sexta-feira, 29 de junho de 2018

Mekubalim (5)




O Rabi Moisés Cordovero (1522-1570) é autor de muitas e importantes obras de Kabbalah e foi diretor da escola de Kabbalah de Safed antes da chegada do Ari àquela cidade. Entre seus escritos se encontra o Tomer Devora (A Palmeira de Débora), onde descreve e explica as principais "Características" de Deus que o ser humano deve emular e como elas estão referidas nas Dez Sefirot.  Nesse importante trabalho mostra como é que o homem pode alcançar esses elevados níveis. Começa seu primeiro capítulo com uma explicação do objetivo do livro:

"É apropriado que o ser humano se pareça com o seu Criador, pois então se faz digno de sua própria "imagem Divina". Se sua semelhança com a imagem espiritual fosse somente corporal, sem o desenvolvimento das características espirituais relacionadas, estaria falsificando a exaltada forma que possui, obtendo o título de "uma bela forma com atos detestáveis", pois as ações do ser humano são a forma espiritual e a imagem Divina. De que serve a "imagem Divina" física do ser humano se suas ações não se parecem com as do Criador? É importante, pois, que o ser humano se assemelhe em suas ações e atos à [Sefirá de] Keter."

O Rabi Moisés Cordovero realiza um estudo sobre como as características se encontram representadas em cada uma das Dez Sefirot e como o ser humano pode alcançar estas características em cada um dos Níveis Superiores. Também explica (no capítulo 2) que o ser humano não pode alcançar todos esses atributos de uma só vez, mas que deve desenvolvê-las e internalizá-las de forma lenta e constante.

Eis uma síntese dos ensinamentos de Tomer Devora:

Keter

Os Treze Atributos da Misericórdia estão enraizados na Sefirá de Keter. Dedicar-se a obter esses atributos corrige o próprio nível de Keter. O Rabi Cordovero baseia sua lista de características espirituais no versículo da Mishná (7:18-20) onde são enumerados os Treze Atributos da Misericórdia. Tais atributos, que os seres humanos devem se esforçar por imitar, são:

1.     Tolerância;

2.     Paciência com os outros;

3.     Perdão;

4.     Buscar o bem dos outros e para os outros;

5.     Não guardar ira;

6.     Realizar atos de bondade amorosa;

7.     Amar e buscar o bem de alguém que te tenha feito algum dano e deseja agora retificar esse dano (perdoar não é suficiente);

8.     Recordar as boas ações dos outros e esquecer as suas más intenções;

9.     Sentir compaixão pelos outros, inclusive pelas pessoas más;

10.                      Atuar com honestidade;

11.                      Atuar com bondade e indulgência para com os outros (não insistir em aplicar "a letra da lei");

12.                      Ajudar os outros a se arrepender e não guardar-lhes rancor;

13.                      Buscar maneiras de mostrar misericórdia e compaixão com os outros, mesmo quando não encontres neles nenhum fator atenuante.



Outros atributos e ações semelhantes às de Keter, que se encontram na "imagem Divina" do corpo humano, são: A humildade; manter a mente livre de todo pensamento do mal; mostrar-se sempre disposto com os outros; focar sempre o bem e rejeitar o mal; evitar olhar para o que é impróprio e indecente; ajudar os mendigos; não irar-se; exercer a paciência; receber os outros com alegria; nunca falar mal de ninguém, nem amaldiçoar ou dedicar-se a conversas vãs; falar sempre das coisas boas.



Para alcançar o atributo da humildade, deve-se fugir das honras e das homenagens e não buscá-las nunca. É necessário reconhecer os próprios erros, recordando constantemente de nossos próprios erros, enquanto buscamos formas de retificá-los. Isto nos manterá no caminho da humildade. Além disso, tratar de honrar e amar a todos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Segredos do Gan Naul (8)


Após mil anos, pode ter sido encontrada a profética pedra perdida do peitoral do Sumo Sacerdote



Às vezes, histórias incríveis são, de fato, verdade. E, nesse caso, especialistas concordam que uma pequena pedra de ônix, supostamente entregue a um cavaleiro templário há mais de mil anos e passada de geração em geração por uma família, é o que o atual proprietário afirma ser: uma jóia do peitoral do Sumo Sacerdote em Jerusalém.



