quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (9)

 

Uma Sabedoria única para uma época única

 

Nesses nossos tempos, parece que nossas tendências destrutivas criaram grande infelicidade e deslocamentos de pessoas, além de sérias ameaças ao nosso meio ambiente. Não deveríamos nos surpreender, portanto, que as pessoas começassem a fazer perguntas sobre a vida, perguntas que a Sabedoria da Kabbalah pode ajudar a responder ou, ao menos, pode ajudar a explorar esse assunto com mais profundidade.

 

Mais pessoas começaram a dar-se conta de que mais saúde, mais sexo e mais poder não as fazem mais felizes. Muitas dessas pessoas chegaram ao ponto em que já não formulam perguntas sobre o “como”, mas se questionam o “por quê”. Qualquer doutrina que nos possa ajudar a responder a perguntas desse tipo tem boas chances de se tornar popular.

 

Dado que a Kabbalah é uma ciência que explora especificamente perguntas acerca do significado da vida, não é surpreendente que em tempos tão conturbados muita gente a considere atrativa. Isto, somado à publicidade gerada por seus célebres seguidores, colocou-a no centro da atenção dos buscadores de todas as partes do mundo. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (8)

 

 

O propósito da destruição

 

No ciclo perfeito da vida, cada parte tem sua função designada. Nenhuma parte da Criação é livre para fazer o que lhe apraz porque o bem-estar de cada uma delas depende do bem-estar das demais partes da Criação. Essa interdependência garante que nenhuma criatura supere em poder as demais, porque a destruição das outras criaturas significaria a destruição de si mesma.

 

Os seres humanos, abençoados com a auto-consciência, não são uma exceção a esta regra da natureza, porém, muitos deles, talvez a maioria, não apreciam essa idéia e de uma ou de outra forma atuam de modo prejudicial aos demais e, por tanto, também contra si mesmos.  Por que fazemos isso? Algumas pessoas dirão que isso faz parte do caminho que devemos trilhar com o propósito de aprender que isso não funciona e que não produz felicidade.

 

Acreditamos que, ao conseguirmos controle sobre os demais, sobre o nosso ambiente, podemos manipular e dar forma ao mundo ao nosso gosto, mas quando refletimos sobre os resultados, tudo o que percebemos é infelicidade naqueles que tratamos de manipular, e ao olharmos profundamente para dentro de nós mesmos, o que vemos é também infelicidade. Tu e eu não podemos prejudicar os outros sem que o dano regresse a nós mesmos, de uma forma ou de outra. Esta é uma das revelações da Kabbalah.

 

Um olhar para as notícias nos jornais mostra que as forças de destruição que existem não são somente as forças da natureza. Para muitas pessoas dos países desenvolvidos, o impulso de melhorar de vida se converteu numa caçada ao prazer, com grande enfoque em questões como: “De que maneira posso conseguir mais dinheiro e bens materiais?”; “Como posso conseguir sexo melhor e mais abundante?”; “Como posso conseguir mais poder?”. 

 

Assim, se damos um passo para trás, podemos ver que ao intentar manipular aos demais, ao destruir aquilo que acreditamos que é um obstáculo para a nossa felicidade e satisfação, fracassamos, e então nos sentimos impulsionados a responder a perguntas mais profundas sobre o significado de nossas vidas.

 

Mais ainda, como veremos na Quarta Parte, nada foi criado sem um motivo, nem mesmo a capacidade humana de destruição. Sua meta não é somente nos motivar a perguntarmos pelo significado de nossa vida, embora certamente esse seja o primeiro passo. Seu principal propósito é fazer com que nos demos conta de que a mera intenção de gratificação e a razão da nossa desgraça. A intenção adequada, aquela que em última instância nos proporciona prazer, é assombrosamente a intenção de fazer o bem aos demais, tanto às pessoas como ao próprio Criador.

 

Noutras palavras, nosso próprio egoísmo, para utilizar a linguagem da Kabbalah explicada neste livro, é nosso inimigo. Na Kabbalah, o egoísmo é conhecido como “Faraó”. Mas esse Faraó não é do tipo mau que conhecemos das histórias bíblicas com as quais crescemos. A Kabbalah explica que na realidade o “Faraó” é o “outro lado” do Criador, que procura nos mostrar o caminho para sairmos do egoísmo. Ali é onde reside a chave de nosso êxito como estudantes de Kabbalah. Quanto mais rapidamente aceitarmos o fato de que é o ego que precisamos corrigir, e absolutamente nada no mundo exterior, mais rapidamente progrediremos. No capítulo 3, abordaremos o tema da correção de nosso mundo interior em detalhes. Agora, segue na tua leitura.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (7)

 

 Por que a Kabbalah agora?

