segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Shamati (86)

 

86. E eles construíram Arei Miskenot

(Ouvi do meu pai, 3 de Shevat,Tav-Shin-Aleph, 31 de janeiro de 1941)

        

A escritura diz: “E edificou para o Faraó Arei Miskenot[1], as cidades-armazém Pitom e Ramsés” (Êxodo 1:11). Deveríamos perguntar: “Pitom e Ramsés significa que são cidades bonitas, enquanto as palavras Arei Miskenot sugerem pobreza e escassez (ver nota de rodapé), e elas também sugerem perigo!” E devemos entender também o que Abraão, o Patriarca, perguntou: “E disse… Como saberei que hei de herdá-la?” (Gênesis 15:8). O que o Criador respondeu? Está escrito: “E disse (Deus): ‘Sabe com certeza que tua descendência será peregrina em terra que não lhe pertence, e a farão servir e a afligirão por 400 anos’” (Gênesis 15:13). 

 

O sentido literal é difícil de entender, já que a questão era que ele queria garantias sobre a herança, e não há garantia aparente na resposta do Criador - que a sua semente ficará no exílio -, mas parece ser resposta suficiente para Abraão. Além disso, vemos que quando Abraão teve uma discussão com o Criador a respeito do povo de Sodoma, foi uma longa discussão, e ele repetia “E se…”. Aqui, no entanto, quando o Criador disse que a sua semente ficaria no exílio, ele imediatamente aceitou isso como resposta suficiente e não argumentou ou disse “E se…”. Ao contrário, ele aceitou isso como uma garantia para a herança da terra.

 

Devemos entender essa resposta, e devemos também entender o que o Zohar interpreta sobre o verso “O Faraó se aproximou” (Êxodo 14:10). Interpreta que ele os aproximou do arrependimento. Pode ser que o perverso Faraó desejaria aproximá-los do arrependimento?

 

A fim de entender tudo isso, devemos entender o que os nossos sábios disseram (Sucá 52a): “Rabi Yehuda diz: ‘No futuro, o Criador traz a Inclinação ao Mal diante dos Jstos e diante dos perversos e a mata. Para os justos, parece uma alta montanha e para os perversos parece um fio de cabelo. Esses choram e aqueles choram. Os Justos choram e dizem ‘Como poderíamos dominar uma montanha tão alta?’, e os perversos choram e dizem ‘Como não poderíamos dominar esse fio de cabelo?’’”

 

Esse verso é desconcertante por completo:

 

1.    Se a Inclinação ao Mal já começou a ser massacrada, como ainda existem perversos?

 

2. Por que os Justos choram? Muito pelo contrário, deveriam estar felizes!

 

3. Como pode haver duas opiniões quando ambas chegaram ao Estado de Verdade? Esses versos falam do Final dos Tempos, o que certamente é um Estado de Verdade, então como pode haver tamanha diferença na realidade entre um fio de cabelo e uma alta montanha?

 

Ele explica isso com as palavras dos nossos sábios: “Rabi Assi diz, ‘No começo, a Inclinação ao Mal parece uma teia de aranha e, no final, parece com cordas de carroça’, como foi dito, ‘Ai dos que se prendem à iniquidade com cordas vãs, e ao pecado com as correntes da falsidade’ (Isaías 5:18)”.

 

Há uma grande regra que devemos saber. Nosso trabalho, o qual nos foi dado para ser baseado na Fé Acima da Razão, não se dá porque somos indignos de um alto nível. Assim, isso nos foi dado a fim de que tudo seja colocado em um Kli (vaso) de fé. Parece-nos ignomínia e inutilidade, e ficamos ansiosos pelo momento de nos livrarmos desse fardo chamado “Fé Acima da Razão”. No entanto, é um nível grandioso e muito importante, cuja exaltação é imensurável.

 

A razão por que nos parece ignomínia é devido ao desejo de receber que existe em nós. Devemos discernir um Rosh (Cabeça) e um Guf (Corpo) no desejo de receber. O Rosh é chamado “Saber” e o Guf é chamado “Receber”. Por isso, consideramos qualquer coisa que seja contrária ao saber como inferior e bestial.

 

Agora podemos interpretar o que Abraão, o Patriarca, perguntou ao Criador: “Como saberei que hei de herdá-la?” Pois como eles serão capazes de aceitar o fardo da fé se ele é contrário à razão, e quem pode ir contra a razão? Portanto, como eles chegarão a receber a Luz da Fé, já que a perfeição depende apenas disso?

 

Sobre isso, o Criador respondeu: Saiba com certeza que teus descendentes serão estrangeiros numa terra que não é deles”. Isso significa que Ele preparou a Klipá (Casca), que é a Inclinação ao Mal, uma pessoa má, o Faraó, Rei do Egito. As letras da palavra Paró (Faraó) são as mesmas de Oref (Nuca).