Uma pedra profética ou mágica?

As pedras do mishpat escolhido, o peitoral do Sumo Sacerdote, eram mencionadas na Bíblia como urim v’tumim, uma frase que desafia a tradução.



E colocarás no peitoral do julgamento o Urim e o Tumim; e eles serão colocados sobre o coração de Aaron. (Êxodo, 28:30)



O Talmud (Yoma, 73a) descreve como questionamentos eram feitos ao peitoral, e como as luzes se acendiam para soletrar a resposta. O livro de Samuel lista os urim v’tummim como uma das três maneiras de comunicação divina: sonhos, profetas e os urim v’tumim.



E quando Saul indagou Hashem, Hashem não o respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. (Samuel, 28:6)



De acordo com o Talmud (Yoma, 21b), os urim v’tumim foram perdidos quando Jerusalém foi saqueada pelos babilônios. O Livro de Ezra menciona que, após o fim do cativeiro babilônico, os indivíduos que não pudessem provar que eram descendentes de sacerdotes antes do início da escravidão, precisavam esperar até que fossem descobertos os sacerdotes que possuíam os urim v’tumim.



Além das 12 pedras montadas no peitoral, havia duas pedras sardônicas fixadas em armações de ouro nos ombros do Sumo Sacerdote.



E colocarás duas pedras sobre as ombreiras do éfode, para serem pedras de memórias para os filhos de Israel; e Aaron carregará seus nomes perante Hashem sobre seus dois ombros para um memorial. (Êxodo, 28:12)



Especialistas acreditam que esta é uma dessas pedra. Se for verdade, está contido nela o poder da profecia e ela pode exercer um papel importante no retorno da Casta Sacerdotal para o serviço no Templo.



Descoberta: incrível demais para acreditar



Em 2000, o Dr. James Strange, um notável professor de estudos religiosos e arqueologia, viajou para a África do Sul. Uma conhecida sugeriu que Dr. Strange contatasse uma família que ela havia conhecida lá e, se pudesse, ajudasse-os com uma avaliação gratuita de uma pedra preciosa. Eles eram de origem humilde e o Dr. Strange era um avaliador certificado, cujos serviços eram muito procurados.



Dr. Strange se encontrou com a família, com a intenção de fazer a sua vontade. Ao invés disso, ele ficou assombrado com o que lhe mostraram. “Eu fiquei de fato maravilhado com aquela pedra preciosa”, disse Dr. Strange ao Breaking Israel News. A pedra em si não era nada de especial. Uma pedra sardônica semi-preciosa, tinha pouco valor intrínseco.



Mas o Dr. Strange estava intrigado pelo objeto que segurava nas mãos. “Eu desconhecia que alguém no fim da Idade Média tivesse a tecnologia para cortar um hemisfério em tal meio, então eu tentei esgotar todas as outras explicações”, disse.



Ainda mais surpreendente que o corte na pedra foi a inexplicável inscrição dentro dela, visível através de uma superfície clara: duas letras em hebraico antigo. Na avaliação da jóia, o Dr. Stone escreveu que “não há nenhuma tecnologia moderna ou antiga, que eu conheça, por meio da qual um artesão poderia produzir a inscrição, já que ela não é gravada na superfície da pedra.”



O Dr. Strange era um especialista, mas quando se deparou com tamanho mistério, buscou ajuda. Procurou o sul-africano Ian Campbell, diretor do laboratório Independent Coloured Stones, em Joanesburgo, e um proeminente especialista em jóias. Campbell ficou igualmente estupefato.  



Ele estudou a pedra, tentando precisar sua origem. A história do proprietário, de que fazia parte do peitoral do Sumo Sacerdote, era incrível demais. Mas a família tinha documentos que traçavam sua descendência a um ancestral masculino, do período das Cruzadas, que havia estado na Terra Santa durante a Idade Média. Esse ancestral afirmava que a pedra era uma recompensa do Sumo Sacerdote. Poderia ser verdade?



A história de mil anos



De acordo com a tradição da família Auret, o ancestral, chamado Croiz Arneet deTarn Auret, recebeu a pedra do Sumo Sacerdote como demonstração de gratidão por seu papel na libertação de Jerusalém por volta de 1189. A custódia da pedra foi passada adiante na família Auret, pela linhagem masculina, até o século XIX. Essa tradição foi quebrada quando Abraham Auret morreu, em 1889, deixando a pedra para sua filha, Christina Elizabeth.



