quarta-feira, 20 de março de 2024

Shamati (126)

  

126. Um sábio vem à cidade

(Ouvi durante a refeição de Shavuot, Tav-Shin-Zayin, Maio de 1947, Tel-Aviv)

 

Um sábio vem à cidade.” O Criador é chamado de “Sábio”. Ele vem à cidade, pois em Shavuot (Festa das Semanas) Ele mostra a Si Mesmo para o mundo.

 

O preguiçoso diz: ‘Há um leão no caminho’, e se o sábio não estiver em casa? E se a porta estiver trancada?” Nossos sábios disseram que a questão é: “Se você trabalhou e não encontrou, não acredite.” Portanto, se ele vê que não encontrou a aproximação do Criador, então lhe é dito que ele não deve ter trabalhado o suficiente. É por isso que o versículo o chama de “preguiçoso”.

 

E qual é a razão de ele não ter trabalhado? Se ele está buscando a aproximação com o Criador, por que ele não quer fazer um esforço? Afinal, mesmo se você quiser obter algo corpóreo, você ainda não pode fazê-lo sem trabalho. Na verdade, é que a pessoa não quer trabalhar. O problema não é aquele que declara que “Há um leão no caminho”, mas que a Sitra Achra seja, de acordo com o que está escrito, “um leão que espreita em lugares secretos”. Isso quer dizer que aquele que começa a andar pela Senda do Criador, acaba se encontrando com o leão no caminho. E aqueles que fracassam nisso não conseguem se recuperar.  

 

É por isso que ele tem medo de começar, pois quem pode derrotar o leão? Então lhe é dito “Não há leão no caminho”, ou seja, “Não há ninguém além Dele”, como está escrito. É assim porque não há outra força além Dele, por meio de “E Deus fez com que Ele seja temido”.

 

Então o indivíduo encontra outra desculpa: “E se o Sábio não estiver em casa?” A Sua casa é a Nukva, a Shekiná (Divindade). Então ele não pode ter certeza se está andando ou não no caminho da Kedushá (Santidade).

 

É por isso que ele diz que talvez o Sábio, ou seja, o Criador, não esteja em Sua casa. Ou seja, isso não é Dele, não é da Kedushá, então como ele pode saber se está avançando na Kedushá? Então lhe é dito: “O Sábio está em Sua casa”, no sentido de “A alma lhe ensinará”, e por fim ele saberá que está avançando na Kedushá.

 

Então ele diz: “E se a porta estiver trancada e for impossível entrar no Palácio, como em ‘Nem todos que desejam ter o Criador virão a tê-lo’?” Então lhe é dito: “A porta não está trancada.” Afinal, vemos que muitas pessoas foram recompensadas com a entrada no Palácio.

 

Então, ele responde: “De qualquer maneira, eu não irei.” Isso significa que, se ele é preguiçoso e não quer se esforçar, ele se torna argumentativo e astuto, e pensa que estão apenas tornando o trabalho mais pesado para ele.

 

Mas, na verdade, aquele que deseja se esforçar vê o contrário. Ele vê que muitos tiveram sucesso. E aqueles que não querem se esforçar vêem que há pessoas que não tiveram sucesso. E mesmo que não tenham tido sucesso é porque descobriram que não queriam se esforçar. Mas como ele é preguiçoso e quer justificar suas ações, ele prega como um homem sábio. Na verdade, o fardo da Torá e das Mitzvot deve ser aceito nem qualquer argumento ou reclamação, e então ele terá sucesso.

 

 

terça-feira, 19 de março de 2024

Shamati (125)

  

125. Aquele que se deleita na Shabat

(Ouvi em 8 de Sivan, Tav-Shin-Tet, 15 de junho de 1949, Tel-Aviv)

 

Qualquer um que se deleite na Shabat recebe um domínio ilimitado, como está dito: ‘Então te deleitarás no Eterno, e Te farei cavalgar sobre as alturas da terra; e Te sustentarei com a herança de teu pai, Jacó’ (Isaías 58:14) etc. Diferentemente de Abraão, sobre quem está escrito: ‘Levanta-te, passeia pela Terra, por seu comprimento’ (Gênesis 13:17) etc. E não como Isaac, como está escrito: ‘Porque toda a terra que tu vês, a ti darei e à tua descendência’ (Gênesis 13:15). Mas como Jacó, sobre quem está escrito: ‘E te fortalecerás ao Oeste, ao Leste, ao Norte e ao Sul’ (Gênesis 28:14).” (Shabat 118).

 

É difícil entender a Guemará assim como ela é. Cada um de Israel deveria receber o mundo inteiro, um domínio ilimitado?

 

Devemos começar com as palavras dos nossos sábios: “No futuro, o Criador irá retirar o Sol da sua funda e o escurecerá. Os perversos são julgados assim, e os justos são curados assim, como está escrito: ‘Pois aproxima-se o dia que se abrasará como um forno, no qual todos os ímpios e malévolos serão como a palha; e neste dia serão queimados a tal ponto, diz o Eterno dos Exércitos, que deles não sobrará nem raiz e nem ramo algum’ (Malaquias 3:19), nem uma raiz neste mundo e nem um ramo no mundo vindouro.” Os justos são curados assim, como está escrito: “‘Mas para aqueles de vós que temem o Meu Nome, levantar-se-á o sol da justiça trazendo saúde (eterna) em seus raios’ (Malaquias 3:20). E, aliás, eles serão refinados assim” (Avodá Zarah 3b).

