quinta-feira, 31 de maio de 2018

Tiul (17)



Um momento de paz e de descanso depois da agitada passagem por Roma. Estamos em Fiumicino, uma cidadezinha de praia, onde fica o Aeroporto Leonardo da Vinci, num hotelzinho simpático, para que a Marta possa dormir, descansar, colocar os pés acima da cabeça, para desinchar e enfrentar o longo vôo ao Rio de Janeiro. São 14h aqui, viajaremos às 21:50h. Do Rio, iremos diretamente para Porto Alegre, e para a nossa vida gaúcha. Estou com saudades dos meus temperos, dos meus churrascos, das minhas pessoas que aí ficaram.



Almoçamos num boteco, sob lindos plátanos. Ao saber que éramos brasileiros, o atendente nos disse que há dez anos deseja ir para o Brasil, onde “as pessoas são felizes, muito felizes”. O sonho do Brasil como O Paraíso dos Trópicos continua no imaginário europeu. Em meus anos de estudante da PUC, na Faculdade de Letras, muitos brasilianistas europeus do século XIX eu estudei. Na época, não entendia a fascinação que eles tinham pelo meu país. Agora, eu os compreendo, em profundidade, com experiência e com fascinação, também, pela minha própria terra. A alma brasileira é excepcional. Uma pena que tenhamos seguido o vaticínio de Platão, o filósofo grego, que dizia que “quando os bons abandonam a política, os maus governam”. Desde o começo da República, aceitamos ser governados por seres doentes, corruptos e corruptores. Quando compreenderemos que a solução não está nas pessoas, nos políticos, mas na consciência de cidadania?



“Se eu não for por mim, quem será? E se eu não for pelos outros, o que é que eu sou”?



A frase acima foi dita por Hillel, um sábio e cabalista, há mais de dois mil anos.   



Se eu não for pelo Brasil, quem será? E seu não for pelo bem dos brasileiros, o que é que eu sou?



Ouvi aqui, em Arezzo, de um político italiano, uma frase assustadora. Quando eu falava sobre as questões brasileiras que nos atormentam, ele perguntou: “Mas é corrupção necessária ou corrupção-corrupção?”



Como assim, tive vontade de gritar. Mas calei. Diante de tamanho relativismo moral, não se pode dizer nada. Corrupção é corrupção. No Brasil, na Itália, em Israel.

4 comentários:

Unknown disse...
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Unknown disse...
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Unknown disse...
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Danieli Pimentel disse...
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