domingo, 31 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (62)


62. Ocorre que quando o Partzuf SAG surgiu, ele terminou acima do Tabur de Galgalta, da mesma forma que AB, pois não poderia descer abaixo do Tabur onde Behina Dalet de Galgalta rege como as Dez Sefirot de Sium. Os Partzufim AB e SAG não tinham nada em comum com Behina Dalet.

 

Entretanto, depois do enfraquecimento da Masach, quando as Nekudot de SAG passaram a emergir do Beit de Aviut e Guímel de Hitlabshut para o Aleph de Aviut e Beit de Hitlabshut, os Ta’amim de SAG desapareceram, surgindo o nível das Nekudot de VAK (seis Sefirot), isto é, ZA sem as três primeiras Sefirot. Ali, não existe Ohr Chochmá, apenas Ohr Hassadim.

 

Esse estado corresponde plenamente às propriedades das Dez Sefirot de Sium abaixo do Tabur, que também se encontram no estado de VAK. Sabemos que no Mundo Espiritual a equivalência de qualidades unifica os objetos, sendo assim, quando as Nekudot de SAG descem abaixo do Tabur unificam-se com ZON, ZA e Malchut, do Mundo de AK.

 

Devemos lembrar que as “Nekudot de SAG” não se referem à Biná, que não deseja receber Ohr Chochmá. Tudo que falamos nada mais é do que Malchut. Malchut é chamada de Biná quando reconhece que não será capaz de suportar o prazer da Ohr Chochmá e tampouco deseja se sujeitar à tentação, por isso não se interessa pela Luz Chochmá, apenas pela Luz Hassadim.

 

Examinemos a noção de “elevar MAN”. MAN significa “Mey Nukvin”, o plural das palavras Mayim, água, e Nukvin, feminina. Antes da unificação, Biná e Behina Dalet existiam separadamente, mas quando Biná desce abaixo do Tabur e integra-se à Malchut, surgem dois tipos de Biná: Biná de Biná e Biná incluída em Malchut. Há, também, dois tipos de Malchut: Malchut de Malchut e Malchut incluída em Biná.

 

Biná é conhecida como Mayim, água, o que, somado ao plural das duas Malchut, Nukvim, forma “Mey Nukvin”. Isso indica que, desse momento em diante, a cada elevação de MAN, Malchut deve ser adoçada por Biná. A Malchut pura não é chamada de MAN, mas de Masach ou “propriedade de Julgamento”.

 

Muito desse parágrafo suscita questionamentos, mas Baal HaSulam não forneceu todas as respostas. Esse não era seu objetivo, pois sempre deu aos seus alunos a oportunidade de se esforçar em busca das respostas necessárias. Nosso trabalho concentra-se na aplicação dos devidos esforços, não nos meios de se compreender os Mundos Espirituais. A compreensão surge apenas na medida da nossa capacidade de sentir o Criador. Quando as propriedades do homem são semelhantes às do Criador elas se transformam em Vasos Espirituais de Recepção, através dos quais o homem pode pressentir a informação espiritual.

 

O Criador Se revela somente quando o homem já realizou esforços suficientes, tanto em quantidade quanto em qualidade. Se você simplesmente memoriza o texto e lembra que as Nekudot de SAG descem abaixo do Tabur onde se misturam ao NHYM de Galgalta, isso será suficiente para o seu avanço. Os fatos devem estar bem enraizados na sua mente. Essa informação não desaparece nem com a morte biológica.

 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (61)

 

61. É preciso compreender que, uma vez que as 10 Sefirot do Mundo de Nikudim e MA do Mundo de AK emergem do Nikvey Eynaim de SAG, a fronteira entre os vasos de “doação” e os de “recepção”, elas devem vestir-se em SAG do Peh de Rosh para baixo. Assim como emergiram todos os Partzufim anteriores, cada Partzuf mais baixo veste-se no mais alto do Peh de Rosh para baixo.

 

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (60)


60. O Tzimtzum Beit também é chamado de Tzimtzum NHYM de AK, pois se dividirmos o Partzuf Galgalta em Dez Sefirot, então o Rosh será KaHaB, o Toch será HaGaT e o Sof será NHYM. Isso ocorre porque as Nekudot de SAG, durante a ascensão de Malchut à Biná e consequente interação das duas, terminavam acima do ponto do nosso mundo e, agora, terminam abaixo do Tabur de Galgalta, em Tiferet de Guf de Galgalta, para onde elevou-se Malchut Mesayemet.

