sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Cinco níveis de Masach (22)

 

Os cinco níveis (Behinot) das 10 Sefirot da Luz Refletida emergem devido aos cinco tipos de Zivugey de Haka'a (Contato de Impacto) da Luz Superior com os cinco níveis do Aviut da tela. Essa Luz não é percebida, ou recebida, por alguém se não existir um vaso que a receba.

 

Essas cinco fases emergem dos cinco Behinot de Aviut de Behina Dalet, os quais eram os cinco vasos de recepção de Behina Dalet antes do TA, e incluem as 10 Sefirot de Keter, Chochmá,  Biná, Tiferet e Malchut. Depois do TA, esses mesmos cinco Behinot unificam-se aos cinco Behinot da tela e, com a ajuda da Luz Refletida, novamente tornam-se vasos de recepção ao invés de cinco Behinot de Behina Dalet, função que desempenhavam antes do TA. 

 

Agora podemos compreender que, se a tela possui todos esses cinco Behinot de Aviut, então, ela também possui cinco vasos por incluir as 10 Sefirot, isto é, por receber a Luz Superior. Se o Aviut de Behina Dalet não existe na tela, ela possui apenas quatro vasos e pode receber apenas as quatro Luzes que correspondem a Chochmá, Biná, Tiferet e Malchut, mas é incapaz de receber a Luz de Keter.

 

Se o Aviut de Behina Guímel não existe na tela, ela possui apenas três vasos e pode receber apenas as três Luzes correspondentes a Biná, Tiferet e Malchut. As Luzes que correspondem a Keter e Chochmá, assim como os vasos correspondentes ao Behinot Guímel e Dalet, estão ausentes. 

 

Se a tela possui apenas dois níveis de Aviut, Shoresh e Behina Aleph, ela possui apenas os dois vasos correspondentes às Luzes de Tiferet e Malchut. Ocorre que a esse Partzuf faltam as três Luzes de Keter, Chochmá e Biná, assim como os três vasos que correspondem aos Behinot Beit, Guímel e Dalet. Se a tela possui apenas Aviut Shoresh, então ela possui somente um vaso com apenas a Luz de Malchut (Nefesh). As Luzes restantes de Keter, Chochmá, Tiferet e Malchut não existem ali. 

 

Portanto, o tamanho de cada Partzuf depende apenas do Aviut da tela (espessura). A tela com Aviut de Behina Dalet cria um Partzuf que se compõe de cinco níveis, incluindo Keter. A tela com Aviut de Behina Guímel cria um Partzuf que se compõe de quatro níveis até Chochmá, e assim por diante.

 

Na tela, existem cinco níveis do desejo de receber prazer, isto é, cinco níveis de força anti-egoísta de resistência ao prazer. Duas dessas forças, espessura (Aviut) e rigidez (Kashiut), devem estar equilibradas. Com isso, Malchut possui o livre arbítrio e pode tomar suas próprias decisões, uma vez que não depende dos seus próprios desejos e prazeres.

 

A Ohr Yashar é equivalente à Ohr Hozer, o que significa que a Criação deseja doar ao Criador o mesmo prazer que Ele preparou para ela. Da mesma forma, a Ohr Hozer (intenção) veste-se no prazer do Criador: isso demonstra que o Kli não deseja o prazer para si mesmo, mas devolve-o a Ele.   

 

Na ausência de mais um desejo (referindo-se à ausência do "desejo de doar" e não do "desejo de receber" egoísta, já que este nunca desaparece), Guímel, a tela pode desenvolver apenas três Luzes na sua Luz Refletida. Portanto, ela não será capaz de "ver" as Luzes de Yechidá e Chayá. Por isso não somos capazes de sentir a Luz do Criador em nosso mundo. Inicialmente, não possuímos a tela e nem a Luz refletida por ela, sem a qual é impossível ver ou sentir a Luz do Criador. A quantidade de Luz Refletida depende da rigidez da tela: quanto mais forte ela for, mais alto será o nível de Luz Refletida, mais o Kli percebe e mais ele pode receber pelo Criador. Quando a tela enfraquece, o Kli percebe menos e, igualmente, pode receber menos pelo Criador.

 

Não há mudanças na tela. Todas as mudanças ocorrem apenas no seu Aviut. A tela é a força de resistência ao egoísmo: ela está presente em cada propriedade. A diferença está no Aviut, na quantidade de desejos egoístas providos de tela. Estudamos apenas quatro níveis de Aviut, uma vez que Keter não possui Aviut ("desejo de receber"), pois deseja apenas doar.

 

O desejo de dar prazer aos seres criados - Keter - suscitou o "desejo de receber" nas Sefirot mais baixas, portanto, Keter é uma raiz de Aviut. Quando o objeto espiritual mais baixo é incapaz de receber com a intenção pelo Criador, ele utiliza o Aviut Shoresh, isto é, ele pode realizar atos de doação apenas com a intenção pelo Criador.

