segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (64)

64. A origem da interação entre Malchut e Biná, o TB, torna-se aparente apenas abaixo do Tabur do Mundo de AK, quando o Partzuf Nekudot de SAG se expande ali. Por esse motivo, as dez Sefirot do Mundo de Nikudim que emergiram de acordo com as leis do TB não puderam se expandir acima do Tabur de AK, uma vez que nada pode se manifestar acima da sua origem, sua raiz. Portanto, já que o TB impera do Tabur para baixo, o Mundo de Nikudim também teve de se expandir ali.

 

Dessa forma, assim como ocorreu aos outros Partzufim afetados pelo impacto entre as Luzes Interna e Circundante, a tela do Partzuf SAG começou a perder força e a ascender ao Peh de Rosh. Devido a esse estágio intermediário, o Partzuf Nekudot de SAG começa a tomar forma. Ele possui as Reshimot Beit/Beit, isto é, constitui-se da pura Biná, e por isso pode expandir-se em qualquer lugar, inclusive abaixo do Tabur de Galgalta, preenchendo os desejos que os Partzufim anteriores não podiam.

 

As Nekudot de SAG podem utilizar seus desejos de uma forma que nem Galgalta nem SAG poderiam. O Partzuf Galgalta utilizava apenas 20% em prol do Criador acima do Tabur, restringindo os desejos restantes, NHYM, abaixo do Tabur. SAG já não podia receber pelo Criador de forma alguma, apenas doar, pois se o fizesse, essa recepção seria egoísta por não possuir tela nos seus desejos de recepção.

 

Por que SAG não desce imediatamente abaixo do Tabur? Isso ocorre porque SAG possui Guímel de Hitlabshut, uma mínima luminescência de Ohr Chochmá, que não permite a descida abaixo do Tabur. Quando a Masach eleva-se ao Peh de Rosh e o Guímel de Hitlabshut desaparece resta apenas Beit de Hitlabshut, a pura Biná, sem Ohr Chochmá. Com isso, as Nekudot de SAG podem descer abaixo do Tabur, pois se recusam a receber nos seus Kelim e desejam apenas desfrutar da doação, isto é, receber Ohr Hassadim. Esse é o trabalho da pura Biná.

 

Quando SAG desce abaixo do Tabur, encontra desejos para os quais não possui resistência. AB e Galgalta também recusam receber qualquer coisa abaixo do Tabur, mas além da Ohr Hassadim havia também a luminescência de Ohr Chochmá recebida nos Kelim acima do Tabur, em benefício do Criador. As Nekudot de SAG que, por natureza, não desejam receber e cuja estrutura é similar à NHYM de Galgalta, começam a se integrar a esses desejos.

 

Ao perceber a luminescência de Ohr Chochmá, que gera um enorme prazer, elas passam a "desejar receber” esse prazer, ainda que não possuam tela adequada, sendo impróprias para a recepção. A lei do TA rapidamente entra em ação e impede a Luz de entrar nos vasos egoístas. Como resultado, a Luz desaparece deles e Malchut do Mundo do Infinito eleva-se à Biná restringindo a recepção da Luz nos vasos egoístas. É assim que ocorre o Tzimtzum Beit, TB, a Segunda Restrição.

 

Nem SAG poderia utilizar seus vasos egoístas em prol do Criador. E mais: os Partzufim subsequentes, MA e BON, não serão capazes de receber nada pelo Criador.

 

O Tzimtzum Beit impede o uso dos Kelim egoístas. Seu uso é restringido e eles são isolados, trabalhando-se apenas com os Kelim altruístas. Quando essa informação chega ao Rosh de SAG, a estrutura do Partzuf seguinte é planejada de antemão, levando em conta o Tzimtzum Beit, então se realiza um Zivug, não no Peh de Rosh, mas no Nikvey Eynaim. Desse ponto para cima, concentram-se apenas os desejos de doação.

 

A mesma estratégia é utilizada no Guf do Partzuf, onde a Luz pode penetrar apenas os vasos de KaHaB HaGaT, ou seja, da metade de Tiferet para cima. Na realidade, as mesmas 10 Sefirot permanecem tanto no Rosh quanto no Guf, a única diferença é o nível com que são utilizadas. Isso significa que não se utiliza o máximo da capacidade de cada Sefirá (Keter, Chochmá, Biná, etc), somente até uns 60%. Sendo assim, dizemos que um Zivug é realizado apenas em GE, KaHaB HaGaT, entretanto, esses são meros termos.