Depois de seu casamento com William James Hurst, a pedra deixou o nome Auret, e tem sido passada, desde então, de mãe para filha. Árvores e documentos genealógicos meticulosamente registrados corroboram a história. A pedra foi passada adiante como herança e atualmente pertence uma idosa senhora da África do Sul, que prefere se manter anônima.



Ao longo dos séculos, foi transmitida de forma muito rigorosa para cada membro da família a informação de que foi a mão de Deus que inseriu a misteriosa inscrição no interior da pedra.



Especialistas concordam

O mistério da escrita permaneceu. O Dr. Strange notou que a pedra não tinha marcas externas, então certamente não havia sido colocada em um anel ou em um colar. Ele foi forçado a concluir que ela provavelmente fora assentada em uma grande armadura ou em um peitoral. Ele datou a produção da pedra, aproximadamente, ao século 5 antes da era comum.



Como um avaliador, o Dr. Strange não podia apagar toda a dúvida, mas ele podia, com certeza, avaliar a pedra como única. Ele estimou o valor da pedra entre 175 e 225 milhões de dólares.



O especialista em jóias, senhor Campbell, microfotografou a pedra (fotografou por um microscópio), confirmando que ela não havia sido cortada para fazer a inscrição. Quando lhe foi pedido para estimar um valor para a pedra, o senhor Campbell escreveu: “Como alguém pode logicamente sair colocando um valor em algo como um comprovado artefato religioso que é um artigo único?”



Ele estimou que 200 milhões de dólares era um “justo ponto de partida”.



O proprietário da pedra também consultou o professor M. Sharon, da Universidade de Witwatersrand. O professor, um especialista em hebraico antigo, recebeu uma foto da pedra. As imagens borradas davam pistas de algo surpreendente, mas ele precisava ter certeza. Intrigado, ele pediu para examinar a própria pedra.



Em seu relatório escrito, ele disse que quando a colocou contra a luz, ficou maravilhado em ver claramente, no interior da própria pedra, duas letras em hebraico antigo. As letras pareciam estar gravadas ou queimadas no coração da pedra.



“Devido à claridade das letras e a sua excelente definição, seria inacreditável se fossem coincidentemente uma formação natural da pedra”, ele afirmou no relatório autenticado. “A falta de qualquer sinal aparente de interferência na superfície torna a existência das letras dentro da pedra um verdadeiro enigma,”



Ele notou que as inscrições em hebraico antigo eram escritas do que ele descreveu como “o equivalente ao nosso ‘B’ (beit) e ‘K’ (hey)”. Ele identificou o estilo de escrita, datado do ano 1000 antes da era comum, com margem de 200 a 300 anos para mais ou para menos.



Em 1994, a Dra. Joan Goodnick Westenholz, que serviu como Curadora Chefe no Museu Bible Lands, em Jerusalém, examinou a pedra. Ela concluiu: “É um objeto único que não tem nenhum similar ou contraparte idêntica; é a única do seu tipo no mundo.”



A Dra. Goodnick Westenholz acreditou que a jóia era “impagável”, estimando a data da produção da pedra aproximadamente ao século 7 antes da era comum. Ela ressaltou que a inscrição “no formato de uma possível letra é uma forma da letra beit do hebraico arcaico do século 9.”



No seu relatório autenticado, ela observou, ao lado da letra beit, “o que pode ser percebido como a imagem de um lobo”. Ela destacou que o lobo correspondia à bênção que Jacó deu a Benjamin.



Binyamin é um lobo que devora com fúria; de manhã ele devora a presa, e à tarde ele divide a rapina. (Gênesis, 49:27)



Mas é verdade?



A Dra. Westenholz e Ian Campbell já falecerem, mas o Breaking Israel News foi capaz de confirmar que suas afirmações e documentações são genuínas. O aprendiz de Campbell, Jeremy Rothon, confirmou a avaliação original e disse ao Breaking Israel News que ele estava ciente da herança da pedra. O objeto deixou Campbell muito impressionado e ele discutiu bastante sobre ele com seu aluno.