 

Para os cabalistas, a resposta a esta pergunta é simples. A Kabbalah tem um único propósito: oferecer uma perspectiva que ajude a responder à pergunta pelo propósito da vida.

 

Agora, mais do que nunca, as pessoas se perguntam pelo significado e propósito de suas vidas. Uma vez satisfeitas as necessidades materiais (e, em alguns casos, satisfeitas além da imaginação), as pessoas ainda assim sentem um vazio em suas vidas. A Kabbalah é uma disciplina que motiva reflexões e novas perspectivas de vida, o que proporciona satisfação espiritual. Esse é o segredo de sua popularidade.

 

De acordo com o rabino Yehuda Ashlag em seu Estudo das Dez Sefirot, um extenso comentário sobre os escritos do grande Ari, tu estás pronto para a Kabbalah se às vezes:

·       Perguntas sobre o sentido da vida;

·       Perguntas por que tu e todas as formas de vida existem;

·       Perguntas por que em certas ocasiões a vida é tão difícil;

·       Perguntas por que existem essas dificuldades na vida...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (6)

 

Romper o muro de ferro

 

Não foi senão na última década do século XX que a Kabbalah começou realmente o seu avanço para o cenário central da consciência pública. A figura mais proeminente na disseminação a nível mundial é, sem dúvida, o rabino Yehuda Ashlag, que foi o primeiro cabalista que não só falou em favor da disseminação, como também a levá-la a cabo.

 

Ashlag publicou a revista Ha-Umá (A Nação) em 05 de junho de 1940. Também tentou convencer a David Ben Gurion e a outros líderes do assentamento judeu na Palestina, hoje Israel, a incorporar princípios cabalísticos no sistema educacional. Naquele momento, o rabino Ashlag também declarou que, no futuro, pessoas de todas as religiões estudariam a Kabbalah e manteriam as suas religiões de origem, sem conflito entre ambas.

 

Tais declarações, conjugadas com o ato de disseminar a Kabbalah, pareciam tão pouco ortodoxas e inaceitáveis naquele momento que A Nação fechou suas portas depois da primeira publicação por ordem do Mandato Britânico na Palestina. Como justificação, o Mandato Britânico declarou que se dizia que Ashlag promovia o comunismo. 

 

Atualmente, o “muro de ferro” de Ashlag foi derrubado. Embora o interesse das grandes celebridades tenha ajudado, as razões verdadeiras são mais profundas que isso, porque a Kabbalah parece tocar as almas das pessoas de todas as procedências, sem importar suas religiões.

 

Palavras do coração: “No princípio das minhas palavras, encontro a necessidade de quebrar o muro de ferro que nos separou da Sabedoria da Kabbalah desde a destruição do Templo até esta geração. Ela dorme nas nossas profundezas e sente um grande temor de ser esquecida”. (Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, rabino Yehuda Ashlag).


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (5)

 

Os muitos anos de ocultação

 

Nem sempre a Kabbalah foi tão popular e nem os cabalistas eram tão abertos. Durante muitos séculos a Kabbalah se manteve em segredo, escondida do olhar do público nos lugares sombrios de reuniões de cabalistas, que selecionavam a cada estudante de forma meticulosa e ensinavam somente em grupos bem reduzidos. Por exemplo, o Grupo de Ramchal, a cargo do rabino Moshe Chaim Luzzato, que ensinou no século XVIII, fazia o ingresso nas aulas algo muito difícil. O coletivo obrigava o candidato a aceitar um rigoroso pacto de estilo de vida e de estudo que precisava ser cumprido durante todo o dia, todos os dias, durante todo o tempo em que o indivíduo se mantivesse como membro do grupo. Outros grupos, como o de Kotz (nomeado assim em homenagem a uma cidade da Polônia), costumavam vestir roupas esfarrapadas, e tratavam aos não-membros com um cinismo ofensivo. De modo deliberado, se afastavam da comunidade ao aparentar que desobedeciam os costumes judaicos mais sagrados, como o do Dia do Perdão. Os membros do grupo salpicavam migalhas de pão em suas barbas para aparentar que haviam comido nesse dia de jejum. Naturalmente, a maioria das pessoas sentia repulsa por eles.

