37. Um artigo para Purim
(Ouvi emTav-Shin-Het, 1947-1948)
Devemos entender diversas precisões na Meguilá
Ester:
1. Está escrito (Ester 3:1): “Depois destas coisas, o Rei Ahashverósh
engrandeceu Haman ben Hamedáta, o agaguita.” Devemos entender o que é “depois
destas coisas”, que significa depois de Mordehai ter salvado o rei. Parece
razoável que o rei deveria promover Mordehai. Mas o que diz? Que ele promoveu
Haman.
2. Quando Ester contou
ao rei, “Porque
fomos vendidos, eu e o meu povo”, o rei perguntou “Quem é esse e onde está
esse?” Isso significa que o rei não sabia nada sobre a questão, apesar de
constar explicitamente que o rei disse a Haman: “Essa prata seja tua, como
também esse povo para fazeres dele o que melhor for de teu agrado.” Portanto,
vemos que o rei sabia, sim, sobre a venda.
3. Nossos sábios disseram sobre “Segundo a vontade de
cada um”: “Raba disse, ‘fazer de acordo com a vontade de Mordecai e Haman’”
(Meguilá 12). É sabido que onde diz apenas “rei” se refere ao Rei do mundo.
Assim, como pode ser que o Criador agiria de acordo com a vontade de um
perverso?
4. Está escrito: “Mordecai sabia tudo o que foi
feito.” Isso implica que apenas Mordecai sabia, já que antes disso está
escrito: “E a cidade de Shushan ficou perplexa.” Portanto, a cidade inteira de
Shushan sabia sobre a questão.
5. Está escrito: “Pois algo que foi escrito com
o nome do rei e selado com o anel do rei não pode ser revertido.” Assim, como
ele deu novas cartas depois, as quais por fim cancelam as primeiras cartas?
6. O que significa
quando os nossos sábios disseram: “Em Purim, o indivíduo deve se intoxicar até que
não possa distinguir o amaldiçoado Haman do abençoado Mordecai”?
7. O que significa
quando os nossos sábios disseram sobre o verso “E a bebida era como estava prescrito”, o
que é “Como estava prescrito”? Rabi Hanan disse, em nome do Rabi Meir, que é “De
acordo com a lei da Torá”. O que é a lei da Torá? Comer mais do que beber.
Para entender o
exposto acima, precisamos primeiro entender a questão de Haman e Mordecai. Nossos sábios
disseram sobre o verso “Segundo a vontade de cada um”, que significa Haman e
Mordecai. Devemos interpretar que o desejo de Mordecai é chamado “A visão da
Torá”, que é comer mais que beber, e o desejo de Haman é o oposto, beber mais
do que comer.
Perguntamos: “Como pode ser que ele faria uma refeição
de acordo com a vontade de um perverso?” A resposta para isso está escrita em
seguida: “Não havia quem forçasse.” Significa que a bebida não era obrigatória,
e esse é o significado de “Não havia quem forçasse.” É como os nossos sábios disseram sobre o
verso “E Moisés escondeu sua face, pois teve medo de olhar”. Eles disseram que,
em troca de “E Moisés escondeu sua face”, ele foi recompensado com “E a imagem
do Senhor ele contempla”. Isso significa que precisamente porque ele não
precisava daquilo (ou seja, ele podia colocar uma Masach {tela} sobre o
desejo) lhe foi permitido receber. Esse é o significado do verso “Concedi força
a um valente” (Salmos 89:19). Significa que o Criador concede ajuda a quem é
valente e capaz de andar nos caminhos do Criador.
Está escrito “E a bebida era como estava prescrito”. O que é “Como estava prescrito”? Porque “Não havia quem forçasse.” Isso significa que ele não obrigou a
bebida, mas uma vez que ele começaram a beber, eles foram levados por ela,
ficaram amarrados à bebida, eles precisavam dela, senão não conseguiriam ir
adiante.
Isso é chamado “obrigar” e é considerado que
eles cancelaram o método de Mordecai. Esse também é o significado do que os
nossos sábios disseram, que aquela geração foi sentenciada a perecer porque
eles desfrutaram da refeição de um perverso.
Em outras palavras, se
eles tivessem recebido a bebida na forma de “Não havia quem forçasse”, eles não teriam
cancelado o desejo de Mordecai, e esse é o método de Israel. Contudo, mais
tarde, quando eles tomaram a bebida na forma de “foram forçados”, seguiu-se que
eles mesmos sentenciaram a lei da Torá a perecer, a qual é a qualidade de
Israel.