 

Um espaço vazio e absolutamente destituído de Luz foi formado abaixo de Malchut, no lugar dos desejos egoístas NHYM de SAG, já que estes restringiram a recepção de Luz e ficaram vazios. O AHP de Rosh de SAG separou-se do GE e assumiu o papel de Guf. As Dez Sefirot de Rosh elevaram-se acima do Nikvey Eynaim, a fronteira entre Gar e Zat de Biná, enquanto que o Guf foi formado abaixo, podendo receber apenas uma parca luminescência que emana de Rosh.

 

As Dez Sefirot que surgiram devido a um Zivug de Haka’a no Nikvey Eynaim de SAG são chamadas de Dez Sefirot do Mundo de Nikudim. Elas desceram do Nikvey Eynaim e tomaram seu lugar abaixo do Tabur de AK. Ali, se dividiram em Rosh e Guf. O local abaixo do qual a Ohr Chochmá não pode expandir-se é chamado de “Parsá”. O Mundo de Nikudim é chamado de “parte externa”. As Sefirot internas são chamadas de Partzufim MA e BON do Mundo de AK.

 

Mas, então, por que ocorreu o Tzimtzum Beit? Quando as Nekudot de SAG desceram abaixo do Tabur, lá encontraram NHYM de Galgalta. De um lado, as Nekudot de SAG são, na verdade, Zat de Biná. Zat significa “Zain Tachtonot”, sete Sefirot inferiores, ou seja, os Vasos para os quais ZA e Malchut se voltam buscando Luz e que estão prontos para transferir essa Luz para baixo. Por outro lado, NHYM de Galgalta são os enormes desejos Dalet/Guímel que, em relação às suas propriedades, aproximam-se de Dalet de Dalet, isto é, a Essência da Criação.

 

As Nekudot de SAG adotaram os desejos NHYM de Galgalta, mas não possuíam a tela adequada e correram o risco de receber Luz em benefício próprio. Para evitá-lo, Malchut, que havia realizado o TA, eleva-se à Tiferet (Biná de Guf), e separa os Vasos de Recepção dos Vasos de Doação. Assim, as Nekudot de SAG não poderão receber prazer de forma egoísta. Este é o Tzimtzum Beit.

 

Em Malchut do Mundo do Infinito existem as dez Sefirot KaHaB, HaGaT e NHYM. Depois do TA e tanto quanto a tela permitir, é possível utilizar as primeiras nove Sefirot a fim de receber Luz pelo Criador. Apenas Malchut não pode receber a Luz Direta, ficando somente com a Ohr Hozer, a Luz Circundante.

 

Já o Tzimtzum Beit acarreta condições adicionais: depois de realizado, é impossível receber Ohr Chochmá, mesmo em benefício do Criador, e Malchut pode apenas doar, recebendo Ohr Hassadim, o prazer pela equivalência de suas qualidades com as do Criador. Se uma restrição for imposta em dois ou três desejos, o Zivug de Haka’a não se realiza sobre eles, pois são ignorados e permanecem inutilizados.

 

Revisaremos, agora, a interação entre as qualidades de Julgamento e Misericórdia. Durante a ascensão de Malchut à Biná, a Misericórdia foi restringida. Então, como sabemos que Malchut recebeu o assim chamado “adoçamento”, a qualidade de Misericórdia? Não é este o propósito dessa ação, prover Malchut, Din, de qualidades de Misericórdia, ao invés de dar à Biná, Misericórdia, a propriedade de Julgamento?

 

 

Para responder essa questão, daremos um exemplo que demonstra como Malchut recebe o adoçamento por meio do TB.

 

Os sábios dizem que: “No princípio, o Criador pensou em criar o mundo através da propriedade de Julgamento, mas viu que ele não se sustentaria, então adicionou a propriedade de Misericórdia”. Esse mundo é Malchut, que restringiu a si mesma, o que expressa a qualidade de Julgamento. No entanto, sempre existem Sefirot em cada Partzuf, ainda que Malchut tenha realizado a Restrição em si mesma. Malchut ainda não possui um Partzuf completo, mas Seu desejo é torná-la um Partzuf inteiro para que receba a Luz Direta nos seus Kelim, da forma como recebia antes da Restrição.

 

Já sabemos que o local dessa correção é Malchut de ZA do Mundo de Atzilut. Para tanto, ela se separa de ZA e torna-se um Partzuf independente: Malchut do Mundo de Atzilut. Assim como sucede a todos os outros Partzufim, Malchut ascende à Biná em ZA, isto é, sua Malchut eleva-se ao seu ZA chamado “Chazeh”. NHY caem do Chazeh para baixo sob o poder de Malchut. Ocorre que, devido à elevação de Malchut à Biná, ZA restringe-se, ou seja, não utiliza todas as suas dez Sefirot, mas só até o Chazeh (Biná de Guf).