 

Não obstante, os mesmos cabalistas que ocultaram a Sabedoria também fizeram tremendos esforços para escrever os livros que seguem sendo os pilares da Kabbalah até os dias de hoje. O rabino Isaac Lúria (o Santo Ari), por exemplo, instruiu a apenas um estudante, mas a publicação de seus livros fez com que o seu aluno, o rabino Chaim Vital, declarasse que, a partir daquele momento, o estudo do Livro do Zohar estava permitido a todo aquele que assim o desejasse. Por esse motivo, ao largo de sua vida o Ari ensinou a um grupo de estudantes, mas, em seu leito de morte, ordenou a todos, exceto a Chaim Vital, que deixassem de estudar. O Ari afirmou que somente Chaim Vital compreendia os ensinamentos de forma apropriada e que temia que, sem um mestre adequado, o restante dos alunos se desviaria.

 

Para entendermos esse longo tempo de ocultação dos cabalistas, é preciso compreender que foi durante o século XVI que o Ari chegou a Safed, a capital dos cabalistas daquela época. Ele suplicou ao seu único discípulo, Chaim Vital, que se abstivesse de convidar outras pessoas a estudar. Chaim Vital, que se transformou num grande cabalista por direito próprio, não acedeu ao pedido de seu mestre e convidou outros indivíduos a estudar em grupo. Enquanto ensinava nesse grupo, o Ari produziu um dos textos mais extraordinários da Kabbalah e da lei judaica até os dias de hoje. De fato, a kabbalah luriânica que o Ari fundou constitui a maior parte da Kabbalah que temos na atualidade.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (4)

 

Saindo da neblina

 

Tradicionalmente, a Kabbalah esteve fechada a todos, exceto para alguns raros, sérios e selecionados alunos. Já não é assim. Como nunca antes, a Kabbalah se tornou atual, chique, da moda...

 

Mais ainda, os cabalistas, que antes eram tão renitentes em abrir seus segredos ao público, se transformaram exatamente nas peças chaves da abertura.

 

Kab-Trívia: Ao buscar a palavra Kabbalah na Internet aparecem milhares de livros, dos quais poucos foram escritos antes de 1980, muito poucos antes de 1990 e somente alguns apareceram antes da mudança de século. A maioria dos livros sobre Kabbalah foram escritos no novo milênio. Nos últimos anos, a Kabbalah realmente se tornou popular!

 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (3)

 

1


A Kabbalah se torna popular!

 

* A Kabbalah sai para a luz * Novas respostas para novas perguntas * A popularidade atual da Kabbalah * Combinações de espiritualidade e Kabbalah * O futuro da Kabbalah

 

 

No Livro do Zohar, o pináculo dos livros cabalísticos, está escrito que a Kabbalah floresceria e se faria popular no final dos tempos. Com toda essa publicidade que existe hoje (milhões de impressos e grande número de ensaios e artigos que podemos encontrar na Internet), parece que o final dos tempos chegou.

 

A Kabbalah se propõe a iluminar e a descrever as leis do mundo espiritual. Não é uma religião. É uma ciência espiritual, e durante mais de 2000 anos tem sido considerada um dos níveis espirituais mais altos e mais difíceis de alcançar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Kabballah Sem Segredos (2)

 

Primeira Parte

O fenômeno, as falácias e os fatos

 

A lista dos cabalistas reconhecidos pareceria um Quem é Quem de Hollywood, mas a Kabbalah é muito mais que uma moda passageira, é um caminho espiritual de vida.

 

Nesta Primeira parte explicaremos o fenômeno geral e sua popularidade, e apresentaremos um panorama do que existe atualmente no mundo relacionado à palavra Kabbalah. Discutiremos  o que a Kabbalah é e o que não é, e mencionaremos alguns antecedentes de como tudo isso começou.

 

Depois de leres estes capítulos compreenderás por que a Kabbalah entrou na moda. Aprenderás que, mais que uma tendência passageira, é uma ciência que detalha os mundos espirituais que a ciência ocidental não pode explicar baseando-se em evidência empírica.