Esse é o significado de comer mais do que
beber. Beber se refere a revelar Chochmá (Sabedoria), chamada “saber”.
Comer, por outro lado, é chamado Ohr de Chassadim (Luz da Misericórdia),
a qual é a fé.
Esse é o significado de Bigtan e Teresh, os
quais procuraram colocar as mãos no rei do mundo. “E a coisa se tornou
conhecida para Mordecai… E uma investigação foi feita sobre a questão, e foi
descoberto que era verdade.” A questão de procurar não foi de uma vez só, e
Mordecai não a obteve facilmente, mas a questão dessa falha lhe foi revelada
depois de muito trabalho. Uma vez que se tornou evidente para dele, “Ambos
foram enforcados”. Ou seja, após a sensação de mancha nela, eles foram
enforcados, eles removeram essas ações e desejos do mundo.
“Depois dessas coisas”, ou seja, depois de
todo o trabalho e esforços feitos por Mordecai a partir do escrutínio que havia feito, o rei queria recompensá-lo por seu
empenho em trabalhar apenas em Lishmá (eu Seu nome) e não para si mesmo.
Já que existe uma lei de que o inferior não pode receber nada sem uma carência,
pois não há Luz sem um Kli (vaso), e um Kli é chamado uma “carência”.
Se ele não precisa de nada para si mesmo, como pode receber qualquer coisa?
Se o rei tivesse
perguntado a Mordecai o que deveria lhe dar pelo seu trabalho já que Mordecai é um justo, cujo trabalho é
apenas doar sem qualquer necessidade de ascender em níveis, e que se contenta
com pouco, isso seria incompatível enquanto o rei desejava doar a Luz da Sabedoria,
a qual se estende a partir da coluna da esquerda, o trabalho de Mordecai vinha
apenas da coluna da direita.
O que o rei fez? Ele
promoveu Haman, ou seja, ele deu importância para a coluna da direita. Esse é o
significado de “E colocou o seu assento acima de todos os ministros”. Ademais,
o rei deu a ele o controle, o que significa que todos os escravos do rei se
ajoelhavam e se curvavam perante Haman, “pois assim havia ordenado o rei”, que
ele receberia o controle, e todos o aceitaram.
A questão de se ajoelhar é a aceitação do
comando, pois eles gostavam do jeito de Haman no trabalho mais do que o jeito
de Mordecai. Todos os judeus em Shushan aceitaram o controle de Haman até que
se tornou difícil para eles entenderem o ponto de vista de Mordecai. Afinal,
todos entendem que o trabalho de caminhar pela coluna da esquerda, chamado
saber, é mais fácil que andar nos caminhos do Criador.
Está escrito que eles perguntaram: “Por que
você está transgredindo contra a ordem do rei?” Ao verem que Mordecai persistia
em sua opinião de andar no caminho da fé, eles ficaram perplexos e não sabiam
quem estava certo.
Eles foram e
perguntaram a Haman quem estava certo, como está escrito: “Eles disseram a Haman para ver
se as palavras de Mordecai se sustentariam, pois ele havia lhes dito que é um
Judeu.” Isso significa que a maneira do Judeu é comer mais do que beber, ou
seja, a fé é o rudimento, e essa é a base inteira do Judaísmo.
Isso causou uma grande
perturbação a
Haman. Por que Mordecai não concordaria com a sua visão? Por isso, quando todos
viram a maneira de Mordecai, o qual argumentava que apenas ele estava no
caminho do Judaísmo, e aqueles que tomam outro caminho são considerados
idólatras, como está escrito: “Porém, tudo isso não me satisfaz enquanto vir o
judeu Mordecai sentado no portão do palácio real”, pois Mordecai afirma que
apenas através dele está o portão para o rei, e não através de Haman.
Agora podemos entender
porque está
escrito “Mordecai sabia”, o que significa que era especificamente Mordecai quem
sabia. Mas está escrito “mas a cidade de Shushan ficou perplexa”, o que
significa que todos sabiam.
