domingo, 6 de dezembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (40)

A diferença entre o Partzuf mais baixo e o mais alto consiste no fato de que cada Partzuf mais baixo aparece em um nível diferente, abaixo, do anterior. Como mencionamos, esse nível é determinado pelo Aviut de Masach, que consiste de cinco Behinot. O nível mais alto da Luz e o Behina mais baixo dos Kelim do Partzuf predecessor não existem nos subsequentes. Quanto menor o desejo que utilizo com a tela, menor a qualidade da Luz que recebo no meu Partzuf.

 

O Impacto entre a Ohr Makif e a Ohr Pnimi na tela que as separa contribui para a perda do último Behina de Aviut da sua Masach. Portanto, Behina Dalet desaparece do Partzuf Galgalta, a fim de que não permaneçam Reshimot disso.

 

Depois que a Masach de Guf se eleva e se funde com a Masach de Peh, realizando um Zivug de Haka'a no Aviut que restou das Reshimot da Masach, surge um Partzuf em um nível abaixo, isto é, o Partzuf Chochmá. O Behina Dalet dos vasos também está ausente ali, assim como a Luz de Yechidá. Devido à transformação das propriedades, um novo Partzuf AB se separa do Partzuf Galgalta e se torna independente, mas considerado seu descendente.

 

Se eu aceito 20% de cinco porções, isso significa que eu recebo a Ohr Yechidá e o Behina Dalet. Quando o próximo Partzuf surgir, ele virá com a Luz menor, Chayá, e o Kli Guímel, depois, com a Ohr Neshamá e o Kli Beit, então, com a Ohr Ruach e o Kli Aleph e, por último, com a Ohr Nefesh e o Kli Shoresh. Então os desejos recomeçam e, a partir dos 20% dos desejos remanescentes, nascem os cinco Partzufim do Mundo de Atzilut e assim por diante, até que todos os desejos de Malchut do Mundo do Infinito sejam utilizados.

 

Todos os Partzufim dos cinco Mundos receberam tanta Luz quanto havia em Malchut do Mundo do Infinito, mas de forma gradual e com a ajuda da tela. Independentemente de qual porção tomemos como exemplo, ela sempre consistirá de cinco partes, ainda que muito pequenas. O Kli é criado a partir de cinco desejos e é necessário realizar um Zivug de Haka'a em cada um deles.

 

Se o homem ainda não corrigiu seus Kelim, então, quanto menos egoísmo tiver, mais próximo estará do Criador. Já quando adquire a tela, quanto maior for o seu egoísmo melhor, pois mais próximo estará do Criador. Tudo depende da presença da tela. Para tornar um Kli adequado para o uso, a Luz primeiro precisa entrar nele e depois desaparecer, para que o Kli fique totalmente distante do Criador. Com mais correções, ele será capaz de realizar uma escolha e novamente fundir-se com o Criador.

 

Adentrar o Mundo Espiritual só é possível se existe uma tela para todos os seus desejos. Entretanto, se não há desejos, também não há a necessidade de Masach. Assim, se não possui desejos, o homem é incapaz de entrar no Mundo Espiritual, uma vez que não tem nada a corrigir.

 

A subida aos níveis espirituais ocorre em três linhas: esquerda, direita e central. Ao receber novas porções de egoísmo, o homem instala uma tela mais forte sobre elas. Com isso, ocorre um Zivug de Haka'a entre a tela e a Luz e, como resultado, o homem recebe uma nova porção da Luz e ascende ao nível seguinte.

 

Se o homem tem grandes desejos, mas a força de resistir a eles (a tela) é pequena, logo, ele recebe a Luz conforme a sua tela e gera um Partzuf pequeno. Assim, quando for capaz de suportar uma nova porção de egoísmo, o seu Partzuf se expandirá indefinidamente até receber uma tela para todos os seus desejos.

 

Isso se chama "Gmar Tikun". Quanto "maior" for o homem, mais desejos ele tem e mais forte é a tela que adquire. Tal homem tem grandes recebimentos, pois é capaz de prevalecer sobre seus desejos mais grosseiros. Os desejos são enviados ao homem de Cima quando ele for capaz de pedir correção.

 

Os desejos insuficientes do nosso mundo, a Ner Dakik, desviam a nossa mente, ocupam nossos pensamentos e têm tanto comando sobre nós que não sabemos o que fazer com eles, como nos livrar deles. Toda nossa vida concentra-se na busca de uma oportunidade de satisfazer esses desejos animais. O egoísmo em si mesmo não deve ser destruído, a pessoa deve apenas colocar dois tipos de tela sobre ele: a primeira é parar de receber para si mesmo, e a segunda é começar a receber em benefício do Criador.