 

O ARI escreveu em Shaar HaKavanot para Pesach que o Faraó é considerado o Oref do Egito. Ele procura absorver a Shefa (Abundância) que desce aos níveis inferiors com a seguiunte questão xodo 5:2): “Quem é o Eterno para que eu escute a Sua voz?” Por meio dessa pergunta, eles já estão nas mãos das Klipot (Cascas), tal como diz Maimônides em Hilchot Deot sobre não se adorar ídolos, já que apenas por fazer-se essa pergunta já se caiu na transgressão da proibição da adoração dos ídolos.

 

A Inclinação ao Mal deseja sugar a abundância da Kedushá (Santidade). Portanto, o que ela faz para sugar a abundância da Kedushá? A escritura nos diz: “E o Faraó se aproximou. “O Zohar interpreta que ele os aproximou do arrependimento. E pergunta como podemos dizer que o Faraó os aproximou do arrependimento se a conduta das Klipot é afastar o indivíduo do Criador?

 

Devemos entender isso por meio do que está escrito no Zohar (“Introdução ao Livro do Zohar”: “A transgressão se oculta dentro de você, como a serpente que ataca e esconde sua cabeça dentro do seu corpo.” Também, no Sulam (“Escada”, comentário no Zohar): “Porque essa transgressão está oculta, a força da serpente que ataca as pessoas do mundo e traz morte ao mundo ainda está com todo o seu poder e não pode ser revogada. É como uma serpente que pica uma pessoa e imediatamente coloca a cabeça dentro do seu corpo, e então é impossível matá-la.”

 

Há ainda outro ditado no Zohar, que a serpente inclina a cabeça e ataca com a cauda. Isso significa que, às vezes, ela deixa o indivíduo tomar sobre si o Fardo da Fé, que é Acima da Razão e que é o inclinar da cabeça, mas então ataca com a cauda. A cauda pode ser interpretada como “O fim”, no sentido de que inclinou a cabeça apenas para, no final de contas, receber a fim de receber. Em outras palavras, primeiro deu permissão para tomar sobre si a fé, para que depois tomasse tudo sob sua própria autoridade, pois a Klipá (Casca) sabe que não há como receber abundância a não ser por meio da Kedushá (Santidade).

        

Esse é o significado de o Faraó tê-los aproximado. Explica-se que ele trouxe Israel ao arrependimento de propósito, a fim de que depois tomasse tudo deles sob sua própria autoridade. É por isso que o ARI escreveu que o Faraó sugou toda a abundância que desceu aos inferiores. Ele sugou a partir do Oref e a partir da garganta, a qual é considerada a cabeça do corpo, no sentido de que tomaria tudo nos seus Vasos de Recepção.

 

Esse é o significado de “E edificou para o Faraó Arei Miskenot”, no sentido de que isso era para Israel. Em outras palavras, todo o seu trabalho durante o exílio foi levado sob a custódia do Faraó, e Israel permanece pobre, pois Miskená significa pobre.

 

Também devemos interpretar Miskenot a partir da palavra Sakana (Perigo), no sentido de que eles estavam em grande perigo de permanecer naquele estado pelo resto de suas vidas. No entanto, para o Faraó, o trabalho de Israel era Pitom e Ramsés, cidades muito bonitas.

 

Portanto, o significado de “E edificou Arei Miskenot” é para Israel, e Pitom e Ramsés para o Faraó. Isso é porque todo o trabalho de Israel caiu nas Klipot, e eles não viram nenhuma bênção no seu trabalho.

 

Quando eles prevaleceram na fé e na doação no seu trabalho, eles viram fertilidade. E no momento em que caíram ao saber e receber, eles caíram nas mãos da Klipá do Faraó. Finalmente, eles chegaram a uma determinada resolução de que o trabalho deve ser feito na Fé Acima da Razão e na doação.

 

Contudo, eles viram que não eram capazes de sair do poder do Faraó por si mesmos. É por isso que está escrito: “E os filhos de Israel suspiraram pelo trabalho” (Êxodo 2:23), pois ele temiam que poderiam ficar no exílio para sempre. Então, “Os seus clamores subiram a Deus”, e eles foram recompensados com a saída do exílio no Egito.

 

Acontece que, antes de verem a situação - que estão nas mãos das Klipot, sofrendo e temendo ficar ali para sempre -, se não sentem a deficiência e o detrimento causados por eles, se não sentem que isso é tudo o que os obstrui de aderir ao Criador, então eles não têm necessidade da ajuda do Criador a partir dos Vasos de Recepção. Isso é porque, ao contrário, o indivíduo tem uma consideração maior pelo trabalho na forma do conhecimento e da recepção, e a fé é considerada humildade. Eles preferem o conhecimento e a recepção, pois isso é o que a mente externa do homem necessita.

