quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Shamati (8)



8. Qual é a diferença entre “Sombra de Kedushah” e “Sombra de Sitra Achra”?



Escutei em julho de 1944



(Tradução de Clarissa Porto Alegre Schmidt)



Está escrito (Cântico dos Cânticos, 2): “Até que sopre a brisa do dia e se dissipem as sombras”. Devemos compreender o que representam as sombras no trabalho e o que são “duas sombras”. O fato é que quando a pessoa não sente a Sua Providência e que Ele dirige o mundo sendo “Bom e Benfeitor”, isto é considerado como “uma sombra que oculta o sol”.



Em outras palavras, assim como uma sombra produzida sobre o corpo que oculta o sol não o altera de maneira alguma, pois o sol segue brilhando com plena intensidade, do mesmo modo, quem não sente a existência de Sua Providência não provoca nenhuma transformação Acima. E mais, não existe nenhuma alteração Acima tal como está escrito: “Eu, o Senhor, não mudo”.



Ao invés disto, todas as transformações têm lugar nos receptores.



Devemos observar dois discernimentos nesta sombra, neste ocultamento:



1) Quando a pessoa já tem a capacidade de superar os estados de escuridão e ocultação, e de justificar o Criador, e de rezar com o propósito de que seus olhos sejam abertos para que vejam que todos os estados de ocultação que ela sente vêm Dele; ou seja, que Ele é quem executa tudo isto sobre a pessoa para que ela possa encontrar sua oração e desejar aderir-se a Ele.



A razão para isto é que somente por meio do sofrimento que a pessoa recebe Dele, e com o desejo de liberar-se das dificuldades e fugir dos tormentos, ela faz tudo o que pode. Então, ao receber estes estados de ocultação e de aflição, com certeza encontrará a conhecida cura, que consiste em rezar tudo o que possa para que o Criador lhe ajude e lhe livre do estado em que se encontra. Neste estado a pessoa ainda crê em Sua Providência.



2) Quando a pessoa chega a um estado em que não pode mais aguentar e diz que todo o sofrimento e dor que sente se deve a que o Criador os enviou com o propósito de fazê-la subir de nível, então ela entra em um estado de heresia. Isto ocorre porque ela não pode crer em Sua Providência, e, portanto, é natural que não possa rezar.

Assim, há dois tipos de sombras; e este é o sentido da frase “e as sombras se dissipam”, que se refere a que as sombras fugirão do mundo.



Por isso é que é necessário discernir entre a sombra de Kedushá (Santidade) e a sombra de Sitra Achra. No Livro do Zohar está escrito que a sombra de Klipah (casca) se refere a “outro deus que é estéril e não dá fruto”. Em Kedushah (Santidade), porém, se denomina “sob a sua sombra me sentei com deleite, e o seu fruto foi doce ao meu paladar”. Em outras palavras, a pessoa diz que todos os estados de ocultação e de sofrimento que sente foram enviados pelo Criador para oportunizar o trabalho acima da razão.



Ter força para dizer isto, ou seja, sentir que tudo é provocado pelo Criador, é para o nosso próprio benefício. Dito de outro modo, através disto a pessoa pode chegar a trabalhar com o fim de doar, e não mais para si mesmo. Neste momento, ela chega a descobrir e a crer que o Criador desfruta especificamente deste trabalho, que é feito totalmente acima da razão.



Então, a pessoa não reza ao Criador para que as sombras se dissipem do mundo, mas diz: “Vejo que o Criador deseja que eu Lhe sirva deste modo, completamente acima da razão”. Assim, em tudo o que ela faz, declara: “É claro que o Criador desfruta deste trabalho; deste modo, por que eu deveria me importar se trabalho sob um estado de ocultação de Seu Rosto?”.



Como a pessoa deseja trabalhar com o fim de doar, ou seja, para transmitir deleite ao Criador, ela não se sente rebaixada pelo seu esforço de nenhum modo. Quer dizer, ela não se sente em estado de ocultação de Seu Rosto, ou que o seu trabalho não leva deleite ao Criador. Pelo contrário, ela está de acordo com a liderança do Criador, ou seja, ela aceitará de coração a maneira que o Criador deseje que ela sinta a Sua existência durante o trabalho. E isto é assim porque a pessoa não tem em conta o que lhe proporciona prazer, mas pensa naquilo que possa levar contentamento ao Criador. E deste modo a sombra lhe dá vida.



Isto se chama: “Sob sua sombra me deleitei”. Quer dizer que a pessoa deseja atingir um estado em que ela possa sobrepor-se acima da razão. Portanto, se ela não se esforça durante um estado de ocultação, quando ainda estão presentes as condições para rezar e pedir que o Criador Se aproxime de si, mas é negligente com essa situação, então lhe é enviado um segundo estado de ocultação em que nem sequer é possível rezar. E isto ocorre por ter incorrido no erro de não ter se esforçado ao máximo para rezar ao Criador. E a consequência disto leva a tal nível de abatimento.



