terça-feira, 3 de novembro de 2020

Cinco níveis de Masach (25)

 

Até que a formação de todos os cinco Kelim do Partzuf esteja completa, suas cinco Luzes não estão em seus lugares devidos e, além disso, estão agrupadas em uma ordem inversa. Na ausência do Kli de Malchut, a Luz de Yechidá não está presente no Partzuf. Na ausência de dois vasos, Malchut e Tiferet, as Luzes de Yechidá e Chayá não estão presentes. Por um lado, surgem os vasos puros, de Keter a Malchut, e, por outro, as Luzes mais fracas (começando por Nefesh) são as primeiras a entrar neles.

 

Uma vez que a recepção da Luz ocorre nos vasos mais puros, cada nova Luz deve passar pelo Kli de Keter. À medida que a nova Luz entra no Kli de Keter, a Luz que estava ali desce ao Kli de Chochmá. Quando há uma tela para o Kli de Chochmá, a Ohr Ruach entra no Kli de Keter e a Ohr Nefesh desce a Chochmá.

 

À medida que a tela aumenta em força, os seguintes vasos são formados: Biná, Tiferet e Malchut, então as Luzes de Neshamá, Chayá e Yechidá podem, uma por vez, passar por Keter e preencher os vasos. Todas as Luzes ficam em seus devidos lugares: Nefesh em Malchut, Ruach em Tiferet, Neshamá em Biná, Chayá em Chochmá e Yechidá em Keter.

 

Tenha em mente a regra da relação inversa entre as Luzes e os Vasos e você sempre será capaz de distinguir se são as Luzes ou os vasos que estão sendo referidos em determinado contexto, sem confundir-se. Aprendemos sobre os cinco Behinot (níveis) da tela e como os níveis do Kli emergem um sob o outro em correspondência a eles.

 

Cada nova Luz é bilhões de vezes mais intensa que a anterior. Dessa forma, cada nível subsequente é percebido como um mundo totalmente diferente. Em nosso mundo, onde não temos, de fato, nenhuma tela, não somos capazes de ver a Luz que está diante de nós. A pessoa pode vê-la apenas com a ajuda da Luz Refletida (Ohr Hozer) e apenas na medida em que Malchut a reflete.

 

Entretanto, ao estudar Cabalá, estimulamos a Ohr Makif até que ela crie em nós o Kli primário de Keter, no qual imediatamente recebemos a Ohr Nefesh. Esse estado significa o nosso nascimento espiritual, a travessia da barreira (Machsom) entre o nosso mundo e o Espiritual. Isso quer dizer que estamos no nível mais baixo do Mundo de Assiyá.

 

Ao prosseguir o trabalho de correção, adquirimos a tela seguinte, de Aviut Aleph, e recebemos a Luz de Ruach. Depois, adquirimos as telas para os Kelim Beit, Guímel e Dalet e, correspondentemente, recebemos as Luzes de Neshamá, Chayá e Yechidá. A esta altura, todas as Luzes estão nos seus lugares corretos.

 

De que forma construímos uma tela? Se eu pudesse saber e sentir minhas propriedades egoístas hoje, eu fugiria das correções! Não há nada que meu egoísmo odeie mais do que a tela. Mesmo assim, eu não posso escapar do Espiritual porque ignoro meu próprio egoísmo ou não compreendo minhas propriedades. Esse estado inicial "inconsciente" é criado deliberadamente para que a pessoa não se ressinta com a Espiritualidade, mas sim, que a aspire por curiosidade e desejo de melhorar seu futuro.

 

Portanto, o princípio consiste em cruzar a barreira apesar da nossa própria natureza. Isso ocorre inconscientemente: o homem não sabe para onde está indo e nem o que pode acontecer. Depois de cruzar a Maschom, o homem começa a ver que, até aquele momento, esteve em um estado de sonho.

 

Dois processos precedem a travessia da Maschom. O primeiro é a compreensão do próprio mal, em que o homem começa a compreender o quanto o seu egoísmo é prejudicial para si mesmo. O segundo consiste na percepção de que a Espiritualidade é muito atrativa e não há nada mais valioso, grandioso ou eterno do que isso.

 

Esses dois pontos opostos (a compreensão do mal e a atração do espiritual) aparecem juntos na pessoa comum a fim de criar um nível zero. À medida que ela avança espiritualmente, eles começam a afastar-se um do outro. Ao mesmo tempo em que a espiritualidade eleva-se aos olhos da pessoa, o seu egoísmo é percebido como nocivo.

 

Essa diferença entre eles, a estima pelo Espiritual e a crítica ao egoísmo feita pela própria pessoa, aumenta tão extraordinariamente que desperta, nela, um grito interno, um pedido pela solução desse problema. Se esse clamor alcança a intensidade necessária, a tela lhe é dada de cima.

 

O estudo do egoísmo, sua correção e seu uso apropriado compõem toda jornada do homem, desde o estado inicial até o fim definitivo (a Gmar Tikkun). Nos Mundos Espirituais, o homem continua a estudar o seu egoísmo a cada nível. Quanto mais alto nos elevamos, mais egoísmo nos é dado, para que, ao trabalhar com ele, sejamos capazes de transformá-lo em altruísmo.

 

Tudo o que dissemos é dito sob a perspectiva da criação. Não podemos dizer nada sobre o Criador, já que não sabemos realmente quem Ele é. Do ponto de vista pessoal, eu apenas sei como Ele é percebido nas minhas sensações. Só os filósofos têm tempo de especular sobre algo que nunca poderá ser alcançado. Por isso, essa ciência deturpou-se totalmente. 

 

A Cabalá opera apenas com aquilo que os cabalistas sentiram e precisamente atraíram para si mesmos e, então, relataram a nós em uma linguagem cabalística específica. Cada um pode reproduzir este processo internamente, como se realizasse uma experiência científica rigorosa. O instrumento para essa experiência é a tela que o homem deve criar no ponto central do seu próprio egoísmo. Esse "eu" desenvolve-se com a ajuda do método chamado Cabalá.

 

Há dois tipos de tela. A primeira é posicionada à frente do Kli, no Peh do Partzuf, isto é, em Malchut de Rosh. Ela reflete toda a Luz, como se estivesse de guarda até a implementação do TA. A segunda tela recebe a Luz e trabalha com o Aviut posicionado em Malchut de Guf. Ela absorve todo o egoísmo que puder ser transformado na recepção pelo Criador. 

 

De um modo geral, a tela sempre está em Malchut, o ponto mais baixo do Partzuf. A reflexão e a recepção são suas duas ações. A primeira forma o Rosh enquanto que a segunda forma o Guf do Partzuf. Para mais detalhes, veja a Parte 3 ("Histaklut Pnimit"), capítulo 14, página 5 do "Estudo das Dez Sefirot" (não existe tradução para o português, ainda).

 

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