50. Entretanto, você precisa saber que todas essas cinco Luzes do NaRaNHaY são meramente o NaRaNHaY da Luz de Nefesh. Elas não têm nada da Luz de Ruach porque o Ruach existe apenas no Mundo de Yetzirá, assim como a Ohr Neshamá encontra-se no Mundo de Beriá; a Ohr Chayá, no Mundo de Atzilut, e a Ohr Yechidá, no Mundo de AK.
De fato, o trabalho dos níveis mineral, vegetal, animal, humano e
geral da nossa correção se refere apenas ao desejo Mineral.
Entretanto, tudo o que existe na Criação geral também está
presente em cada parte sua, não importando quão pequena ela seja. Assim, o
Mundo de Assiyá possui cinco Luzes de NaRaNHaY, que se referem à Luz de Nefesh.
De forma semelhante, o Mundo de Yetzirá possui cinco Luzes de NaRaNHaY, que se referem
à Luz de Ruach. Do mesmo modo, o Mundo de Beriá possui cinco Luzes de NaRaNHaY,
que são apenas uma parte da Luz de Neshamá, e assim por diante.
51. É preciso saber que o desejo
de ser espiritualmente elevado e purificado só é aceito pelo Criador quando ele
é constante e se existe a certeza de que o homem não recairá em tolice. O
Criador Ele Mesmo certifica-Se que o homem nunca mais retorne ao seu estado
anterior.
Como podemos nos unificar com Ele se não temos pontos de contato?
Como podemos chegar minimamente perto Dele, quanto mais penetrá-Lo, se Ele é
absolutamente oposto às nossas propriedades naturais?
Baal HaSulam escreve em seu artigo que não podemos estabelecer
qualquer contato com o Mundo Superior. Entretanto, a todos neste mundo é
conferido um protótipo do mundo espiritual na forma de um grupo e um professor.
Ainda que não estejamos imersos em desejos constantes de doação, só por desejar
recebê-los, nós, da forma como estamos, treinamos a nós mesmos e, assim,
podemos gradualmente desenvolver a atitude correta em relação ao Reino
Espiritual. Não somos capazes de estabelecer um contato com o Mundo Espiritual
a menos que possamos estabelecer, de forma correta, um contato com o Partzuf
Superior, ou seja, com um grupo e um professor.
Se o homem tem o desejo constante pelo Espiritual, ele pode
elevar-se mais alto. Não existe um estado em que o homem sempre avance e nunca
caia. De qualquer forma, o que é uma queda? Uma queda não significa que a
pessoa caiu do seu nível espiritual, mas sim, que alcançou um desejo adicional
sem tê-lo neutralizado com a correção necessária, permanecendo no mesmo nível
de desejo.
Suponha que eu esteja no nível espiritual “zero” e receba um novo
desejo adicional, mas ainda não tenha conseguido equilibrá-lo com a propriedade
de doação. Nesse caso, eu ainda retenho o nível do meu desejo anterior, mas de
modo algum retorno ao egoísmo passado.
Os desejos de doação são sempre constantes em direção. Eles só
podem crescer, mas nunca diminuir. Isso ocorre porque a pessoa que ascende
espiritualmente está sob a constante influência da Luz. A Luz descende do Mundo
do Infinito passando por todos os outros Mundos, nutrindo constantemente a
pessoa sem nunca deixá-la cair.
O homem nunca é seu próprio mestre, pois apenas a Luz pode
mantê-lo em um determinado nível, como um ímã segurando uma peça de metal sem
deixá-la cair.
Na Introdução ao “Estudo das Dez Sefirot”, é dito que o Criador
assegura a retidão do homem. Como alguém pode saber se é justo ou não? Só é
possível sabê-lo se o Criador Se revela à pessoa e não permite que ela
escorregue. Naturalmente, se o Criador Se oculta e exclui o homem da Sua Luz,
ele imediatamente cai do seu nível. Estamos constantemente “suspensos no ar”.
Entre o nosso mundo e o Mundo do Infinito, sempre dependemos da intensidade da
Luz, que descende de Cima e nos mantém neste ou naquele nível.
Entretanto, à medida que o homem entra no Reino Espiritual, ele
sempre recebe um nível mínimo a partir do qual começa a ascender. Ao
corrigir-se completamente em determinado nível, esse nível passa a ser o
patamar mínimo abaixo do qual o homem nunca mais cairá e continuará avançando.