O Dr. Strange lembra muito bem da pedra, e está mais convencido do que nunca de sua autenticidade. “Muita água já passou por debaixo da ponte desde então”, disse Dr. Strange ao Breaking Israel News. “Eu calculei, então, que se fosse uma fraude, uma ou mais pedras similares teriam aparecido rapidamente no mercado internacional, mas que eu saiba isso não aconteceu.”



Ele pediu um novo exame da jóia. “Eu acho que esse objeto precisa de uma nova avaliação e de todos os testes científicos possíveis para determinar se é genuína”, disse Dr. Strange. “Se acabar por ser um artefato importante na história do povo judeu, então isso é realmente maravilhoso. Se for uma fraude magistral, então eu ficarei triste por ter sido enganado.



A viagem para casa



O atua proprietário fez contato com um empresário sul-africano para encontrar investidores dispostos a comprar a pedra e levá-la a Israel. Ambas as partes preferem permanecer anônimas. Quando ele viu a pedra e entendeu o que era, o empresário ficou consternado, entendendo que a pedra poderia facilmente se tornar uma mercadoria, um objeto de ganância. Ele reconheceu que essa pequena pedra é uma enorme parte da história judaica e se comprometeu a encontrar um investidor que recompensasse o proprietário com a intenção de trazer a pedra a Israel e doá-la ao Templo.



“Estive envolvido com negócio como esse antes”, ele contou ao Breaking Israel News. “Há pedaços da herança egípcia em museu pelo mundo todo. As pessoas acham alguma coisa e a vendem, sem pensar sobre o que é aquilo. É isso que é feito e é uma vergonha, ainda mais com essa pedra. Muitas pessoas tem tentado comprar ou vender essa pedra, para torná-la um negócio. Tudo que eu realmente quero é devolver a pedra a Israel, a quem ela pertence.”



Muitas pessoas começaram a desconfiar da conexão de Israel ao Monte do Templo, afirmando que os Templos Judaicos são contos de fada. Essa pequena pedra e a sua milagrosa gravação que um dia iluminou o peitoral do Sumo Sacerdote são provas de que o Templo existiu em Jerusalém, e que pode indicar o retorno de mais artefatos que foram perdidos e que esperam voltar para casa.





Traduzido por Poliana Pasa de BreakingIsraelNews


terça-feira, 19 de junho de 2018

Segredos do Gan Naul (7)




Jamais conseguimos abandonar um lugar no qual nunca estivemos. Por isso, quando alguém me diz que vai abandonar o Kadosh, não me abalo. Só abandona quem nunca esteve. O problema todo é o estar. Quando viajamos a um país distante, não estamos, não enraizamos. Abraão, nosso mestre e pai espiritual, ao receber o comando de abandonar a sua terra e a sua parentela, conseguiu largar tudo porque nunca esteve em Ur, na Caldéia. Abraão sempre esteve em Canaã, a Terra do Leite e do Mel. Abraão vivia na consciência de Chochmá (mel) e Biná (leite), mesmo estando, fisicamente, na Mesopotâmia. Assim, quando Hashem lhe disse Lech Lechá, ele prontamente respondeu: Eineini.



Eu tive um aluno, a quem chamava, carinhosamente, de General Cartaginês. Os cabalistas dão apodos aos seus alunos e alunas conforme a raiz de suas almas. Ensinei-lhe alguns Segredos de Torah. Eu era um neófito e ainda cometia esse erro. Ensinei ao General o que era preciso fazer para atrair a Luz Direta, a Luz de Chochmá, a Luz da Sabedoria.



Ele recebeu a Ohr Yashar, a mesma e única Luz Direta que Abraão distribuía a seus alunos e alunas. Como a alma do General estava no nível vegetal, ele precisou preencher-se do conhecimento científico, que caracteriza o nível animal. E assim meu aluno foi fazer uma Faculdade de Filosofia e abandonou a Chochmá Nistará. Não, não foi ele que a abandonou. O sistema das Sefirot e dos Partzufim é implacável. Quem não está pronto, não está pronto. Quando os seus Kelim estiverem preenchidos da Luz do Conhecimento, o General retornará. E esse será um dia de festa. Já estou engordando as ovelhas e os cordeiros para esse dia.         

domingo, 17 de junho de 2018

Nevuah (2)



O professor José Hildebrando Dacanal, que foi meu colega de trabalho na Editora Mercado Aberto nos anos 80 do século passado, e que é meu amigo ainda hoje, é um dos homens mais inteligentes que já conheci. Se vivesse há 3 mil anos, Dacanal seria considerado um profeta. Seus textos, escritos há décadas, são atualíssimos. Inúmeras previsões que ele fez se cumpriram rigorosamente.