 

Existe a Luz (prazer), o Kli ("desejo de receber") e a tela (a força de resistência ao prazer). O Kli cria a tela para tornar-se semelhante ao Criador. Não há nada mais do que isso em todo o Universo. A pessoa deve se lembrar constantemente disso e tentar interpretar a Cabalá com o auxílio desses três componentes.

 

Somos incapazes de sentir qualquer prazer Espiritual, pois não temos nem a tela mais ínfima. A vontade da tela determina com qual prazer o cabalista trabalha. Depois do TA, o Kli abrange não apenas o "desejo de receber", mas também o "desejo de receber" com a tela, isto é, não para a sua própria satisfação, mas pelo Criador.

 

Quando não existe tela para um determinado desejo, isso significa que o cabalista não pode trabalhar com ele, ou seja, esse desejo é inadequado para receber a Luz, por isso dizemos que ele está ausente. Ele não desaparece, apenas não é trabalhado. O nível espiritual (Koma) de um Partzuf depende da intensidade do desejo ajustado à tela. 

 

A resistência ao desejo mais intenso, Dalet, gera o Partzuf do nível mais alto, Keter. A resistência ao desejo de nível Guímel gera o Partzuf de Chochmá, que está um nível abaixo de Keter. A força de resistência ao desejo Beit cria o Partzuf do nível de Biná, um nível mais baixo que o anterior, isto é, ele assemelha-se menos ao Criador que o de tela Guímel. Se a tela puder resistir ao desejo Aleph, significa que o nível espiritual do cabalista é Tiferet. Se ele resiste ao menor desejo, Shoresh, então ele gera o menor Partzuf: Malchut.

 

Os desejos egoístas devem ser utilizados apenas na medida da vontade de resistir a eles. A pessoa é incapaz de trabalhar com desejos não corrigidos sem a tela: eles devem ser neutralizados e restringidos. Os desejos não aparecem e nem desaparecem, eles são criados pelo Criador. Apenas seu uso depende do homem. Tudo depende da força de resistência da tela, a intenção, que transforma um recebedor em doador. Esse é todo o "jogo" entre o Criador e a criação: transformar um desejo egoísta em altruísta, isto é, direcioná-lo ao Criador.

 

Todos os desejos estão em Malchut do Mundo do Infinito: ela os utiliza de acordo com a tela que emerge em si em cada situção. Existem telas através das quais Malchut constroi Mundos e estes formam diversos Partzufim. Determinados tipos de tela favorecem o surgimento das almas. Estas são todas as partes de Malchut do Mundo do Infinito.     

 

Abrir mão de um certo prazer é mais fácil do que recebê-lo de alguém que o doe. A pessoa pode sempre receber menos Luz pelo Criador do que é capaz de abrir mão. Ou a pessoa pode escolher não "trabalhar" com ele de forma alguma.

 

Se um Kli decide receber de forma egoística, isto é, possui um desejo sem tela, a Luz primeiro se aproxima do Kli (o Kli atrai a Luz), mas assim que a Luz deseja entrar, a Lei do TA entra em ação e a Luz se afasta. Quando Malchut ou o Mundo do Infinito realizam o TA, o Criador aceita essa Lei. Como consequência, não somos capazes de utilizar nosso egoísmo livremente. Estamos sob a influência desta Lei e, portanto, não sentimos qualquer prazer espiritual até que consigamos criar uma tela para eles.

 

Além, disso, o que são os prazeres deste mundo? Eles consistem de uma micro-dose de Luz (Ner Dakik) de toda a Malchut do Mundo do Infinito, a qual nos foi permitido sentir e que pode existir fora do TA. Transcender este mundo é possível apenas através da aquisição da tela. Se existe uma tela para um prazer maior, então ela também funciona para um menor. A fim de deixar de receber prazer para si mesmo, a pessoa deve adicionar uma intenção ao prazer (Ohr Hozer) e recebê-lo pelo Doador.

 

Um movimento ocorre no Mundo Espiritual apenas devido ao fortalecimento ou enfraquecimento da tela. Toda criação, Malchut do Mundo do Infinito, adquire pouco a pouco a tela para todos os seus desejos. Quando todos os desejos de Malchut estiverem ajustados à tela, ela alcançará o estado da "Correção Final" (Gmar Tikun). Esta é a razão para todas as ações da criação.

 

A criação da tela, sua interação com a Luz, a Ohr Hozer que envolve a Luz, é chamada de "um mandamento", uma Mitzva. A Luz recebida é chamada de "Torá". Ao todo existem 620 níveis, passos, medidas da interação da tela com a Luz, de forma a receber toda as partículas de Luz em todos os desejos de Malchut. Quando Malchut estiver completamente preenchida pela Luz do Criador, isso significa que ela recebeu toda Torá e alcançou a perfeição.

