segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Shamati (97)

  

97. Desperdício de celeiro e de adega

(Eu ouvi)

 

Goren (Celeiro) significa redução de boas ações, quando uma pessoa sente Gronot (Gargantas, que soa como Gueronot [Deficiências]) a respeito do Criador). Por causa disso, diminui as suas boas ações, e logo chega a um estado de Yékev (Adega), e isso se refere ao versículo que diz: “E aquele que blasfemou o nome do Senhor”.  

 

Sukot implica alegria, e se refere às “Guevurot em júbilo”, que vem a ser o “Arrependimento por amor”, ou quando os pecados se tornam Méritos, e mesmo o celeiro e a adega acabam sendo admitidos na Kedushá. Isso é o que significa que o principal discernimento da Sucot é Isaac, mas todos estão incluídos dentro dele (a Páscoa hebraica é considerada Chessed, que é a direita). Esse é o sentido da expressão “Abraão gerou Isaac”.

 

Isto se deve a que a questão de pai e filho é causa e efeito, razão e resultado. Se não tivesse havido um discernimento de Abraão, que representa a direita, não poderia ter havido o discernimento de Isaac, que representa a esquerda, porém a esquerda esta incluída e integrada na direita, como em “Pois Tu és o meu pai”.

 

Abraão disse: “Serão destruídos diante da Santidade do Teu Nome”. E Jacó também disse que isso significa que os pecados serão destruídos pela Santidade do Seu nome. E se permanece assim, então há uma lacunba no meio. Em outras palavras, os pecados em toda Israel representam uma lacuna na Kedushá.

 

Isaac, no entanto, disse: “Metade sobre mim e metade sobre você”. Ou seja, a parte dos pecados e a parte das Mitzvot entrarão ambas na Kedushá. E isso se pode conseguir através do Arrependimento por Amor, quando os pecados de uma pessoa se transformam em Méritos. Nesse estado não existe lacuna, como está escrito: “Não haverá brecha nem ataque” (Salmos 144:14), senão que tudo é corrigido em prol da Kedushá.

 

Esse é o significado das palavras dos nossos sábios, que dizem assim: “O esterco e as mulas de Isaac são maiores que o dinheiro e o ouro de Abimelech.” Esterco representa algo inferior e sem valor. Isto sugere que, para ele, sua servidão é como se fosse esterco. Depois, chega a um estado de separação. Porque não aprecia o seu trabalho, cai num estado de separação. E isso recebe o nome de “o esterco e as mulas de Isaac”. E posto que Isaac corrigiu tudo sob a forma de “arrependimento por meio do amor”, e seus pecados se transformaram em méritos, o benefício que obteve por meio do “esterco e mulas” é maior que “o dinheiro e o ouro de Abimelech”.

 

Seu Kesef (Dinheiro) corresponde a Kisufim (Anseios) pelo Criador. E Zahav (Ouro) corresponde a Ze Hav (Dê isto), referindo-se ao anseio pela Torá, ou seja, o anseio por receber a Torá. Como Isaac corrigiu tudo e alcançou o “arrependimento através do amor” também os seus pecados passaram a ser considerados Méritos. E, deste modo, se tornou muito rico, já que não existem mais do que 613 Mitzvot, mas os pecados e as transgressões são ilimitados. POrtanto, Isaac se tornou rico, tal como está escrito: “E ele encontrou cem portas”. O que significa que ele obteve cem por cento de Kedushá, sem desperdício algum, pois também o desperdício foi corrigido nele.

 

É por isso que o teto da Sucá é feito com as sobras do celeiro e da adega (e podem repetir o que disseram os nossos sábios: que Moisés ficou rico com as sobras). Por fim, Sukot deve seu nome principalmente a Isaac, que corresponde às Guevurot que se regozijam, e Sukot também recebe seu nome de Moisés.

 

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Shamati (110)

  

110. Um campo que o Eterno abençoou

(Ouvi emTav-Shin-Gimel, 1942-1943)

 

Um campo que o Eterno abençoou.” A Shechiná (Divindade) é chamada “Um campo”. Às vezes, um Sadeh (Campo) se torna um Sheker (Mentira). O Vav no interior do Hey é a alma, e o Dalet é a Shechiná (Divindade). Quando a alma está vestida nela, é chamada Hey, e quando o indivíduo quer acrescentar à fé, ele atrai o Vav inferior e ele se torna um Kof.

