domingo, 29 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (37)

 Com isso, clarificamos o surgimento consecutivo dos Partzufim (um abaixo do outro), que ocorreu devido ao Impacto entre as Luzes Interna e Circundante (Bitush Ohr Pnimi u Makif). Esse Impacto enfraquece a Masach para que ela perca sua força e retorne a Peh de Rosh (e seja equivalente a ele em suas qualidades) envolvendo-se, assim, no Zivug de Haka'a que ocorre intermitantemente na Masach de Rosh.

 

Graças a esse Zivug, um novo Partzuf surge como progênie do anterior. Portanto, AB é o resultado do Partzuf Keter, SAG é um ramo de AB; MA é de SAG, e assim por diante em todos os níveis subsequente dos Mundos de Nikudim e ABYA. Entretanto, também devemos compreender por que o Partzuf AB pode alcançar apenas o nível de Behina Guímel e não Dalet. SAG alcança apenas Behina Beit. Isto é, cada Partzuf subsequente encontra-se em um nível mais baixo que o anterior. Por que todos eles não são iguais?

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (36)

 Depois do Partzuf AB de AK surgir e completar seu desenvolvimento ao formar o Rosh e o Guf, o processo de Bitush Orh Pnimi be Ohr Makif continua nele como no primeiro Partzuf de AK. Sua Masach de Guf (a tela do seu corpo espiritual) pouco a pouco perde seu Aviut e unifica suas propriedades com a Masach de Rosh.

 

Então, ocorre que essa Masach está envolvida em um Zivug entre a Luz Superior e a tela que está posicionada em Peh de Rosh. Nela, o Zivug de Haka'a foi retomado originando um novo Partzuf no nível de Biná, chamado SAG de AK. Ele é considerado a consequência do Partzuf AB de AK, uma vez que ele surge de um Zivug na Masach que está posicionada no Peh de Rosh. Os Partzufim, a começar por SAG até embaixo, surgem de acordo com o mesmo princípio.

 

Como já foi dito, o segundo Partzuf AB do Mundo AK foi formado depois de Galgalta, ele sentiu o Bitush Pnim u Makif, expulsou a Luz e então aproximou as telas do Guf e do Peh de Rosh.

 

Então, AB sente a pressão dessas duas Luzes e comporta-se exatamente como Galgalta, isto é, começa a liberar-se do seu Aviut Guímel. Ela eleva a Masach de Guf até Peh de Rosh, onde permanentemente ocorrem Zivugim, e torna-se igual a ele nas suas propriedades.

 

Isso significa que ela para de receber prazer pelo Criador. Então, ocorre um novo Zivug de Haka'a nessa tela, mas sobre uma nova parcela de egoísmo, uma que corresponda ao nível de Biná. E assim é formado o terceiro Partzuf SAG de AK.

 

Quando Malchut do Mundo do Infinito realizou o TA e fixou a tela, quatro Behinot residiam entre ela e o Criador. A Luz não é capaz de chegar até ela através de todos esses quatro Behinot e Malchut compreende que está totalmente afastada do Criador. Esse é um estado muito terrível, em que se está pronto para libertar-se inteiramente do prazer infinito, cuja ausência transforma-se em sofrimento, dor e amargura.

 

Então, graças à tela, ela passa a ver a Luz dos quatro Behinot e compreender que o Criador quer que receba prazer. Ela faz um cálculo e recebe uma pequena porção de Luz, de Peh a Tabur. Assim que Malchut recebe essa pequena porção de Luz, ela começa a sentir a pressão da Ohr Makif no Tabur, desejando entrar ali, desconsiderando o TA. Malchut encontra-se num impasse, pois ainda não é capaz de receber a Luz, mas precisa sair dessa situação de alguma forma. A saída consiste em retornar ao estado inicial. Entretanto, ao construir a primeira tela, ela já colocou uma cortina entre si e o Criador originando, assim, o primeiro Partzuf e recebendo 20% da Luz. O que ela deve fazer quando os 80% da Luz remanescente vêm até ela? A saída é tentar trabalhar com uma quantidade menor de egoísmo em prol do Criador e construir a tela para isso.

 

Por exemplo, Ruben pede a Simon que o acorde às 2 da manhã para que consiga chegar em tempo para a aula. Nesse mesmo dia, ele pede à Simon: "É muito difícil para você me acordar às 2 da manhã, por favor, me acorde às 3." No outro dia, arrependendo-se disso tudo, ele pede que o acorde às 4 da manhã, e então às cinco. Ao percebem que até isso é difícil, Ruben para completamente de ir às aulas...

 

Se antes Malchut conseguia assemelhar-se ao Criador em 20%, agora, ela tenta fazê-lo em um grau um pouco menor, ao construir uma tela para 15% de Luz (os números servem apenas como exemplo). Com isso, Malchut está afastada do Criador por duas telas. Ela fica, então, ainda mais separada Dele.

