segunda-feira, 31 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (40)

 

Como escolhemos?

 

A Kabbalah ensina que, apesar de que o Criador deseja estabelecer uma relação com a Sua criação, escondeu-se para nos dar a impressão do livre arbítrio. Nestas condições, nos parece que somos capazes de atuar, pensar e eleger de modo independente a respeito da presença do Criador. Nossas decisões parecem ser tomadas a partir de nossa vontade e de nosso livre arbítrio. Não percebemos a mão invisível que guia as nossas ações e, pelo que podemos ver, nossas decisões são realmente livres.

 

Pensa no seguinte: o Criador tem toda a tua vida planejada, até o que comerás no almoço de hoje. Estás num restaurante e tens dificuldade em decidir entre peru e rosbife. Depois de uma breve luta interna, te decides pelo rosbife em pão de centeio, com uma maionese adicional, justamente como o Criador sabia que irias escolher. No momento da tua decisão, somente te resignaste à predeterminação, abaixaste as mãos e permitiste que o Criador escolhesse por ti? Não exatamente, mas Ele já tinha esse momento estipulado desde o princípio. E isso não fez menos delicioso o teu prato de rosbife. Ou fez?

 

Mas se o Criador já tem planejadas todas as nossas decisões e atos, é realmente livre o livre arbítrio? A resposta é que nossas decisões são livres quando as contemplamos da nossa perspectiva. Que o Criador saiba o que decidiremos parece-nos sem significado, sempre e quando nós mesmos não saibamos o que decidiremos.

 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (39)

  

Livre Arbítrio

 

Durante muito tempo se disse que a gente só é feliz de verdade quando é realmente livre: livre de ataduras, livre de opressões e livre para tomar suas decisões. De igual forma, as pessoas de fé se perguntaram durante muito tempo como conciliar o conceito de livre arbítrio com a existência de um poder superior e, no caso dos cabalistas, do Criador. O desejo simples do Criador é que tu e eu estejamos satisfeitos e nos sintamos alegres. Esse estado somente pode ocorrer quando alcançamos o Seu estado, o Seu grau de consciência. E isso só acontece quando o desejo de receber prazer é igual ao desejo do Criador de dar prazer. Se isso te parece redundante, circular, o é. Trata-se da reciprocidade que nos acerca ainda mais da perfeição e do desejo do Criador para conosco. Então, como reconciliamos essa ideia de livre arbítrio com o que o Criador deseja para nós?

 

Eis aqui a lógica cabalística, passo a passo:

 

1.    O Criador é absolutamente benevolente;

2.    * Como consequência disso, Ele deseja levar-nos ao estado de bem absoluto;

3.    * O estado de bem absoluto é Seu próprio estado;

4.    * Isto significa que temos que chegar a ser como Ele: benevolentes;

5.    

Portanto, devemos chegar a sentir que Seu estado, a benevolência, é o estado do bem absoluto. Noutras palavras, precisamos eleger isso com nosso próprio livre arbítrio;

6.    O livre arbítrio somente pode acontecer com a condição de que o Criador não aplique força alguma sobre nós, de forma que sejamos independentes Dele;

7.    Ele está oculto e nos deu a existência neste mundo;

8.    Sem senti-lo como temível ou bom, senão através de um estado completamente “neutro”, podemos decidir com liberdade que ser como Ele é o bem absoluto.

 

Numa certa ocasião, o rabino Yehuda Ashlag escreveu a seguinte alegoria numa carta a um aluno:

 

“Era uma vez um rei que queria saber quais dos seus súditos eram confiáveis. Anunciou que qualquer pessoa que quisesse vir trabalhar para ele seria recompensada com generosidade e com uma janta festiva, digna de reis. Não havia ninguém no portão de entrada, somente um letreiro indicava para onde se dirigir e o que fazer, mas nenhum guarda supervisionava os candidatos. Aqueles que se sentaram em lugares designados foram expostos, sem sabê-lo, a um pó mágico, e os que se sentaram em lugares não designados, não. Pela tarde, quando todo o mundo se sentou à mesa, aqueles que sentaram nos lugares designados, desfrutaram muito da janta. Para os outros, a comida foi a pior que já haviam degustado na vida. Somente os que escolherem livremente seguir a recomendação do rei foram premiados com o prazer que o próprio rei desfrutava.