 

Nesse momento, o Dalet se torna Reish, na forma de pobre e escasso, que quer acrescentar. Então se transforma em Reish, através de “Um pobre nasceu no seu reino”, quando o escasso se tornou pobre. Em outras palavras, ao inserir o mau olhado em si mesmo, tanto na mente quanto no coração, por meio de “Devasta-a (a vinha) o javali da floresta” (Salmos 80:13), o olho fica pendurado pois retorna às sobras, já que a Sitra Achra (Outro Lado) está destinada a ser um Anjo Sagrado.

 

Esse é o significado de “Perpétua é a glória do Eterno” (Salmos 104:31). Porque o indivíduo chegou a um estado do animal da Yaar (Floresta), que vem da palavra Iro (Sua cidade), e significa que toda a sua vitalidade foi despejada, e ainda  assim ele se torna constantemente mais forte, então é premiado com o estado “Um campo que o Eterno abençoou”, quando o mau olhado se torna um olho bom.

 

Esse é o significado de “Um olho pendurado”, no sentido de que se pendura numa dúvida, seja com olho bom ou com um olho mau. E esse é o significado de retornar às sobras, e de “Um, para receber um”, como disseram nossos sábios: “Não havia contentamento diante Dele, como no dia em que o céu e a terra foram criados”. É assim porque, enfim, “O Eterno será um e Seu Nome, um” (Zacarias 14:9), que é o propósito da criação.

 

Porém, para o Criador, passado e presente são a mesma coisa. Assim, o Criador observa a criação na sua forma final, como será na Gmar Tikkun (Correção Final), quando todas as almas serão incluídas no mundo de Ein Sof em sua completa perfeição, como será na Gmar Tikkun. A sua forma perfeita já está lá, e não falta nada.

 

Mas, para os receptores, é evidente que eles ainda precisam completar o que devem completar. Isso é “O qual Deus criou para fazer”, ou seja, as deficiências e a petulância. Esse é o significado do que disseram os nossos sábios: “A petulância não leva a nada além da petulância” e também “Todos que são gananciosos, têm raiva”.

 

Essa é a verdadeira forma do desejo de receber em sua verdadeira forma, tão obsceno quanto é. E todas as correções são a fim de transformá-lo em desejo de receber, o qual é todo o trabalho dos inferiores. Antes de ser criado, o mundo estava na forma “O Eterno é um e Seu Nome, um”. Isso significa que, apesar de o Seu Nome já ter se afastado Dele, e ter se tornado revelado e já ser chamado “Seu Nome”, Ele ainda é Um. Esse é o significado de “Um, para receber um”.

 

 

110. Um campo que o Eterno abençoou

(Ouvi emTav-Shin-Gimel, 1942-1943)

 

Um campo que o Eterno abençoou.” A Shechiná (Divindade) é chamada “Um campo”. Às vezes, um Sadeh (Campo) se torna um Sheker (Mentira). O Vav no interior do Hey é a alma, e o Dalet é a Shechiná (Divindade). Quando a alma está vestida nela, é chamada Hey, e quando o indivíduo quer acrescentar à fé, ele atrai o Vav inferior e ele se torna um Kof.

 

Nesse momento, o Dalet se torna Reish, na forma de pobre e escasso, que quer acrescentar. Então se transforma em Reish, através de “Um pobre nasceu no seu reino”, quando o escasso se tornou pobre. Em outras palavras, ao inserir o mau olhado em si mesmo, tanto na mente quanto no coração, por meio de “Devasta-a (a vinha) o javali da floresta” (Salmos 80:13), o olho fica pendurado pois retorna às sobras, já que a Sitra Achra (Outro Lado) está destinada a ser um Anjo Sagrado.

 

Esse é o significado de “Perpétua é a glória do Eterno” (Salmos 104:31). Porque o indivíduo chegou a um estado do animal da Yaar (Floresta), que vem da palavra Iro (Sua cidade), e significa que toda a sua vitalidade foi despejada, e ainda  assim ele se torna constantemente mais forte, então é premiado com o estado “Um campo que o Eterno abençoou”, quando o mau olhado se torna um olho bom.

 

Esse é o significado de “Um olho pendurado”, no sentido de que se pendura numa dúvida, seja com olho bom ou com um olho mau. E esse é o significado de retornar às sobras, e de “Um, para receber um”, como disseram nossos sábios: “Não havia contentamento diante Dele, como no dia em que o céu e a terra foram criados”. É assim porque, enfim, “O Eterno será um e Seu Nome, um” (Zacarias 14:9), que é o propósito da criação.