 

Ao gerar esses Partzufim, Malchut tenta assemelhar-se a Behina Shoresh, Aleph, Beit e Guímel da Luz Direta, às propriedades do Criador. Porém, é a essência egoísta que realiza o Tzimtzum. Ao tornar-se semelhante ao Criador nestes Behinot, ela isola-se Dele, por assim dizer, pois esses Partzufim criam um espaço vazio. Então, estando espiritualmente vazia, ela consegue buscar o caminho para tornar-se como o Criador.

 

Embora atribuamos a esses Partzufim propriedades de seres vivos, devemos compreender, apesar disso, que eles não estão realmente vivos. Eles são as telas enfraquecedoras que defendem o prazer espiritual do desejo egoísta de receber prazer.

 

Apenas a alma do homem, sobre a qual falaremos depois, sente o Criador, portanto apenas a alma é um ser vivente. Todos os outros objetos não passam de robôs programados pelo Criador para desempenhar esta ou aquela função e que, de alguma forma, relaciona-se com a correção do homem.

 

Todos os Partzufim recém criados, os níveis e seus estados anteriores existem ao mesmo tempo. Pode-se dar um exemplo análogo a um filme. O que já foi visto do filme desaparece do nosso campo de visão, mas ainda existe como que em um estado de suspensão. Da mesma forma, cada Partzuf anterior é como uma sucessão neste filme.

 

O quadro geral, desde o primeiro momento até o último, é muito diverso. Um grande número de ações ocorre nele, mas de forma concomitante, pois a unificação dos estados presente, passado e futuro formam uma esfera, um sistema fechado. Os Partzufim mais baixos podem influenciar os mais altos porque é através deles que recebem a Luz do Mundo do Infinito. O Partzuf AB, por exemplo, que recebe a Luz de Galgalta, obriga-o a mudar também, pois a Luz que passa por ele já é semelhante às propriedades de AB, que também transforma Galgalta. A partir disso, surgem a diversidade, a interconexão e interdependência de todos os processos espirituais.

 

O último desejo de Malchut, que percebeu ser o completo oposto do Criador nas suas propriedades e que deseja receber apenas em benefício próprio, sem dar nada em troca, é chamado de a verdadeira "criação", ou "alma". Embora ainda não estejamos lá, essa mesma parte de Malchut é o "material" a partir do qual, depois, a alma humana será criada.

 

O restante não é a criação, mas apenas uma ferramenta auxiliar na unificação da criação com o Criador. Essas forças ajudam o Criador a reger a criação. Existem apenas duas entidades: o Criador e a criação. Tudo o mais faz parte do sistema de comunicação entre eles, com cujo auxílio se encontram um ao outro.

 

Os Partzufim não realizam as ações. Estando em determinado nível e realizando ações que correspondem a este ou aquele Partzuf, os cabalistas vêem a Luz que podem rejeitar e, consequentemente, receber no seu interior. Todos os livros cabalísticos surgiram da seguinte forma: Um cabalista, galgando os níveis espirituais, registra suas sensações no papel…

 

Todo o Mundo de AK assemelha-se à Malchut de Ein Sof no nível Shoresh; Atzilut assemelha-se à Malchut no nível de Behina Aleph; Beriá corresponde à Behina Beit de Malchut; Yetzirá à Behina Guímel; e o Mundo de Assiyá assemelha-se à Behina Dalet de Malchut. A Luz em Galgalta é Ohr Nefesh.

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (35)

 Esse impacto continua até a Ohr Makif eliminar o Aviut da Masach de Guf do Tabur. Como resultado, a Masach de Guf começa a elevar-se em direção à tela, posicionada em Peh de Rosh, que é a raiz, a causa da tela de Guf. Depois de fundir-se com a tela em Peh de Rosh, a Masach do Tabur também se envolve no Zivug de Haka'a, que está ocorrendo continuamente entre a Masach, no Peh de Rosh, e a Luz. Esse Zivug resulta na formação de um novo Partzuf e no surgimento de outras 10 Sefirot, chamadas AB de AK ou Partzuf Chochmá do Mundo de Adam Kadmon. Em relação ao primeiro Partzuf Galgalta-Keter, esse novo Partzuf é considerado o seu efeito, seu "filho".

 

A Luz Circundante exerce uma grande pressão sobre a tela na tentativa de entrar no Kli, posicionado no Tabur. Entretanto, a Masach não é capaz de suportar isso. Por um lado, ela é incapaz de receber mais Luz com a intenção pelo Criador e, por outro, ela não pode permanecer sob tal pressão.

 

Assim, a melhor solução é voltar a sua condição anterior em Peh de Rosh, recusando completamente a recepção da Luz. A Masach começa a elevar-se do Tabur a Peh. Nesse percurso, ela expulsa toda a Luz do Kli e funde-se com a Masach no Peh de Rosh, isto é, ela retorna ao estado anterior no qual a Luz encontrava-se apenas no Rosh do Partzuf e estava ausente no Guf do Partzuf.