 

E então, devido a um Zivug de AB-SAG, o TB é anulado e Malchut retorna ao seu lugar. Os Kelim NHY foram purificados e ZA pode novamente utilizá-los. Aqui vemos algo realmente novo. Já que nada desaparece no Mundo Espiritual, descobrimos que NHY ainda se encontra sob o poder de Malchut, entretanto, mesmo depois da anulação do TB, o Zivug AB-SAG não a rebaixa. Assim, graças ao Gadlut de ZA, Malchut adquire e incorpora os Kelim NHY.

 

Esses Kelim referem-se à Luz Direta, chamada de “faísca do Desejo de Doar”. Ainda que não tenham conexão alguma com Malchut, esses Vasos caíram ali, no “desejo de receber para si mesmo” e então ela adquire a capacidade de doar. NHY dividiram-se em nove partes, juntaram-se à Malchut na sua posição superior e formaram o Partzuf Malchut. Com isso, vemos que se o TB não tivesse sido realizado, Malchut seria incapaz de construir seu próprio Partzuf.

 

Um cálculo realizado no Rosh define que apenas as três primeiras Sefirot serão os vasos de recepção e, assim, poderão ser utilizadas. Os vasos de recepção inferiores, isto é, as Sefirot compreendidas entre Malchut e a metade de Tiferet, não serão utilizadas. O Zivug de Haka’a realiza-se apenas da metade de Tiferet para cima. No Guf, ocorre uma situação similar: são utilizadas apenas as Sefirot que se encontram entre Keter e o meio de Tiferet, enquanto que o restante dos desejos permanecem vazios. Esse é o TB e indica que é possível doar em prol do Criador, mas não receber.

 

A Masach de Rosh eleva-se do Peh ao Nikvey Eynaim e, depois disso, apenas os vasos de doação acima da tela podem ser utilizados. Não há tela nos desejos de receber, mas pode-se impedir que esses desejos recebam de forma egoísta. Eles permanecem neutralizados, ignorados, trabalha-se unicamente com os desejos de doar. O estado em que o Partzuf trabalha só com os desejos de doar é chamado de Katnut, “Pequenez”, pois só os vasos de doação são utilizados.

 

O estado em que o Partzuf torna-se apto a receber Luz nos seus Vasos de recepção e a trabalhar com eles após adquirir poderes anti-egoísmo é chamado de Gadlut, “Grandeza”. Eis que surge uma questão: Como o décimo desejo, Malchut, pode receber? Isso não era impossível mesmo antes do TB? Malchut pode fazê-lo com o auxílio de AHP de Aliyah e das “três colunas”, o que discutiremos mais adiante.

 

Acima da tela se encontram somente os vasos de doação (GE) e, abaixo, os de recepção (AHP), inutilizados enquanto se opera no estado de Katnut. O GE de Rosh preenche o GE de Toch, no entanto, nenhuma parte de AHP de Rosh penetra no AHP de Toch.

 

Nosso corpo foi projetado à imagem e semelhança do Partzuf Espiritual. O diafragma é um ponto limítrofe que separa o sistema respiratório do digestivo. O sistema respiratório corresponde aos vasos de doação enquanto que o digestivo aos de recepção. Nesse sentido, a letra Aleph, a primeira letra do alfabeto hebraico, consiste de uma linha trespassada, o diafragma, acima da qual a letra Yud superior representa o GE e a Yud inferior o AHP. Na verdade, só depois do TB que a Criação assume uma forma definitiva e a letra Aleph representa o início desse processo.

 

Quando os desejos surgem no homem, ele decide qual deles pode ou não utilizar. Isso significa que a tela está sendo criada e que ele começa a trabalhar com ela. O que significa desejar doar sem receber nada em troca? Isso é Biná, Behina Beit, que diz não querer nada para si, uma vez que compreende que o prazer a afasta do Criador, assim, prefere não receber nada e ficar próxima Dele. Ela sente prazer na doação e na proximidade com o Criador. Nós podemos sentir prazer tanto recebendo quanto doando, o que, na verdade, também é um tipo de recepção.