 

Porém, para o Criador, passado e presente são a mesma coisa. Assim, o Criador observa a criação na sua forma final, como será na Gmar Tikkun (Correção Final), quando todas as almas serão incluídas no mundo de Ein Sof em sua completa perfeição, como será na Gmar Tikkun. A sua forma perfeita já está lá, e não falta nada.

 

Mas, para os receptores, é evidente que eles ainda precisam completar o que devem completar. Isso é “O qual Deus criou para fazer”, ou seja, as deficiências e a petulância. Esse é o significado do que disseram os nossos sábios: “A petulância não leva a nada além da petulância” e também “Todos que são gananciosos, têm raiva”.

 

Essa é a verdadeira forma do desejo de receber em sua verdadeira forma, tão obsceno quanto é. E todas as correções são a fim de transformá-lo em desejo de receber, o qual é todo o trabalho dos inferiores. Antes de ser criado, o mundo estava na forma “O Eterno é um e Seu Nome, um”. Isso significa que, apesar de o Seu Nome já ter se afastado Dele, e ter se tornado revelado e já ser chamado “Seu Nome”, Ele ainda é Um. Esse é o significado de “Um, para receber um”.

 

domingo, 15 de janeiro de 2023

Shamati (109)

 

109. Dois tipos de carne

(Ouvi em 20 de Cheshvan)

 

Geralmente, distinguimos entre dois tipos de carne: carne de animal e carne de peixe, e em ambas há sinais de Tuma’a (Impureza). A Torá nos dá sinais pelos quais saber como evitá-las a fim de não cair no domínio da Tuma’a que há nelas.

 

No peixe, há os sinais das barbatanas e das escamas. Quando esses sinais são vistos no peixe, sabe-se como ser cuidadoso e não cair nas mãos da Tuma’a. Snapir (Barbatana) indica Soneh-Peh-Ohr (Odiar-Boca-Luz). Isso se refere a Malchut, chamada “Boca”, e todas as Luzes vêm dela, a qual é discernida como fé.

 

Quando o indivíduo vê que está no estado de um sabor de poeira, num momento em que deveria acreditar, ele sabe, com certeza, que deveria corrigir suas ações. Isso é chamado “Shechiná (Divindade) no pó”, e o indivíduo deveria rezar para levantar a Shechiná do pó.

 

Kaskeset (Escamas) significa que num momento de Snapir ele não é capaz de nenhum Trabalho. Mas quando superar o Snapir, uma questão a respeito da Providência aparece na sua mente. Isso é chamado Kash (Palha), e então ele cai do Trabalho. Depois, ele se fortalece e começa a trabalhar acima da razão, e outra dúvida sobre a Providência aparece na sua mente.

 

Assim, ele tem Kash duas vezes, as quais são Kas-Keset. Sempre que supera acima da razão, ele ascende e depois descende. Então, o indivíduo vê que não consegue superar devido à proliferação de dúvidas. Nesse estado, ele não tem outra escolha a não ser chorar ao Criador, como está escrito: “E os filhos de Israel suspiraram pelo trabalho e gemeram, e os seus clamores pelo trabalho subiram a Deus” (Êxodo 2:23), e Ele os retirou do Egito, ou seja, de todos as dificuldades.

 

Nossos sábios declararam uma regra famosa, de que o Criador diz “Ele e Eu não podemos habitar na mesma morada”, pois estão em oposição um ao outro. É assim porque há dois corpos no homem, o corpo interno e o corpo externo. O sustento espiritual veste o corpo interno, discernido como fé e doação, chamado “Mente e Coração”. E o corpo externo tem o sustento corpóreo, que é Saber e Receber.

 

No meio, entre o corpo interno e o corpo externo, há um corpo intermediário, o qual não carrega o próprio nome. Ao invés disso, se o indivíduo faz boas ações, o corpo intermediário se une ao corpo interno. E se o indivíduo faz más ações, o corpo intermediário se une ao corpo externo. Portanto, ou o indivíduo tem sustento corpóreo ou sustento espiritual.

 

Assim, como há oposição entre o interno e o externo, se o corpo intermediário se une ao corpo interno, isso é considerada a morte do corpo externo. E se ele se une ao corpo externo, é a morte do corpo interno, pois nesse estado a escolha está no corpo intermediário: continuar a aderir à Kedushá (Santidade) ou o contrário.

