A tendência de um principiante em estudos de Kabbalah é a de pensar,
ou imaginar, que Guevurá (a quinta
Sefirá) seja algo negativo. Depende. E esse é mais um dos Segredos da Letra Beit, de Bereshit.
São duas árvores. Ou uma.
A que o nosso ego
percebe, e que se chama Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal; e a que a nossa alma percebe, e que se chama Árvore
da Vida.
É uma única árvore, mas que pode ser percebida de duas formas. No Aleph, é uma; no Beit,
são duas. No Universo da Unidade (Echad), as árvores se fundem. No Universo da Dualidade, elas estão
divididas.
Não escreverei aqui sobre a Guevurá da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal, que o mundo está repleto dela, mas da Guevurá da Árvore da Vida, que impede o excessivo expansionismo de Chessed.
A Guevurá determina:
dez por cento dos meus recebimentos devem ser direcionados à doação. Uso esse
exemplo do uso de Guevurá que é o
mais prático e o mais fácil de realizar. Penso em algo mais sofisticado: na
soma geral do equilíbrio sefirótico preciso ter nove porções de compaixão e uma de rigor.
Se tenho dez (em dez) porções de compaixão, sou um pateta. Se tenho duas (em dez) porções
de rigor, começo a me transformar num tirano.
Pense naquele funcionário que sempre rouba
tempo, saindo mais cedo do trabalho. Ou naquele mendigo que sempre bate na
tua casa em pleno Shabat.
É a Guevurá que me
diz quando devo parar de beber vinho; é a Guevurá
que me diz que não devo exagerar em meus estudos de Torah, e que devo dedicar algumas horas do meu dia ao sono e à
restauração de minhas forças físicas.
Guevurá é contenção, limitação, organização,
educação. Sem um lampejo de Guevurá,
Sigmund Freud não teria ensinado que educar é reprimir.
Sei que ninguém, no estado a que chegamos, e no estado em que
chegamos, aceita a boa Guevurá. No
entanto, a má Guevurá lançará sobre
todos nós a desordem, a barbárie e o caos.
Como sempre, desde o Gan
Eden, apresenta-se diante de nós o Livre
Arbítrio, também chamado de Nashach (o
Serpente). Qual das Guevurot escolheremos?
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