 

Só é possível utilizar o AHP, os vasos de recepção, se eles forem nominados como vasos de doação, sendo “elevados” acima da fronteira entre os vasos receptores e doadores, a Parsá. Contudo, apesar de AHP serem considerados agora como vasos de doação e estarem aptos a receber somente Ohr Hassadim, os AHP elevados atraem natural e automaticamente uma leve luminescência de Ohr Chochmá. Esse processo é chamado de “AHP de Aliyah”, a ascensão dos desejos egoístas. Em outras palavras, eles alcançam sua correção unificando-se com o Partzuf superior.

 

A Masach, que fica no Peh de Rosh de Galgalta, possuía Aviut Dalet e por isso realiza um Zivug em todos os desejos. Entretanto, apenas 20% de cada um deles passa a ser utilizado pelo Criador, enquanto que 80% não participa na recepção pelo Criador, pois a força anti-egoísmo da tela não é suficiente para eles. Somente os vasos altruístas acima do Nikvey Eynaim são utilizados nas Nekudot de SAG depois do Tzimtzum Beit por possuírem o “desejo de doar” em benefício do Criador.

 

A totalidade do Universo representa uma corrente de causa e efeito que inicia com o primeiro estado, quando Malchut do Mundo do Infinito está completamente preenchida de Luz, e vai até sua correção final, quando novamente estará preenchida de Luz. Esse processo é controlado com a ajuda das Reshimot. Começando pelo Mundo do Infinito, Malchut gradualmente separa todos os seus prazeres e instala uma tela sobre eles, o que deixa Reshimot de todos os seus estados até sua correção final.

 

As Reshimot sozinhas determinam o nascimento do Partzuf seguinte com base no anterior. É somente essa informação sobre o passado que abre a possibilidade de se trabalhar com a tela. Apenas a Luz que preenchia o Partzuf anterior pode fornecer as informações sobre o prazer e os desejos que ali existiam para o Partzuf seguinte, que as transfere ao próximo. De outro modo, nada saberíamos sobre a Luz ou o Prazer. As Reshimot no Partzuf fazem com que ele deseje, busque e vá atrás de coisas novas. Nós meramente seguimos as instruções das nossas Reshimot.

 

Conceitos como “foi”, “é” ou “será" não existem por si só no Mundo Espiritual. Essas três concepções já estão incluídas em cada novo estado espiritual. A Reshimo é um estado no qual eu existo, mas que brilha de longe, me atraindo do futuro, incitando o desejo de alcançá-la. A Luz que existia no interior do vaso partiu e agora brilha sobre ele de fora.

 

Há muitos tipos de Reshimot, elas são lembretes do que havia no interior de cada Partzuf. Diferente das Reshimot, a Ohr Makif é a Luz que ainda não penetrou no vaso, mas já brilha sobre ele de fora. Depois da expulsão da Luz de cada Partzuf, diversas informações espirituais permanecem ao seu redor. Nesse ínterim, precisamos de apenas um pequeno vislumbre da Criação, de uma certa ideia dos Mundos Espirituais. Tudo ao nosso redor está no estado de Paz Absoluta.

 

Embora alguém possa tentar ler com entendimento o que está escrito, essa pessoa não deve utilizá-lo como uma avaliação do seu estado: onde está agora, para onde está indo, o que deve fazer. Seu critério deve ser unicamente a quantidade e qualidade dos seus esforços, pois só eles promovem o crescimento espiritual. Apenas os seus esforços podem revelar o Criador, não o seu conhecimento. Ainda que o conhecimento seja necessário, seu papel é mínimo.

 

Se você compreende que seu trabalho, família, filhos e, é claro, seus estudos, são necessários para alcançar apenas um Objetivo, a revelação do Criador, tudo isso é computado como seus esforços. Tudo o que você faz na vida, tudo o que você estuda, tudo isso deve lembrá-lo do Propósito da Criação. Isso também leva ao acúmulo de esforços para chegar ao resultado necessário.

 

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