 

O Partzuf SAG também não recebe nada, então por que ele possui Rosh, Toch e Sof? Por que ele realiza um Zivug de Haka’a? À primeira vista, apenas a Ohr Hassadim deveria expandir-se no seu interior, entretanto, não é bem assim que acontece. A Ohr Hassadim é o prazer gigantesco de ser semelhante ao Criador, de estar perto Dele e compartilhar informações com Ele. A pessoa acaba conhecendo Seus Pensamentos, Seus Sentimentos, recebe tudo que estiver Nele, atinge o mesmo nível Dele. Ela traz um prazer indescritível, para o qual também deve haver uma tela, a fim de que seja usufruída de maneira altruísta. SAG não pode receber todos os prazeres, então, realiza um Zivug no Rosh e produz o Toch. O Sof, contudo, não pode ser preenchido.

 

Em realidade, a Criação não pode ter vasos de doação. A Criação é Malchut após o TA, isto é, os vasos de recepção. Essa Malchut instala uma tela de força variável e age, conforme essa força, segundo Keter, Chochmá, Biná, ZA ou Malchut. Então, aqueles vasos de recepção que possuem uma tela adequada, Keter, Chochmá ou GAR de Biná, podem ser utilizados como vasos de doação.

 

Se a pura doação existisse, isto é, tão somente o Criador, a criação não seria capaz de senti-Lo de forma alguma, pois só é possível sentir algo que a perpassa. O Partzuf superior sempre gera o inferior porque retém as Reshimot. A Luz preenche Malchut do Mundo do Infinito e lhe transfere todas as suas forças e propriedades. Por causa disso, Malchut deseja apaixonadamente ser como ela e prontifica-se a sacrificar tudo a fim de expulsar a Luz e ficar vazia.

 

A força desse desejo direciona toda a Criação desde o seu início até o fim derradeiro, a Gmar Tikun. Tudo o que acontece com a Criação (o desejo de Malchut de corrigir-se e tornar-se semelhante ao Criador) reflete-se após o TA. Além disso, Malchut possui essa força, uma vez que estava preenchida de Luz, imbuída com suas propriedades.

 

O estado mais alto determina completamente e eleva o estado mais baixo, que se encontra em um nível mais baixo. Por exemplo, qual a diferença entre Galgalta e AB? A diferença é que AB trabalha pelo Criador com uma força menor. No entanto, ambos utilizam Kelim egoístas em Seu benefício.

 

SAG já não pode fazê-lo, pois sua tela é mais fraca que a de AB e, assim como Biná, pode apenas recusar-se a receber. Por não receber nada, ignorando seus vasos de recepção, é capaz de preencher de Ohr Hassadim aqueles desejos que nenhum outro Partzuf poderia preencher. Como já dissemos, não existe Tzimtzum para a Ohr Hassadim, assim, o Partzuf SAG pode descer abaixo do Tabur.

 

Com isso, cria-se o Mundo de Nikudim e, posteriormente, o Mundo de Atzilut. Biná (SAG) é o primeiro e único desejo da Criação que coloca tudo em movimento. Behina Shoresh é o desejo do Criador de dar prazer aos seres criados. O Behina Aleph é a Criação criada pelo Criador. O Behina Beit, Biná, é a reação da Criação, o seu desejo de ser como Ele. Então, é a propriedade de Biná que determina a direção de toda evolução da Criação até a Correção Final.

 

SAG expande-se como Nekudot tanto acima quanto abaixo do Tabur de Galgalta. Os Partzufim MA Elion e BON Elion emergem das Reshimot de SAG de cima do Tabur. SAG realiza um Zivug nas Reshimot que se elevam de baixo do Tabur de Galgalta e gera um Partzuf chamado Mundo de Nikudim. SAG ficou imbuída dos desejos Dalet/Guímel de baixo do Tabur e quis preenchê-los.

 

Imagine que você possua tanto o desejo de receber quanto o de doar. De modo geral, a Criação não possui desejos de doar altruístas, pois foi criada do puro egoísmo, o desejo de receber prazer. No entanto, pode-se desfrutar da recepção de Ohr Chochmá, isto é, a recepção direta do prazer, Luz do Criador, e da recepção da Luz de Hassadim, que consiste na semelhança de propriedades com o Criador. Dessa forma, distinguimos dois desejos na criação: doar e receber. Na realidade, o Criador criou apenas um desejo: receber.

 

Quando trabalha com seu “desejo de doar”, o homem restringe todos os seus desejos egoístas e encontra-se no estado de Katnut. Como se chega a esse estado? Se todos os desejos egoístas do homem forem maiores que sua tela, não há nada que se possa fazer além de restringir sua utilização como vasos de recepção. Todos nós estamos nesse estado: a única coisa que podemos fazer é desativar todos os nossos desejos egoístas, ignorá-los. Esse estado é chamado de “Ibur”, embrião.