Na mesma medida da Semelhança de Forma do homem com o Criador, o Criador lhe
garante constantemente que ele não mais cairá do nível alcançado.
Descobrimos que, como foi dito, se
a pessoa corrige o nível mineral do seu desejo de receber, ela tem o mérito de
receber o Partzuf de Nefesh. Ele se eleva e se ”veste” na Sefirá de Malchut do
Mundo de Assiyá e, logo, ela merece a Correção Final do nível mineral. Ou seja,
a pessoa não retornará mais ao seu passado (abaixo da Machsom, abaixo do Mundo de Assiyá), e será capaz de elevar-se ao Mundo
Espiritual de Assiyá, pois ela está purificada e absolutamente equivalente às
propriedades desse Mundo. De acordo com essa regra, a transição desse mundo
ao Mundo de Assiyá somente é possível se o homem adquire constantemente uma
mínima propriedade espiritual.
Entretanto, os outros níveis do
Mundo de Assiyá são Ruach, Neshamá, Chayá e Yechidá. Para obter suas Luzes, é
preciso corrigir os níveis vegetal, animal e humano do desejo de receber. A
correção pode não ser final “até que o Criador Ele Mesmo certifique-se que a
pessoa não mais recairá em tolice” (ou seja, seu estado anterior).
Se atravesso esse mundo e alcanço o Mundo de Assiyá, eu continuo a
me desenvolver, isto é, a construir um Partzuf que consiste de 613 Mandamentos.
Por ser impossível diferenciar entre os Mandamentos Positivos e os Mandamentos
Negativos no Mundo de Assiyá, eu os separo em Nefesh, Ruach, Neshamá, Chayá e
Yechidá.
Baal HaSulam diz que o homem deve estar constantemente no Mundo de
Assiyá em suas sensações, enquanto que sua presença em outros níveis pode não
ser permanente. Na verdade, ele será incapaz de fazê-lo. Isso somente é
possível no Mundo de Assiyá de Assiyá, pois o Mundo de Assiyá caracteriza-se
apenas por esse nível.
Depois disso, quando eu ascendo ao nível do Mundo de Yetzirá, é
importante que eu torne os níveis de Assiyá e Yetzirá do Mundo de Yetzirá
permanentes. Os níveis de Neshamá, Chayá e Yechidá podem ainda ser temporários,
e assim sucessivamente.
Cada vez que eu alcanço determinado nível, eu preciso corrigi-lo
dentro de mim. Todos os outros níveis que complementam meu Partzuf podem ser
temporários. Assim como um especialista em metalurgia, por exemplo, deve
conhecer profundamente o seu campo de atuação, enquanto o seu conhecimento em
outros campos somente se mostra necessário se tal conhecimento puder ajudá-lo a
ser mais eficiente na sua profissão. O mesmo se aplica aos desejos. Se eu
trabalho nos meus desejos de nível vegetal, todos os outros níveis me auxiliam
a distingui-los em si mesmos e a trabalhá-los.
É dito que “até que o Criador Ele
Mesmo certifique-Se da impossibilidade do homem retornar ao seu estado anterior”.
Como o Criador Se certifica disso? Ele brilha sobre nós com
determinada Luz e, de acordo com a intensidade dessa Luz, Ele nos mantém em
certo Nível Espiritual. Se Ele brilhar mais, nos elevamos; se Ele brilhar
menos, caímos. Em outras palavras, apenas a intensidade da Luz determina nosso
Nível Espiritual, pois nosso desejo é constante e imutável. Apenas o poder da
Luz funciona como um contrapeso ao nosso desejo, ela nos eleva ou nos empurra
para baixo.
Se o poder da Luz atinge certa distância ou nível do Criador,
digamos, nível dois, então saberei com certeza que não cairei mais baixo que
isso. Essa força constante da Luz do Criador garante que eu permaneça nesse
nível.
Se o homem corrige o nível mineral
do seu desejo de receber, e merece transformar o ponto de seu coração no
Partzuf de Nefesh, então ele ascende e se “veste” na Sefirá de Malchut do Mundo
de Assyiá.
Está claro que o homem não retornará ao seu estado anterior. Ele
ascende ao Mundo de Assiyá e alcança a constante de seu nível, pois a correção
daquele nível foi completada. Entretanto, os níveis remanescentes do Mundo de
Assiyá, Ruach, Neshamá, Chayá e Yechidá ainda não estão completamente
corrigidos.