Profeta é toda a pessoa que possui os Mochim Superiores. Alguns recebem esse poder espiritual e intelectual sem dedicarem-se ao Avodat Hashem, porque o Altíssimo é justo e doa os Seus dons a todos, especialmente o Ruach. Outros, como os profetas bíblicos, receberam os seus Mochim através da dedicação espiritual.



Em seu magnífico livro Para ler o Ocidente, José Hildebrando Dacanal, diz o seguinte, na página 283: “Ler os grandes profetas de Israel é uma experiência avassaladora. Não experiência religiosa mas antropológica, histórica, política, artística. Por sobre os milênios e as traduções, suas imagens nos surpreendem, seu desespero nos espanta, seu furor nos abala, sua solidão nos comove. Não raro, sua retórica incendiária ombreia com a de Cícero e Demóstenes, sua ética implacável com a de Sócrates (de Platão), seu profundo lirismo com o de Sófocles e Eurípides. Quem não leu os profetas de Israel não têm parâmetros para falar de literatura universal”.



Em nossa recente viagem a Israel, para aonde nos acompanharam mais de 40 alunos e alunas de Kabbalah, visitamos as cavernas de muitos desses profetas referidos pelo professor José Hildebrando Dacanal. Na caverna de Eliahu (Elias), a professora Vera Teixeira de Aguiar, que foi minha colega na PUC, e que hoje faz parte do meu Grupo Kadosh, viu algo que “não é deste mundo”. Vera, uma grande racionalista e professora de literatura, compreendeu a força dos profetas, que atuam mesmo estando mortos. Penso que a Vera e o Dacanal deviam compartilhar uma garrafa de um bom vinho tinto. Aliás, o álcool, em sóbria dosagem, é uma excelente fonte de Chochmá.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Glossário de Termos Cabalísticos (5)


Etz HaChaim

Árvore da Vida. Encontra-se acima de Chazeh (Peito), onde a Luz de Chassadim está oculta. Na Árvore da Vida não existem Klipot (Cascas de Consciência Incorporadas). A Ohr, na Árvore da Vida contém Aleph e se escreve Aleph-Vav-Reish. Na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, o Aleph de Ohr transforma-se em Ayin e a palavra se escreve Ayin-Vav-Reish. A palavra Ohr (com Aleph) significa Luz, e a palavra Ohr (com Ayin), significa Pele, carne. Do Espírito à Matéria. Da alma ao corpo. Para os que sabem.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Contos de Chanun Katan (5)


Adão e Eva em Safed



Adão e Eva eram felizes em Safed. Andavam pelas ruelas cantarolando Mode Ani. Subiam e desciam as escadas fazendo tzeruf e yichud. Viam com “seus Eynaim de ver” os anjos bailando acima da cidade. Frequentavam a Sinagoga do Ari, a Sinagoga do Shlomo Carlebach. Faziam a mikvê do Ari (nessa época, essa mikvê era permitida às mulheres). Recebiam a Rainha do Shabat com Moinho e chalot, vinho kosher, velas de Chochmá e Chassadim...



Adão e Eva não trabalhavam, pertenciam a uma comunidade ultra-ortodoxa, em que todos colaboravam para que alguns não tivessem necessidades e pudessem, assim, dedicar-se ao estudo da Torah integralmente.



Um dia, Adão, o ruivo Adão, prestou atenção no sorriso ardente e na Ohr com Ayn de uma vizinha, Lilith, numa casinha de pedra que ficava a caminho do cemitério. O resto dessa história de amor proibido vocês podem imaginar, que assim eu me poupo de descrições malchutianas, mas preciso acrescentar que Eva, com medo de perder Adão, aceitou um ménage-a-trois.



