terça-feira, 14 de agosto de 2018

Sodot ha Beit (3)



A tendência de um principiante em estudos de Kabbalah é a de pensar, ou imaginar, que Guevurá (a quinta Sefirá) seja algo negativo. Depende. E esse é mais um dos Segredos da Letra Beit, de Bereshit.



São duas árvores. Ou uma.



A que o nosso ego percebe, e que se chama Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal; e a que a nossa alma percebe, e que se chama Árvore da Vida.



É uma única árvore, mas que pode ser percebida de duas formas. No Aleph, é uma; no Beit, são duas. No Universo da Unidade (Echad), as árvores se fundem. No Universo da Dualidade, elas estão divididas.



Não escreverei aqui sobre a Guevurá da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que o mundo está repleto dela, mas da Guevurá da Árvore da Vida, que impede o excessivo expansionismo de Chessed.



A Guevurá determina: dez por cento dos meus recebimentos devem ser direcionados à doação. Uso esse exemplo do uso de Guevurá que é o mais prático e o mais fácil de realizar. Penso em algo mais sofisticado: na soma geral do equilíbrio sefirótico preciso ter nove porções de compaixão e uma de rigor.



Se tenho dez (em dez) porções de compaixão, sou um pateta. Se tenho duas (em dez) porções de rigor, começo a me transformar num tirano. Pense naquele funcionário que sempre rouba tempo, saindo mais cedo do trabalho. Ou naquele mendigo que sempre bate na tua casa em pleno Shabat.



É a Guevurá que me diz quando devo parar de beber vinho; é a Guevurá que me diz que não devo exagerar em meus estudos de Torah, e que devo dedicar algumas horas do meu dia ao sono e à restauração de minhas forças físicas.



Guevurá é contenção, limitação, organização, educação. Sem um lampejo de Guevurá, Sigmund Freud não teria ensinado que educar é reprimir.



Sei que ninguém, no estado a que chegamos, e no estado em que chegamos, aceita a boa Guevurá. No entanto, a má Guevurá lançará sobre todos nós a desordem, a barbárie e o caos.



Como sempre, desde o Gan Eden, apresenta-se diante de nós o Livre Arbítrio, também chamado de Nashach (o Serpente). Qual das Guevurot escolheremos?


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