 

Portanto, lhes foi dado o exílio, para que não progredissem na aproximação ao Criador, e para que todo o seu trabalho se afundasse na Klipá do Egito. Finalmente, eles viram que não tinham outra opção senão tomar sobre si o trabalho da humildade, que é a Fé Acima da Razão, e ansiar pela doação. Caso contrário, eles sentem que estão no domínio da Sitra Achra (Outro Lado).

 

Acontece que tomaram a fé sobre si porque viram que, caso contrário, não teriam aconselhamento, e assim concordaram com um trabalho de humildade. Isso é chamado “Trabalho Condicional”, pois aceitaram esse trabalho para que não caíssem na rede das Klipot. É por isso que haviam tomado sobre si esse trabalho.

 

No entanto, se a razão é revogada, o amor por esse trabalho também é revogado. Isso significa que a Inclinação ao Mal é cancelada, e não há nada que lhes traga pensamentos de não se voltar a ídolos, e então o amor pelo trabalho na humildade é cancelado.

 

Agora podemos entender o que os nossos sábios escreveram: “No começo, a Inclinação ao Mal parece uma teia de aranha e, no final, parece com cordas de carroça.” Sabemos que há um discernimento de “Coercitivo”, “Enganado” e “Deliberado”. O desejo de receber que está impresso no homem é considerado “Coercitivo”, pois ele não pode revogá-lo, e portanto não é considerado um pecado, mas uma iniquidade, como está escrito: “Ai dos que se prendem à iniquidade com cordas vãs”. A Inclinação ao Mal não pode ser rejeitada ou odiada, já que ele não sente que ela será um pecado.

 

Contudo, depois, ela se torna um “pecado, como era com cordas de carroça”, e então as Klipot foram feitas desse desejo de receber, que tem uma estrutura completa, como em “Deus fez um oposto ao outro”. Daqui vem a Inclinação ao Mal, ou seja, tudo vem desse fio de cabelo.

 

Como já foi revelado que isso é um pecado, então todos sabem que devem se proteger desse fio de cabelo, e entendem que não há outra escolha, se desejam entrar na Kedushá, a não ser decidir trabalhar em humildade, ou seja, na fé e na doação. Caso contrário, eles vêem que estão sob o controle da Klipá do Faraó, Rei do Egito.

 

Segue-se que o benefício do exílio foi sentir que o desejo de receber é um pecado, e essa é a razão para decidir que não há outra escolha a não ser tentar e adquirir Vasos de Doação. Esse é o sentido da resposta do Criador a Abraão, o Patriarca, sobre o seu pedido de garantias para a herança da terra: “Saiba com certeza que tua descendência (…) e a afligirão (…) etc.” Através do exílio, eles descobririam que o fio de cabelo é um pecado, e então aceitariam o trabalho real a fim de se desligarem do pecado.

 

Esse é o significado do que o Rabi Yehuda disse, que no futuro a morte será engolida para sempre, no sentido de que o Criador vai massacrar a Inclinação ao Mal, e tudo que restará dela não será mais que um fio de cabelo, o qual nem é sentido como um pecado (o fio de cabelo é algo que não pode ser visto com o olho).

 

Porém, alguns perversos e justos permanecem, e todos querem aderir a Ele. Os perversos ainda não corrigiram o seu fio de cabelo, quando a Inclinação ao Mal ainda existia e eles podiam senti-la como pecado. Agora, contudo, quando não há Inclinação ao Mal, tudo o que resta não é mais que um fio de cabelo, então eles não tem razão para fazê-los transformar seus Vasos de Recepção em Vasos de Doação, pois um fio de cabelo não é sentido. Mas, mesmo assim, eles não podem aderir a Ele porque há disparidade de forma, e “Ele e eu não podemos habitar na mesma morada”.

 

A sua correção é ser pó sob os pés dos justos. Isso significa que, como a Inclinação ao Mal foi cancelada, os justos não têm razão para seguir com Fé Acima da Razão. Assim, como não têm nenhuma razão, quem os obrigaria?

 

Eles vêem que os perversos são deixados com o fio de cabelo, e que não o corrigiram enquanto havia Inclinação ao Mal, e era o momento de corrigi-lo pois, então, o desejo de receber era evidentemente um pecado, enquanto agora ele não se parece com um pecado, mas com um fio de cabelo. Portanto, se não há razão, não há lugar para corrigir.

 

Ainda assim, também não há lugar para a Dvekut (Adesão), pois a disparidade de forma permanece, e toda a correção dos perversos é que os justos caminhem sobre eles. Isso significa que agora eles vêem que não há medo da rede das Klipot, pois a Inclinação ao Mal foi massacrada.

