sexta-feira, 27 de julho de 2018

Sodot Ha Beit (2)




Em Êxodo 14:15, Moisés ouve uma pergunta duríssima, uma pergunta que ressoa através dos milênios, mas que a humanidade se recusa a ouvir:



“Por que clamas por Mim?”



E Eyeh Asher Eyeh nem espera a lamúria, ou a auto-justificação de Moisés, e se antecipa, já com a solução, a resolução para todos os problemas humanos:



“Fala aos Filhos de Israel que marchem!”



Uma inteira pedagogia, uma inteira filosofia e uma inteira pragmática estão contidas nesse monólogo assombroso, mas iluminador...



D´us não espera que rezemos, que choremos, que nos lamentemos, que clamemos, que batamos no pai, que nos auto-acusemos, mas que marchemos em direção aos mares de dificuldades que nos impedem de alcançar a Terra Prometida.



Antes de um milagre, precisamos de uma ação. Não uma ação de um deus ex-machina, mas de uma ação de nossas próprias pernas!



Sem marchar, sem fazer, sem dar o primeiro passo, o milagre não é possível. Porque não há milagre. Porque D´us não faz milagres, mas nós fazemos. Todos os milagres possíveis Ele os confiou ao homem, quando anunciou: “Façamos Adam (esse ser andrógino, composto de Ish e Isha) a nossa imagem e semelhança”.



O que era necessário, para que a relação de causa e efeito tivesse início, D´us fez: criou o desejo de receber, que não existia Nele.



Ele, o desejo de doar, e nós outros, o desejo de receber, produzimos a dialética, que põe tudo em funcionamento. Mais nada precisa ser criado (ex-nihilo), pois, a partir do Beit (de Bereshit), todas as relações de causa e efeito podem ser geradas. Por isso, Elohim pode descansar e deixar que nós mesmos tratemos de fazer os milagres.  

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