sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Introdução ao Livro do Zohar (23)




23. Para compreender o que está dito acima, precisamos relembrar o que foi dito no ponto 17, que é:



      A Essência que cria a realidade é uma substância misteriosa, que não pode ser compreendida por nós através das essências do mundo material. Isso se refere ao Mundo do Infinito e a Adam Kadmon, aos quais chamamos de Essência Inalcançável.

      O Mundo de Atzilut é a Forma.

      Os três Mundos de BYA são a Matéria.

      A luminescência de Atzilut em BYA é Forma vestida na Matéria.



A partir do exposto acima, é possível compreender onde estamos em nossa exploração do Livro do Zohar. Ali estão os Mundos do Infinito, Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá. Os Mundos do Infinito e Adam Kadmon representam a Essência, o Mundo de Atzilut é a Forma, enquanto que os Mundos de Beriá, Yetzirá e Assiyá constituem a Matéria. Abaixo deles está a Machsom, ou Sium, e este mundo.



Passamos nosso tempo neste mundo apenas durante o período anterior à entrada no Mundo Superior. A Cabalá nos fala sobre o estágio que começa depois de atravessarmos a Machsom e iniciarmos nossa subida. A partir desse momento, a Matéria (nosso desejo) gradualmente emerge em nós, e assume a forma do Mundo de Atzilut. Ou seja, o Mundo de Atzilut veste-se em Matéria e lhe confere sua Forma de Doação.



Agora, tentaremos entender como alcançamos o Infinito. O que é o "Infinito" para nós?  É somente a ausência de compreensão? Se fosse, certamente não o chamaríamos com esse nome. Se utilizamos uma determinada palavra para denotar algo, significa que primeiro recebemos, apreendemos, ponderamos e classificamos esse algo dentro de nós, e somente então conferimos um nome a essa sensação ou estado. Isso significa que se nomeio algo de "Infinito", quer dizer que eu experimentei esse estado e que, depois de tê-lo avaliado de acordo com todos os graus e regras aceitos, lhe dou um nome. Assim, Infinito é uma das categorias físicas precisas, como outras definições e gradações.



Baal HaSulam pergunta: Como é possível nomear aquilo que não se compreende?



E responde: O nome do Mundo do Infinito não expressa a essência Daquele Que Cria a Realidade em Si, mas antes indica que todos os Mundos e Almas estão incluídos Nele. Isto se reflete na intenção da criação, sobre a qual é dito que "a realização de uma ação está no seu pensamento inicial" na conexão de toda a Criação com Ele, até a completa correção. Isso é o que chamamos Mundo do Infinito.



Na medida em que há um estado no qual tanto o primeiro como o último pensamento fundem-se em um, essa fusão é chamada Infinito. Nós não podemos recebê-la no nosso estado atual, pois ainda não alcançamos o estágio final. Assim, o Infinito significa a confluência dos dois pontos extremos da Criação. O mesmo é válido para o nosso mundo: quando não conseguimos coordenar causa e efeito, tudo parece consistir de aspectos divergentes, desconexos.



Isso ocorre porque a noção de Infinito nos parece verdadeiramente infinita. Entretanto, assim que começamos a corrigir nossas propriedades internas e a elevarmo-nos ao nível da Luz, tais noções fundem-se dentro de nós e todas as contradições desaparecem. Bem e mal, luz e escuridão dissolvem-se em uma única noção abrangente, e a definição de Infinito desaparece. Nós adentramos nele, e ele se torna real, claro e alcançável.



Também chamamos de Mundo do Infinito o "primeiro estágio das Almas", quando todas as Almas existem no Criador, repletas de todos os prazeres possíveis, cuja plenitude será recebida no estágio da Correção Final.


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