 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Cinco níveis de Masach (21)

 Já vimos que a matéria da tela chama-se Kashiut. Essa matéria é semelhante a um corpo sólido que não permite que nada o ultrapasse. Da mesma forma, a tela impede a Luz Superior de adentrar Malchut, isto é, Behina Dalet. A tela para e reflete toda a Luz destinada a preencher Malchut. Os cinco Behinot de Aviut em Behina Dalet são incluídos na tela de acordo com sua Kashiut. Como consequência, a tela realiza cinco Contatos de Impacto (Zivuguey de Haka'a) com a Luz, de acordo com os seus cinco Behinot de Aviut.

 

A Luz refletida pela tela, que consiste de todos os cinco Behinot de Aviut, retorna, envolve a Luz descendente e alcança a sua origem, Behina Shoresh. Entretanto, se apenas 4 das 5 partes do Aviut estão presentes na tela, então, sua Luz Refletida "vê" apenas quatro porções de prazer.

 

Na ausência dos Behinot Dalet e Guímel, a quinta e a quarta partes de rigidez da tela, ela é capaz de refletir a Ohr Hozer apenas até o nível de Biná. Se a tela possui apenas Behina Aleph, então sua Ohr Hozer é muito pequena e pode envolver a Luz Direta apenas até o nível de Tiferet, sem a presença de Keter, Chochmá e Biná. Se há apenas Behina Shoresh de Kashiut, então seu poder de resistência é muito fraco e a Ohr Hozer pode envolver a Luz descendente de Malchut, enquanto que as nove primeiras Sefirot estão ausentes.

 

A tela é caracterizada por duas propriedades. Uma delas é Kashiut (rigidez): ela impede que a Luz entre em Malchut. Qualquer medida de Luz que chega à tela é rejeitada e refletida. A segunda propriedade da Masach é a sua densidade, egoísmo, Aviut (espessura). Isso é o que pode ser acrescentado à força da tela de Behina Dalet e ser utilizado para a recepção pelo Criador. Uma vez que, em Malchut, há cinco desejos para cinco tipos de prazer, a tela reflete todos eles, rejeitando, assim, qualquer recepção egoísta de prazer.

 

A tela é como uma cortina que pode ser fechada quando a luz do sol incomoda. No mundo material, sabemos com que material se faz uma cortina. No Mundo Espiritual, o material da tela é chamado de "Kashiut", que é a sua força, firmeza ou rigidez. Descreve-se uma pessoa como "muito rígida, dura" quando essa pessoa não aceita as opiniões de outras, mas se agarra veementemente às suas próprias.

 

Conclusão: o Criador (o "desejo de doar" prazer aos seres criados) elaborou o "desejo de receber" e deseja preenchê-lo. Entretanto, a Criação é inflexível na sua decisão de não receber nada para o seu próprio prazer. Esse é o propósito da tela.

 

Aqui, precisamos estabelecer uma observação importante: Não há restrição do desejo! Se o homem vê prazer diante de si, ele instantaneamente deseja recebê-lo na sua integridade. Entretanto, ele apenas pode recebê-lo ao aplicar a intenção com o propósito de doar, mas isso não significa que o "desejo de receber" todo o prazer está ausente dele. Agora podemos formular uma lei: O homem realiza uma restrição no prazer que não é capaz de recusar e recebe o prazer que pode doar.

 

Por exemplo, o homem diz ao seu corpo em Yom Kipur: "Saiba que hoje tu não deves receber comida, portanto, não sinta fome!". No entanto, seu corpo não o ouve… Por que ele foi projetado desse jeito? O Criador criou o "desejo de receber", portanto, ele é invariável. Se esse desejo desaparecer, então o homem não viverá mais. Algumas pessoas falam sobre a anulação dos desejos. Eis o que o Rabi Israel de Ruzhin disse a esse respeito: "Aquele que elimina um desejo, receberá dois em troca". É impossível e desnecessário eliminar o "desejo de receber". A pessoa deve pedir por uma oportunidade de utilizá-lo com a intenção pelo Criador.

 

A diferença entre os seres criados depende do tamanho do seu "desejo de receber". Alguém que tenha grandes aspirações é chamada de "grande"; alguém que tenha um pequeno "desejo de receber" é chamada de "pequeno".                                              

 

Meu nível espiritual é determinado por quão completamente minha Luz Refletida pode envolver a totalidade da Luz Direta que vêm a mim, todos os prazeres previstos por mim, de forma que eu seja capaz de recebê-los pelo Criador. Posso estar no nível de Malchut, ZA, Biná ou talvez até mesmo de Chochmá ou Keter.

 

Malchut do Mundo do Infinito divide-se em muitas partes, mas todas elas diferem uma das outras pelas propriedades da tela. No Mundo de Assiyá, Malchut é semelhante ao Criador em, talvez, 20%. No Mundo de Yetzirá, em 40%. No Mundo de Beriá, 60%. No Mundo de Atzilut, 80%. E no Mundo de Adam Kadmon (AK), Malchut é semelhante em 100% ao Criador. 

