quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (39)

Como dito acima, os Impactos entre a Ohr Pnimi e a Ohr Makif transformam a Masach de Malchut Mesayemet na Masach de Malchut, que realiza um Zivug em Peh de Rosh. Então, o Bitush da Ohr Makif enfraquece o poder restritivo da Masach fazendo com que, de todo o Aviut de Guf da Masach de Rosh, reste apenas as tênues Reshimot (semelhantes ao Aviut da Masach de Rosh), o que leva à unificação da Masach de Guf com a Masach de Rosh. Como resultado, isso habilita a Masach de Guf a realizar o mesmo Zivug de Haka'a que a Masach de Rosh.

 

Desse Zivug, emerge um novo Partzuf que possui suas próprias 10 Sefirot e cujo nível está um grau acima do Partzuf anterior. Ao mesmo tempo, as Reshimot de Aviut que originalmente estavam na Masach de Guf são recuperadas. Essa diferença separa a Masach de Guf da Masach de Rosh

 

Quando a sua verdadeira natureza se manifesta, ela não pode permanecer em Peh do Partzuf mais elevado uma vez que, no Mundo Espiritual, a mudança de propriedades separa um objeto do outro. Portanto, ela é obrigada a descer e tornar-se um Partzuf individual. Ainda assim, o Rosh do novo Partzuf está no nível do Guf do Partzuf mais alto, pois nasceu da sua Masach de Guf.

 

Essa distinção entre eles os divide em dois Partzufim diferentes e, sendo que o novo Partzuf emerge da Masach de Guf do Partzuf anterior, este se relaciona com o seu superior da mesma forma que um ramo se relaciona com sua raiz.

 

As Reshimot são a Ohr Makif que estava no interior do Partzuf e que saiu dele. Por isso, ela mantém uma conexão especial com o Kli.

 

A tela já fez um Zivug de Haka'a nos seus desejos anteriores, recebeu a Luz e certificou-se de que ela chegasse apenas até o Tabur. Ela sabe que isso é errado e não levará à Gmar Tikun. Então, quando seus desejos de receber a Luz pelo Criador são reativados, eles emergem um nível abaixo. Isso significa que o novo Partzuf receberá a Luz em um nível menor.

 

A primeira e a segunda porções de Luz são unificadas de forma a corresponderem à quantidade total da Luz que adentrou Malchut do Mundo do Infinito. Agora, Malchut deve receber toda a Luz que ela continha antes do TA com a nova intenção de receber não em benefício próprio, mas para agradar ao Criador, isto é, com a ajuda da Masach e da Ohr Hozer.

 

O segundo Partzuf difere do primeiro nas suas propriedades, portanto, ele surge não de Peh, como o primeiro, mas abaixo de Peh, ou seja, como se fosse uma cabeça mais baixo que o primeiro Partzuf. Mesmo assim, sua cabeça é considerada Guf do primeiro Partzuf, pois ele emerge da Masach de Guf do primeiro Partzuf. O segundo Partzuf é o resultado final do primeiro e se ramifica dele como uma copa ramifica-se do tronco.

 

Quando a primeira Masach em Peh de Rosh rejeita a Luz, ela se coloca em uma posição independente em relação ao doador. A segunda Masach, no Guf, diz que pode receber apenas em benefício do anfitrião. Ela possui cinco desejos e o Partzuf preenche cada um deles em cerca de 20%. O restante dos desejos permanecem vazios, pois a Masach não é forte o suficiente.

 

Ao receber a Luz no seu interior, a segunda tela desce. A Ohr Makif continua a interagir com o Partzuf: ela o pressiona e tenta preencher os desejos remanescentes. A Masach de Guf não consegue suportar isso e ascende ao nível da Masach de Rosh, e a Luz deixa o Partzuf. A Masach unificada realiza um novo Zivug e, como resultado, um novo Partzuf surge um nível abaixo do anterior, o qual difere quanto à qualidade da Luz.

 

A peculiaridade é que o Partzuf AB não nasce da Masach de Rosh de Galgalta, mas da Masach de Guf. O que é estranho, pois ocorreu um Zivug no Behina Guímel, no Rosh de Galgalta. Isso é explicado no "Estudo das Dez Sefirot", parte três, resposta 310. Enquanto a Masach de Guf, isto é, a Masach de Behina Dalet, ascende ao Peh de Rosh, ela se funde com o Aviut de Rosh, que é um "Aviut ascendente". Entretanto, ele é um Aviut de Behina Guímel, não de Dalet, pois o Aviut de Behina Dalet é a Masach de Guf, que nunca utilizou o Aviut Guímel.

