Depois do Partzuf AB de AK surgir
e completar seu desenvolvimento ao formar o Rosh e o Guf, o processo de Bitush
Orh Pnimi be Ohr Makif continua nele como no primeiro Partzuf de AK. Sua Masach
de Guf (a tela do seu corpo espiritual) pouco a pouco perde seu Aviut e unifica
suas propriedades com a Masach de Rosh.
Então, ocorre que essa Masach está
envolvida em um Zivug entre a Luz Superior e a tela que está posicionada em Peh
de Rosh. Nela, o Zivug de Haka'a foi retomado originando um novo Partzuf no
nível de Biná, chamado SAG de AK. Ele é considerado a consequência do Partzuf
AB de AK, uma vez que ele surge de um Zivug na Masach que está posicionada no
Peh de Rosh. Os Partzufim, a começar por SAG até embaixo, surgem de acordo com
o mesmo princípio.
Como já foi dito, o segundo Partzuf AB do Mundo AK foi formado
depois de Galgalta, ele sentiu o Bitush Pnim u Makif, expulsou a Luz e então
aproximou as telas do Guf e do Peh de Rosh.
Então, AB sente a
pressão dessas duas Luzes e comporta-se exatamente como Galgalta, isto é,
começa a liberar-se do seu Aviut Guímel.
Ela eleva a Masach de Guf até Peh de Rosh, onde permanentemente
ocorrem Zivugim, e torna-se igual a
ele nas suas propriedades.
Isso significa que ela para de receber prazer pelo Criador. Então,
ocorre um novo Zivug de Haka'a nessa
tela, mas sobre uma nova parcela de egoísmo, uma que corresponda ao nível de Biná. E assim é formado o terceiro Partzuf SAG de AK.
Quando Malchut do Mundo
do Infinito realizou o TA e fixou a
tela, quatro Behinot residiam entre
ela e o Criador. A Luz não é capaz de chegar até ela através de todos esses
quatro Behinot e Malchut compreende que está totalmente afastada do Criador. Esse é
um estado muito terrível, em que se está pronto para libertar-se inteiramente
do prazer infinito, cuja ausência transforma-se em sofrimento, dor e amargura.
Então, graças à tela, ela passa a ver a Luz dos quatro Behinot e compreender que o Criador quer
que receba prazer. Ela faz um cálculo e recebe uma pequena porção de Luz, de Peh a Tabur. Assim que Malchut
recebe essa pequena porção de Luz, ela começa a sentir a pressão da Ohr Makif no Tabur, desejando entrar ali, desconsiderando o TA. Malchut encontra-se
num impasse, pois ainda não é capaz de receber a Luz, mas precisa sair dessa
situação de alguma forma. A saída consiste em retornar ao estado inicial.
Entretanto, ao construir a primeira tela, ela já colocou uma cortina entre si e
o Criador originando, assim, o primeiro Partzuf
e recebendo 20% da Luz. O que ela deve fazer quando os 80% da Luz remanescente
vêm até ela? A saída é tentar trabalhar com uma quantidade menor de egoísmo em
prol do Criador e construir a tela para isso.
Por exemplo, Ruben pede a Simon que o acorde às 2 da manhã para
que consiga chegar em tempo para a aula. Nesse mesmo dia, ele pede à Simon:
"É muito difícil para você me acordar às 2 da manhã, por favor, me acorde
às 3." No outro dia, arrependendo-se disso tudo, ele pede que o acorde às
4 da manhã, e então às cinco. Ao percebem que até isso é difícil, Ruben para
completamente de ir às aulas...
Se antes Malchut
conseguia assemelhar-se ao Criador em 20%, agora, ela tenta fazê-lo em um grau
um pouco menor, ao construir uma tela para 15% de Luz (os números servem apenas
como exemplo). Com isso, Malchut está
afastada do Criador por duas telas. Ela fica, então, ainda mais separada Dele.
Ao gerar esses Partzufim,
Malchut tenta assemelhar-se a Behina Shoresh, Aleph, Beit e Guímel da Luz Direta, às propriedades
do Criador. Porém, é a essência egoísta que realiza o Tzimtzum. Ao tornar-se semelhante ao Criador nestes Behinot, ela isola-se Dele, por assim
dizer, pois esses Partzufim criam um
espaço vazio. Então, estando espiritualmente vazia, ela consegue buscar o
caminho para tornar-se como o Criador.
Embora atribuamos a esses Partzufim
propriedades de seres vivos, devemos compreender, apesar disso, que eles não
estão realmente vivos. Eles são as telas enfraquecedoras que defendem o prazer
espiritual do desejo egoísta de receber prazer.
Apenas a alma do homem, sobre a qual falaremos depois, sente o
Criador, portanto apenas a alma é um ser vivente. Todos os outros objetos não
passam de robôs programados pelo Criador para desempenhar esta ou aquela função
e que, de alguma forma, relaciona-se com a correção do homem.
Todos os Partzufim recém
criados, os níveis e seus estados anteriores existem ao mesmo tempo. Pode-se
dar um exemplo análogo a um filme. O que já foi visto do filme desaparece do
nosso campo de visão, mas ainda existe como que em um estado de suspensão. Da
mesma forma, cada Partzuf anterior é
como uma sucessão neste filme.
O quadro geral, desde o primeiro momento até o último, é muito
diverso. Um grande número de ações ocorre nele, mas de forma concomitante, pois
a unificação dos estados presente, passado e futuro formam uma esfera, um
sistema fechado. Os Partzufim mais
baixos podem influenciar os mais altos porque é através deles que recebem a Luz
do Mundo do Infinito. O Partzuf AB,
por exemplo, que recebe a Luz de Galgalta,
obriga-o a mudar também, pois a Luz que passa por ele já é semelhante às
propriedades de AB, que também
transforma Galgalta. A partir disso,
surgem a diversidade, a interconexão e interdependência de todos os processos
espirituais.
O último desejo de Malchut,
que percebeu ser o completo oposto do Criador nas suas propriedades e que
deseja receber apenas em benefício próprio, sem dar nada em troca, é chamado de
a verdadeira "criação", ou "alma". Embora ainda não
estejamos lá, essa mesma parte de Malchut
é o "material" a partir do qual, depois, a alma humana será criada.
O restante não é a criação, mas apenas uma ferramenta auxiliar na
unificação da criação com o Criador. Essas forças ajudam o Criador a reger a
criação. Existem apenas duas entidades: o Criador e a criação. Tudo o mais faz
parte do sistema de comunicação entre eles, com cujo auxílio se encontram um ao
outro.
Os Partzufim não
realizam as ações. Estando em determinado nível e realizando ações que
correspondem a este ou aquele Partzuf,
os cabalistas vêem a Luz que podem rejeitar e, consequentemente, receber no seu
interior. Todos os livros cabalísticos surgiram da seguinte forma: Um
cabalista, galgando os níveis espirituais, registra suas sensações no papel…
Todo o Mundo de AK assemelha-se à Malchut de Ein Sof no
nível Shoresh; Atzilut assemelha-se à Malchut
no nível de Behina Aleph; Beriá corresponde à Behina Beit de Malchut; Yetzirá à Behina Guímel; e o Mundo de Assiyá
assemelha-se à Behina Dalet de Malchut. A Luz em Galgalta é Ohr Nefesh.