 

O pequeno prazer sentido pelo Kli ao receber a Luz no Toch deu-lhe uma ideia do grande prazer que o aguarda do lado de fora. A recepção desse prazer só enfraqueceu a tela. É muito mais fácil rejeitar por completo um determinado prazer do que recebê-lo em pequenas porções, pois o prazer recebido no seu interior enfraquece a força de vontade, isto é, a intenção de receber prazer em benefício do Criador.

 

Uma vez que tanto a Ohr Pnimi quanto a Ohr Makif pressionam a tela com o seu prazer, a tela enfraquece sob essa dupla pressão e é obrigada a parar totalmente de receber a Luz. Ela liberta-se de todo Aviut, eleva-se a Peh de Rosh e unifica-se inteiramente com a Masach, que não recebe absolutamente nada, apenas empurra a Luz de volta.

 

Logo mais, o material estudado pode ficar mais técnico, mas você não deve se afligir. Estudar Cabalá é um processo interior complicado. Por vezes, a Cabalá é percebida nas sensações (e esta é a melhor forma), mas outras vezes, ela não é percebida de forma alguma. Isso é natural. É preciso seguir com uma aprendizagem persistente. Em determinado momento, você sentirá o material penetrando-o internamente. Enquanto isso, mesmo se for impossível de entender, deve-se continuar estudando para que o contato com o esquema não se perca e a cada vez lhe seja acrescentado um novo elemento.

 

O esquema geral é semelhante a isso: a Luz que pouco a pouco se torna mais densa, cria o Kli a partir de si mesma e para si mesma. O Kli atravessa quatro fases na sua formação, tornando-se Malchut, isto é, a única criação. Então, o propósito torna-se sua completa separação do Criador, a criação não deve sentir nem a Ohr Pnimi nem a Ohr Makif, ou seja, nem prazeres internos nem externos, os quais poderiam impor suas condições a ela. A criação necessita adquirir o absoluto livre arbítrio e a possibilidade de que seus próprios desejos e ações dirijam-se à correção dos seus desejos egoístas e ao avanço em direção ao Criador.

 

O primeiro desejo independente de Malhcut foi tornar-se semelhante ao Criador nas suas propriedades. Por isso ela realiza a Primeira Restrição no seu "desejo de receber", no Behina Dalet, e o deixa sem Luz. Então, isso gera o sistema de descida dos Mundos. Os Mundos Espirituais nada mais são que as fases da restrição, eles são cortinas, telas. Ao todo, são cinco Mundos: os Mundos de AK e ABYA (Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá).

 

Depois de criar os Mundos, de cima até o ponto mais baixo, a criação encontra-se em escuridão e vazio absolutos, ela não sente o Criador de forma alguma. A humanidade encontra-se neste estado.

 

Quando o homem, como resultado do estudo, começa a sentir vagamente que a Ohr Makif brilha sobre ele, que o Criador onipotente está oculto em algum lugar atrás disso tudo, que cada fenômeno tem sua própria causa e efeito, isso significa que ele já está em um determinado nível espiritual chamado Olam Hazeh.

 

Agora estamos estudando a estrutura descendente de todas as telas e Mundos que ocultam o Criador de Malchut. Então, quando Malchut, pela força do seu próprio desejo, cria a tela, protegendo-a da Luz-prazer, ela torna-se, assim, equivalente a essa tela, a esse nível, e a tela serve como a revelação do Criador.

 

Se o homem, por vontade própria, deseja observar todas as 620 leis da revelação do Criador, elas deixam de lhe ser restritivas e então a tela correspondente é neutralizada a cada nível. O homem adquire as propriedades da tela, então não há motivo em ocultar o Criador nessa fase, uma vez que ele não corre o risco de receber a Luz para si mesmo.

 

À medida que ascendem, os cabalistas percebem internamente todos esses processos, tendo previamente estudado a descida dos Mundos. Por um lado, é necessário estudar Cabalá para adquirir conhecimento e, por outro, o homem deve sentir tudo o que estuda.

 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (34)

A Ohr Pnimi e a Ohr Makif estão conectadas com a Masach, ainda que suas ações sejam contrárias uma à outra. De acordo com a habilidade com que a Masach permite a entrada no Partzuf da parte de Ohr Yashar que estiver vestida na Ohr Hozer, ela também impede que a Ohr Makif entre. A quantidade de Luz Circundante que ficou fora do Partzuf ultrapassa em muito a de Ohr Pnimi.

 

A tela, com seu Aviut e Kashiut, impede que a Ohr Makif entre no Partzuf na mesma medida em que resiste à Ohr Yashar. O impacto entre a Ohr Makif e o Aviut da Tela é chamado Bitush -  o impacto entre a Ohr Makif e a Ohr Pnimi. Esse impacto ocorre apenas no Guf do Partzuf, uma vez que é onde ocorre a recepção da Luz nos vasos, entretanto, uma parcela considerável de Luz é deixada de fora. Nas 10 Sefirot de Rosh, esse impacto não ocorre, pois a Ohr Hozer ainda não é considerada um vaso de recepção verdadeiro. Ela forma apenas os Shorshey Kelim (raízes, origem dos vasos).