 

Malchut é o "desejo de receber” para receber, um desejo totalmente egoísta. Se todos os desejos do homem estiverem preenchidos unicamente com esta intenção, significa que Malchut elevou-se à Biná, isto é, ela rege todos os seus desejos de Biná para baixo. Esse é o Tzimtzum Beit.

 

Não há como corrigir de forma autônoma esses desejos em nós mesmos. O que podemos fazer é trabalhar em um grupo sob a orientação de um professor autêntico e com materiais autênticos, fontes confiáveis de Sabedoria Cabalística. Ao aplicar os esforços necessários nesses estudos, podemos atrair a Luz do Criador, Sua influência, Sua presença, tudo aquilo que nos ajudará a adquirir a força anti-egoísmo, ou seja, a tela.

 

Na mesma medida que pudermos superar nosso egoísmo, também poderemos sentir o Criador e adquirir a intenção de trabalhar em Seu benefício. Via de regra, quando o Partzuf menor passa a sentir o maior, ele adquire o desejo, a intenção, de fazer tudo pelo maior. Se nos falta esse desejo, significa que ainda não conseguimos sentir o Partzuf mais elevado. O Criador oculta-Se de nós, uma vez que é o egoísmo que impera sobre nós, suprimindo o altruísmo, e isso faz com que sintamos nossa independência. Mas quando Ele Se revela, instantaneamente nos tornamos Seus escravos. Para transformar algumas das minhas qualidades, primeiro eu preciso perceber que elas são nocivas para mim e então pedir ao Criador que as torne altruístas. Esse processo é chamado de “Revelação do Mal” e constitui a base para todos os nossos estudos.

 

Ou somos escravos do nosso próprio egoísmo, ou do Criador. O principal é compreender qual dessas situações é melhor. A liberdade consiste na capacidade de escolher, autonomamente, um ou outro. A sensação de sofrimento determina o comportamento humano. O Criador conferiu à mãe o desejo de nutrir seu filho e fazer tudo por ele. Para algumas pessoas, Ele conferiu a capacidade de sentir o sofrimento dos outros. Independentemente disso, todos sofrem por não conseguirem satisfazer o s seus desejos egoístas.

 

 

 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (59)


59. A interação entre as qualidades de Malchut e Biná no Partzuf SAG acarretou o Tzimtzum Beit nos Mundos abaixo, o que levou ao surgimento de um novo Sium da Luz Superior no local onde se encontra Biná. Malchut, que impediu a Luz de se expandir no Sof de Galgalta no nível de Sium Reglav, localizado pouco acima do ponto desse mundo, eleva-se à Biná de Guf do Partzuf Nekudot de SAG. Com isso, restringe a Luz da parte superior da Biná de Guf, chamada Tiferet. Nesse caso, Chessed, Guevurá e Tiferet correspondem a Keter, Chochmá e Biná de Guf, e é por isso que Biná de Guf é Tiferet.

 

Malchut, que estava em Peh de Rosh, se eleva a Nikvey Einaim (pupila dos olhos), ou seja, à linha que separa os vasos de doação, Galgalta, e os vasos de recepção, AHP, de Biná de Rosh. A partir daí, foi necessário realizar um Zivug para criar o Partzuf MA de AK, chamado Mundo de Nikudim, ou MA inferior.

 

O Partzuf SAG possui as Reshimot Guímel (3) de Hitlabshut e Beit (2) de Aviut. Isso significa que, a princípio, SAG é o Partzuf Biná com Ohr Hassadim no seu interior, o que é determinado pelas Reshimot principais Beit de Aviut. Entretanto, SAG também possui Hitlabshut Guímel, a memória do seu estado anterior, como Partzuf Chochmá. Por isso, existe uma pequena luminescência de Ohr Chochmá no interior do Partzuf SAG. Enquanto essa luminescência permanecer no interior de SAG, seu descenso ao Tabur não é possível.

 

Antes de elevar sua Masach, o Partzuf SAG ainda possui algumas qualidades do Partzuf Chochmá, Chochmá be Kiruv”, contudo, devido à ascensão da Masach e expulsão da Luz causada pelo impacto entre a Ohr Pnimi e a Ohr Makif, ocorrem mudanças radicais em SAG. Como já dissemos, a cada elevação da tela, segue-se uma série de Zivugim de Haka’a intermediários que levam à formação dos Partzufim intermediários chamados “Nekudot”, nesse caso, as Nekudot de SAG.