Portanto, para entrar no Mundo de Assiyá, o homem deve corrigir
completamente o seu nível mineral para evitar qualquer deterioração. Por quê?
Porque todo o Mundo de Assiyá corresponde ao nível mineral. Todos os níveis
restantes, vegetal, animal, humano, e Divino, podem ainda ser temporários.
De forma semelhante, para avançar ao nível de Yetzirá, eu preciso
tornar meu Ruach constante, pois todo o nível de Yetzirá corresponde ao Ruach
(o nível vegetal).
Assim, o nível correspondente ao Mundo no qual me encontro, e que
constitui sua propriedade característica, deve estar completamente corrigido em
mim, enquanto que todos os outros podem ter degraus de correção variados. Logo,
se Yetzirá é Ruach, então Ruach de Ruach de todo o Mundo de Yetzirá deve ser
constante, e assim por diante. Baal HaSulam explica esse assunto claramente, e
não é difícil compreender.
Entretanto, os níveis
remanescentes do Mundo de Assiyá - Ruach, Neshamá, Chayá e Yechidá - não
precisam, necessariamente, estar completamente corrigidos para receber a Luz e
corrigir os níveis vegetal, animal e humano do seu desejo de receber.
Ocorre que o Mundo todo de Assiyá,
em cada uma de suas cinco Sefirot (Keter, Chochma, Biná, ZA e Malchut), é nada
mais nada menos que a própria Malchut, que corrigiu sua atitude no nível
mineral (Assiyá
é Malchut, Yetzirá é ZA, e o mesmo se aplica a Keter, Chochmá, Biná, ZA e
Malchut do Mundo de Yetzirá). As cinco
Sefirot são justamente as cinco partes de Malchut (o nível mineral do desejo de
receber).
Por exemplo, a Sefirá de Tiferet
do Mundo de Assiyá recebe a Luz do Mundo de Yetzirá, que é Tiferet, e a Luz de
Ruach. A Sefirá de Biná do Mundo de Assiyá recebe a Luz do Mundo de Beriá, que
é Neshamá. A Sefirá de Chochmá do Mundo de Assiyá recebe a Luz do Mundo de
Atzilut, que é Chayá.
O que Baal HaSulam está tentando nos dizer? Se pensarmos no Mundo
de Assiyá, apenas Nefesh é o seu próprio nível, ainda que ela receba Ruach de
Tiferet. Então, ela recebe Neshamá de Malchut do Mundo de Beriá, Chochma do Mundo
de Atzilut, e Keter de Malchut do Mundo de AK.
Consequentemente, se tudo isso constitui Malchut, ela recebe cada
Luz (exceto a sua própria) do Mundo correspondente àquela Luz. Assim, já que
ZA, aqui, refere-se à Malchut, ele recebe a Luz de ZA de Malchut do Mundo de
Yetzirá, que representa o ZA geral. Biná, que se refere à Malchut, recebe a Luz
de Malchut do Mundo de Beriá, pois Beriá é Biná.
Ou seja, cada parte recebe a Luz da sua parte correspondente no
Mundo Superior.
A Sefirá de Tiferet do Mundo de
Assiyá recebe a Luz do Mundo de Yetzirá, que representa Tiferet, e a Luz de
Ruach. A Sefirá de Biná do Mundo de Assiyá recebe a Luz do Mundo de Beriá, que
é Neshamá. A Sefirá de Chochmá do Mundo de Assiyá recebe a Luz do Mundo de
Atzilut, que é Chayá. Consequentemente, apesar do fato de o homem não ter
corrigido os outros níveis além do seu nível mineral (o último), e se as outras três partes do seu desejo de receber estiverem
parcialmente corrigidas, ele já pode receber as Luzes de Ruach, Neshamá, Chayá
e Yechidá de Tiferet, Biná e Chochmá do Mundo de Assiyá. Essa recepção,
contudo, é temporária, pois assim que qualquer uma dessas três partes do seu
desejo despertar o homem instantaneamente perderá essas Luzes.
Baal HaSulam quer dizer que se o homem se corrige completamente no
nível mineral e apenas parcialmente em todos os outros, então, ele está no
Mundo de Assiyá. Observe que, mesmo que suas partes não corrigidas caiam, ele
ainda mantém seu nível constante. Isso lhe permite manter o nível acima da Machsom.
Dessa forma, ocorre que a pessoa que cruzou a Machsom nunca mais cairá abaixo
dela.
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