Elohim, que dirigia a comunidade, enfureceu-se com os dois alunos e os expulsou de Safed. E pagou um extra para Lilith, que tinha sido contratada para seduzir os dois ingênuos.



Adão e Eva, cansados, sedentos, cobertos de feridas na Ohr com Ayin, depois de andarem quarenta dias pelo Damidbar (deserto), chegaram, enfim, a região do Mar Morto, onde haviam existido duas prósperas cidades, Sodoma e Gomorra.



Alguns meses depois, Adão, que trabalhava nas salinas, chegou em casa e desabafou:



“Entendi agora que Ele quis dizer”, murmurou.



“Adão, Ele quem?”



“Elohim, em Safed. Entendi a maldição...”

“Que maldição?”, resmungou Eva, que preparava potes de sais do Mar Morto, para vender na feira semanal do vilarejo.



“Mulher, já te esqueceste da maldição? Elohim me jogou uma praga, quando saíamos da cidade: No suor do teu rosto comerás o teu pão, Ele me disse”.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Mocha de Ilaah (4)


Diante Dele somos todos iguais



É importante compreender dois discernimentos:



1)    Das coisas que podemos mudar;

2)    Das coisas que não podemos mudar.



Podemos chamar ao primeiro discernimento de Panim (Face); e, ao segundo, podemos chamar de Achoraim (Costas, Espaldas).



Diante de Panim, podemos negociar. E conforme os Méritos (Luzes) acumulados, até podemos alterar os Dinim (Decretos).



Diante de Achoraim, só nos resta aceitar o que não queremos aceitar; aceitar, que é uma forma de sofrer menos. Ou não aceitar, e sofrer mais.



Essa dicotomia, essa bipolaridade de Elohim, é o que chamamos de Ratzvo Vashó, entrar e sair, Panim e Achoraim. Às vezes, Ele nos contempla face e a face; às vezes, solenemente, Ele nos dá as costas, ignorando-nos completamente.



Podemos acusar esse comportamento de nosso Elohim, mas não a Sua Equidade: ele trata assim tanto ao Tzadik (Justo) quanto o Rachá (Perverso). Diante dele, todos somos iguais. Exceto Moshê, que mereceu ser tratado sempre Panim ve Panim.


sábado, 2 de junho de 2018

Segredos do Gan Naul (6)




O que eu fui, nesta encarnação, até os meus quarenta e seis anos, foi um presente que Deus me deu. E o que eu me tornei, depois que retornei da morte, é um presente que eu dou a Ele. Desde o princípio, há quinze bilhões de anos, fui um Vaso de Recepção. Desci, através dos Mundos, como recebedor. E, em cada Mundo, em cada Sefirot, recebi prazeres indescritíveis, pois foi para isso que fui criado. Ao chegar em Malchut, onde já estou há 3.700 anos, rejeitei todo o recebimento e passei a viver na escuridão. De tudo eu me esqueci, porque se lembrasse, não poderia exercer meu Livre Arbítrio, que é a única coisa que um ser humano tem, a capacidade de rejeitar aquilo que o Criador quer lhe dar.



Houve uma parada cardíaca no meio do caminho, aos quarenta e seis anos desta encarnação, e a Luz se fez.



Diante do soldado de metralhadora, na fronteira palestina, a Luz se fez mais uma vez. Desde que retornei, a Luz se faz todos os dias. Entendi, naquele instante, quando o soldado me perguntou se havia algum judeu comigo, a akedá, a amarração de Isaac. Desamarrar Isaac, esse era o meu papel, esse era o papel do Saltoun, esse era o papel do Grupo Kadosh. Em breve, o Santuário dos Patriarcas não estará mais sob uma dupla jurisdição, israelense e palestina. Judeus, cristãos e muçulmanos poderão fazer as suas orações em liberdade, tanto de um lado quanto do outro. Arriscamos, arriscamos muito para que isso acontecesse, mas aconteceu. Os mísseis não nos detiveram. O medo e o desânimo não nos detiveram. O medo, sabem-no os cabalistas, é uma idolatria do ego.



Depois de viver a morte, não tenho mais medo. Porque a raiz do medo é o medo de que a vida acabe na morte. E não acaba.          

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Tiul (18)


Dezoito é Chay, Vida.

Estamos em casa. E a Marta está bem.

Agora, a viagem vai começar.

Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...