No entanto, depois que a pessoa chega a este estado, obtém compaixão de Cima, de onde lhe é concedido um novo despertar. O mesmo ciclo se repete até que ela finalmente fortalece a sua oração; e assim o Criador a escuta, dela se aproxima, e a corrige. 




terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Emanações de Chochmá (9)



A História da maçã

(Michael Laitman)

Vamos falar sobre a história bíblica da criação. O desejo de receber exis­tente na alma comum (nós) é denominado Eva. O desejo de dar, de outorgar, é chamado Adão. O egoísmo - o desejo de receber com a intenção de receber - é denominado a serpente, e nós o chamamos de ego. O ego quer assumir todos os nossos desejos e nos empurrar para o egoísmo. Isto é considerado como a serpente vindo até Eva - o desejo de receber -, dizendo: “Quer saber? Você pode usar o seu desejo de receber de uma boa maneira”. Então, Eva foi até o Adão - o desejo de dar - e disse: “Quer saber? Nós temos a oportunidade de subir até os mundos mais elevados. Além disso, é isso que o Criador quer, e é por isso que Ele nos fez recebedores”.

E ela comeu. O desejo de receber, unido à serpente (egoísmo), comeu a maçã. Como eles gostaram, pensaram: “Por que não arrastar o Adão (as forças de doação) nisso?”. E foi isso que fizeram. Como resultado, todo o corpo de Adam ha Rishon (a alma comum), todos os seus desejos, foram corrompidos pela intenção da serpente em receber, no que se tornou o pecado original.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Hillulot (10)

Hilulá de Rabi Yom Tov Algazi



Nascido em: 1727
Falecido em: Jerusalém, 1802

Rabi Yom Tov Algazi foi aluno do famoso cabalista Rabi Shalom Sharabi - o RASHASH.

2 de Adar | 17/02/2018



Em 1776, Rabi Yom Tov Algazi foi indicado como juiz principal da Corte Judaica de Jerusalém.



Rabi Yom Tov Algazi foi um dos principais alunos do famoso cabalista Rabi Shalom Sharabi - o Rashash.

Rabi Yom Tov Algazi foi membro do grupo de cabalistas Ahavat Shalom e assinou seus contratos de sociedade de 1754, 1758 e 1759. Foi membro da bet ha-midrash Neveh Shalom, de Bet El. Rabi Shalom Sharabi sucedeu o pai de Algazi como líder da yeshivah dos cabalistas, mas era Yom Tov Algazi quem a administrava. Após a morte do Rabi Sharabi, em 1782, Yom foi eleito rabi e dayyan e, em 1777, tornou-se rishon le-Zion. O período em que atuou foi uma época difícil para os judeus de Jerusalém, pois eram atormentados pelas autoridades. A liderança de Algazi, sua influência e fama na Diáspora, foram um alento à comunidade. Em 1764, ele acompanhou o Rabi Abraham ben Asher e Ḥ.J.D. Azulai em uma missão em nome de Pekidei Eretẓ Israel be-Kushta (Representantes da Terra de Israel em Constantinopla). De 1770 a 1775, ele foi enviado em outras missões de Jerusalém: para Constantinopla, Adrianópolis e Belgrado. Viajou para a Itália, França, Holanda, Alemanha e Polônia, retornando à Jerusalém, em 1777, pela Itália e Esmirna. Indicou o seu filho, Jacob, como parnas da comunidade de Hebron (1787). A medida em que os débitos da comunidade de Hebron aumentavam, Algazi e seu filho aguentavam um período extremamente difícil (1793-95). Tanto pai quanto filho estavam correndo risco de serem presos. Os credores tornavam-se violentos e Jacob Algazi foi seriamente ferido. No mês de Elul de 1795, Algazi foi à Constantinopla e em três meses juntou uma grande soma de dinheiro em prol de Hebron e também arrecadou uma grande soma em Esmirna e Salônica. Entretanto, em 1796, antes de retornar à Jerusalém, seu filho faleceu por conta dos golpes que havia levado.

Suas obras distinguem-se pela sagacidade e profundidade. São elas: Hilkhot Yom Tov, impressa juntamente com o Talmud de Vilna, e trata do Hilkhot Bekhorot ve-Ḥallah, de Nahmanides, cujo manuscrito encontrou na Itália, em 1795; a responsa Simḥat Yom Tov, de 1794; Kedushat Yom Tov, de 1843, responsa e sermões; Get Mekushar, de 1767, estudos sobre o contrato de casamento, publicados em Ne'ot Ya'akov, p. 24–79.

Rabi Algazi escreveu poucos livros sobre a Lei Judaica. Foi enterrado em Har HaZeitim (Monte das Oliveiras), próximo ao túmulo do Rashash.

Que o mérito do tzadik Rabi Yom Tov Algazi proteja a todos nós. Amém.






Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...