 

Aqui, podemos determinar dois conceitos fundamentais:

 

1.    A Essência. Essa é a Masach de Guf, que eleva-se à Rosh exigindo ser preenchida. Por isso que a Masach de Rosh de Galgalta realiza um Zivug em Behina Guímel. Quando a essência da Masach elevada torna-se clara, ela desce novamente ao Guf, não ao Tabur (Behina Dalet) mas ao Chazeh (Behina Guímel). Esse Behina não é chamado de "filho ou descendente", mas de "Partzuf AB Pnimi", ou seja, Partzuf AB, que se expande no interior dos Kelim vazios de Galgalta e é considerado Guf de Galgalta, pois emerge de um Zivug no Rosh de Galgalta.

 

2.    A Inclusão. Depois da Masach de Guf ter descido ao Chazeh, as Reshimot do Aviut "descendente" são ativadas durante sua presença em Malchut de Rosh.

 

Ocorre que, em relação a AB Pnimi, essa é a Masach HaMesayem (que limita a expansão da Luz), nascida de um Zivug no Aviut Guímel em Peh de Rosh de Galgalta. Contudo, no que diz respeito à propriedade da "inclusão", ela é Masach HaMizdaveg (que interage com a Luz).

 

Então, ela atrai novamente a Luz, realizando um Zivug de Haka'a no Behina Guímel, para que o Rosh AB saia do Chazeh e suba até Peh de Galgalta. O Peh de AB está no nível do Chazeh de Galgalta, enquanto que o Guf de AB expande-se para baixo até o Tabur de Galgalta. Ocorre que AB Pnimi expande-se no interior dos Kelim de Galgalta e AB Hitzon (de fora) veste-se nele de forma que mesmo seu Rosh esteja no lugar do Guf de Galgalta. AB Pnimi espalha-se do Rosh de Galgalta (Behina Dalet) para o interior dos Kelim vazios de Behina Dalet, mas AB Hitzon não tem qualquer relação com Behina Dalet.

 

Dois objetos unificados são completamente semelhantes em seus desejos. Na mesma medida que a Masach puder suportar o egoísmo, o Kli torna-se semelhante ao Criador nas suas propriedades, recebendo a Luz dentro de si com a intenção pelo Criador. A comparação das propriedades é a comparação de intenções, mas isso não significa que ambos tornem-se um objeto único: eles continuam sendo dois objetos, mas suas propriedades são tão semelhantes que, neste momento, da nossa perspectiva, não há diferença.

 

Quanto mais o Partzuf recebe, mais se torna semelhante ao Criador nas suas intenções, e menos nas suas ações. Para tornar-se semelhante ao Criador, a pessoa deve desenvolver o seu próprio egoísmo, a fim de receber mais em benefício do Criador, mas isso levará a uma diferença ainda maior entre a criação e o Criador nas suas ações. Quando a Masach em Peh de Rosh rejeita toda a Luz, ela se torna, por assim dizer, semelhante ao Criador nas suas ações, pois ela também não recebe, mas se isola Dele na sua intenção.

 

O método da auto-restrição é errôneo. Não há necessidade de jejuar e rejeitar prazeres, pelo contrário: o Criador aumenta o egoísmo do homem na medida em que ele pode utilizar a tela e trabalhar com ela. Assim, das duas telas mencionadas acima, a tela do Guf pode levar ao Espiritual.

 

Entretanto, se a tela está apenas em Peh de Rosh, então, o homem é como uma pedra que não precisa de nada, que não tem movimento interior. Nunca foi claro como o egoísmo pode levar ao Espiritual, uma vez que o propósito da Criação implica a recepção de prazer.

 

O Kli não vê o que está fora de si. Todos os nossos nomes ("Ohr Makif", "pressão de fora", "ainda não entrou") são conceitos pertencentes à linguagem do nosso mundo a partir dos quais precisamos imaginar, de alguma forma, uma ação espiritual. Apesar disso, não há, de fato, uma Luz pressionando de fora, e não há prazer nisso. O Kli interno do homem sentirá prazer se essa Luz estiver dentro dele. Dessa forma, para que eu tenha desejo suficiente pelo prazer, devo de alguma forma imaginar e sentir esse prazer. A Luz é uma reação interna do Kli a um tipo de influência emanada pelo Criador, isto é, a Luz corresponde à nossa "resistência". Tudo depende de como o Kli irá reagir a essa influência. Apenas a Ohr Pnimi que penetra o Kli é a medida da semelhança com o Criador.

 

Todos os Partzufim, desde o Mundo do Infinito até o nosso mundo, nascem de acordo com o mesmo princípio: o Partzuf mais baixo deriva do mais alto.

 

O homem não deve nunca pensar sobre o que acontecerá com ele no próximo instante. Mas deve sempre utilizar o momento presente, tentando penetrar constantemente na sua profundidade. O momento seguinte nascerá deste, mas a pessoa não deve esperar que ele venha e nem pensar sobre como será. A passagem para o Mundo Espiritual depende do discernimento interior do presente.

 

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