 

Portanto, a Luz que está no seu interior ainda não é a Ohr Pnimi genuína. Pela mesma razão, a Ohr Makif também não pode ser diferenciada. E por não haver diferença entre elas, não pode haver nenhum impacto no Rosh do Partzuf. Somente após a Luz expandir-se para baixo, a partir de Peh e pelas 10 Sefirot de Guf (onde as Luzes vestem-se nos vasos, isto é, as 10 Sefirot da Luz Refletida), que então ocorre o impacto entre a Ohr Pnimi e a Ohr Makif.

 

A quantidade de Ohr Makif que circunda o Partzuf é incomparavelmente maior que a Ohr Pnimi no seu interior. Na tentativa de adentrar o Partzuf, a Ohr Makif golpeia a Masach que lhe originou. O que significa que a Ohr Makif golpeia a tela? Malchut tem um desejo ardente de receber prazer. Ela sente que a Luz detém, na medida certa, o prazer que gostaria tanto de receber. Com isso, ela passa a atrair a Luz.

 

Isso demonstra que, a fim de sentir e então receber o prazer, a pessoa deve ter um vaso adequado, um vaso que já passou por um complexo desenvolvimento interno. Por que percebemos a Ohr Makif como estando fora de nós? Porque no Sof de cada Partzuf há desejos não preenchidos que sentem a Luz como prazeres que estão, até o momento, fora do seu alcance. Ou ainda, esses desejos vazios sentem como se a Luz externa os golpeasse, "exigindo" ser usufruída.

 

Os golpes da Luz Circundante (prazer) recíprocos ao desejo de Malchut de receber prazer e à força da tela que resiste a esses desejos são chamados de Bitush Pnim u Makif, o impacto entre as Luzes Interna e Circundante. Estritamente falando, nem a Ohr Makif nem a Ohr Pnimi colidem, pelo contrário, ambas golpeiam a tela que está entre elas. Isso ocorre na Masach posicionada no Tabur do Partzuf, onde a recepção da Luz claramente termina.

 

Apenas no Tabur é que fica claro o quanto de Luz (prazer) entrou no Partzuf e o quanto permaneceu fora dele. Nas 10 Sefirot de Rosh não há esse impacto, pois a Ohr Hozer ainda não é o vaso para receber a Ohr Yashar, servindo apenas como um embrião do Kli. O impacto só começa depois que a Ohr Yashar, vestida na intenção (Ohr Hozer), expande-se no interior do Toch para baixo, até o Tabur.

 

A Espiritualidade não pode ser recebida através da mente. O Kli espiritual é um sentido que não compreende o Criador, mas O sente. Se o homem consegue sentir o Criador, o Mundo Espiritual, então, pouco a pouco, o entendimento virá.

domingo, 22 de novembro de 2020

Shamati (52)

 

 Uma transgressão não cancela uma mitzvá

 

“Uma transgressão não cancela uma mitzvá (mandamento)”, e uma mitzvá não apaga uma transgressão. Deve-se tomar o bom caminho. Isto é uma regra do trabalho. Mas o mal que se encontra dentro da pessoa, não lhe permite tomar o bom caminho.

 

No entanto, deve-se entender que não é necessário eliminar o mal pela raiz, pois isto seria impossível. Em troca, somente deve-se detestar o mal, tal como está escrito: “Tu que amas ao Senhor, odeia o mal”. Deste modo, somente é necessário este aborrecimento, já que ao detestar o mal a pessoa se separa dele.

 

Por esta razão, o mal não tem existência própria, mas sua existência depende do amor e do desprezo que se sente por ele. Isto significa que se a pessoa sente amor pelo mal, então fica atrapalhada e cai sob o seu domínio. E se a pessoa aborrece a “sua” maldade e escapa de sua autoridade, esta deixa de ter domínio sobre a pessoa.

 

Então, resulta que o trabalho principal não reside no verdadeiro mal em si, mas na medida do amor e na medida do ódio. E por este motivo, uma transgressão promove outra transgressão. Devemos perguntar o seguinte: Por que alguém merece um castigo semelhante? Quando cai do seu estado de trabalho, deve ser assistido para poder levantar-se da sua queda. No entanto, aqui vemos que lhe são agregados mais obstáculos, para que continue caindo mais abaixo ainda.

 

Mas a pessoa recebe mais maldade para que possa chegar a aborrecer o mal, e assim ver de que modo as transgressões lhe afastam do trabalho de Deus. Mesmo que tenha se aborrecido e lamentado sua primeira transgressão, ainda não sentiu um tal grau de remorso que lhe induz ódio contra o mal.