 

Portanto, por que agora eles precisam trabalhar com Fé Acima da Razão? Agora eles vêem que os perversos não conseguem alcançar a Dvekut, porque agora eles não têm uma razão para isso - ou seja, uma Inclinação ao Mal que seja distinguida como um pecado -, mas mesmo assim eles ficam do lado de fora, pois ainda há disparidade de forma.

 

Consequentemente, quando os justos vêem isso, eles entendem o quanto foi bom para eles que tivessem uma razão para trabalhar em doação. Eles pensaram que estavam envolvidos na doação apenas devido à Inclinação ao Mal, mas eles vêem que o pecado que viram foi para o seu próprio bem. Em outras palavras, esse é o trabalho real, e eles não o fazem por medo de cair nas mãos das Klipot. A evidência disso é que eles vêem que os perversos, os quais não corrigiram o fio de cabelo, agora não têm razão para fazê-lo, e permanecem do lado de fora e não conseguem chegar à Dvekut com o Criador.    

 

Segue-se que os justos recebem a força para seguir de força em força, através dos perversos - os perversos se tornaram pó sob os pés dos justos, e os justos caminham sobre os discernimentos que permanecem como perversos.

 

Assim, em retrospecto, esse trabalho é especificamente importante. E isso não é devido à coerção, como parecia antes, enquanto eles tinham a Inclinação ao Mal. Agora eles vêem que, mesmo sem a Inclinação ao Mal, vale a pena trabalhar na doação e na fé.

 

Sobre “Esses choram e aqueles choram”, sabe-se que chorar é Katnut (Pequenez), VAK. Há uma diferença entre GAR e VAK. Os Mochim de VAK iluminam a partir do passado, ou seja, eles tomam Sustento e Luz do que experienciaram no passado. Os Mochim de GAR, no entanto, brilham no presente por meio da união de Zivug (Cópula).

 

Esse é o sentido dos justos chorando e dizendo “Como poderíamos conquistar uma montanha tão alta?” Agora eles vêem o que havia antes do massacre da Inclinação ao Mal, pois o seu domínio era de fato grande, como está escrito: “Deus fez um oposto ao outro”. E eles receberam grande misericórdia do Criador, que lhes deu o poder de vencer a guerra contra a Inclinação ao Mal, e agora eles se alegram no milagre que tinham então, ou seja, no passado. Isso é chamado Mochim de Katnut.

 

Os perversos choram porque agora eles não têm como aderir a Ele, mesmo que agora vejam que é apenas um fio de cabelo. Mas como agora não há Inclinação ao Mal, eles não têm razão para transformar os Vasos de Recepção em Vasos de Doação; eles podem apenas ver que estão do lado de fora; é por isso que eles choram.

 

No entanto, a sua correção é se tornar pó sob os pés dos justos. Em outras palavras, quando os justos vêem que, mesmo sem a Inclinação ao Mal, os perversos ainda não conseguem atingir a Dvekut, eles revelam seu pensamento de que tiveram que seguir o caminho da doação apenas devido à Inclinação ao Mal, e vêem que esse é o vaso verdadeiro. Isso significa que, mesmo se não existisse a Inclinação ao Mal, o caminho ainda é verdadeiro, o caminho da fé é um caminho maravilhoso.

 

Agora entendemos porque os perversos permanecem após o massacre da Inclinação ao Mal; é assim para que eles se tornem pó sob os pés dos justos. Se nenhum perverso permanecesse, não haveria ninguém para mostrar essa questão grandiosa, de que o caminho da fé não se dá devido ao amor condicional. Ou seja, não é por causa da Inclinação ao Mal que devemos seguir o caminho da fé, mas devido ao amor incondicional, pois agora não há mais qualquer Inclinação ao Mal e, ainda assim, apenas por meio da fé podemos atingir a Dvekut com o Criador.

 

Ouvi em outra ocasião: A razão por que precisamos da fé, especificamente, é o orgulho dentro de nós, pois ele torna difícil a aceitação da fé. Apesar de a fé ser um nível exaltado e maravilhoso, o Inferior não pode atingi-lo nem entender sua preciosidade e sublimidade. E isso ocorre apenas devido ao nosso orgulho, ou seja, o desejo de receber. Imaginamos isso como inferior e bestial, e por essa razão nos foi dada a pessoa má.

 

E ouvi em outra ocasião: Vemos que, quando não queremos aceitar a fé, caímos do nosso estado. Levantamos e caímos todas as vezes até que decidimos que não temos outra escolha senão estabelecer a fé permanentemente. Isso ocorre a fim de receber a fé, e isso é “E edificou (para Israel) para o Faraó Arei Miskenot.

 



[1] Arei Miskenot significa cidades-armazém, mas também “cidades de aflição” e “cidades de pobreza”.

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