 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (38)

 

A (inexistente) realidade objetiva

 

Nossa compreensão do que sentimos baseia-se nos genes que herdamos, em nossas experiências, em nossa socialização e no que aprendemos ao longo da vida. Tudo é muito subjetivo. Sem importar o que captam os nossos sentidos, o que acabamos por compreender e nossa própria forma de atuar quanto a isso são coisas muito pessoais.

 

Por exemplo, se fôssemos surdos, ainda assim haveria sons ao nosso redor? Não existiria o som da música e o rugido dos aviões sobre nós? Os pássaros deixariam de cantar se não fôssemos capazes de ouvi-los? Sim, para nós, surdos, seria assim. Não há modo de explicar a um surdo como canta um Sabiá. Mais ainda, duas pessoas não experimentam as mesmas emoções quando ouvem um Sabiá. Tudo o que sentimos é completamente subjetivo. Essa é a razão pela qual os cabalistas apenas podem nos sugerir como é o mundo espiritual. O percurso através dele teremos que fazer por nossa própria conta.

 

Não parece óbvio que existam outras alternativas para a nossa versão da realidade? E essas alternativas podem nos ajudar a elaborar melhores juízos sobre o que percebemos. Além disso, nosso comportamento subsequente pode nos guiar a resultados mais positivos para nós mesmos e para o mundo. A Kabbalah reconhece isso e oferece uma alternativa.

 

Tudo o que eu e tu acreditamos que existe fora de nós mesmos, na realidade existe dentro da gente. Assim, quando falamos da realidade objetiva, nos referimos ao que vemos como objetivo através da lente de nossa própria percepção. Ou seja, sempre nos referimos a um ponto de vista que é, por natureza, subjetivo.

 

No caminho: Eis um aspecto da natureza humana: dada nossa percepção subjetiva, nunca podemos apreender ou explicar a natureza com objetividade, pois nós a captamos através de nossos cinco sentidos. Mais ainda, não somos capazes de explicar a natureza, mas somente a nossa própria compreensão da natureza. A apreensão e as explicações que oferecemos, no final das contas, são uma manifestação de nossos cérebros em funcionamento. Um dos nossos dons como seres humanos é a capacidade de conhecer isso acerca de nós mesmos e de aprender a manejar isso com inteligência.

 

terça-feira, 25 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (37)


Além de si mesmo

 

Tua percepção do Mundo Superior, o Mundo do Porvir, varia conforme teu estado espiritual presente. Para os cabalistas, o Mundo Superior é o grau seguinte que uma pessoa pode alcançar. No princípio, nossa percepção do Mundo Superior está latente. Dado que as nossas qualidades são opostas às qualidades do Criador, somente podemos perceber o mundo material no qual vivemos neste exato momento. Nesse estado, tudo o que acreditamos que seja o Mundo Espiritual é apenas fruto da nossa imaginação.

 

Não obstante, uma vez que adquirimos a primeira qualidade espiritual, o primeiro raio de altruísmo, também ganhamos a capacidade de ver o mundo espiritual tal como ele é. Os cabalistas chamam a esse evento de “cruzar a barreira”. Uma vez que cruzamos a barreira, já não necessitamos que um mestre nos guie, porque nesse estado já estamos sob a direção consciente do Criador.

 

Na maioria dos casos, os cabalistas continuam seus estudos com um mestre, mesmo depois de terem atravessado a barreira, mas a relação entre eles muda drasticamente. O mestre já não precisa guiar uma pessoa cega pela mão. Ao contrário, agora, ambos caminham juntos por uma rota encantada de descobrimentos.

 

Lá, além da barreira, o estudante aprende através da observação e utiliza as novas ferramentas de observação que agora refina e melhora. Esse modus operandi se conhece como “a alma da pessoa lhe ensinará”. Yehuda Ashlag a descreve numa carta a um aluno como o processo de ver um amigo aproximar-se à distância. Imaginas que vês uma pessoa muito longe de ti. Primeiro, nem estás seguro de que se trata mesmo de uma pessoa, é mais como um ponto escuro. Depois, aparecem as características básicas: a cabeça, o tronco, os braços, as pernas. Quando a pessoa se aproxima um pouco mais podes ver se é um homem ou uma mulher, e, depois de um pouco mais de tempo, poderás distinguir os traços do rosto da pessoa, e aí já poderás reconhecer o teu amigo.

