segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (41)

Depois da formação do Partzuf AB, ocorre o impacto entre a Ohr Makif e a Ohr Pnimi sobre a Masach de Guf de AB (de Aviut Guímel). Esse impacto contribui para a perda do último Behina da Reshimo de Masach. A Masach eleva-se ao Peh de Rosh e, ali, realiza um Zivug de Haka'a apenas no Aviut de Behina Beit. Esse Zivug forma as 10 Sefirot do nível de Biná, isto é, o Partzuf SAG do Mundo de Adam Kadmon, que não possui nem os Kelim de ZA e Malchut, nem as Luzes de Yechidá e Chayá.

 

Quando o Partzuf SAG expande-se no interior do Rosh e do Guf, resulta em um Bitush Ohr Makif na sua Masach de Guf e na perda do último Behina de Aviut da Masach, então ocorre o Behina Beit. A Masach de Reshimot de Aviut de Behina Aleph e superiores eleva-se a Peh de Rosh e realiza um Zivug em Behina Aleph, o que forma as 10 Sefirot do nível de Tiferet (ou ZA). Os Kelim Biná, ZA e Malchut, e as Luzes de Yechidá, Chayá e Neshamá não se encontram neste Partzuf.

 

O Behina Dalet em SAG possui desejos? Ou eles são restringidos juntamente com os desejos de Behina Guímel? Existe algum desejo em Behina Dalet de AB ou eles também são restringidos?

 

Todos possuem esses desejos. Nos referimos apenas ao "desejo de receber", sem o qual não há criação. Entretanto, havia o risco de que as almas pudessem "roubar", receber em benefício próprio, então a correção ocorre, tornando-as incapazes de ver qualquer coisa.

 

Agora, examinemos o que se diz: "Toda terra será preenchida com Sua Glória", isto é, todos devemos sentir a Sua existência. Então por que não podemos de fato senti-la? Isso é assim porque "Toda terra será preenchida com Sua Glória" trata-se do ponto de vista do Criador, mas a fim de impedir que a criação receba em benefício próprio, ocorre a Restrição. Sem divisar o prazer, o homem não busca a espiritualidade.

 

A introdução ao "Estudo das Dez Sefirot" diz que se o sistema de recompensa e castigo estivesse revelado, assim que a pessoa comesse algo proibido ela se engasgaria com a comida. Quem ousaria, então, comer o que fosse proibido? Ou, o contrário: Se o homem sentisse um enorme prazer quando vestisse o Tzitzit (um manto ritual de orações), ele nunca o tiraria. Portanto, se sentíssemos o prazer espiritual, nós imediatamente o desejaríamos em nosso benefício.

 

Existe apenas uma lei inerente ao egoísmo: "Trabalhar menos e receber mais", ele não conhece nada mais. Assim, o que a pessoa pode fazer se não consegue nem ver e nem receber nada? O Criador nos diz: "Eu dou tudo livremente e vocês devem doar livremente". Devemos alcançar o nível em que consigamos doar sem esperar nenhuma recompensa. Por isso, houve o Tikun (correção), não podemos ver e nem "roubar". Está escrito na Gemará (Tratado de "Sanhedrin"): "Adam HaRishon foi um ladrão" (ele roubou do Criador).

 

No princípio, era o domínio do Criador, isto é, tudo o que Adam HaRishon fazia tinha o propósito da doação, nada era em seu benefício. Entretanto, ao ver a imensa Luz, ele não foi capaz de recebê-la com a intenção de doar, e a tomou para si. Isso é o que significa "que ele toma a Luz do domínio do Criador para si mesmo"; como consequência, ele é chamado de "um ladrão".

 

Para garantir que isso nunca mais aconteça, estebeleceu-se a correção das almas, por isso que elas não conseguem ver nada. O homem não deveria pedir recebimentos e alturas espirituais, mas Kelim para conseguir ver.

 

Para nomear um Partzuf, não é preciso dizer em qual Behina ocorreu um Zivug, basta dar o seu valor numérico, a Gemátria, a fim de se saber como ele é qualitativamente. Yud-Hey-Vav-Hey é a base de qualquer Kli. Malchut do Mundo do Infinito e todo o Universo consiste dessa mesma e única estrutura. A quantidade de matéria dessa estrutura, isto é, a utilização de um desejo com a intenção correta equivale à Luz recebida pelo Partzuf. O valor numérico denota a quantidade e a qualidade dessa Luz.

 

O Partzuf Galgalta corresponde à toda Malchut do Mundo do Infinito e possui a maior tela no Universo. Se ele recebesse o máximo da sua capacidade em prol do Criador, como poderia haver espaço para outro Partzuf? O que AB pode acrescentar àquilo que Galgalta ainda não recebeu?

 

Ocorre que AB também corresponde à Malchut do Mundo do Infinito, e ela pode receber a Luz que Galgalta não pôde. A tela do Partzuf seguinte é mais fraca: ela interage com uma Luz de qualidade diferente, muito menos poderosa que a de Galgalta e, como consequência, AB pode receber uma porção adicional de Luz.

 

Cada Partzuf subsequente recebe a Luz de uma qualidade mais baixa. Cada novo Partzuf é um estado absolutamente novo. AB atrai os seus desejos do Sof de Galgalta, isto é, trabalha com desejos que o Partzuf predecessor não era capaz de trabalhar. Galgalta quis receber a Ohr Yechidá, enquanto que AB, apenas a Ohr Chayá.