 

Portanto, uma transgressão leva a outra; e cada vez que a pessoa se arrepende, de acordo com o remorso que vai aparecendo, vai manifestando-se o ódio pelo mal até alcançar sua máxima expressão. Neste momento, a pessoa fica separada do mal, porque o mal leva à separação.

 

Disto se depreende que se a pessoa encontra certo grau de desprezo no nível que lhe acarreta a separação, não necessitará a correção do que chamamos “uma transgressão que leva a outra”; e naturalmente a pessoa ganha tempo desta maneira. Quando a pessoa é recompensada, é admitida no estado de “O amor de Deus”. Este é o sentido da frase: “Tu que amas o Senhor, odeias o mal”. Somente odeia o mal, mas o mal em si permanece em seu lugar; e é somente o ódio ao mal que necessitamos.

 

Isto provém do seguinte: “Ainda assim, mesmo que Tu o tenhas criado somente um pouco inferior a Deus”, e este é o sentido do ditado da serpente: “E vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal”. Quer dizer que a pessoa se esforça e deseja compreender o comportamento inteiro da Providência, como o Criador, e a isto se refere com: “O orgulho de um homem o baixará do seu nível.” Significa que a pessoa quer compreender tudo com a mente externa, e se não consegue, cai em um estado de pequenez e insignificância.

 

O certo é que se a pessoa desperta para conhecer algo, isto é sinal de que necessita conhecer esta coisa. E quando aquele que deseja conhecer transcende sua própria mente, e termina aceitando tudo por meio da fé acima da razão, isto se considera a maior humildade da que é capaz o homem. Podem ver que na medida em que a pessoa possui desejo de saber mais, mas aceita isto com fé para além da razão, ou “por cima da razão”, a pessoa vai encontrando um estado maior de humildade.

 

Agora podemos entender como se interpreta o versículo (Números 12:3): “Moisés era um homem muito manso”, humilde e paciente. Significa que aceitava a humildade na maior medida possível.

 

Este é o significado de Adam HaRishon comendo da Árvore da Vida antes do pecado (original), que por sua vez se encontrava em (um estado de) plenitude. Ainda assim, não pôde manter-se mais no grau em que se encontrava, pois não sentia desejo algum por este estado. Assim, certamente não pôde revelar todos os Sagrados Nomes.

 

Em conseqüência, comeu da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, de acordo com o trecho do seguinte versículo: “Vem e vê as obras de Deus, terrível em fatos sobre os filhos dos homens”. E através deste pecado, todas as Luzes se retiraram dele; portanto, naturalmente foi forçado a começar o seu trabalho do zero.

 

E o texto fala disto dizendo que foi expulso do Jardim do Éden, porque se tivesse comido da Árvore da Vida, teria vivido para sempre. Este é o significado da interioridade destas palavras. Se a pessoa entra ali, permanece ali para sempre. Isto sugere que novamente a pessoa permaneça sem desejo algum. E para poder ir e revelar os Nomes Santos que se manifestam através das correções do bem e do mal, teve que comer da Árvore do Conhecimento.

 

Isto se parece com o exemplo da pessoa que deseja entregar ao seu amigo um grande barril de vinho, mas vê que seu amigo só tem uma pequena taça. Que termina fazendo? Coloca vinho dentro da pequena taça e leva para sua casa, onde deposita seu conteúdo em outra parte. Logo regressa novamente com a taça e volta a lhe servir com vinho. Deste modo, regressa outra vez a sua casa; e isto uma e outra vez até que termina recebendo todo o vinho do barril.

 

Também escutei outra parábola sobre os dois amigos, um que se tornou rei, e o outro que ficou muito pobre. O segundo escutou dizer que seu amigo havia se tornado rei, e foi até ele para lhe contar sua situação de desgraça.

 

O rei lhe entregou uma carta dirigida ao ministro do tesouro, para que durante duas horas pudesse receber todo o dinheiro que quisesse. O amigo pobre chegou à tesouraria com uma pequena caixa; entrou, e encheu a pequena caixa com dinheiro.

 

Ao sair, o ministro chutou a caixa e todo o dinheiro caiu no solo. Isto se repetiu uma e outra vez, até que o homem pobre disse chorando: “Por que estás fazendo isso comigo?” Agora sim, disse, todo o dinheiro que tenhas pegado durante esse tempo te pertence, e podes levar tudo contigo. Não tinhas os vasos para tomar suficiente dinheiro da tesouraria, e essa é a razão porque eu agi assim.


(Tradução de Clarissa Porto Alegre Schmidt)

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (33)

 

 Eis que é hora de aprendermos sobre o impacto entre a Ohr Makif e a Ohr Pnimi, o que leva ao afinamento da tela e a perda subsequente do seu nível mais alto de Aviut. Esses dois tipos de Luzes têm propriedades totalmente opostas, ainda que a tela, posicionada em Peh de Rosh do Partzuf de Malchut, conecte-as inseparavelmente.