 

Os níveis diferem apenas pela força da tela. Não há tela em nosso mundo. Consequentemente, somos incapazes de sentir o Criador e existimos em um espaço totalmente vazio. Assim que o homem adquire a tela, ele já passa a sentir o Mundo Espiritual nos níveis mais baixos do Mundo de Assiyá. Ascendemos através do aumento da força da tela.

 

O que é a transição de um nível espiritual a outro? Isso significa adquirir as propriedades de um novo nível, mais alto. Se em um determinado nível o homem puder aumentar a magnitude da sua tela, isso pode elevá-lo ao nível seguinte. Quanto mais alto for o nível, mais diferente é a sensação, o recebimento do Universo.

 

Dissemos que quando existem cinco Behinot de Aviut na tela, a Ohr Hozer alcança o nível mais alto (a Luz de Keter, Ohr Yechidá). Então, o Kli recebe todas as Luzes: Keter, Chochmá, Biná, Tiferet, e Malchut de todos os Behinot precedentes.

 

Sem o Behina mais espesso (Dalet) na tela, isto é, a intenção pelo Criador nos desejos mais intensos, a Luz mais elevada (Keter, Yechidá) também não se encontra no Kli, enquanto que a tela alcança o nível da Luz de Chochmá (Ohr Chayá). Sem o Aviut Dalet e Guímel na tela, as Luzes de Keter e Chochmá (Ohr Yechidá e Chayá) não se encontram no Kli. O mesmo ocorre com o Aviut Beit e a Luz de Biná (Ohr Neshamá).       

 

Se o Aviut da tela for Aleph, então as Luzes de Tiferet e Malchut (Ohr Ruach e Nefesh) estão presentes. Por fim, a tela de Aviut Shoresh eleva a Ohr Hozer apenas até o nível da Luz de Malchut (Ohr Nefesh), e somente esta Luz está presente no Kli. Para facilitar, geralmente dizemos que a Masach é instalada na frente de Malchut, embora devamos compreender que a Masach estende-se sobre toda Malchut, sobre todos os desejos do Kli.

 

Por que a Luz mais alta está ausente na falta do Aviut Dalet? Isso ocorre porque há uma relação inversa entre a Ohr e o Kli, a Luz e o vaso. Se a tela possui o Aviut máximo, ela eleva a Ohr Hozer ao nível mais alto, isto é, à Luz de Keter. Isso significa que com a tela "mais forte", a Ohr Hozer pode envolver todos os prazeres que ficam diante da tela e permitir que penetrem o Partzuf.

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Cinco Níveis de Masach (20)

 

Os cinco níveis do "desejo de receber" incluídos no Behina Dalet são chamados pelos nomes das 10 Sefirot da Luz Superior, pois Behina Dalet era um vaso que recebia essa Luz antes do TA ("Ele e Seu Nome são Um"). Todos os Mundos, todo o Universo, estavam incluídos no Behina Dalet da Luz Direta (Malchut do Mundo do Infinito).

 

Cada Behina contido em Malchut adotou as propriedades do Behina correspondente das 10 Sefirot da Luz Superior. Behina Shoresh do Behina Dalet adotou as propriedades de Keter, "vestiu-se" nele, em uma das 10 Sefirot da Luz Superior. Behina Aleph do Behina Dalet "vestiu-se" na Luz de Chochmá das 10 Sefirot e assim por diante. Mesmo depois do TA, quando Behina Dalet deixou de ser um vaso de recepção, seus cinco níveis do "desejo de receber" ainda levam os nomes das cinco Sefirot: Keter, Chochmá, Biná, Tiferet e Malchut.

 

Estamos no Behina Dalet de Dalet, enquanto que todas as quatro Sefirot anteriores são os Mundos. Ao interagir com os Mundos, podemos receber suas propriedades a fim de corrigir Behina Dalet. Todos os Mundos estão dentro de nós, assim como todo o trabalho espiritual. Nosso trabalho é sentir a Luz do Criador como Malchut a sentia no Mundo do Infinito e, assim, nos corrigir.

 

O que significa Behina Dalet receber as propriedades dos Behinot anteriores? Isso quer dizer que Behina Dalet começa a sentir que, além do "desejo de receber", também existe o "desejo de doar", o que não existia antes. Malchut ainda deseja receber prazer, mas agora este prazer se encontra imbuído do "desejo de doar", isto é, ela agora empenha-se em receber prazer na doação.

 

As propriedades e desejos do interior do Kli mudam gradualmente, de um anseio pela simples recepção da Luz até o "desejo de doar" tudo. Essas mudanças são causadas pela Luz: o comportamento do Kli depende apenas da sua influência.