 

Quando Malchut do Mundo do Infinito expulsa toda a Luz, ela é chamada de Dalet de Aviut e Dalet de Hitlabshut. E mostra que contém as Reshimot de todo o Mundo do Infinito. Galgalta passa a trabalhar com essas Reshimot, realiza um Zivug de Haka’a em Dalet/Dalet e recebe a Luz correspondente. Quando ocorre o Bitush Pnim u Makif, permanecem o Dalet de Histlabshut e Guímel de Aviut. O Dalet de Aviut desaparece, pois o Partzuf decide não trabalhar mais com ele, então o anula.

 

Existe uma relação inversa entre o Kli e a Luz. Quanto menor o Kli, mais próximo ele está da Luz em suas propriedades. Digamos que eu tenha cinco desejos egoístas, do mais puro ao mais grosseiro. O meu desejo mais puro é o mais próximo do Criador, enquanto que o mais grosseiro é o mais distante. Malchut tem cinco desejos: Shoresh, Aleph, Beit, Guímel e Dalet. Colocando de forma mais precisa: essas são as cinco fases do desenvolvimento do mesmo "desejo de receber". Shoresh é o desejo mais puro e mais elevado, portanto, é o que está mais próximo do Criador.

 

Quando Malchut instala a tela sobre o seu desejo egoísta, a lei que afirma que o desejo mais puro está mais próximo do Criador permanece inalterada. Além disso, a intenção em benefício do Criador é instilada nele, e é exatamente essa intenção que o permite receber mais Luz do que um desejo tão pequeno receberia. Malchut com Masach "atrai" a Luz, mas esta é recebida por Keter (a parte mais pura e elevada do Kli), e não por Malchut.

 

Os elementos principais do Universo são:

 

-         A Luz que emana diretamente do Criador;

-         O prazer do "desejo de receber" egoísta criador por Ele;

-         A tela que emerge como reação à Luz recebida

 

A Cabalá estuda esses elementos nos seus diversos estados. A correspondência harmoniosa entre a tela, a Luz e o desejo constitui a alma, que dita suas leis aos anjos, aos Levushim e aos objetos materiais.

 

Cada Partzuf preenche Malchut do Mundo do Infinito. Assim, os Partzufim ocultam da Luz o seu ponto mais interno. Nós somos o ponto central. Portanto, no que nos diz respeito, todos os Mundos, todos os Partzufim, são as telas restritoras. Por outro lado, dizemos que todos os Mundos foram criados em uma ordem descendente, isto é, antes da existência do homem.

 

Os mundos são as medidas de ocultação do Criador. Galgalta oculta 20% do Criador para o Partzuf abaixo dele, então, AB vê apenas 80% do Criador. Mesmo assim, esses 80% são o Criador para ele, portanto, eles são, na verdade, 100% para AB. Isso segue assim até que os cinco Mundos, que consistem de cinco Partzufim, sendo que cada Partzuf consiste de cinco Sefirot, ocultem plenamente de nós a Luz do Criador por trás de 125 telas. A Luz não alcança de forma alguma o nosso mundo. Estamos atrás da tela e não conseguimos ver nem sentir o Criador.

 

Por outro lado, à medida que o homem ascende e atinge o nível de algum Partzuf, ele constrói uma tela equivalente a esse Partzuf e, ao fazê-lo, elimina a ocultação do Criador naquele nível. Ao elevar-se ao nível seguinte, o homem neutraliza sua ocultação com a ajuda da sua tela, recebendo o Criador naquele nível, e assim por diante. No instante em que anula todos os filtros, ele alcança todos os níveis que o separam do Criador. Os Mundos foram criados para nos ensinar como agir em cada situação. Portanto, a ocultação do Criador é descendente, enquanto que a revelação ocorre na direção oposta. Os degraus, pelos quais a alma sobe, por assim dizer, desaparecem depois disso.

 

O Partzuf mais baixo conhece o anterior e compreende que é incapaz de receber tanta Luz quanto aquele. Entretanto, a fim de prover de Luz o Partzuf mais baixo, cada Partzuf mais alto deve enviar seu pedido por Luz (chamado MAN) para o Partzuf acima de si. Uma vez que cada novo Partzuf é um desejo absolutamente novo que, depois do TA, nunca foi preenchido de Luz, cada novo Partzuf leva a um novo recebimento, superando o Partzuf anterior tanto em qualidade quanto em quantidade.

 

A Luz recebida por cada Partzuf subsequente vem a ele através do Partzuf anterior. Todos os Partzufim pelos quais ela passa recebem sua parcela de Luz, e essa porção é imensuravelmente maior que a quantidade de Luz que será recebida pelo último desta cadeia. Apenas Galgalta recebe a Luz diretamente do Mundo do Infinito.

 

Todas as nossas ações são baseadas nos nossos desejos. A mente desempenha apenas um papel auxiliar nisso. A mente percebe, de forma consciente, apenas o que penetra os sentidos, ela calcula e os analisa. Quanto mais amplas e profundas forem as sensações, mais a mente é necessária para o seu processamento.

 

Se pensarmos em uma pessoa que estuda Cabalá e se entrega a algum tipo de trabalho interior, então, quanto mais sutil for o trabalho, mais flexível e precisa a sua mente deve ser a fim de diferenciar e analisar suas sensações para chegar a conclusões adequadas. Entretanto, a mente sempre permanece como uma ferramenta auxiliar do desejo. A mente é necessária apenas para a obtenção do objeto desejado. Todos nós desejamos o prazer, e a mente nos auxilia na conquista desse prazer. Se o homem deseja fazer uma pesquisa científica, sua mente o ajuda a chegar lá. O homem acredita que vive apenas pela sua mente, portanto, ele está acima de todas as demais criaturas.

 

Nenhum comentário:

Shamati (130)

    130. Tiberias dos nossos sábios, boa é a sua visão (Ouvi em 1 º de Adar, Tav - Shin - Zayin , 21 de fevereiro de 1947, em uma via...