segunda-feira, 1 de abril de 2024

Shamati (127)

  

127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada

(Sucot Inter 4, Tav-Shin-Guimel, 30 de setembro de 1942, Jerusalém)

 

 

Sabe-se que a partida dos Mochin e a cessação do Zivug ocorrem somente às adições de Mochin, e que o núcleo do nível em ZON é Vav e uma Nekudá (Ponto). Isso significa que, em essência, Malchut não tem mais que um ponto, um ponto preto sem nada branco nele.

 

Se o indivíduo aceita esse ponto como o núcleo, e não como algo supérfluo do qual deseja se livrar, mas, além disso, o aceita como um adorno, isso é chamado de “Uma bela morada no seu coração”. Isso é porque ele não condena essa servidão, mas a torna essencial para si mesmo. Isso é chamado “Elevar a Shechiná do pó”. Quando o indivíduo mantém a base e a considera essencial, jamais cai do seu nível, pois não há partida alguma nessa essência.

 

E quando alguém assume trabalhar como um ponto preto, inclusive no lugar mais escuro do mundo, a Santa Shechiná diz: “Não há onde se esconder de ti”. Assim, “Estou atado a Ele num único nó”, “e jamais será separado”. Por causa disso, a pessoa não tem interrupção da Dvekut (Adesão).

 

Se alguma Iluminação, chamada “Adição”, vem a ele de Cima, ele a aceita por meio de “Inevitável e não intencional”, pois isso vem do Emanador, sem o despertar do inferior. Esse é o significado de “Eu sou preto, mas lindo”, porque quem puder aceitar a escuridão, verá que “Eu sou lindo”.

 

Esse é o significado de “Aquele que crê, que venha aqui”. Quando o indivíduo se afasta de todos os seus compromissos e quer apenas trabalhar a fim de beneficiar o Criador, e trabalha por meio de “Eu fui uma besta com Você”, então ele é recompensado com a visão da perfeição final. Esse é o significado de “Um indivíduo sem coração, ela lhe disse”. Isso significa que, como não tinha coração, precisava ser imprudente; senão, ele não poderia se aproximar.

 

Mas, às vezes, nos encontramos num estado de “Shechiná no exílio”, quando o ponto descende até o conjunto de BYA (Beriá, Yetzirá e Assyiá) separado. Nesse momento, ele é chamado “Como uma rosa entre espinhos”, pois tem a forma de espinhos e cardos. Nesse estado, ele não pode ser aceito, já que ali dominam as Klipot (Cascas).

 

Isso vem através das ações do homem, já que as ações do homem abaixo afetam a raiz da sua alma acima, na Shechiná. Isso significa que se uma pessoa abaixo é escrava do desejo de receber ela faz a Klipá reinar sobre a Kedushá acima.

 

Esse é o significado do Tikun Chatzot (Correção da meia-noite). Rezamos para elevar a Shechiná do pó, para elevá-la em importância, posto que as noções de “Acima” e “Abaixo” implicam cálculos de importância e de transcendência. E isso é considerado um ponto preto.

 

No Tikun Chatzot o ponto preto prevalece e diz que quer guardar o versículo de “Libni e Shimei”. Libni allude a Lavan (Branco), e não preto, e Shimei alude a Shmi’a (Ouvir), isto é, à razoabilidade, que implica que assumir o “Fardo do Reino dos Céus” é para ele uma questão razoável e aceitável. E o Tikun Chatzot é o Tikun da Mehitza (Divisória), a correção de separar a Kedushá da Klipá, ou seja, corrigir o mau sentimento contido no desejo de receber, e conectá-lo ao desejo de doar.

 

Golah (Exílio) tem as mesmas letras de Ge’ulah (Redenção). Esse é o significado de “Aquele que pode proteger os daninhos deve compensar o prejudicado com o melhor que tiver”. E isso se refere ao versículo que diz: “Quando há julgamento abaixo, não há julgamento Acima”.

 

Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...