 

Realiza-se um Zivug de Haka'a no Rosh, isto é, eu calculo o quanto posso receber com a intenção de agradar o Criador. A este cálculo, segue-se a recepção da Luz no Guf, de Peh a Tabur. O Tabur é o limite da recepção com a intenção pelo Criador. A Luz que o Kli for incapaz de receber, Ohr Makif, o incita a receber mais, do contrário, ela não cumpriria o Propósito da criação. Mas o Kli sabe que é incapaz de receber mais em benefício do Criador e, caso receba a mais, mesmo que um pouco, isso já seria para o seu próprio prazer.

 

Não há outra saída além de superar esse estado de impasse, isto é, expulsar toda a Luz recebida. O Kli compreende que, mesmo se puder receber no futuro, não será a mesma quantidade que recebe neste momento, mas menos, e com uma Masach mais fraca.

 

A Masach perde sua força, eleva-se a Peh de Rosh junto com as Reshimot que recebeu das quatro Luzes nos quatro Kelim. O Aviut Dalet foi perdido no Tabur depois do Bitush da Ohr Makif na Masach, portanto, o Kli não é capaz de receber a Ohr Yechidá dali em diante. Entretanto, ele ainda não realizou a restrição nos níveis restantes de Aviut e, como consequência, não sabe o que poderá ou não receber.

 

Agora, quando a Masach está em Peh de Rosh, o Kli sente que pode receber um pouco mais de Luz. Então, todas as suas Reshimot despertam, e ele tenta receber em Behina Guímel. A Masach desce ao Chazeh, realiza um Zivug de Haka'a e, então, surge um novo Partzuf AB. Entretanto, todas as Reshimot de AB vêm do Guf de Galgalta.

 

Qual é a diferença entre esses dois conceitos: a tela e a Restrição, a Masach e o Tzimtzum? A restrição significa a completa recusa em receber. A tela significa a recepção de uma parte e a rejeição das outras. Rabi Baruch Ashlag traz o seguinte exemplo: cada vez que um alcoólatra comparecia a um casamento, ele bebia até desmaiar, caía e dormia no chão. Depois, nem sua esposa permitia que entrasse em casa. Envergonhado da sua desgraça, o homem decidiu parar de frequentar casamentos de uma vez por todas, pois era incapaz de se controlar. E, assim, começou. Passado um tempo, decidiu que poderia comparecer às festividades e se permitir beber meio copo de vinho, uma quantidade que não poderia lhe fazer mal. Então, ele fez. Conclusão: uma restrição significa abster-se de frequentar festas, enquanto que a tela significa que a pessoa vai às festas, mas decide consumir uma pequena porção.

 

Há dois tipos de Reshimot. O primeiro tipo é a Reshimo de Itlabshut, isto é, as memórias dos prazeres com que a pessoa foi preenchida. O segundo é a Reshimo de Aviut, que é a recordação dos desejos através dos quais o preenchimento ocorreu, e quão forte e espessa era a tela utilizada.

 

O "desejo de receber" no Kli é gerado pelo Criador. O Kli recebe Dele o "desejo de doar", isto é, opõe-se ao seu "desejo de receber" natural e genuíno. Digamos que eu tenha 20% do "desejo de doar". Ele é chamado de firmeza da tela: eu sou capaz de resistir ao meu desejo de receber prazer em 20%. Isso significa que nesses 20% eu posso receber a Luz pois, neles, não recebo em meu benefício, mas pelo Criador. É como uma mãe que recebe prazer quando seu bebê está alegre. O Criador sente prazer quando eu recebo prazer. Os desejos restantes, não incluídos nestes 20%, permanecem vazios. Eu não trabalho com eles.

 

O que é Cabalá? Primeiro, pegamos nossos desejos interiores, os quebramos em pequenos elementos ou vetores e construímos diversos gráficos. Essa é a psicologia interior do homem, não como uma criatura deste mundo, mas de alguma entidade gerada pelo Criador com todas as forças que o Criador lhe confere. Então, estudamos de que forma, através destas forças, o homem alcança o Criador. Esta é uma breve explicação do que é a Cabalá. A pessoa não deve vê-la como um ensinamento místico sobre forças sobrenaturais secretas que existem fora do Universo. A ideia principal da Cabalá sugere que, durante o processo de aquisição de forças não egoístas, a pessoa pode tomar uma parcela de egoísmo e trabalhar com ela de uma forma diferente.

 

Primeiramente, a tela que estava em Peh de Rosh não queria receber nada, depois, ela calcula o quanto pode receber pelo bem do Criador. É um esforço maior do que não receber nada em benefício próprio. Como resultado, a tela que está em Peh de Rosh é dividida em duas telas. A primeira diz que eu não quero nada para mim mesmo. É a reflexão completa da Luz, sua rejeição, o cumprimento do TA. A segunda tela, que até então esteve inativa, também permanece ali. Depois de cumprir as condições do TA, eu passo a tentar receber um pouco de Luz em benefício do Criador.

 

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