 

A primeira ascensão da tela, de Malchut de SAG a ZA de SAG, da qual decorre a expulsão da Luz Yechidá de Biná, já exige naturalmente a expulsão da luminescência de Ohr Chochmá estimulada pela presença da Reshimo de Hitlabshut Guímel em SAG. Devido a isso, “Chochmá be Kiruv” desaparece e SAG transforma-se no Partzuf de pura Biná, que possui as Reshimot Beit de Aviut e Beit de Hitlabshut, as quais podem descer abaixo do Tabur.

 

Dessa forma, as Nekudot de SAG descem livremente abaixo do Tabur do Mundo de AK, já que mesmo a Masach de Galgalta não tinha força suficiente para preencher com Ohr Chochmá os desejos abaixo do Tabur. De modo geral, o processo de transição ocorre do Partzuf SAG (Guímel/Beit) ao Partzuf MA (Beit/Aleph), sendo assim, as Nekudot de SAG, que possuem Reshimot Beit/Beit, constituem um Partzuf intermediário.

 

Assim como todas as outras Sefirot, Biná também possui suas próprias cinco Sefirot: Keter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut. ZA representa um estágio intermediário entre as três Sefirot superiores e o vaso de recepção, Malchut, pois se trata de um atributo comum entre o Criador e Malchut. De certo modo, os conecta e, por consequência, consiste de seis Sefirot: Chessed assemelha-se à Keter, Guevurá à Chochmá e Tiferet à Biná, enquanto que Netzach é a qualidade do próprio ZA, Hod assemelha-se à Malchut e Yesod constitui a soma de todos os atributos. Portanto, em ZA, Tiferet é Biná.

 

Se também o dividirmos na horizontal, de forma semelhante teremos Keter, Chochmá, Biná (KaHaB); Chessed, Guevurá e Tiferet (HaGaT); e Netzach, Hod, Yesod e Malchut (NHYM). Se dividirmos Tiferet em terços, um acima e dois abaixo, veremos que a Luz atinge só o seu terço superior, sem expandir-se para baixo. O ponto em que os vasos de doação separam-se dos vasos de recepção, Biná de Malchut, é chamado de “Parsá”.

 

Os desejos KaHaB-HaGaT são chamados de GE (Galgalta ve Eynaim) e são os desejos altruístas. Os desejos NHYM, os Kelim egoístas, são chamados de Awzen. A parte mais baixa de Tiferet, Netzach e Hod, são Hotem, enquanto que Yesod e Peh são Malchut. Essa combinação é chamada de AHP (Awzen, Hotem e Peh). A partir daí, a Criação pode trabalhar apenas com GE, enquanto que os Kelim de natureza egoísta, AHP, não são utilizados.

 

O Tzimtzum Beit é a origem de todas as almas. A Torá, porção Bereshit, inicia nesse momento. De agora em diante, falaremos sobre a alma do homem, uma vez que, até então, a raiz da criação não existia. Primeiramente, foi preciso realizar o Tzimtzum Aleph, depois descer até as Nekudot de SAG a fim de realizar o Tzimtzum Beit e quebrar todas as propriedades boas e más para misturá-las e só então começar a formar um sistema totalmente novo. Esse sistema é a combinação do Bem e do Mal, as colunas da direita e da esquerda, os sistemas de forças puras e impuras.

 

Biná, os atributos do Criador, deve descer ao nível em que pode tornar-se equivalente às propriedades de Malchut, isto é, corromper-se até que se assemelhe ao atributo de receber para si mesma. Como isso ocorre? Malchut divide Biná em GE e AHP, coloca-se entre essas duas partes e influencia a parte inferior de Biná (Zat, as sete Sefirot inferiores de Biná) para que suas propriedades tornem-se iguais às suas. A parte superior de Biná (Gar) permanece altruísta tal como antes. Isso se chama Tzimtzum Beit (TB).

 

O Criador “corrompe" Biná deliberadamente, ou seja, Sua própria qualidade, para que se torne semelhante ao atributo de recepção e unifique-se com ele. Depois disso, mostra gradualmente o quão melhores são Suas qualidades, encorajando Malchut a adotá-las e, pouco a pouco, a elevar-se ao Seu encontro.

 

Acima de Malchut, a escolha de aplicar a intenção em prol da doação é possível, enquanto que, abaixo do domínio de Malchut, não há essa opção. Portanto, se Malchut ascende à Biná, desse ponto para baixo não há escolha. Todos os Behinot, as propriedades abaixo de Biná, caem sob o domínio dos desejos egoístas.

 

Revisaremos de forma sintética a ascensão de Malchut à Biná: seria possível que o “desejo de receber” surgisse em Biná? Primeiro, vamos clarificar a noção das “Tet Rishonot”, as nove Sefirot Superiores, e de Malchut em geral.