 

sábado, 14 de janeiro de 2023

Shamati (108)

  

108. Se você me deixar por um dia, eu te deixarei por dois

(Ouvi em 1943, Tav-Shin-Gimel, Jerusalém)

 

Toda pessoa se encontra afastada do Criador por causa do seu desejo de receber. Essa é a única coisa que a mantém distante Dele. Contudo, como a pessoa não anseia pela espiritualidade, mas pelos prazeres mundanos, a sua distância do Criador é “de um dia”, ou seja, a distância de um dia, o que significa que está afastada Dele em apenas um aspecto: Por estar imersa no desejo de receber os desejos deste mundo.

 

No entanto, quando uma pessoa se aproxima do Criador e recusa a recepção neste mundo ela é considerada próxima ao Criador. Mas, se depois, ela falha na recepção do próximo mundo, então está afastada do Criador porque quer receber os prazeres do próximo mundo, e também cai na recepção dos prazeres deste mundo. Assim, ela se torna distante do Criador por dois dias: 1) Ao receber prazeres deste mundo, ao qual caiu novamente; e 2) Quando tem o desejo de receber a Coroa do próximo mundo. Isso é assim porque, ao se envolver com Torá e Mitzvot, a pessoa força o Criador a lhe recompensar pelo seu trabalho na Torá e nas Mitzvot.

 

Acontece que, no início, caminhou um dia e se aproximou de servir ao Criador, e depois andou para trás por dois dias. Assim, agora, essa pessoa se tornou necessitada de dois tipos de recepção: 1) Deste mundo, 2) Do próximo mundo. Portanto, ela passou a caminhar no estado oposto.

 

O conselho para isso é ir sempre pelo Caminho da Torá, o qual significa doação. A ordem deveria ser que primeiro a pessoa deveria ter cuidado com as duas bases: 1) O cumprimento da Mitzvá; 2) A sensação de prazer a partir da Mitzvá. A pessoa deveria acreditar que o Criador obtém prazer quando guardamos os Seus mandamentos.

 

Portanto, a pessoa deveria sempre guardar a Mitzvá na prática, e acreditar que o Criador obtém prazer quando o inferior guarda Suas Mitzvot. Nisso não há diferença entre uma grande Mitzvá e uma pequena Mitzvá. Ou seja, o Criador obtém prazer mesmo dos menores atos que são feitos por Ele.

 

Depois, há um resultado, o qual é o principal objetivo que se deveria perseguir. Em outras palavras, uma pessoa deveria sentir deleite e prazer por causar contentamento ao seu Fazedor. Essa é a principal ênfase do Trabalho, e isso é chamado “Servir ao Criador com alegria”. Essa deveria ser a recompensa pelo trabalho de alguém, receber deleite e prazer por ter sido recompensado com deleitar o Criador.

 

Esse é o significado de “O peregrino que está no meio de ti se elevará acima de ti, muito acima… Ele te emprestará e tu não lhe emprestarás” (Deuteronômio 28:43-4). O “estrangeiro” é o desejo de receber (quando se começa a servir ao Criador, o desejo de receber é chamado “estrangeiro”. E, antes disso, é um gentio completo).

 

Ele te emprestará.” Quando ele dá força para trabalhar, ele dá a força por meio de empréstimo. Isso significa que quando se passa um dia de Torá e Mitzvot, apesar de não recebido instantaneamente a recompensa, “o estrangeiro” ainda acredita que, depois, ele pagará pelos poderes concedidos pelo Trabalho.

 

Por isso, após o Dia de Trabalho, o desejo de receber vem ao indivíduo e pede pela dívida prometida, a recompensa pelos poderes que o corpo lhe deu a fim de se envolver com a Torá e as Mitzvot. Mas o indivíduo não concede e então o “estrangeiro” chora: “O que é esse trabalho? Trabalhar sem recompensa?” Por isso, mais tarde, o “estrangeiro” não quer dar a Israel a força para trabalhar.

 

E tu não lhe emprestarás.” Se tu o alimentares e pedires que ele te dê força para trabalhar, então ele diz que não tem nenhuma dívida a te pagar pela comida que estás oferecendo, já que “Anteriormente, eu te dei força para o trabalho sob a condição que tu me comprasses posses. Assim, o que estás me dando agora é inteiramente de acordo com a condição prévia. Portanto, agora vens a mim para te dar mais força para o trabalho, para que tu me tragas novas posses?”