 

Estudamos as 10 Sefirot, os 10 aspectos da relação entre o Criador e a Criação. Primeiro, Malchut reflete totalmente a Luz, depois, calcula o quanto dela pode receber dentro de si. Se trabalhasse com todos os seus cinco desejos, poderia receber a Luz em todas as suas cinco partes. Se Malchut não possuir uma força anti-egoística forte o suficiente para receber toda a Luz pelo Criador, receberá apenas aquela porção das cinco partes de Luz para a qual tiver uma tela.

 

A capacidade de resistir aos desejos de receber prazer é chamada de vontade. A força de resistência da tela é chamada de rigidez (Kashiut). A intensidade do desejo de receber prazer, a paixão pela satisfação, é chamada de espessura (Aviut). No interior da tela, duas propriedades de Malchut entram em conflito, que são: a "recepção" e a força anti-egoística da tela, a "doação". Se meu "desejo de receber" tiver um Aviut de 100% e a força de resistência, rigidez, tiver apenas 20%, então não posso receber pelo Criador mais que 20%. Apenas a Kashiut determina quanto egoísmo posso utilizar.

 

Depois do TA, Malchut deseja mudar apenas o modo de aplicar o seu desejo. Malchut compreende o seu "egoísmo", percebe que o "desejo de receber" é a sua natureza. Entretanto, essa propriedade não é negativa: tudo depende apenas do modo como é utilizada. A sensação das propriedades do Criador, do "desejo de doar" e dos Behinot anteriores surge dentro do desejo egoísta (Behina Dalet). Agora, Malchut precisa apenas igualar-se a eles, isto é, deve tornar o seu desejo de receber prazer semelhante ao deles.

 

Para isso, ela afasta toda a Luz do seu egoísmo ao realizar o Tzimtzum (Restrição) em si mesma. Então calcula em que medida pode assimilar as propriedades do Criador - Behinot 0, 1, 2 e 3. A tela sabe exatamente quanta Luz pode ser recebida de acordo com o seu egoísmo. A Kashiut da tela, sua força de vontade, a força de resistir à tentação de receber prazer, deve corresponder precisamente ao seu Aviut, o "desejo de receber".

 

As memórias remanescentes do seu estado anterior, de estar preenchida pela Luz, o que auxilia Malchut a calcular suas ações futuras, são chamadas de "registro" ou "lembrança" (Reshimot). O recebimento Espiritual é chamado de Investidura.

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Cinco níveis de Masach (19)

 

Conforme o que já foi dito, os três primeiros Behinot ainda não são considerados vasos. Apenas Behina Dalet é um vaso verdadeiro. Visto que esses três primeiros Behinot são as causas, fases, que precedem a criação de Behina Dalet, esta adota suas propriedades ao completar seu desenvolvimento. Elas foram, de certa forma, impressas nela criando seus próprios quatro níveis do "desejo de receber" no interior de Behina Dalet.  Tudo inicia com o Behina Aleph, o "desejo de receber" "mais puro", "mais fraco". Então, depois vem o Behina Beit, que é um pouco mais "grosseiro" e possui um Aviut maior que o de Behina Aleph, ou seja, é um nível mais alto do "desejo de receber".

 

O Behina Guímel possui um Aviut ainda maior que o de Behina Beit. E, por fim, chega a vez de Behina Dalet, que possui o Aviut mais espesso, isto é, o maior "desejo de receber". Seu desejo alcançou o nível máximo, mais alto e mais perfeito. É preciso destacar que a Raiz (Shoresh) desses quatro Behinot é Keter (conhecido como o mais alto de todos e o que está mais próximo do Criador), e que também deixou sua impressão em Behina Dalet. Com isso, mencionamos os cinco níveis do "desejo de receber" inclusos em Behina Dalet, que também são chamados de Keter, Chochmá, Biná, Tiferet e Malchut.

 

Os três Behinot que precedem Malchut são chamados de "Luz".  Apenas Malchut é o Kli, pois deseja receber para si mesma. Como resultado, ela se torna uma parte separada, independente. Os Behinot anteriores não estão separados do Criador, portanto, eles são definidos como Luz.

 

Quando a última fase, ou Malchut é completamente preenchida de Luz, ela passa a sentir as propriedades de todos os Behinot precedentes: primeiro, a adjacente Tiferet, então Chochmá, que criou Biná, e então a fonte (Shoresh) e, por fim, o Pensamento Total - Keter.     

 

Isso significa que todas as propriedades anteriores de todos os Behinot estão incluídas em Malchut e a influenciam. Então, ela é Dalet de Dalet (isto é, a última parte - Dalet - de todo o Dalet) com todas as propriedades anteriores adquiridas da Luz. Ao compreender a Luz que o preenche, Behina Dalet alcança a grandeza do Criador. Descobre em si mesmo o anseio de se tornar semelhante ao "desejo de doar", como faz o Criador.

