
abaixo do domínio de Malchut, não há
essa opção. Portanto, se Malchut
ascende à Biná, desse ponto para baixo não há escolha. Todos os Behinot, as propriedades abaixo de Biná, caem sob o domínio dos desejos
egoístas.
Revisaremos de forma sintética a ascensão de Malchut à Biná: seria
possível que o “desejo de receber” surgisse em Biná? Primeiro, vamos clarificar a noção das “Tet Rishonot”, as nove Sefirot
Superiores, e de Malchut em
geral.
Rabi Baruch Ashlag dá o seguinte exemplo: o homem possui os Kelim chamados olhos, ouvidos, nariz e
boca que hospedam a visão, a audição, o olfato e a fala. Por óbvio que esses Kelim são muito importantes, pois se
seus olhos forem danificados, você não enxerga, se seus ouvidos forem
danificados, você não escuta. Às vezes, porém, o homem não utiliza seus
sentidos. Quando isso ocorre? Quando dorme.
Acontece que quando o homem deseja receber prazer através dos seus
sentidos, ele os utiliza, mas quando deseja descansar, eles são ignorados.
Dessa forma, vemos que o verdadeiro Kli
é o desejo de receber prazer e não os sentidos. Nossos sentidos não são os Kelim, apenas servem a esse desejo.
De acordo com esse exemplo, as nove Sefirot Superiores seriam a visão, a audição, o olfato e a fala, ou
seja, Luz e Vaso. Cada tipo de Luz veste-se no Kli correspondente, entretanto, os Kelim das primeiras nove Sefirot
não são genuínos, uma vez que o Kli é
o desejo de receber prazer que se encontra apenas em Malchut. Esses Kelim são
necessários apenas para hospedarem a Luz, como no exemplo da visão e da
audição. Mas então, quem recebe o prazer das primeiras nove Sefirot? O “desejo de receber” chamado “Malchut”.
Agora, retornemos à questão de Malchut elevar-se à Biná: É possível que um ouvido tenha “desejo de receber”? Tudo o
que foi discutido aqui se refere ao que Malchut
recebe das primeiras nove Sefirot.
Depois da Segunda Restrição, Malchut
recebe apenas da metade de Biná para cima.
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