 

Assim, o desejo de receber se tornou esperto e usa a esperteza para calcular a lucratividade da questão. Às vezes, ele diz que se contenta com pouco, que suas posses são o suficiente, então ele não quer dar força ao indivíduo. E, às vezes, ele diz que o caminho que o indivíduo está tomando é perigoso, e que talvez seus esforços sejam em vão. às vezes, ele diz que o esforço é maior que a recompense e, portanto, “eu não darei força para o trabalho”.

 

Então, quando o indivíduo pede força para andar no Caminho do Criador, a fim de doar, e que tudo seja apenas para aumentar a Glória dos Céus, o “estrangeiro” diz: “O que eu vou ganhar com isso?” Então ele vem com os famosos argumentos, tais como “Quem” e “O quê”, no sentido de “Quem é o Eterno para que eu escute a Sua voz?” (Êxodo 5:2), como argumentou o Faraó, ou “O que é esse trabalho para você?”, o argumento dos perversos.

 

Tudo isso é porque ele tem um argumento justo, de que esse era o acordo firmado entre eles. E isso é chamado “Se não ouvires a voz do Eterno” (Deuteronômio 28:15), e então ele reclama porque as condições não foram mantidas.

 

Mas quando se obedece à voz do Criador logo na entrada (entrada é algo constante, porque sempre que há uma queda é preciso recomeçar. É por isso que é chamada uma “entrada”. Naturalmente, há muitas saídas e muitas entradas), o indivíduo diz ao seu corpo: “Saiba que eu quero começar a servir ao Criador e a minha intenção é apenas doar, e não receber qualquer recompensa. Não deves esperar que vá receber qualquer coisa pelos teus esforços, pois é tudo a fim de doar.”

 

E se o corpo pergunta: “Qual é o seu benefício a partir desse trabalho?”, ou seja, “Quem é o beneficiário desse trabalho pelo qual quero me esforçar e labutar?” Ou ele pergunta de forma mais simples, “Por quem estou trabalhando tanto?” A resposta deveria ser: “Eu tenho fé nos sábios, e eles disseram que eu deveria acreditar na fé abstrata, acima da razão, pois o Criador assim nos ordenou, a tomar sobre nós a fé, pois Ele nos ordenou a guardar a Torá e as Mitzvot. E devemos também acreditar que o Criador recebe prazer quando guardamos a Torá e as Mitzvot com fé acima da razão. Além disso, um indivíduo deveria se alegrar com o prazer do Criador a partir do seu trabalho.”

 

Portanto, há quatro coisas aqui:

 

1. Acreditar nos sábios, que é verdade o que disseram.

 

2. Acreditar que o Criador ordenou o envolvimento com a Torá e as Mitzvot apenas através da fé acima da razão.

 

3. Há contentamento quando as criaturas guardam a Torá e as Mitzvot com base na fé.

 

4. O indivíduo deveria receber deleite, prazer e alegria por ter sido recompensado com agradar ao Rei. E a medida da grandeza e da importância do trabalho do homem é mensurada pela medida de contentamento que recebe durante o seu trabalho. Isso depende da medida de fé com que ele acredita no Superior.

 

Assim, quando se obedece à voz do Criador, todos os poderes recebidos do corpo não são considerados recebimento de um empréstimo que deva ser devolvido, isto é, a modo de “se não ouvires a voz do Eterno. E se o corpo reclamar: “Por que eu deveria dar força para o trabalho quando não me prometes nada em troca?”, o indivíduo deveria responder: “Porque é para isso que foste criado. O que posso fazer se o Criador te odeia, como está escrito no santo Zohar, que o Criador odeia os corpos.”

 

Por outro lado, quando o Zohar diz que o Criador odeia os corpos, refere-se especificamente aos corpos dos servos do Criador, pois ele querem ser eternos receptores, assim como querem receber também a Coroa do próximo mundo.

 

E isso é considerado “E tu não lhe emprestarás.” Isso significa que não precisas dar nada pela força que o corpo te deu para o trabalho. Mas se tomares emprestado, se deres a ele qualquer prazer, será apenas como um empréstimo, e ele te dará força para o trabalho, mas não de graça.

 

Ele deve sempre dar força para o trabalho, de graça. Não dês a ele qualquer prazer e sempre demandes dele força para o trabalho, pois “O devedor é servo do credor.” Assim, ele será sempre o servo e tu serás o mestre.

 

Shamati (127)

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