 

O que é "doar"? O Criador é a fonte da Luz. O Kli não é capaz de doar nada: ele pode apenas ter a intenção de fazê-lo. O Criador criou o "desejo de receber", todo o resto são apenas diferentes graus desse desejo. Apenas uma intenção pode mudar o "para si mesmo" por "pelo Criador".

 

Qual é a diferença entre Aviut Keter e Aviut Biná? Não são ambos chamados de "desejo de doar"? Keter é o "desejo de doar", Chochmá recebe e Biná, ao receber a Luz, devolve-a ao Criador. Isso pode ser compreendido através de um exemplo extraído da Mishná: "O Homem estuda a Torá pelo Criador" significa que ele recusa-se a receber qualquer coisa que corresponda a Aviut Keter. "Os segredos de Torá lhe são revelados" significa que ele não os solicitou, mas os recebeu de Cima, de Behina Chochmá.

 

Quando recebe, o homem deve superar a si mesmo e dizer: "Eu recuso porque tudo o que eu desejo é doar". Agora veja a diferença que isso faz: o homem deseja doar depois de receber a Luz ou até mesmo antes de recebê-la!

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Cinco níveis de Masach (18)

 

Agora, clarificaremos os cinco Behinot da tela de acordo com os quais o tamanho do Kli é modificado durante o Contato de Impacto com a Luz Superior.

 

Depois da Primeira Restrição, Behina Dalet deixa de ser um vaso de recepção. A Luz Refletida (Ohr Hozer), que se eleva acima da tela devido ao Contato de Impacto, desempenha esse papel no seu lugar. Entretanto, Behina Dalet com o seu poderoso "desejo de receber" deve acompanhar a Ohr Hozer. Sem isso, a Ohr Hozer não é de fato capaz de ser um vaso de recepção.

 

Lembre-se da situação do anfitrião e seu convidado. A força de recusa do convidado em desfrutar da comida torna-se um vaso de recepção ao assumir o papel da fome, que deixou de ter essa função devido à vergonha. Durante essa recusa, o ato de receber torna-se, na verdade, um ato de doação. Entretanto, não podemos dizer que o convidado não necessita dos vasos de recepção habituais. Sem eles, o convidado não é capaz de agradar o anfitrião ao comer suas iguarias.

 

Por via da rejeição, a fome (o "desejo de receber") adquire uma nova forma: o "desejo de receber" a fim de doar ao anfitrião, o Criador. Então, a vergonha transforma-se em mérito. Ocorre que os vasos de recepção habituais continuam atuando como antes, mas adquirem uma nova intenção, isto é, receber pelo prazer do Criador. Agora, a rudeza de Behina Dalet, o estado de se estar oposto ao Criador, impede-o de ser um vaso de recepção.

 

Entretanto, devido à tela posta em Behina Dalet, que atinge e reflete a Luz, ela assume uma nova forma chamada Ohr Hozer (Luz Refletida) ao mesmo tempo em que a recepção torna-se doação, como no exemplo do anfitrião e do convidado. Ainda assim, a essência da forma permanece a mesma, pois o convidado não comeria sem apetite. Contudo, todo o poder do desejo de receber de Behina Dalet permanece contido na Ohr Hozer, tornando-a um vaso adequado.

 

Há duas forças constantes na tela. A primeira é Kashiut, a força de resistir à recepção da Luz; e a segunda é Aviut, a força do "desejo de receber" de Behina Dalet. Devido a um Contato de Impacto de Kashiut com a Luz, o Aviut muda totalmente suas propriedades, transformando a recepção em doação. Ambas forças funcionam em todas as cinco partes da tela: Keter, Chochmá, Biná, Tiferet e Malchut.

 

 

Há cinco partes na tela através das quais ela recebe a Luz (cinco Zivugey de Haka'a). A Ohr Hozer não é um vaso genuíno: ela pode apenas auxiliar na recepção da Luz. O desejo de receber prazer, Behina Dalet, que era um vaso antes da Primeira Restrição, ainda conserva esse papel, apenas sua intenção que muda.

 

Quanto maior for o egoísmo do homem, mais Luz ele é capaz de receber, contanto que exista uma tela correspondente ao seu egoísmo. Ao invés de lamentar seus desejos impuros, o homem deveria apenas pedir ao Criador uma tela que corrigisse esses desejos, tornando-os altruístas.

 

Muitas vezes, não sabemos o que motiva nossas ações e nem sabemos quais são os nossos desejos verdadeiros. Às vezes sentimos a necessidade de alguma coisa que não temos nem ideia do que seja. O homem se encontra em um estado de sonho até que a Cabalá o acorda e abre os seus olhos. No início, não temos nenhum desejo genuíno de receber prazer. A Cabalá trabalha com os desejos espirituais, que são muito mais poderosos que os do nosso mundo.