 

Começa a ler e prepara-te para entrar no mundo da Kabbalah!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (1)

 

 

 

Kabbalah Sem Segredos

(Michael Laitman & Collin Canright)

Tradução de Charles Kiefer

 

 

 

Introdução

 

É difícil encontrar um tema que tenha sido mais ocultado, ao longo da história, do que a Kabbalah. Eis uma lista (parcial) dos pré-requisitos que, de antemão, tu deverias responder com um “sim” para te transformares num estudante: Ser judeu, ser homem, ser casado, ter mais de 40 anos e ser versado em outros estudos judaicos. Então, como é a que a Kabbalah passou a ser ensinada e estudada abertamente em todos os lugares do mundo? Porque as restrições foram eliminadas.

 

Como declarou o rabino Yehuda Ashlag, e o Gaon de Vilna (GRA) e muitos outros cabalistas proeminentes, o final do século XX marcaria uma mudança fundamental na história da Kabbalah. Agora, essa ciência está aberta a todos.

 

Como demonstraremos neste livro, as proibições existiam por um motivo, e é exatamente por isso que elas foram eliminadas. Nós, que vivemos no século XX, já estamos prontos para ver a Kabbalah como ela realmente é: Um método científico, empírico e experimentado através do tempo para alcançarmos a espiritualidade mesmo enquanto vivemos neste mundo.

 

O estudo da Kabbalah é uma viagem fascinante: altera a tua perspectiva do mundo e das pessoas que te rodeiam, e abre partes de ti o que não conhecias. É uma viagem de descobrimentos que acontecem em teu interior e que afeta todos os níveis da tua vida: as relações com teus familiares, amigos e companheiros de trabalho. A Kabbalah estabelece de uma forma muito simples que quando sabes como conectar-te diretamente com o Criador, sem intermediários, encontrarás uma bússola interior, uma Luz-Guia que resplandecerá sempre e em qualquer lugar em que te encontrares. E essa é a meta da Kabbalah: Ajudar-te a estabelecer e a sustentar um encontro direto com o Criador. E assim, ao fazê-lo, não necessitarás mais de guias. Bem-vindo, pois, à Kabbalah para não-iniciados, a Kabbalah sem segredos.

 

 

O que encontrarás neste livro

 

Esta obra está estruturada em quatro partes com três apêndices.

 

A Kabbalah é uma ciência que descreve as leis do mundo espiritual. Na primeira parte, O fenômeno, as falácias e os fatos, falaremos sobre a Kabbalah em geral, desde uma perspectiva dos princípios básicos, até os seus antecedentes e de como começou. Abordaremos o tema da conexão natural da humanidade com a raiz da Kabbalah e os conceitos básicos do prazer e do desejo humanos.

 

Continuaremos nossa viagem espiritual na Segunda parte, Antes do Big Bang, ao abordar o conhecimento puro e ancestral da Kabbalah, que começa com o ciclo da “Kabbalah da realidade”, que explica como fomos criados, o que é que fazemos aqui e como e em que ponto começamos o nosso ascenso ao Mundo Superior. Analisaremos como foi criado o mundo de acordo com a Kabbalah e como esse conhecimento ancestral explica o que anda mal em nosso mundo atual e o que devemos fazer para corrigir tudo isso.

 

A partir desse ponto, mostraremos especificamente como a Kabbalah pode ser aplicada pessoalmente em teu dia a dia. Sua ampla natureza é o que a faz ser tão única.

 

A Terceira parte, A Kabbalah e a tua vida, aborda tua relação pessoal com o Criador, tua família, teus amigos, teus companheiros de trabalho e o mundo em geral. Também examinaremos como a Kabbalah foi utilizada no passado e te mostraremos como colocar em prática o desenvolvimento espiritual sem deixares de lado a tua “vida moderna”, através de métodos contemporâneos como as redes sociais e os grupos virtuais.

 

O aparecimento atual da Kabbalah se conecta de maneira direta com o estado do mundo contemporâneo. Na Quarta parte, A Kabbalah no mundo de hoje, exploraremos as razões da crise global que enfrentamos agora desde o ponto de vista cabalístico e buscaremos formas de remediá-la. Finalizaremos com um breve resumo que te mostrará como a Kabbalah afetará o teu futuro.

 

Também encontrarás aqui três apêndices úteis para te ajudar a melhorares o teu caminho e sinalizar-te a direção adequada se quiseres aprender mais: Um glossário, uma lista de recursos e uma lista de organizações e associações.