 

Ao aprendermos a transcender o nosso egoísmo, é importante compreender como se mede a percepção. Cada sentido tem uma ferramenta de medição interna que opera de uma forma simples.

 

No caminho: Biná significa “compreensão”. Na Kabbalah, esse termo normalmente se refere à contemplação das relações de causa e efeito e da benevolência. Também é o exemplo da qualidade altruísta do Criador em nosso interior. Portanto, Biná é nosso mestre espiritual interior. Essa é a razão pela qual Biná também é conhecida como Ima (mãe). 

 

Pensa num tímpano. O mecanismo de audição reage a algo exterior e trabalha da mesma forma que a força exterior, mas em direção oposta, ao pressionar o retorno desde dentro. Assim, se mentem em equilíbrio e te permite medir, neste caso, o volume e tom do som. Aqui está a chave: para que ocorra esse tipo de percepção, deve haver alguma força unificadora entre quem percebe e o objeto de percepção. No caso do tímpano, o liame comum poderia ser a onda de som necessária para que nós escutemos.  

 

Mas qual é a força unificadora que pode vincular nossa percepção com o Criador? Será que precisamos de um “tímpano” para colocá-lo sobre nosso sexto sentido, e que tivesse a mesma qualidade que nos brinda o nosso Criador? Bem, esse “tímpano” existe e é a intenção, ou Kavaná, apresentada no capítulo 2. Qualquer coisa que faças com a intenção honesta de dar se considera “outorgar” em espiritualidade. O problema espiritual é detectar onde está a tua intenção de receber e convertê-la numa intenção de outorgar. Aqui é que o mestre, o grupo de amigos e os livros nos ajudam.

 

Através dos cinco sentidos percebemos o estímulo externo, não como ele é em realidade, mas como aprendemos a interpretá-lo. Assim, se adquirimos qualidades espirituais podemos começar a perceber novos mundos ao nosso redor e começaremos a obter uma imagem mais clara da verdadeira forma do Criador até que, no último nível de elevação, o percebemos em Sua totalidade.

 

No caminho: Durante o nosso Ascenso espiritual podemos chegar a reconhecer que o Criador nos deu a condição da escuridão para nos incentivar a desenvolver a necessidade de Sua ajuda e para nos acercarmos mais Dele. O princípio espiritual é simples: se consideramos o nosso estado de ser como obscuro e desagradável, e o estado de ser do Criador como luminoso e prazenteiro, então desejaremos estar Nele. Essa é a razão pela qual o processo que experimentamos além da barreira se chama “reconhecimento do mal”, quando definimos nosso estado de ser como mau (para nós mesmos). Se considerarmos nosso estado como mau por completo e Seu estado como desejável por completo, cruzaremos a barreira. Esta é a condição para se entrar no mundo espiritual do Criador.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (36)

  

Cinco sentidos, quase seis

 

A percepção humana é limitada. Tu e eu, na realidade, não podemos sentir ou imaginar nada fora de nossa percepção. Mediante um honesto autoexame, e com a ajuda dos livros cabalísticos, poderás começar a descobrir que estás aprisionado dentro de ti mesmo. Dado que só percebes com os teus cinco sentidos, somente compreendes as coisas que existem no interior. Mais ainda, o que sentes é apenas um fragmento do que existe no mundo, o fragmento que conhecemos como “nosso mundo”. Reconhecer essa limitação é o primeiro passo para a compreensão da verdadeira percepção.

 

Alguma vez pensaste que raramente tua mão sente que tem cinco dedos? Provavelmente, não. Apesar de que podes ampliar os limites dos teus cinco sentidos, na realidade não és capaz de imaginar de quais percepções careces. É impossível reconhecer uma realidade verdadeira porque não é algo cuja ausência sintas, assim como não podes sentir a ausência de um sexto dedo.

 

Dado que a imaginação é produto dos cinco sentidos, os cabalistas sugerem que não consegues visualizar um objeto ou criatura que não te seja familiar por mais criativo que sejas. Pensa no ilustrador de livros infantis mais interessante ou no pintor mais abstrato que conheces. Seus desenhos assemelham-se de alguma forma ao mundo físico? Tenta imaginar a coisa mais tresloucada possível, algo que ninguém mais conheça.  Continua sendo algo que ninguém conhece ou ao menos algo que não se pode decifrar a partir de experiências da realidade cotidiana?