 

Graças à nova intenção do Kli, o "desejo de receber" adquire uma nova forma: o "desejo de doar", ou, mais precisamente, o "desejo de receber" pelo prazer do Criador. Assim, o homem passa a receber a fim de agradar o Criador. Ao perceber a diferença entre suas próprias qualidades e as do Criador, Behina Dalet envergonha-se. A tela estabelecida por Malchut reflete a Luz e, assim, muda a intenção. A essência do "desejo de receber" permanece, mas agora ele recebe pelo prazer do Criador.

 

A Cabalá é uma ciência lógica. Cada fenômeno causa uma determinada consequência, que se torna a causa para a consequência seguinte, formando, assim, uma cadeia de conexões de causas e efeitos. O problema, contudo, é que ainda não estamos realmente conectados àquilo que estudamos. Durante a nossa leitura sobre os Mundos Espirituais, os Partzufim e as Sefirot, ainda não somos capazes de senti-los.

 

Há dois níveis de estudo de Cabalá. O primeiro é para iniciantes, em que não há a sensação do que está sendo estudado. Entretanto, com mais estudo, o Cabalista recebe a sensação dos fenômenos e termos descritos no livro.

 

É preciso destacar que, na realidade, a Luz é estática: ela não entra em nenhum lugar e nem vem de qualquer lugar. Entretanto, a depender das suas propriedades interiores, o vaso sente a Luz de forma diferente, identificando nela diferentes "gostos" ou prazeres. Se o vaso desfruta a recepção direta da Luz, então, esse prazer é chamado de Ohr Chochmá. Mas se a criação recebe prazer da semelhança de suas propriedades às do Criador, então esse tipo de prazer é chamado de Ohr Chassadim. A recepção alternada de Ohr Chochmá e Ohr Chassadim produz "movimento".

 

Quando o homem inicia o seu caminho espiritual, ele percebe, inicialmente, o quão terrível é a sua natureza. Esse pensamento leva-o ao início da correção. Como resultado, ele ascende, passa a sentir cada vez mais as influências sutis das Forças Superiores.

 

A Luz que desce do Criador depois da Primeira Restrição representa um raio estreito de Luz vindo do Infinito ao ponto central do Universo. Todos os Mundos Espirituais (AK e ABYA) estão vestidos neste raio. Sob a perspectiva da influência do Criador, estamos exatamente no centro de todos os Mundos.

 

A providência particular do Criador é implementada com a ajuda do raio de Luz. Esse raio desce a uma determinada alma, vestindo-a em todos os Mundos, começando por Adam Kadmon (AK), depois chegando à Atzilut, Beriá, Yetzirá até o mais periférico, Assiyá.

 

Uma pessoa comum diferencia-se de um cabalista pelo fato de que ela não possui a tela e, portanto, não é capaz de sentir, refletir a Luz ou criar seu próprio vaso espiritual. Esse vaso é o Toch, a parte interna do Partzuf, no qual a Criação recebe a Luz do Criador. Estritamente falando, o que chamamos de "Criador" é, na verdade, a Sua Luz, uma vez que somos incapazes de alcançar a Essência do Criador.

 

O Criador influencia todas as pessoas, ainda que elas nunca tenham deixado o Mundo do Infinito (Ein Sof), ou seja, elas se encontram em um estado inconsciente. Essa influência é chamada de "Derech Igulim", "com a ajuda dos círculos e das esferas", isto é, através da Luz geral que circunda toda a Criação. A irradiação da Luz na forma de um círculo significa a ausência de uma força limitadora: a tela.

 

A tarefa do homem é assumir um controle parcial do seu destino tornando-se, com isso, um parceiro do Criador. Então, o Criador não mais o tratará como Ele trata as outras criaturas, mas de forma individual, com o auxílio do raio de Luz (Derech Kav). Nesse caso, o homem assume o controle, ao invés do Criador.

 

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Cinco níveis de Masach (17)

                                           

Agora, as três definições básicas ficaram claras para nós:

 

I)                   A Ohr é uma emanação direta da Luz do Criador, enquanto que o Kli é um "desejo de receber" criado pela Luz. Inicialmente, a Luz contém um "desejo de receber" não expressado, mas, à medida que esse desejo se desenvolve, o vaso (Malchut) é separado dele. Malchut é chamada de "Seu Nome" (Shemo): "Ele e Seu Nome são Um". O valor numérico da palavra "Shemo" é idêntico ao da palavra "Ratzon" (desejo).

 

II)                As 10 Sefirot ou os 4 Mundos de ABYA correspondem aos 4 Behinot (fases). Eles precisam estar presentes em qualquer ser criado. O "desejo de receber", ou Kli, "descende" do nível do Criador através desses 4 Mundos e atinge o seu desenvolvimento máximo em nosso mundo.