 

Extras

 

Incluímos ainda cinco tipos de quadros disseminados ao longo do texto, para aprenderes Kabbalah de forma divertida:

 

Kab-Trívia: Sabias que poucos livros sobre Kabbalah foram escritos antes de 1980? E que a maioria deles se escreveu depois do ano 2000? Reveja esses quadros para obter dados interessantes sobre Kabbalah.

 

Palavras do Coração: Nesses quadros encontrarás frases inspiradoras e poemas selecionados de grandes cabalistas e de outros autores acerca do tema em discussão no capítulo.

 

Alerta Vermelho: Revisa as advertências e o que deves evitar no que concerne à Kabbalah nesses quadros, assim como interpretações errôneas sobre as quais precisas estar atento.

 

Definição: Nesses quadros encontrarás definições de palavras e de termos cabalísticos com os quais não estás familiarizado.

 

No caminho: Esses quadros te fornecem conselhos para colocares em prática os pontos principais do texto de maneira efetiva.

 

 

Agradecimentos

 

À Eli Vinokur, Josia Nakash, Mutlu Meydan, Ron Gilboa e Rachel Laitman (pesquisa); Chaim Ratz (pesquisa e revisões); Katrin Weibel (leitura de provas); Leah Goldberg (assistência), e Avihu Sofer (administração e contatos) no Ashlag Research Institute (ARI). Agradecimentos também ao pessoal de Canright Communications: Chris Schaffer, Hannah Frank, Libby Munn e Lindsay Knight pelo seu apoio na escrita e na pesquisa. Agradecimentos a John Woods na CWL Publishing pela oportunidade. Um agradecimento especial a Christina Canright por seu amor, apoio, motivação e inspiração. E graças ao Criador, por tudo.

 

 

Marcas Registradas

 

Todos os termos mencionados neste livro que se sabe ou se supõe que sejam marcas registradas ou marcas de serviços foram devidamente creditados. Alpha Books e Penguin Group (EUA) Inc. não podem assegurar a precisão dessa informação. O uso de qualquer termo neste livro não deve ser considerado um elemento que afete a validez de nenhuma marca registrada ou marca de serviço.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (64)

64. A origem da interação entre Malchut e Biná, o TB, torna-se aparente apenas abaixo do Tabur do Mundo de AK, quando o Partzuf Nekudot de SAG se expande ali. Por esse motivo, as dez Sefirot do Mundo de Nikudim que emergiram de acordo com as leis do TB não puderam se expandir acima do Tabur de AK, uma vez que nada pode se manifestar acima da sua origem, sua raiz. Portanto, já que o TB impera do Tabur para baixo, o Mundo de Nikudim também teve de se expandir ali.

 

Dessa forma, assim como ocorreu aos outros Partzufim afetados pelo impacto entre as Luzes Interna e Circundante, a tela do Partzuf SAG começou a perder força e a ascender ao Peh de Rosh. Devido a esse estágio intermediário, o Partzuf Nekudot de SAG começa a tomar forma. Ele possui as Reshimot Beit/Beit, isto é, constitui-se da pura Biná, e por isso pode expandir-se em qualquer lugar, inclusive abaixo do Tabur de Galgalta, preenchendo os desejos que os Partzufim anteriores não podiam.

 

As Nekudot de SAG podem utilizar seus desejos de uma forma que nem Galgalta nem SAG poderiam. O Partzuf Galgalta utilizava apenas 20% em prol do Criador acima do Tabur, restringindo os desejos restantes, NHYM, abaixo do Tabur. SAG já não podia receber pelo Criador de forma alguma, apenas doar, pois se o fizesse, essa recepção seria egoísta por não possuir tela nos seus desejos de recepção.

 

Por que SAG não desce imediatamente abaixo do Tabur? Isso ocorre porque SAG possui Guímel de Hitlabshut, uma mínima luminescência de Ohr Chochmá, que não permite a descida abaixo do Tabur. Quando a Masach eleva-se ao Peh de Rosh e o Guímel de Hitlabshut desaparece resta apenas Beit de Hitlabshut, a pura Biná, sem Ohr Chochmá. Com isso, as Nekudot de SAG podem descer abaixo do Tabur, pois se recusam a receber nos seus Kelim e desejam apenas desfrutar da doação, isto é, receber Ohr Hassadim. Esse é o trabalho da pura Biná.