Devemos interpretar
que a cidade de Shushan ficou perplexa e não sabia quem estava certo, mas Mordecai
sabia que, se houvesse o controle de Haman, isso significaria a aniquilação do
povo de Israel, a obliteração de Israel inteira do mundo. Pois a maneira do
Judaísmo do povo de Israel, cuja base do trabalho é a fé acima da razão,
chamada “Misericórdia coberta”, é acompanhar o Criador de olhos fechados e
sempre dizer sobre si mesmos “eles têm olhos, mas não veem”, enquanto o
controle de Haman sobre a coluna da esquerda é chamado saber, o oposto da fé.
Esse é o significado dos dados que Haman
lançou, já que foi em Yom Kippurim (Dia do Perdão), como está escrito:
“um para o Eterno, e outro para Azazel.” O lote para o Eterno significa um
discernimento da “direita”, o qual é Chassadim (Misericórdia), chamado
“comer”, que é a fé. O lote para Azazel é a coluna da esquerda, a qual é
considerada, de fato, “inútil”, e toda a Sitra Achra (outro lado) deriva
daqui.
Assim, um bloqueio
sobre as Luzes se estende a partir da coluna da esquerda, pois apenas a coluna
da esquerda congela as Luzes. Esse é o significado de “lançou um pur, ou seja, o dado”,
pois ele interpreta o que lançou. Ele diz “pur”, que significa Pi Ohr
(uma boca de Luz).
Todas as Luzes foram bloqueadas através do lote para Azazel,
e percebe-se que ele lançou todas as Luzes para baixo. Haman pensou que “os
justos devem preparar e os perversos devem vestir”.
Em outras palavras, em
relação a
todos os esforços e empenho aplicados por Mordecai, junto com todos que o
acompanharam, sobre a recompensa que eles mereciam, Haman pensou que ele
tomaria essa recompensa. Ou seja, Haman pensou que ele tomaria sob sua própria
autoridade as Luzes que aparecem por meio das correções de Mordecai. Tudo isso
ocorreu porque ele viu que o rei lhe havia dado poder para atrair a Luz da Sabedoria
para baixo.
Portanto, quando ele
veio ao rei dizendo para “destruir os Judeus”, ou seja, revogar o domínio de Israel, o qual é fé
e misericórdia, e revelar o conhecimento no mundo, o rei teria respondido pra
ele: “Essa prata seja tua, como também esse povo para fazeres dele o que melhor
for de teu agrado”, o que significa aquilo que Haman considera adequado, de
acordo com seu domínio, o qual é a esquerda e o saber.
Toda a diferença entre as primeiras e as segundas cartas
está na palavra Judeus. Na “sinopse escrita” (a cópia se refere ao conteúdo
vindo do rei. Depois, a sinopse escrita é interpretada, explicando a intenção
da sinopse) foi dito: “Para que se proclamasse a lei em cada província, de
forma clara a todos os povos para que se preparassem para esse dia.” Não diz
para quem eles deveriam se preparar, mas Haman interpretou a sinopse, como está
escrito: “E segundo ordenou Haman, tudo se escreveu.”
A palavra Judeus está escrita nas segundas cartas, como
consta: “A carta que determinada a proclamação do edito em todas
as províncias foi enviada a todos os povos, para que os judeus se preparassem
para aquele dia, para se vingarem dos seus inimigos.”
Assim, quando Haman
veio ao rei, o rei lhe disse: “Essa prata que havia sido pré-preparada seja tua”, o que significa que
não é preciso fazer mais nada já que “o povo também (seja teu), para fazeres dele o que lhe parece bom.”
Em outras palavras, o
povo já quer que
faça como lhe parece bom, ou seja, o povo quer receber o seu controle. Porém, o
rei não lhe disse para revogar o controle de Mordecai e os Judeus. Ao invés
disso, havia sido pré-ordenado que agora, nesse momento, haveria uma revelação
de Chochmá, a qual é como “alcançou favor perante ele”.
A sinopse escrita foi “para que se proclamasse a Lei em cada província, de forma
clara a todos os povos”. Isso significa que o decreto era para que fosse publicado que a
questão da Revelação da Chochmá é para todas as nações.
Contudo, o documento não disse que a qualidade de Mordecai e dos
Judeus , a fé, deveria ser revogada. Ao invés disso, a intenção era que
houvesse uma Revelação de Chochmá, mas que eles ainda escolhessem Chassadim
(Misericórdia).
Haman disse que, já que é tempo de Revelação de Chochmá,
a Revelação de Chochmá é certamente dada para que se use a Chochmá,
afinal, quem faz algo que não é para ser usado? Se não for usado, segue-se que
a operação foi em vão. Portanto, deve ser a vontade do Criador, e o Criador
havia feito a Revelação para que se usasse a Chochmá.