 

Elas se encontram em constante contradição, o que leva à colisão entre elas. Por um lado, o mesmo Zivug de Haka'a que ocorreu nessa tela suscitou o preenchimento do Partzuf com a Luz Interna (Ohr Pnimi) e, por outro, produziu a Luz Circundante (Ohr Makif). Dessa forma, o Zivug de Haka'a impediu a Luz do Infinito de entrar em Behina Dalet.

 

A tela, posicionada em Peh de Rosh divide a Luz Simples que vem de cima em dois tipos opostos de Luz, embora conectados: a Ohr Pnimi, que é recebida parcialmente no interior do Partzuf com a ajuda da Ohr Hozer, e a Ohr Makif, a qual a tela impede de entrar no Guf (Behina Dalet) deixando-a de fora. Graças à mesma intenção do homem (receber em benefício do Criador), uma parte da Luz é recebida enquanto que a outra é deixada de fora. O Partzuf (homem) recebe exatamente a mesma quantidade de Luz que for capaz de receber com a intenção pelo Criador.

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (32)

 

Agora, vamos clarificar o que é a Ohr Makif do Mundo de AK (ou, melhor, Galgalta), que é infinitamente grandiosa e inesgotável. A questão não é que a Luz do Mundo do Infinito seja a Ohr Makif mas, sim, que quando ocorre um Contato de Impacto, a enorme Luz do Mundo do Infinito atinge a tela de Malchut de Rosh Galgalta. Embora desejasse entrar em Behina Dalet, como se o TA nunca tivesse ocorrido, a tela a detém e a reflete, impedindo-a de entrar no Behina Dalet (ver ponto 14).

 

Essa Ohr Hozer praticamente torna-se o vaso de recepção da Luz Superior. Entretanto, há uma grande diferença entre a recepção pelo Behina Dalet antes do TA e a recepção depois disso, com a ajuda da Masach e a Ohr Hozer. Como já dissemos, a Luz que entra em Galgalta é apenas um pequeno raio comparado com o que havia antes do TA.

 

A parcela de Luz Superior que não pôde entrar no Partzuf torna-se a Ohr Makif de Galgalta. Existe uma regra: nada desaparece no Mundo Espiritual, portanto, a Luz do Mundo do Infinito que se destinava a Behina Dalet não desaparece, ela deve realizar sua predestinação de entrar em Malchut. Assim, ela começa preenchendo os Mundos de AK e ABYA, porém de acordo com um princípio totalmente diferente. Com isso, a criação fica apenas com a parte da Luz que pode ser recebida pelo Criador, e não para si mesma.

 

Isso ocorre devido a um grande número de Contatos de Impacto entre a Luz e as Masachim dos Mundos e dos Partzufim, até que Behina Dalet corrija-se com sua ajuda e alcance o estado de absoluta perfeição concebido pelo Criador no início da criação. Então, toda a Luz do Mundo do Infinito a penetrará, mas, dessa vez, a criação será parceira do Criador na sua própria criação, "merecendo" a recepção da Luz. Portanto, o Contato de Impacto entre a Luz e a Masach não leva ao desaparecimento ou à transformação da Luz.

 

Mas, por enquanto, antes da Correção Final (Gmar Tikun), a Luz do Infinito torna-se a Ohr Makif (Luz Circundante), o que significa que ela deverá entrar nesse Partzuf no futuro. Entretanto, neste momento, ela circunda o Partzuf e brilha sobre ele como se fosse "de fora".

 

Essa luminescência externa estende-se por todos os Mundos na forma de correções, capazes de fazer com que Malchut preencha-se completamente com a Luz do Mundo do Infinito.

 

Como já dissemos, a Luz refletida pela tela veste-se na Luz Direta (Ohr Yashar) e serve de Kli para receber a Ohr Pnimi no interior do Guf. A Ohr Hozer é a Kavaná (intenção), graças a qual a Luz pode entrar no Guf em benefício do Criador. A tela tem força suficiente apenas para vestir e receber uma pequena porção da Luz no interior do Toch em comparação com a Luz que preenchia Malchut em Behina Dalet do Mundo de Ein Sof. Os desejos esvaziados formam o Sof do Partzuf, enquanto que a Luz que não pôde entrar neles e, assim, fica ao redor do Partzuf é chamada de "Ohr Makif".

 

No Mundo Espiritual, todos os processos ocorrem de acordo com a relação de causa e efeito. Lá, não existe tempo e nada muda ou desaparece. Tudo o que foi continua a ser, e tudo o que é novo meramente veste-se naqueles. Tudo o que é antecessor continua a existir e é a causa, enquanto que tudo o que é novo torna-se o seu efeito.

 

A tela, que rejeita a Ohr Yashar, não lhe impede de se expandir em Malchut, apenas confere ao processo uma nova forma. Agora, ele ocorre como um recebimento parcial com a ajuda de inúmeros "Zivugey de Haka'a" nos cinco Mundos de AK, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá.