 

E devemos entender a seguinte interrogação que os nossos sábios fizeram: “O que é um “Sol”, o que é uma “Funda”, e de onde vem essa oposição?” Além disso, o que é “Nem uma raiz neste mundo e nem um ramo no mundo vindouro”? E o que significa  “Aliás, eles são refinados assim”? Ele deveria ter dito “Curados e refinados através disso”, mas o que quer dizer com “E, aliás”?

 

Agora podemos entender as palavras dos nossos sábios: “Israel é contada pela Lua e as nações do mundo, pelo Sol” (Sucá 29). Portanto, a luz do sol é um ditado para o conhecimento mais claro, como está escrito: “É claro como o Sol.” E sobre as nações do mundo, que não receberam a Torá e as Mitzvot, dizem as Escrituras que o Criador as ofereceu a todas as nações e às todas as línguas, mas estas não desejaram deleitar-se na Luz da Torá, considerada como a “Lua”, que recebe a sua Luz do Sol, a Luz regular. Ainda assim, elas têm a aspiração e o desejo de estudar o Nome e de chegar a conhecê-lo também.

 

Israel é contado pela Lua, que é a Torá e as Mitzvot, onde a luz do sol está vestida no seu interior. Portanto, a Torá é a funda do Criador.

 

Está escrito no Zohar que “A Torá e o Criador são um”. Isso significa que a Luz do Criador está vestida na Torá e nas Mitzvot, e Ele e a Sua funda são Um. Assim, Israel é contato pela Lua para complementar a si mesmo na Torá e nas Mitzvot. Portanto, eles são naturalmente premiados também com o Criador. Contudo, como as nações do mundo não guardam a Torá e as Mitzvot, ou seja, a funda, elas não têm nem a Luz do Sol.

 

Esse é o significado de “No futuro, o Criador irá retirar o sol da sua funda”. E eles disseram: “Shechiná nos inferiores; uma necessidade sublime”, no sentido de que o Criador deseja e anseia por isso.

 

Esse é o significado dos “Seis dias de trabalho”, no sentido do trabalho na Torá e nas Mitzvot, pois “Tudo foi criado pelo Eterno para alcançar Seus propósitos” (Provérbios 16:4). E mesmo o trabalho nos dias da semana ainda é o Trabalho do Criador, como está escrito: “E a estabeleceu, não para ser deserta e, sim, para ser habitada” (Isaías 45:18). É por isso que é chamada “Uma funda”.

 

E a Shabat é a Luz do Sol, o dia do descanso na vida eterna. Ou seja, Ele preparou o mundo em dois níveis:

 

1)    Que a Sua Shechiná fosse revelada pela Torá e pelas Mitzvot nos seus dias de trabalho;

 2) Que Ele seja revelado no mundo sem Torá e Mitzvot.

 

Esse é o significado de “Farei isto a seu tempo, ou o apressarei” (Isaías 60:22). Recompensado: Eu o apressarei, no sentido de através da Torá e das Mitzvot. Não recompensado: No seu tempo, pois a evolução da criação com todo o sofrimento traz a correção final e a redenção da humanidade, até que o Criador coloque a Sua Shechiná sobre os inferiores. Isso é chamado “No seu tempo”, através da evolução pelo tempo.

 

terça-feira, 5 de março de 2024

Shamati (124)

  

124. A Shabbat de Bereshit e os seis mil anos
(Eu ouvi)

 

Há dois discernimentos da Shabat:

 

1) Sobre Bereshit (Gênesis, Início);

 

2) Sobre os seis mil anos.

 

A diferença entre eles é: Sabe-se que há uma parada, e há um descanso. Uma parada é onde não há mais nada a adicionar. Um descanso, porém, deriva das palavras: “Ele se levantou e descansou”, no sentido de que o indivíduo está no meio do seu Trabalho, e como não tem força para continuar, ele se levanta e descansa para reviver a si mesmo, e depois continua o seu Trabalho.

 

Uma Shabat de Bereshit é um estado de não ter nada mais a adicionar. Isso é chamado “Uma parada”. Uma Shabat de seis mil anos é considerado descanso, pelo qual o indivíduo recebe força para continuar o seu Trabalho nos dias de semana.

 

Agora podemos entender as palavras dos nossos sábios: “Shabat disse: ‘Deste a todos um parceiro, mas a mim Tu não deste.’” E o Criador respondeu: “Israel será teu parceiro.” Um parceiro significa ZA. Se há uma Nukva, pode haver um Zivug (Acasalemento), e do Zivug vem a prole, ou seja, a “Renovação” e os “Acréscimos”.

 

Nukva é uma deficiência. Se há uma deficiência em algum lugar, há espaço para corrigir a deficiência, e todas as correções são consideradas como tendo sido cumpridas ao atrair a Luz Superior no lugar da falta. Segue-se que não havia deficiência aqui para começar, mas todas as faltas previamente consideradas deficiências vieram em forma de “Correção para começar”, no sentido de que assim a Abundância Superior pudesse fluir de Cima.

 

É como alguém que mergulha em alguma questão e se esforça para entendê-la. Quando obtém o significado, é o contrário: Ele não sente que estava sofrendo anteriormente, quando não entendia a questão. Ao invés disso, ele está feliz porque agora tem alegria. A alegria é medida pela extensão do esforço que ele fez antes de entender a questão.

 

Portanto, o “Tempo de mergulhar” é chamado Nukva, uma deficiência. E quando o indivíduo se une com a deficiência, ele produz a Prole, a Renovação. É isso que a Shabat argumentou, “Como não há trabalho na Shabat, não haverá Prole e Renovações.”

 

Shamati (127)

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