 

Quando SAG desce abaixo do Tabur, encontra desejos para os quais não possui resistência. AB e Galgalta também recusam receber qualquer coisa abaixo do Tabur, mas além da Ohr Hassadim havia também a luminescência de Ohr Chochmá recebida nos Kelim acima do Tabur, em benefício do Criador. As Nekudot de SAG que, por natureza, não desejam receber e cuja estrutura é similar à NHYM de Galgalta, começam a se integrar a esses desejos.

 

Ao perceber a luminescência de Ohr Chochmá, que gera um enorme prazer, elas passam a "desejar receber” esse prazer, ainda que não possuam tela adequada, sendo impróprias para a recepção. A lei do TA rapidamente entra em ação e impede a Luz de entrar nos vasos egoístas. Como resultado, a Luz desaparece deles e Malchut do Mundo do Infinito eleva-se à Biná restringindo a recepção da Luz nos vasos egoístas. É assim que ocorre o Tzimtzum Beit, TB, a Segunda Restrição.

 

Nem SAG poderia utilizar seus vasos egoístas em prol do Criador. E mais: os Partzufim subsequentes, MA e BON, não serão capazes de receber nada pelo Criador.

 

O Tzimtzum Beit impede o uso dos Kelim egoístas. Seu uso é restringido e eles são isolados, trabalhando-se apenas com os Kelim altruístas. Quando essa informação chega ao Rosh de SAG, a estrutura do Partzuf seguinte é planejada de antemão, levando em conta o Tzimtzum Beit, então se realiza um Zivug, não no Peh de Rosh, mas no Nikvey Eynaim. Desse ponto para cima, concentram-se apenas os desejos de doação.

 

A mesma estratégia é utilizada no Guf do Partzuf, onde a Luz pode penetrar apenas os vasos de KaHaB HaGaT, ou seja, da metade de Tiferet para cima. Na realidade, as mesmas 10 Sefirot permanecem tanto no Rosh quanto no Guf, a única diferença é o nível com que são utilizadas. Isso significa que não se utiliza o máximo da capacidade de cada Sefirá (Keter, Chochmá, Biná, etc), somente até uns 60%. Sendo assim, dizemos que um Zivug é realizado apenas em GE, KaHaB HaGaT, entretanto, esses são meros termos.

 

Só é possível utilizar o AHP, os vasos de recepção, se eles forem nominados como vasos de doação, sendo “elevados” acima da fronteira entre os vasos receptores e doadores, a Parsá. Contudo, apesar de AHP serem considerados agora como vasos de doação e estarem aptos a receber somente Ohr Hassadim, os AHP elevados atraem natural e automaticamente uma leve luminescência de Ohr Chochmá. Esse processo é chamado de “AHP de Aliyah”, a ascensão dos desejos egoístas. Em outras palavras, eles alcançam sua correção unificando-se com o Partzuf superior.

 

A Masach, que fica no Peh de Rosh de Galgalta, possuía Aviut Dalet e por isso realiza um Zivug em todos os desejos. Entretanto, apenas 20% de cada um deles passa a ser utilizado pelo Criador, enquanto que 80% não participa na recepção pelo Criador, pois a força anti-egoísmo da tela não é suficiente para eles. Somente os vasos altruístas acima do Nikvey Eynaim são utilizados nas Nekudot de SAG depois do Tzimtzum Beit por possuírem o “desejo de doar” em benefício do Criador.

 

A totalidade do Universo representa uma corrente de causa e efeito que inicia com o primeiro estado, quando Malchut do Mundo do Infinito está completamente preenchida de Luz, e vai até sua correção final, quando novamente estará preenchida de Luz. Esse processo é controlado com a ajuda das Reshimot. Começando pelo Mundo do Infinito, Malchut gradualmente separa todos os seus prazeres e instala uma tela sobre eles, o que deixa Reshimot de todos os seus estados até sua correção final.

 

As Reshimot sozinhas determinam o nascimento do Partzuf seguinte com base no anterior. É somente essa informação sobre o passado que abre a possibilidade de se trabalhar com a tela. Apenas a Luz que preenchia o Partzuf anterior pode fornecer as informações sobre o prazer e os desejos que ali existiam para o Partzuf seguinte, que as transfere ao próximo. De outro modo, nada saberíamos sobre a Luz ou o Prazer. As Reshimot no Partzuf fazem com que ele deseje, busque e vá atrás de coisas novas. Nós meramente seguimos as instruções das nossas Reshimot.

