quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Shamati (21)

 

 

21. Quando o indivíduo se sente num estado de ascensão

(Ouvi em 23 de Cheshvan, Tav-Shin-Hey, 9 de novembro de 1944)

 

 

Quando o indivíduo se sente em um estado de ascensão, sente-se elevado, quando sente que não tem nenhum desejo a não ser pela espiritualidade, então é bom que mergulhe nos segredos da Torá a fim de internalizá-los. Se o indivíduo vê que, apesar de se esforçar para entender algo, ainda não sabe nada, mesmo assim vale a pena mergulhar nos segredos da Torá, ainda que veja cem vezes uma única coisa.

 

O indivíduo não deve se desesperar, não deve dizer que é inútil porque não entende nada. Por duas razões:

 

1)) Quando o indivíduo mergulha em algo e anseia por entende-lo, esse anseio é chamado uma “oração”. Isso é porque uma oração é uma falta, ou seja, ele deseja o que lhe falta, deseja que o Criador satisfaça o seu desejo.

 

O alcance da oração é medido pelo desejo, já que o desejo é maior do que aquilo que ele mais precisa. De acordo com a medida da necessidade também é a medida do anseio.

 

Há uma regra de que naquilo que o indivíduo coloca mais esforço, o empenho aumenta a falta, e ele quer receber o preenchimento por essa deficiência. Além disso, um desejo é chamado de “uma oração”, é considerado “o trabalho do coração”, já que “o Misericordioso quer os corações”.

 

Só então o indivíduo pode oferecer uma oração verdadeira. Porque, quando ele mergulha nas palavras da Torá, o coração deve estar livre de outros desejos e dar à mente a força para poder pensar e escrutinizar. Se não há nenhum desejo no coração, a mente não consegue fazer o escrutínio, como disseram nossos sábios: “Sempre há aprendizado onde há desejo do coração.”

 

Para que a oração do indivíduo seja aceita, deve ser uma oração completa. Por isso, quando faz um escrutínio de forma completa, o indivíduo extrai dele uma oração completa, e então sua oração pode ser aceita, porque o Criador ouve uma oração. Mas há uma condição: a oração deve ser completa e não pode ter outras coisas misturadas no meio dela.

 

B) A segunda razão é que, nesse momento, como o indivíduo está separado em alguma medida da corporeidade e está mais perto da qualidade da doação, é um tempo melhor para se conectar com a internalidade da Torá, a qual é revelada àqueles que tem equivalência de forma com o Criador. Isso é porque a Torá, o Criador e Israel são um. Contudo, quando o indivíduo está num estado de auto-recepção, ele pertence à externalidade e não à internalidade.

                                     

(Tradução de Poliana Pasa)

 

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