quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Introdução ao Livro do Zohar (12)




12. Saber que é quase impossível perceber a essência de uma pessoa, intrinsecamente, sem sua materialização, como foi discutido na primeira limitação. Isto ocorre porque nossos cinco sentidos e nossa imaginação nos oferecem apenas a revelação das ações da essência, não a essência em si.



1. Essência: Essência

2. Forma Abstrata: Falsidade

3. Forma na Matéria: Mentiroso

4. Matéria: Corpo



Significa que não percebemos a essência, que é puramente divina. Conseguimos, de maneira mais ou menos abstrata, receber tudo o que deriva da essência, mas não a essência em si.



 ... por que nossos cinco sentidos e nossa imaginação nos oferecem apenas a revelação das ações da essência, não a essência em si.



Por exemplo: Nossa Visão capta somente as ondas da essência do que vemos, de acordo com a luz refletida nelas.



Quando estou olhando para um objeto, não sei o que ele de fato é. Percebo-o, apenas, como ondas que nele se refletem. As ondas retornam a mim e criam, em minha percepção, alguma forma.



Nossa Audição é o poder de influência das ondas sonoras transmitidas pelo ar a partir de alguma essência. Este ar, refletido sob a influência de uma onda sonora, exerce pressão sobre as membranas do tímpano. Eis como somos capazes de ouvir algo que está perto de nós.



O som vem de algo além de mim. Isto é, nada sei sobre a fonte do som; não tenho idéia alguma do que seja esta fonte. Posso julgar somente pelo que capto.



Nosso sentido do Olfato é a irritação causada pela reação de nossos receptores nervosos aos odores emanados no ar a partir de uma essência. É como sentimos os cheiros.



Tudo depende de nossos receptores nervosos e como transmitem este ou aquele cheiro.



Nosso sentido do Paladar é apenas uma resultante do contato de alguma essência com nossos receptores gustativos.



Esses quatro sentidos nos oferecem a revelação de ações provenientes de alguma essência. Nunca nos revelam a essência em si.



Já disse, em inúmeras ocasiões, que uma pessoa, o seu Eu, assemelha-se a uma caixa preta com cinco pontos de entrada, os nossos cinco sentidos. Percebemos o que entra vindo de fora somente através deles. Além disso, captamos não o que entra no Eu mas o que é detectado por membranas especiais posicionadas nas entradas citadas e que, de alguma forma, passam sinais elétricos aos nossos cérebros (não nos é claro como esta influência externa nos afeta, considerando nossas limitações interiores). Isto é, percebemos, de maneira seletiva, as reações de nossos sentidos às influências externas.



Naturalmente, se um de nossos sentidos estiver prejudicado ou alguma de nossas faculdades estiver deficiente, nossa percepção de mundo estará distorcida se comparada a de alguém em estado normal. A respeito de um quadro ideal, não temos como saber como seria, pois nos é impossível imaginar qualquer coisa existente além de nós mesmos. Portanto, é impossível falar sobre essência. Podemos imaginar Forma Abstrata e, ainda assim, não saberemos se imaginamos como de fato é.



Até mesmo nosso sentido mais forte, o tato, capaz de discernir entre frio e calor, firme e macio, é nada além da revelação de ações dentro de uma essência. Entretanto, essas ações são apenas manifestações da essência. É possível esfriar algo quente ou aquecer algo frio. É possível derreter algo sólido e transformar em um líquido. É possível evaporar um líquido e trazê-lo a um estado gasoso, o que fará com seja impossível de ser detectado por nossos cinco sentidos. A essência, porém, é preservada e podemos transformar novamente o gás (um estado imperceptível de alguma essência) em um líquido ou trazer o líquido para um estado sólido. Está claro como o sol que nossos sentidos não revelarão essência alguma, mas somente exemplos de manifestação de ações da essência.



Baal HaSulam quer dizer que, se não ascendermos através dos Mundos de BYA aos Mundos de Atzilut e Infinito em nossos sentidos, não chegaremos ao Criador. Nunca seremos capazes de perceber algo que esteja fora ou acima de nós. Nem nossos cinco sentidos naturais tato, olfato, visão, audição e paladar nem as Dez Sefirot nos Mundos de BYA irão trazer-nos algo. Se desejarmos receber as categorias Superiores que estão além de nós, devemos alcançar os Mundos Superiores, onde a Luz Branca realmente existe.



As luzes nos Mundos de Assiyá, Yetzirá e Beriá são preta, verde e vermelha respectivamente.



Quando todas as cores combinadas capacitam-nos a sentir como elas destacam-se contra o fundo branco de Atzilut, recebemos este fundo como ele realmente é. Aqui, Baal HaSulam enfatiza que se não corrigirmos nossas sensações interiores nem subirmos aos Mundos Superiores não teremos oportunidade de obter recebimento espiritual.



Ademais, não temos, sequer, a habilidade para compreender nossa própria essência. Sinto e sei que ocupo um determinado volume neste mundo, que sou sólido, quente, que penso, e assim por diante. Tudo isto é resultado de manifestações que são manipuladas por minha essência. Mas se alguém perguntar "O que é a essência da qual emanam todas as manifestações?", não saberia responder. Afinal de contas, a Supervisão evita que recebamos a essência. Recebemos, somente, as manifestações e o modo de agir originados na essência.



Quer dizer, não podemos receber-nos, muito menos receber os Mundos Superiores, até atingirmos o nível onde a essência se manifesta.




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