 

Rabi Baruch Ashlag dá o seguinte exemplo: o homem possui os Kelim chamados olhos, ouvidos, nariz e boca que hospedam a visão, a audição, o olfato e a fala. Por óbvio que esses Kelim são muito importantes, pois se seus olhos forem danificados, você não enxerga, se seus ouvidos forem danificados, você não escuta. Às vezes, porém, o homem não utiliza seus sentidos. Quando isso ocorre? Quando dorme.

 

Acontece que quando o homem deseja receber prazer através dos seus sentidos, ele os utiliza, mas quando deseja descansar, eles são ignorados. Dessa forma, vemos que o verdadeiro Kli é o desejo de receber prazer e não os sentidos. Nossos sentidos não são os Kelim, apenas servem a esse desejo.

 

De acordo com esse exemplo, as nove Sefirot Superiores seriam a visão, a audição, o olfato e a fala, ou seja, Luz e Vaso. Cada tipo de Luz veste-se no Kli correspondente, entretanto, os Kelim das primeiras nove Sefirot não são genuínos, uma vez que o Kli é o desejo de receber prazer que se encontra apenas em Malchut. Esses Kelim são necessários apenas para hospedarem a Luz, como no exemplo da visão e da audição. Mas então, quem recebe o prazer das primeiras nove Sefirot? O “desejo de receber” chamado “Malchut”.

 

Agora, retornemos à questão de Malchut elevar-se à Biná: É possível que um ouvido tenha “desejo de receber”? Tudo o que foi discutido aqui se refere ao que Malchut recebe das primeiras nove Sefirot. Depois da Segunda Restrição, Malchut recebe apenas  da metade de Biná para cima.

 

sábado, 23 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (58)


58. No princípio, o Criador tencionou criar o mundo com as propriedades de “Din” (Julgamento). Isso significa que se algo fosse criado com o “material” que constitui as primeiras nove Sefirot, este possuiria apenas o “desejo de doar”. Por outro lado, o que fosse criado com o “material" que se encontra abaixo do Tabur, possuiria apenas o “desejo de receber”.

 

Então, o Criador “viu" que o mundo não poderia existir dessa maneira e misturou o desejo de receber com o desejo de doar. Mas o que isso significa? Ele não sabia desde sempre que o mundo não seria capaz de existir dessa forma? Tudo o que existiu, existe e existirá, a totalidade do Universo, foi formado conforme o princípio de “causa e efeito”. Não há início nem fim, só causa e efeito.

 

Assim, a primeira causa dos mundos (os Partzufim do Mundo de Adam Kadmon, criados antes de todos os outros Mundos) foi a propriedade de Julgamento, isto é, a decisão de Malchut de não receber Luz para seu próprio prazer. Como já foi dito, se o homem tivesse sido criado a partir do Behina Dalet, Malchut, da maneira como se encontrava (Malchut de Malchut, Dalet de Dalet, o “desejo de receber” absoluto, a Única Criação, o restante sendo apenas a transição do Criador para a Criação), ele nunca teria sido capaz de corrigir o “desejo de receber” egoísta.

 

Quando se diz “no princípio o Criador criou o mundo com as propriedades de Julgamento”, isso significa que, inicialmente, Ele criou o Mundo de Adam Kadmon dividido em dois tipos distintos de vasos: o de “doação" e o de “recepção”, Malchut. Entretanto, no interior dessa Malchut não havia uma única faísca sequer do “desejo de doar”, isto é, ela seria incapaz de receber e deixaria de cumprir o Propósito da Criação, satisfazer o Criador. O Criador misturou o “desejo de doar”, Biná, com o “desejo de receber”, Malchut, a fim de que Malchut pudesse receber com intenção altruísta.

 

Para este fim, o Criador elevou a propriedade de julgamento, a força de restrição que há em Malchut, à Biná e as misturou até que Behina Dalet incorporasse as faíscas do “desejo de doar” presentes em Biná. Isso permitiu ao homem, criado posteriormente de Behina Dalet, adquirir as faíscas de doação para que, ao realizar boas ações, mudasse completamente suas propriedades, o “desejo de receber”, garantindo a existência do mundo.

 

Deve-se notar que a fusão de Biná com Malchut é um processo extremamente complexo, que atravessa diversas fases, as quais examinaremos em seguida. No fim, o Criador quebrou tanto Malchut quanto Biná em diversos micro fragmentos e misturou-os de forma homogênea para que cada fragmento tivesse propriedades de Biná e de Malchut. Esse fragmento é a alma do homem.