 

Não importa o quanto evoluímos, eu e tu, em termos técnicos, nunca poderemos nos liberar dos limites de nossos cinco sentidos. No entanto, alguns indivíduos adquiriram um sentido adicional que lhes permite perceber uma realidade mais ampla. Ainda vivem em nosso mundo, mas estenderam os limites de sua percepção para incluir todo o espectro da criação. Essas pessoas são chamadas de cabalistas.

 

Ir além dos cinco sentidos não acontece de modo literal. É mais uma forma de descrever um nível mais alto de percepção através do qual compreendemos a interconexão de tudo e o lugar que ocupamos nessa realidade interconectada. Sabemos que formamos parte de uma dança da realidade e suas implicações. O fato de se chamar de “sexto sentido” a essa habilidade é apenas uma maneira conveniente, dentro do contexto da Kabbalah, de expressar essa habilidade que transcende a percepção convencional.

 

Palavras do coração: Nossos cinco sentidos e nossa imaginação oferecem as revelações das ações da Essência, mas não a Essência em si. Por exemplo, o sentido da visão somente nos oferece sombras da Essência visível, conforme essas sombras se formam em oposição à luz. (Do “Prefácio ao Livro do Zohar”, de Yehuda Ashlag). 

 

Como os cabalistas, eu e tu recebemos sensações dos objetos externos. Não obstante, dado que teus sentidos internos não têm as mesmas qualidades que esses objetos, na realidade não percebes o objeto em si mesmo. Tu percebes somente essa parte do objeto que coincide com as qualidades que já existem em teu interior. Para uma percepção completa de qualquer coisa,  primeiro precisas estar completo em teu interior. Noutras palavras, deves estar consciente de todas as formas da realidade que possam existir e que existem em ti, e então tua imagem da realidade estará completa.

 

Experiências diferentes levam as pessoas a interpretar as mesmas percepções de maneiras muito distintas. Todos nós fazemos isso, e talvez não sejamos conscientes de que os demais talvez não compartilhem, em absoluto, das nossas interpretações. O que pensamos que é “objetivo” é “subjetivo” por completo, baseando-nos no que aprendemos e no que já experimentamos.

 

Então, como adquirimos esse sexto sentido que engrandece e amplia nossa capacidade para perceber e interpretar o mundo além da realidade convencional? Ele de fato já existe em nós mesmos, mas está oculto. Indubitavelmente, contamos com a capacidade de buscar e de encontrar esse sentido em nosso interior e de desfrutar de seus benefícios.

 

Assim como a retina ajusta seu campo de ação às ondas de luz visível, tu deves aprender a ajustar teu campo de ação às ondas do Criador, conhecidas na Kabbalah como “Sua Forma”. Mediante o estudo, podes aprender a ser como o Criador e a construir o sexto sentido. Começas a conhecer os Seus pensamentos sobre ti e Seu plano no que te diz respeito.

 

Inclusive, antes mesmo de começar a cultivar o sexto sentido, embora estando ainda cego diante do Criador, podes buscar uma maneira de sair da escuridão com a ajuda de três elementos: um mestre, um livro e um grupo de companheiros de estudos (No capítulo 16, falaremos mais sobre isso). Com o tempo, através da persistência e do estudo, perceberás um pequeno raio de luz, uma débil percepção do mundo do Criador. Na Kabbalah, esse mundo se chama Mundo Superior. Ao estudar e desenvolver o sexto sentido, pouco a pouco começarás a sentir e a compreender o Mundo Superior.

 

Definição: O Mundo Superior é o mundo do espírito, o desconhecido, o mundo que conduz à semelhança de forma com o Criador. O mundo inferior, por seu lado, é o mundo físico, o da realidade cotidiana. Ao ganhar acesso paulatino ao Mundo Superior nos tornamos conscientes do que antes estava oculto e a natureza do espírito começa a revelar-se. A Kabbalah nos ajuda a lograr essa consciência.

