23. Para compreender o que está dito acima, precisamos relembrar o que
foi dito no ponto 17, que é:
● A Essência
que cria a realidade é uma substância misteriosa, que não pode ser compreendida
por nós através das essências do mundo material. Isso se refere ao Mundo do
Infinito e a Adam Kadmon, aos quais chamamos de Essência Inalcançável.
● O
Mundo de Atzilut é a Forma.
● Os
três Mundos de BYA são a Matéria.
● A luminescência
de Atzilut em BYA é Forma vestida na Matéria.
A partir do exposto acima, é possível compreender onde estamos em
nossa exploração do Livro do Zohar.
Ali estão os Mundos do Infinito, Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá.
Os Mundos do Infinito e Adam Kadmon representam a Essência, o Mundo de Atzilut
é a Forma, enquanto que os Mundos de Beriá, Yetzirá e Assiyá constituem a Matéria.
Abaixo deles está a Machsom, ou Sium, e este mundo.
Passamos nosso tempo neste mundo apenas durante o período anterior à
entrada no Mundo Superior. A Cabalá nos fala sobre o estágio que começa depois
de atravessarmos a Machsom e
iniciarmos nossa subida. A partir desse momento, a Matéria (nosso desejo) gradualmente
emerge em nós, e assume a forma do Mundo de Atzilut. Ou seja, o Mundo de
Atzilut veste-se em Matéria e lhe confere sua Forma de Doação.
Agora, tentaremos entender como alcançamos o Infinito. O que é o
"Infinito" para nós? É somente
a ausência de compreensão? Se fosse, certamente não o chamaríamos com esse
nome. Se utilizamos uma determinada palavra para denotar algo, significa que
primeiro recebemos, apreendemos, ponderamos e classificamos esse algo dentro de
nós, e somente então conferimos um nome a essa sensação ou estado. Isso
significa que se nomeio algo de "Infinito", quer dizer que eu experimentei
esse estado e que, depois de tê-lo avaliado de acordo com todos os graus e
regras aceitos, lhe dou um nome. Assim, Infinito é uma das categorias físicas
precisas, como outras definições e gradações.
Baal HaSulam pergunta: Como é
possível nomear aquilo que não se compreende?
E responde: O nome do Mundo do
Infinito não expressa a essência Daquele Que Cria a Realidade em Si, mas antes
indica que todos os Mundos e Almas estão incluídos Nele. Isto se reflete na
intenção da criação, sobre a qual é dito que "a realização de uma ação
está no seu pensamento inicial" – na conexão de toda a Criação com Ele, até a
completa correção. Isso é o que chamamos Mundo do Infinito.
Na medida em que há um estado no qual tanto o primeiro como o último
pensamento fundem-se em um, essa fusão é chamada Infinito. Nós não podemos
recebê-la no nosso estado atual, pois ainda não alcançamos o estágio final.
Assim, o Infinito significa a confluência dos dois pontos extremos da Criação.
O mesmo é válido para o nosso mundo: quando não conseguimos coordenar causa e
efeito, tudo parece consistir de aspectos divergentes, desconexos.
Isso ocorre porque a noção de Infinito nos parece verdadeiramente
infinita. Entretanto, assim que começamos a corrigir nossas propriedades
internas e a elevarmo-nos ao nível da Luz, tais noções fundem-se dentro de nós
e todas as contradições desaparecem. Bem e mal, luz e escuridão dissolvem-se em
uma única noção abrangente, e a definição de Infinito desaparece. Nós
adentramos nele, e ele se torna real, claro e alcançável.
Também chamamos de Mundo do Infinito o
"primeiro estágio das Almas", quando todas as Almas existem no
Criador, repletas de todos os prazeres possíveis, cuja plenitude será recebida
no estágio da Correção Final.
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