 

Conceitos como “foi”, “é” ou “será" não existem por si só no Mundo Espiritual. Essas três concepções já estão incluídas em cada novo estado espiritual. A Reshimo é um estado no qual eu existo, mas que brilha de longe, me atraindo do futuro, incitando o desejo de alcançá-la. A Luz que existia no interior do vaso partiu e agora brilha sobre ele de fora.

 

Há muitos tipos de Reshimot, elas são lembretes do que havia no interior de cada Partzuf. Diferente das Reshimot, a Ohr Makif é a Luz que ainda não penetrou no vaso, mas já brilha sobre ele de fora. Depois da expulsão da Luz de cada Partzuf, diversas informações espirituais permanecem ao seu redor. Nesse ínterim, precisamos de apenas um pequeno vislumbre da Criação, de uma certa ideia dos Mundos Espirituais. Tudo ao nosso redor está no estado de Paz Absoluta.

 

Embora alguém possa tentar ler com entendimento o que está escrito, essa pessoa não deve utilizá-lo como uma avaliação do seu estado: onde está agora, para onde está indo, o que deve fazer. Seu critério deve ser unicamente a quantidade e qualidade dos seus esforços, pois só eles promovem o crescimento espiritual. Apenas os seus esforços podem revelar o Criador, não o seu conhecimento. Ainda que o conhecimento seja necessário, seu papel é mínimo.

 

Se você compreende que seu trabalho, família, filhos e, é claro, seus estudos, são necessários para alcançar apenas um Objetivo, a revelação do Criador, tudo isso é computado como seus esforços. Tudo o que você faz na vida, tudo o que você estuda, tudo isso deve lembrá-lo do Propósito da Criação. Isso também leva ao acúmulo de esforços para chegar ao resultado necessário.

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (63)


63. Entretanto, devemos compreender que há uma diferença significativa entre as Nekudot de SAG e NHYM de Galgalta. As Nekudot de SAG possuem Behina Beit de Aviut e em nada se conectam a Behina Dalet, abaixo do Tabur. Ainda que ambas estejam no nível de ZA, possuem um grau diferente de Aviut.

 

O fato é que o Aviut não fica evidente no Partzuf quando este é preenchido com a Luz que satisfaz o vaso, o desejo. Entretanto, depois que a Luz deixa o Partzuf, o Aviut necessário torna-se evidente, o que permite às Nekudot de SAG descerem abaixo do Tabur e misturarem-se com NHYM de Galgalta, levando ao TB e à formação de um novo Sium na posição Biná de Guf do Partzuf. O local do Zivug também muda, pois Malchut passa de Peh de Rosh a Nikvey Eynaim.

 

Está escrito que há uma semelhança de forma entre as Nekudot de SAG e ZON de AK já que ambos geram um Partzuf VAK (Katnut). O nível do Partzuf SAG é Beit-Aleph, que é definido como VAK. Entretanto, ZON de AK é VAK por uma razão muito diferente: não se trata da sua altura, que é Dalet-Guímel, mas porque se encontra abaixo do Tabur, atuando como as dez Sefirot de Sium do Partzuf. Então, qual é a semelhança entre esses Partzufim?

 

O Partzuf Galgalta é chamado de “AK interno”, pois possui o HaVaYaH interior, o impronunciável Nome do Criador de quatro letras, Yud, Hey, Vav, Hey, a base de todo Kli. Isso significa que ele se divide seguindo uma ordem determinada, indiferente da altura do Partzuf. A cabeça se chama Keter e é representada pelo Kotzo, início, da letra Yud. Do Peh ao Chazeh encontra-se Chochmá, representada pelo Yud do Nome HaVaYaH. Do Chazeh ao Tabur está Biná, o primeiro Hey de HaVaYaH. Do Tabur para baixo estão MA e BON, as letras Vav e Hey do Nome HaVaYaH, que correspondem a VAK.

 

De acordo com esse ordenamento, a altura deles é a mesma, isto é, ambos são VAK e possuem Luz Hassadim com luminescência de Chochmá, portanto, ambos se assemelham não por serem Vav e Hey, mas porque essas são as dez Sefirot do Sium do Partzuf.

 

 

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