 

III)              A Primeira Restrição e a Masach de Behina Dalet geram um novo vaso no lugar do Behina Dalet. O vaso é uma intenção de doar ao Criador, e é chamado de "Ohr Hozer", Luz Devolvida. A quantidade de Luz recebida depende da intensidade do desejo.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Três conceitos essenciais da Kabbalah (16)

 

Com o auxílio do exemplo do anfitrião e do convidado, podemos agora compreender o que é um Zivug de Haka'a (Contato de Impacto), do qual resulta o nascimento de novos vasos de recepção da Luz Superior no lugar de Behina Dalet. Essa interação ocorre devido às investidas da Luz sobre a tela, desejando penetrar Behina Dalet.  Isso se assemelha a um anfitrião que tenta persuadir o seu convidado a comer. A força de resistência do convidado é semelhante à tela. Assim como a sua recusa em comer transforma-se em um novo vaso, o mesmo ocorre com a Luz Refletida: que se torna o vaso de recebimento ao invés de Behina Dalet, o qual desempenhava esse papel antes da Primeira Restrição.

 

Entretanto, devemos ter em mente que isso ocorre apenas nos objetos espirituais dos Mundos de ABYA, enquanto que, nos objetos relacionados às forças impuras e no nosso mundo, o Behina Dalet continua a ser um vaso receptor. Dessa forma, nem nas forças impuras nem no nosso mundo existe qualquer Luz, devido à diferença entre as propriedades do Behina Dalet e do Criador. Portanto, as Klipot (forças impuras, o "desejo de receber" a Luz sem a tela) e os pecadores são chamados de "mortos", uma vez que o desejo de receber a Luz sem a tela separa-os da Vida das Vidas, a Luz do Criador.

        

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Três conceitos essenciais da Kabbalah (15)

 

Depois da Primeira Restrição, novos vasos de recepção surgem no lugar de Behina Dalet. Eles são formados devido ao Contato de Impacto entre a Luz e a tela. Entretanto, ainda precisamos compreender de que forma essa Luz torna-se um vaso de recepção depois de ser refletida por esse vaso. Ocorre que a Luz torna-se um vaso, isto é, passa a desempenhar o papel oposto.

 

A fim de explicar isso, vejamos um exemplo do nosso mundo. O homem naturalmente respeita um "desejo de doar", mas, ao mesmo tempo, se ressente de receber sem dar nada em troca. Vamos supor que uma pessoa vai à casa do seu amigo e este lhe oferece uma refeição. Naturalmente, ele se recusaria a comer mesmo estando faminto, pois odiaria ser um recebedor que nada dá em troca.

 

Seu amigo, no entanto, começa a tentar persuadi-lo, deixando claro que ao degustar de sua refeição, ele o deixaria imensamente feliz. Quando o convidado sente que o que o anfitrião diz é verdade, ele aceita comer, uma vez que não se sente mais como um recebedor. Além disso, agora o convidado sente que doa ao anfitrião, deleitando-o com sua disposição para comer. Ocorre que, apesar da sua fome (um vaso genuíno de recepção do alimento), o convidado não era capaz nem de tocar nas iguarias até que sua vergonha fosse aplacada pela persuasão do anfitrião.

 

Agora compreendemos como surge um novo vaso de recepção. O poder gradualmente crescente da persuasão do anfitrião e da resistência do convidado, por fim, transformam a recepção em doação. O ato de receber permanece imutável: apenas a intenção foi modificada. Só a força de resistência, e não a fome (o vaso de recepção), torna-se a razão para aceitar o presente.

 

Sempre que Behina Dalet for mencionado, refere-se à Malchut, isto é, à recepção pela recepção. Há uma ação e há um motivo para essa ação. Qual o motivo para a recepção antes da Restrição? O desejo de receber prazer. Isso significa que recepção é uma ação pelo prazer de receber. Depois da Restrição, os Partzufim não utilizam o Behina Dalet: a única Luz recebida por ele é a que deriva da tela e da Luz Refletida.

O motivo para a recepção, que existia antes da Restrição, ainda permanece depois dela, pois é impossível receber sem o desejo e o empenho por algo. Ainda assim, esse motivo não é suficiente para a recepção: ela deve ser acompanhada de um motivo adicional, isto é, da intenção de doar.

 

Malchut está pronta para renunciar aos seus prazeres animais: ela realiza a Restrição sobre eles e recebe apenas porque esse é o desejo do Criador. De acordo com isso, a recepção com o propósito de doar parece diferente. O ato de receber não ocorre pelo primeiro motivo, mas pelo segundo: receber pelo propósito de doar. Entretanto, o primeiro motivo deve acompanhar o segundo, pois se não há desejo de receber prazer, como será possível sentir prazer?

 

Por exemplo: Temos o mandamento de desfrutar da refeição de Shabat, mas, se não há fome, como é possível receber prazer ao comer? Por isso, a primeira restrição, o "desejo de receber" deve permanecer (ainda que ele seja incapaz de receber devido à vergonha), mas apenas na presença do motivo adicional: o "desejo de doar".

 

Shamati (127)

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