O argumento de Mordechai foi que a Revelação ocorreu apenas para
mostrar que aquilo que eles tomam para si mesmos, para andar na coluna da
direita, a qual é coberta por Chassadim, não é porque não houve escolha,
e é por isso que eles tomam esse caminho. Parece coerção, ou seja, que eles não
têm outra escolha, pois não há Chochmá revelada no momento. Ao
contrário, agora que há Chochmá revelada, há espaço para escolher a
partir do seu próprio Livre Arbítrio. Em outras palavras, eles escolhem o
caminho de Chassadim mais do que a esquerda, a qual é a Revelação de Chochmá.
Isso significa que a
revelação de Chochmá
foi apenas que eles pudessem revelar a importância de Chassadim, e
que é mais importante para eles do que Chochmá. É como disseram nossos
sábios: “Até agora coercitivamente, doravante de boa vontade.” E esse é o significado de “Os Judeus
observaram e tomaram para eles”. Segue-se que a Revelação de Chochmá
veio agora apenas para que eles fossem capazes de receber o caminho do Judeu
por vontade própria.
E essa foi a controvérsia entre Mordecai e Haman. O argumento
de Mordecai foi que o que vemos agora, que o Criador revela a autoridade de Chochmá
não para que eles recebam a Chochmá, mas para que reforcem o Chassadim,
pois agora serão capazes de mostrar que a sua recepção de Chassadim é
voluntária. Ou seja, eles têm espaço para receber Chochmá, pois agora é
o momento do controle da esquerda, a qual brilha Chochmá, mas eles ainda
escolhem Chassadim. Segue-se que agora eles mostram, ao receber Chassadim,
que a direita governa sobre a esquerda.
Portanto, a lei
Judaica é uma lei
importante, e Haman afirmou o oposto, que a presente revelação do Criador sobre
a coluna da esquerda, que é Chochmá, é para que se use a Chochmá.
Caso contrário, significaria que o Criador fez algo sem necessidade, que Ele
fez algo e que não havia ninguém para desfrutar. Assim, não deveríamos
considerar o que Mordecai diz, mas todos deveriam lhe escutar e usar a Revelação
de Chochmá que apareceu agora.
Segue-se que as
segundas cartas não revogaram as primeiras. Ao contrário, eles apresentaram uma
explicação e uma interpretação sobre a primeira sinopse escrita, de que a
questão da publicação para todos os povos, a questão da Revelação de Chochmá
que agora brilha, é para os Judeus. Em outras palavras, é para que os
Judeus sejam capazes de escolher Chassadim por sua própria vontade, e
não porque não há outro caminho a escolher.
É por isso que nas segundas cartas está
escrito “Para que os
judeus se preparassem para aquele dia, para se vingarem dos seus inimigos.” Isso
significa que o controle que agora a Chochmá tem é a fim de mostrar que
eles preferem Chassadim a Chochmá. Isso é chamado “Se vingarem
dos seus inimigos”, porque os seus inimigos querem especificamente a Chochmá,
enquanto os Judeus rejeitam a Chochmá.
Agora podemos entender
o que perguntamos sobre a questão do rei: “Quem é ele, e onde ele está, quem ousou fazer isso?” E por
que Ele perguntou? Afinal, o próprio rei havia dito a Haman, “Essa prata seja tua, como também esse povo para fazeres dele o que melhor for de teu agrado”.
(É como dissemos: O significado da questão
de revelar Chochmá é com a intenção de que o povo fará como lhe parece
bom, o que significa que haveria espaço para escolha. Isso é chamado “também
esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado”. No entanto, se
não há revelação de Chochmá, não há espaço para escolha, há apenas o
caminho de Chassadim, e parece que é porque eles não têm escolha.)
Isso quer dizer que
tudo isso ocorreu porque o rei deu a ordem de que agora seria o momento de
revelar Chochmá. A intenção era que a esquerda servisse a
direita. Assim, tornaria-se aparente que a direita é mais importante que a
esquerda, e é por isso que eles escolhem Chassadim.
Esse é significado de Meguilá Ester (o
pergaminho de Ester). Parece haver uma contradição de termos aqui, pois Meguilá
(pergaminho) significa que está Galui (revelado) para todos,
enquanto Ester significa que há Hastará (ocultação).