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (35)

  

Iluminar a escuridão

 

Uma forma de pensar sobre o entendimento convencional é que vivemos na escuridão e não somos capazes de ver a realidade mais ampla, embora ela esteja lá. Essa compreensão convencional chega a nós através dos cinco sentidos. Por não conhecermos nada melhor que isso, tomamos essa percepção do mundo tal como ela é. Trata-se de uma escuridão metafórica. Pensa na Kabbalah como uma maneira de iluminar essa realidade para que possamos vê-la em sua plenitude. Assim que isso acontece e que o assimilamos, nossas percepções da realidade se transformam. Já não podemos agir como fazíamos quando nos encontrávamos na escuridão, e isso acontece para benefício mútuo, isto é, para nós mesmos e para os demais.

 

Metáforas aparte, nem a ciência e nem a filosofia podem nos ajudar a ver a realidade mais profunda. No entanto, talvez sim. Se nos armarmos com a Sabedoria da Kabbalah, poderemos provar os limites da realidade convencional e aprenderemos a transcendê-los.

 

Um dos elementos mais importantes da Kabbalah é o Kli (vaso, receptáculo), o desejo de receber. Esta também é a razão pela qual o cabalista Yehuda Ashlag enfatiza a importância de conteres a ti mesmo em teu nível de compreensão. Mas é fácil interpretar isso erroneamente. Não significa que devas evitar o conhecimento ou a profundidade da espiritualidade. Ao contrário, Ashlag sugere que a aprendizagem do que podemos e do que não podemos perceber nos ajuda a evitar confusões e a criar um caminho mais claro para aceder a uma maior compreensão.

 

Definição: O Kli é o sexto sentido, a “vontade de receber” que apresentamos no capítulo 2. Representamos o Kli como um “vaso espiritual” a espera de ser preenchido.

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (34)

 

Como percebemos a realidade?

 

Olha ao teu redor. O que vês? O que escutas? Qual foi a primeira coisa que saboreaste hoje de manhã? Qual foi a última coisa em que tocaste ontem à noite, antes de pegares no sono? Existem imagens, sons e sabores que nunca encontraste em toda a tua vida? Alguma vez te perguntaste se existe algo aí fora que teus cinco sentidos não são capazes de detectar?

 

É possível que existam outros mundos e criaturas dentro do espaço que tu percebes e sentes de maneira limitada? Mundos que são transparentes e irreconhecíveis do nosso ponto de vista?

 

Essas questões te parecem complicadas? Bem, elas são complicadas e se encontram no centro da Kabbalah. A metodologia é complexa, mas temos uma boa notícia: qualquer pessoa pode aprendê-la e chegar às revelações oferecidas pela Kabbalah. Por que, então, se teriam publicado milhares de livros a respeito desse assunto em muitos idiomas do mundo? Se estás pronto para aprender mais, começaremos a submergir, agora, nesse tema.


segunda-feira, 17 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (33)

 

3


Tem alguém lá fora?

 

*Nossa percepção da realidade: mais do que os nossos olhos vêem*As limitações da “realidade”* É livre realmente o Livre Arbítrio? *Os quatro fatores de transformação *O poder do pensamento

 

Armados com uma compreensão básica de como a Kabbalah se desenvolveu e o que é, chegou o momento de analisar com maior profundidade como ela funciona e o que faz por ti. Este capítulo amplia os conceitos introduzidos no capítulo 2 com a finalidade de mostrar como os cabalistas compreendem o Criador e o que o Criador deseja para ti.

 

Este capítulo também explora com mais detalhes a natureza da realidade e o que percebes e o que não percebes da mesma. Também aprenderás mais acerca do propósito da Kabbalah e como ela conduz a uma transformação pessoal e social.

 

domingo, 16 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (32)

  

O mínimo que precisas saber

 

·       A palavra Kabbalah significa “recepção” e esta proporciona um método através do qual aprendes a receber;

·       

O O desejo primário do Criador é dar prazer às Suas criaturas, as quais estão impregnadas completamente com um desejo de receber;


·       Na Kabbalah, os cinco sentidos proporcionam a tua experiência interna do mundo externo. O “sexto sentido” da Kabbalah te permite perceber os mundos espirituais superiores;

·      

OO propósito da Kabbalah é a revelação do Criador enquanto ainda estamos vivendo neste mundo;

· 

      Quando aprenderes a receber do Criador, desejarás, naturalmente, doar como o Criador;


·       A Kabbalah não se propões apenas a transformar o indivíduo, senão a transformar toda a sociedade, uma pessoa de cada vez.