 

Esse processo continua até a Correção Final, quando o Behina Dalet estará corrigido, em completa perfeição. Então, a Luz do Infinito se expandirá dentro dele como havia feito antes do TA. Nesse processo, a Masach não introduz nada que possa interferir na realização da perfeição.

 

A Luz do Mundo do Infinito não descansará até preencher toda Malchut. Até que isso ocorra, ela a circundará de fora como Ohr Makif, pronta para entrar no instante em que a tela surgir. A luminescência da Ohr Makif é capaz de corrigir Malchut e permitir que ela receba a Luz no seu interior.

 

A Luz golpeia a tela, pois essa é a sua natureza, como se quisesse preencher o Behina Aleph, então, depois, ela deseja constantemente preencher o vaso de recepção (o "desejo de receber"). Por exemplo, às vezes o homem tem como que um desejo oculto, então o prazer externo o atinge e desperta esse desejo, aumentando-o. Com isso, o homem passa a sentir que esse prazer deseja entrar nele.

 

No Mundo Espiritual, cada ação é nova, pois a criação realiza um Zivug de Haka'a em cada nova porção do "desejo de receber" ainda não incluído na correção. Cada nova ação é o efeito da anterior e a causa da ação subsequente. A Luz que emana do Criador é a mesma Luz simples, mas a cada novo desejo, o Kli escolhe os diversos tipos de prazer nela contidos que correspondam a esse novo desejo.

 

Tudo depende do Kli. De acordo com suas propriedades internas, seus desejos (se deseja receber por benefício próprio ou pelo do Criador, ou até se deseja de fato receber), ele distingue certos tipos de prazer na Luz. O vaso (Kli) deve ser criado a fim de conseguir selecionar todos aqueles inúmeros prazeres da Luz, incorporados nela desde o início.

 

Por um lado, a Luz que emana do Criador cria as Masachim, telas, que auxiliam no preenchimento gradual das diferentes partes de Malchut com a Luz, e isso continua até a Gmar Tikun. Por outro lado, devemos dizer que a Luz é a causa do aumento do desejo no Kli, sobre o qual deve trabalhar muito a fim de criar sua própria tela.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (31)

 

O fato é que qualquer Partzuf, ou mesmo qualquer nível Espiritual, possui dois tipos de Luz: a Ohr Makif (Luz Circundante) e a Ohr Pnimi (Luz Interna). Como já clarificamos, no primeiro Partzuf de AK, Galgalta, a Luz Circundante é a Luz do Mundo do Infinito, que preenche todo o Universo. Depois do TA e do surgimento da Masach, ocorre o Contato de Impacto (Zivug de Haka'a) entre toda a Luz do Mundo do Infinito e sua Masach. A Ohr Hozer que emerge como o resultado desse Zivug faz com que uma parte da Luz Superior entre no Mundo da Restrição (Olam HaTzimtzum) e, com isso, crie as dez Sefirot de Rosh e as dez Sefirot de Guf, como foi dito no ponto 25.

 

Entretanto, o Partzuf Galgalta deixa de receber a Luz total. Sendo assim, a Luz do Mundo do Infinito não preenche todo o Universo, como preenchia antes do TA. Agora, existem Rosh e Sof, isto é, enquanto as dez Sefirot expandem-se para baixo, a Luz para no ponto "desse mundo", na Malchut "restritiva" (Malchut Masayemet), conforme é dito: "Seus pés estão fincados no Monte das Oliveiras...".

 

Além disso, agora existe a noção "de dentro para fora". Semelhante à expansão descendente das dez Sefirot Keter, Chochmá, Biná, Tiferet, Malchut (KaHaB-TuM) e Malchut restritiva, há também a expansão das dez Sefirot KaHaB-TuM de dentro para fora.

 

Aqui, as Sefirot são chamadas de: Mocha - Cérebro (Keter); Atzamot - Ossos (Chochmá); Gidin - Tendões (Biná); Basar - Carne (Tiferet) e Or - Pele (Malchut; "Or" com a Letra "Ayn" e não com "Aleph", que seria "Luz"). Em relação ao Mundo do Infinito, no qual o Universo inteiro era preenchido pela Luz do Partzuf Galgalta, resta apenas um pequeno raio de Luz. A Or - Pele (Malchut) restringe o Partzuf por fora, impedindo que a Luz "expanda-se" mais e preencha o espaço vazio.

 

A quantidade de Luz (seu pequeno raio) recebida em Galgalta é chamada de "Ohr Pnimi" (Luz Interna). A enorme quantidade de Luz do Mundo do Infinito, que não entra em Galgalta, permanece do lado de fora. Agora, essa Luz é chamada de Ohr Makif (Luz Circundante), ela não pode entrar no Partzuf, mas, ao invés disso, ela o circunda por todos os lados.