 

O “Nosso Mundo” é uma categoria espiritual, uma qualidade espiritual de egoísmo absoluto que permanece vazio e incapaz de receber coisa alguma.

 

Antes das almas serem criadas e terem caído ao nível mais baixo possível, considera-se que tudo o mais foi criado pelo Criador. Entretanto, apenas o homem, completamente separado do Criador, pode ser chamado de criação. Quando a criação é preenchida de Luz, não entende nada, está cega e não há livre arbítrio, tudo é pré-determinado interna e externamente. Apenas na medida em que adquire a Masach, Malchut começa a ascender ao nível do Criador.

 

Todos os Partzufim do Mundo de AK (Galgalta, AB, SAG e BON) terminam acima do Tabur de Galgalta. Então como que, de repente, esses Partzufim colocam-se abaixo desse nível? Podemos compreender a descida do Partzuf Nekudot de SAG abaixo do Tabur tendo em mente que esse Partzuf é puramente Biná, que não deseja nada para si mesmo. Não existe Tzimtzum na Luz de Biná, Ohr Hassadim, desta forma, ele pode descer abaixo do Tabur.

 

O Partzuf Nekudot de SAG sente-se perfeitamente bem em qualquer situação, em qualquer lugar do espaço espiritual. Biná se caracteriza por uma liberdade de escolha e comportamento que estão acima de todas as restrições. À medida que a alma adquire as propriedades de Biná, torna-se cada vez mais livre. O Partzuf Nekudot de SAG reluta em receber qualquer coisa e ignora até mesmo o desejo mais intenso, o Aviut Dalet, sendo capaz de descer abaixo do Tabur de Galgalta sem restrições.

 

Tanto a Ohr SAG (Biná) quanto a Ohr AB (Chochmá) descem ao Mundo de Nikudim. Como isso é possível? AB pode descer abaixo do Tabur a fim de corrigir os Partzufim mais baixos, tornando-se semelhante a eles nas suas propriedades ainda que sua missão seja muito diferente.

 

Nenhum dos Mundos constitui os seres criados, mas as vestimentas do Criador, geradas a partir do poder e qualidade de suas restrições, de tal forma que cada alma receba apenas uma certa porção de Luz. As almas se esforçam pelo Criador enquanto retém seu livre arbítrio, uma espécie de escolha ilusória.

 

Os Mundos e os Partzufim são objetos inanimados, “robôs”, destituídos de independência ou livre arbítrio. Somente o homem pode ser considerado Criação, pois consiste na combinação de Malchut de Malchut, a essência do “desejo de receber”, e Biná, o “desejo de doar”.

 

Assim como nos outros mundos, AK consiste de cinco Partzufim. Esses Partzufim emergem devido ao mesmo processo: o despertar e a ascensão da Masach. Keter, Chochmá e Biná. Os Partzufim superiores controlam os mais baixos e são os representantes diretos do Criador, do Seu desejo de fazer cumprir o Pensamento da Criação.

 

Keter, Behina Shoresh, é o pensamento do Criador de criar e doar prazer aos seres criados.

 

Chochmá, Behina Aleph, é o prazer que o Criador deseja doar aos seres criados. Consiste tanto do Vaso quanto da Luz de Chochmá no seu interior.

 

Biná, Behina Beit, é a própria qualidade do Criador, o desejo de nada receber. Todas as Sefirot superiores representam as qualidades do Criador. Com elas, Ele criou a criação e inseriu dois desejos opostos: o desejo de receber prazer e o desejo de doar. Essa dualidade se realiza completamente em Behina Dalet.

 

ZA, Behina Guímel, e Malchut, Behina Dalet, não são qualidades do Criador, mas a consequência destas, sua realização.

 

As qualidades do Criador são definidas de forma diferente em cada Mundo. No Mundo de Nikudim, são chamadas de Keter e Abba ve Ima. No Mundo de Atzilut, de Atik, Arich Anpim e Abba ve Ima. Os nomes mudam, mas o significado permanece o mesmo.

 

Em todos os estágios da Criação, há cinco níveis essenciais. O resultado final é importante: de que forma Behina Dalet atinge a perfeição? Como cada uma das cinco qualidades, que consistem de mais cinco em cada, elevam-se ao nível da perfeição? Cada propriedade da alma corresponde à força específica que a impulsiona para cima, que a corrige, e leva à perfeição absoluta.

 

Logo passaremos a estudar o Mundo de Nikudim. Esse Mundo emergiu e se quebrou para que cada fragmento “partido” da Luz se adaptasse a um fragmento da alma e encontrasse pontos de contato para a futura correção.

 

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