Joseph Saltoun e Árvore da Vida
Shamati significa “Eu ouvi”.
Rabash,
filho de Baal Ha Sulam, “ouviu” inúmeras aulas de Kabbalah proferidas por seu
pai, o maior cabalista do século XX.
Aqui, neste
blog, vou postar as traduções dessas aulas que estamos fazendo, Clarissa Porto
Alegre Schmidt e eu. A primeira já está postada em Shamati (1).
Karati significa “Eu li”.
Quando eu
nasci, um anjo esplêndido me disse: “Vai, Charles, ser um homem-biblioteca”. E
desde então procuro cumprir esse mandato. O que mais faço na vida é ler, e faço
isso desde criança. Minhas leituras no campo da literatura e da teoria
literária transformaram-se em mais de 40 livros, que estão publicados por aí,
em várias editoras brasileiras, e também em editoras de Portugal, França e
Israel.
Nos últimos
7 anos, minhas leituras concentraram-se na Chochmá
Nistará, a Sabedoria Secreta, nome que lhe davam os antigos, e que nós
chamamos, hoje, de Kabbalah.
Aqui, em Karati, vou escrever sobre os cabalistas
e os livros que escreveram. E para inaugurar essa sessão, escolhi Joseph
Saltoun, e seu primeiro livro publicado, Árvore
da vida – A arte de viver segundo a cabala. São Paulo: Instituto Meron,
2016.
Saltoun vive
em Vancouver com a esposa e as filhas, mas ensina em Israel, França,
Inglaterra, Estados Unidos, no próprio Canadá e no Brasil.
Somos amigos.
E mais que isso, somos “irmãos de alma”. Aos que conhecem os “Mistérios das Neshamot” isso é suficiente. Os velhos
cabalistas preconizavam: “Revela um terço; e esconde dois terços”.
No futuro,
Saltou receberá a alcunha de Yad Ha Shem.
Em geral, os cabalistas são conhecidos por acrônimos, e alguns por sintagmas
respeitosos, como no caso de Isaac Lúria que é conhecido como Ari HaKadosh, o Sagrado Ari. Yad Ha Shem significa “A mão do Nome”.
O primeiro
livro publicado por Joseph Saltoun, Árvore
da Vida, não foi pensado como opus.
É uma coletânea de palestras que realizou ao longo de trinta anos de atividade
de ensino. Nesse sentido, é extraordinário, pois é o resultado decantado de inúmeras páginas e diligências espirituais.
Seu livro
compõem-se de 5 partes: Introdução, Ciência e cabala, A última geração, A vida na
Árvore da Vida e Meditações.
Em Ciência e cabala, Saltoun explica porque
a kabbalah (prefiro a transliteração
inglesa) é definida como Sabedoria da
Verdade ou Chochmá HaEmet, como a
preferia chamar nosso mestre de sagrada memória, o Ari.
Em Consciência e imortalidade, o autor
trata da entrada da consciência (que veio do futuro) em Adam Ha Rishon (o primeiro cabalista) no corpo físico (que veio do
passado) há quase seis mil anos.
Em Gênesis o autor vai explicar porque seres espirituais (ou como eu afirmo
em aula, Seres de Ohr com aleph transformados em Seres
de Ohr com ayn) entraram em corpos físicos.
Em Ciência e cabala, Saltoun demonstra
porque não há contradição entre o que dizem, na atualidade, os cientistas, e o
que disseram os cabalistas há milhares de anos antes do aparecimento das metodologias
científicas (aliás, em outra sessão pretendo elaborar em profundidade essa
questão e demonstrar que se existe alguma contradição entre ciência e kabbalah,
ela está no positivismo pseudo-científico
e na mentalidade tacanha de alguns cientistas, e não nos dois objetos).
Para não
cansar meus leitores e leitoras com essa resenha, vou citar apenas os conteúdos
das outras partes do livro, esperando que todos conheçam a obra diretamente.
Em A última geração o autor trata do
Conhecimento Cósmico, explica o que significa A última geração, A escravidão no
Egito, Compaixão e Julgamento, A morte e a imortalidade, Os anjos caídos, O
poder do Nome e o Poder dos Salmos.
Em A vida na Árvore da vida elabora sobre
As fases da vida, o Tetragrama, Ambição e Prosperidade, o Corpo Humano e o Maguen David, O compartilhar, o Tikun, A cortina, Resistência (o processo de revelar a Luz), Luz Circundante e Luz
Interna, Os Santos, A Energia do Sol e o Livre Arbítrio.
A última
parte, Meditações, é composta de
alguns exercícios cabalísticos.
Recomendo a
todos a leitura, a releitura e a decaleitura
dessa obra. Como sabem os cabalistas, os Kelim
(Vasos de Recepção) se expandem lentamente, e assim que vão sendo expandidos
maiores níveis de profundidade e de complexidade vão surgindo nos Mochim.
Ler livros
de Kabbalah ajuda a expandir os Kelim.