 

Toda parte de Malchut é chamada de "nível" quando cada um dos seus desejos for preenchido pela Luz através da tela. Cada nível recebido por Malchut divide a Luz que chega a ela em duas partes: Ohr Pnimi, que entra no Partzuf, e Ohr Makif.

 

A tela vê a totalidade da Luz que vem a ela com a ajuda da Ohr Hozer, e então determina o quanto pode receber pelo Criador com a ajuda da tela, e o quanto dessa Luz deve ser deixada de fora. A tela sempre divide a Luz em duas partes.

 

A Ohr Pnimi (a parte que é recebida) é apenas um pequeno raio de Luz que entra em Malchut, isto é, o espaço vazio, afastada depois do TA (antes do TA, Malchut estava completamente preenchida). Percebemos a força do egoísmo, o qual permite que apenas um pequeno raio de Luz entre em Malchut com o auxílio da tela. Da mesma forma, ela se refere apenas ao primeiro Partzuf de AK, Galgalta. Os outros Partzufim são preenchidos com ainda menos Luz.

 

Então, com a ajuda desse raio de Luz, são criados Partzufim adicionais. No centro preciso dessa esfera negra (Malchut depois do TA), existe o nosso mundo. No Mundo de Atzilut, nasce um Partzuf muito especial: Adam HaRishon. Ele consiste de dois componentes: as qualidades de Biná e de Malchut. Então, esse Partzuf parte-se em inúmeros Partzufim individuais chamados "almas".

 

Ao adquirir a tela, as almas formadas podem gradualmente preencher de Luz toda a esfera. Esse estado é chamado de "A Correção Final" das almas com a ajuda da tela, a "Gmar Tikun". Depois disso, a expansão seguinte de Malchut consiste no recebimento do Criador, não dentro de si mesma, mas acima das suas propriedades. Isso já se refere àquela parte da Cabalá chamada de "Segredos de Torá". A outra parte da Cabalá, tudo o que está abaixo desse nível e se refere ao "Ta'amey Torá" pode e deve ser estudada por todos. Os cabalistas devem abrir "Ta'amey Torá" a todos, mas devem ocultar os "Segredos de Torá".

 

Há muitos tipos de Ohr Makif, assim como de Ohr Pnimi. Um deles brilha sobre o homem quando ele ainda não possui uma tela, sensações corrigidas, então o homem passa a desejar o espiritual. Isso ocorre graças à Ohr Makif que brilha sobre ele. Aqui, a Luz é primária e o desejo é secundário. A Ohr Makif começa a brilhar quando o homem ainda não compreende de onde vem essa luminescência, mas a espiritualidade passa a atraí-lo. À medida que começa a aprender, ele desperta acima de si mesmo uma luminescência de outro tipo, que gradualmente o corrige. Com sua ajuda, o homem passa a ver suas deficiências, a abrir cada vez mais o mundo ao seu redor. Pouco a pouco, a Luz cria a imagem espiritual diante dele, que fica cada vez mais clara, como se saindo da névoa.

 

Estamos cercados pelo Criador, que está por trás de todos os objetos ao nosso redor e deseja nos aproximar mais Dele. Para tanto, Ele utiliza os objetos da natureza. Em nosso mundo, Ele realiza isso com a ajuda das pessoas (família, amigos, conhecidos). Ele nos envia sofrimentos e situações complicadas deliberadamente para que, ao tentar escapar, nos aproximemos mais Dele.

 

Entretanto, o homem tende a atribuir a causa de todos os seus infortúnios à esposa temperamental, ao chefe raivoso ou as pessoas que o cercam. Mas é assim mesmo que deveria ser, pois o Criador está oculto dele. O homem ainda não alcançou o nível em que é capaz de ver apenas o Criador por trás de tudo o que lhe acontece. Além disso, ele deve reagir conforme seus próprios sentimentos e não como se apenas o Criador existisse no mundo. Enquanto estivermos no nível material é impossível ver as forças espirituais nas coisas.

 

Retratamos os Partzufim de forma muito relativa. Embora se diga que Galgalta pareça um pequeno raio de luz, nós o imaginamos como um retângulo a fim de mostrar a correlação entre as partes do Partzuf. O Partzuf e suas partes são gradualmente criados nas sensações do homem. Estudamos como que, de um ponto, uma Sefirá é criada, e então um Partzuf-embrião e, depois, como ele cresce à medida que o homem passa a receber a Luz Superior dentro dele.

 

Está dito que "seu pé ascenderá até o Monte das Oliveiras, e lá permanecerá". O azeite de oliva simboliza a Ohr Chochmá. Todo o processo de recepção e gradação da Ohr Chochmá é extremamente complicado. Em hebraico, Har (montanha) também significa "Hirhurim": dúvidas, sofrimentos e esforços enquanto se escala uma montanha. De baixo, da nossa perspectiva, essa ascensão continua até a Maschom, onde inicia o Mundo Espiritual. Na Gmar Tikun, a Ohr Chochmá não preencherá apenas o Toch de Galgalta, mas também o Sof.

 

Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...