 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (31)

  

O lugar adequado

 

Por que existimos? Qual é o sentido? A Kabbalah se tornou popular em nossos dias porque proporciona revelações às perguntas que as pessoas formulam nesses tempos tão conflituosos. A Kabbalah é um meio para se chegar a um fim. Se queres conhecer as perguntas mais profundas e verdadeiras que os seres humanos podem formular a respeito das razões pelas quais existimos, e o que essas respostas sugerem para as nossas vidas, está no lugar adequado. No entanto, se queres utilizar a Kabbalah para ganhar mais dinheiro, encontrar um parceiro ou melhorar a tua saúde, chegaste ao lugar errado. Essas coisas não são vendidas nesta tenda.

 

Se queres o que a Kabbalah te oferece, isto é, crescer para te tornares semelhante ao Criador, verás que essa transformação pessoal que experimentas se estenderá de ti para a sociedade como um todo. Apesar do crescimento, das revelações e das transformações serem internos, também mudarás o modo como vês a tua conexão com teu mundo e as formas com que te relacionas com ele.

 

Pensa nisso: Se o Criador é benevolente, Ele quer dar. Se Ele quer dar, deve haver alguém a quem dar. Da mesma forma, se tu queres ser como o Criador, também deves querer dar e, portanto, também precisas ter alguém a quem dar. Assim, entras numa nova e profunda conexão que aprendes a ter com todos os seres do Universo. 

 

Existe um vínculo direto e estreito entre as mudanças em teu interior e as mudanças em tuas atitudes com o que te rodeia. A Kabbalah se refere, antes de mais nada, a tua relação com o mundo circundante, para o benefício desse mundo ao teu redor. Através dessa transformação começas a ter consciência da natureza divina.

 

Alerta vermelho: Na “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, o cabalista Yehuda Ashlag adverte que deves estudar a Kabbalah com a intenção adequada em mente (à qual ele se refere como “qualidade”). Se estudares com a intenção errada (o que significa que não tens o desejo de ser como o Criador, isto é, benevolente), não te beneficiarás com o que a Kabbalah te oferece. Poderias até te confundir, ao pensares que estarias aprendendo algo significativo. Por que isso acontece? Por que a Kabbalah não se refere a recompensas, mas somente a converter-te num ser semelhante ao Criador. Essa é a (única) intenção correta para aprenderes essa Sabedoria.

 

 

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Kabbalah Sem Segredos (30)

 

A essência (um resumo)

 

Quando tudo está dito e feito, a Kabbalah ensina acerca de algo que existe mais além da nossa percepção presente. Não apenas te indica que esse algo existe, mas isso também te acompanha na viagem. Eventualmente, isso te permite perceber o mundo espiritual, e o Criador, com os teus sentidos. Entretanto, quando percebes o Criador, as mesmas sensações que os teus sentidos captam adquirem um significado completamente novo, mais profundo e mais intenso. Com o Criador a tua vista, tua vida rotineira adquire um significado completamente novo. Pensa desse modo: se tomas um pepino, um tomate, um pimentão, uma alface ou uma cebola, todos tem sabores diferentes, mas juntos criam um sabor totalmente novo: a salada.

 

Ao nível do cotidiano, vivemos no mundo material e não no espiritual. Os passos que a Kabbalah ensina estão destinados a te acercar cada vez mais do mundo espiritual. A Kabbalah te leva a um passeio mágico até que entres num nível superior de realidade, superior ao que conhecias até agora. Quando isso acontece, tu te fazes conhecedor não só do mundo espiritual, mas também do teu próprio mundo material. Aprendes as “regras secretas” que governam o nosso mundo, as regras que os cientistas ainda estão descobrindo ou, dito de melhor forma, as regras que afirmam e aquelas que ainda estão por descobrir. Mais que tudo, se diz que os estudantes de Kabbalah adquirem a capacidade de transitar com liberdade entre todos os mundos, tanto os físicos quanto os espirituais.

 

Palavras do coração: “Existe um remédio maravilhoso aos que se consagram à Sabedoria da Kabbalah: (...). Eles despertam em seu interior as Luzes que rodeiam as suas almas... A Iluminação que se recebe uma e outra vez ao consagrar-se à ela atrai sobre a pessoa a graça de Cima, transmitindo abundância de santidade e de pureza, que aproxima a pessoa da perfeição”. (Da Introdução ao Estudo das Dez Sefirot, Yehuda Ashlag). 

Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...