Agora podemos entender
o que nossos sábios
disseram: “Em Purim, o indivíduo deve se intoxicar até que não possa
distinguir o amaldiçoado Haman do abençoado Mordecai.” A questão de Mordecai e
Ester é anterior à construção do Segundo Templo, e a construção do Templo
significa a extensão de Chochmá, e Malchut é chamado “O Templo”.
Esse é o significado de Mordecai ter enviado
Ester ao rei para pedir por seu povo, e ela respondeu “todos os servos do rei”,
etc., “qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado… não há senão uma
sentença: a de morte”, etc., “e eu nestes 30 dias não fui chamada para entrar
ao rei”.
Isso quer dizer que é proibido atrair a qualidade de GAR de
Chochmá para baixo, e o indivíduo que estende GAR (as quais são três
Sefirot, cada uma contendo dez, as quais são trinta) é sentenciado à
morte, porque a esquerda causa separação da vida das vidas.
“Exceto aquele para quem o rei estender o
cetro de ouro poderá viver.” Ouro significa Chochmá e GAR, pois
apenas por meio do despertar do superior o indivíduo pode permanecer vivo, ou
seja, em Dvekut (adesão), chamada vida, mas isso não pode ocorrer pelo
despertar do inferior.
Apesar de Ester ser Malchut, que precisa de Chochmá,
isso se dá apenas pelo despertar do superior. Contudo, se ela atrai Chochmá,
ela perde a sua própria qualidade completamente. Sobre isso, Mordecai
respondeu a ela: “(se) então de outra parte se levantarão para os Judeus
socorro e livramento”, ou seja, pela completa revogação da coluna da esquerda,
e os Judeus terão apenas a coluna da direita, a qual é Chassadim, então
“tu e a casa de teu pai perecereis”.
No estado de “Pai fundou a filha”, ela deve ter Chochmá
consigo. Mas deve ser mais comer que beber. No entanto, se os Judeus não
tiverem aconselhamento, eles irão revogar a linha da esquerda e, portanto, toda
a sua qualidade será cancelada. É sobre isso que ela disse “se perecer,
perecerei”.
Em outras palavras, se
eu for, estou perdida, porque posso chegar à separação, como quando o inferior
desperta e induz à separação da Vida das Vidas. E se eu não for “então de outra parte se levantarão para os Judeus socorro e livramento”, ou seja, de outra forma. Eles revogariam
completamente a coluna da esquerda, como Mordecai lhe havia dito. É por isso
que ela tomou o caminho de Mordecai ao convidar Haman para um banquete, assim
ela atraiu a coluna da esquerda, assim como Mordecai lhe havia dito.
Mais tarde, ela
incluiu a esquerda na direita e, portanto, pôde haver revelação de Luzes abaixo, e ela
também pôde permanecer em um estado de Dvekut. Esse é o significado de Meguilá
Ester: Apesar de haver revelação da Luz de Chochmá, ela ainda usa a Ocultação
que há ali (porque Ester é Hester [“ocultação”, o mesmo que Hastará]).
Na questão de “ele não saber”, está explicado no Estudo das Dez Sefirot (Parte
15, Ohr Pnimi, Item 217) que, apesar de as Luzes de Chochmá iluminarem, é impossível
receber sem a Luz da Chassadim, pois isso induz à separação. No entanto,
um milagre ocorreu: Por meio do jejum e do pranto, eles atraíram a Luz de Chassadim
e, então, puderam receber a Luz de Chochmá.
Contudo, não há tal coisa antes do Fim da Correção (Gmar
Tikun). Esse discernimento vem do discernimento do fim da correção, no tempo em
que já será corrigido, como está escrito no Zohar: “SAM está destinado a
ser um anjo sagrado”. Segue-se que, então, não haverá diferença entre Haman e Mordecai,
pois Haman também estará corrigido. Esse é o significado de “Em Purim, o
indivíduo deve se intoxicar até que não possa distinguir o amaldiçoado Haman do
abençoado Mordecai.”
Também deve ser adicionado, em relação às
palavras de que foram enforcados, que isso é uma indicação de enforcamento na
árvore, ou seja, que eles entendiam que esse pecado é o mesmo pecado da Árvore
do Conhecimento, pois lá, também, a “mancha” estava em GAR.
Sobre estar “Sentado no portão do palácio real”, pode
ser adicionado que isso sugere que ele estava sentado, e não em pé, pois sentar
é chamado de VAK e ficar em pé é chamado de GAR.
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