12. Saber que é
quase impossível perceber a essência de uma pessoa,
intrinsecamente, sem sua materialização, como foi discutido na primeira
limitação. Isto ocorre porque nossos cinco sentidos e nossa imaginação nos
oferecem apenas a revelação das ações da essência, não a essência em si.
1. Essência: Essência
2. Forma Abstrata: Falsidade
3. Forma na Matéria: Mentiroso
4. Matéria: Corpo
Significa que
não percebemos a essência, que é puramente divina. Conseguimos, de maneira mais
ou menos abstrata, receber tudo o que deriva da essência, mas não a essência em
si.
... por que nossos cinco sentidos e nossa
imaginação nos oferecem apenas a revelação das ações da essência, não a
essência em si.
Por exemplo:
Nossa Visão capta somente as ondas da essência do que vemos, de acordo com a
luz refletida nelas.
Quando estou
olhando para um objeto, não sei o que ele de fato é. Percebo-o, apenas,
como ondas que nele se refletem. As ondas retornam a mim e criam, em minha
percepção, alguma forma.
Nossa Audição é o poder de influência das ondas sonoras
transmitidas pelo ar a partir de alguma essência. Este ar, refletido sob a
influência de uma onda sonora, exerce pressão sobre as membranas do tímpano.
Eis como somos capazes de ouvir algo que está perto de nós.
O som vem de
algo além de mim. Isto é, nada sei sobre a fonte do som; não tenho idéia
alguma do que seja esta fonte. Posso julgar somente pelo que capto.
Nosso sentido do Olfato é a irritação causada pela reação de
nossos receptores nervosos aos odores emanados no ar a partir de uma
essência. É como sentimos os cheiros.
Tudo depende
de nossos receptores nervosos e como transmitem este ou aquele cheiro.
Nosso sentido do Paladar é apenas uma resultante do contato de
alguma essência com nossos receptores gustativos.
Esses quatro sentidos nos oferecem a revelação de
ações provenientes de alguma essência. Nunca nos revelam a essência
em si.
Já disse, em
inúmeras ocasiões, que uma pessoa, o seu Eu,
assemelha-se a uma caixa preta com cinco pontos de entrada, os nossos cinco
sentidos. Percebemos o que entra vindo de fora somente através deles. Além
disso, captamos não o que entra no Eu
mas o que é detectado por membranas especiais posicionadas nas entradas
citadas e que, de alguma forma, passam sinais elétricos aos nossos
cérebros (não nos é claro como esta influência externa nos afeta, considerando
nossas limitações interiores). Isto é, percebemos, de maneira seletiva, as
reações de nossos sentidos às influências externas.
Naturalmente,
se um de nossos sentidos estiver prejudicado ou alguma de nossas faculdades
estiver deficiente, nossa percepção de mundo estará distorcida se comparada a
de alguém em estado normal. A respeito de um quadro ideal, não temos como saber
como seria, pois nos é impossível imaginar qualquer coisa existente além de nós
mesmos. Portanto, é impossível falar sobre essência. Podemos imaginar Forma Abstrata
e, ainda assim, não saberemos se imaginamos como de fato é.
Até mesmo nosso sentido mais forte, o tato, capaz de discernir
entre frio e calor, firme e macio, é nada além da revelação
de ações dentro de uma essência. Entretanto, essas ações são apenas
manifestações da essência. É possível esfriar algo quente ou aquecer algo frio.
É possível derreter algo sólido e transformar em um líquido. É possível
evaporar um líquido e trazê-lo a um estado gasoso, o que fará com seja impossível
de ser detectado por nossos cinco sentidos. A essência, porém, é preservada e
podemos transformar novamente o gás (um
estado imperceptível de alguma essência) em
um líquido ou trazer o líquido para um estado sólido. Está claro como o sol que
nossos sentidos não revelarão essência alguma, mas somente exemplos de
manifestação de ações da essência.
Baal HaSulam
quer dizer que, se não ascendermos através dos Mundos de BYA aos Mundos de
Atzilut e Infinito em nossos sentidos, não chegaremos ao Criador. Nunca seremos
capazes de perceber algo que esteja fora ou acima de nós. Nem nossos cinco
sentidos naturais – tato, olfato, visão, audição e paladar –
nem as Dez Sefirot nos Mundos de BYA irão trazer-nos algo. Se desejarmos
receber as categorias Superiores que estão além de nós, devemos alcançar os
Mundos Superiores, onde a Luz Branca realmente existe.
As luzes nos
Mundos de Assiyá, Yetzirá e Beriá são preta, verde e vermelha respectivamente.
Quando todas
as cores combinadas capacitam-nos a sentir como elas destacam-se contra o fundo
branco de Atzilut, recebemos este fundo como ele realmente é. Aqui, Baal
HaSulam enfatiza que se não corrigirmos nossas sensações interiores nem
subirmos aos Mundos Superiores não teremos oportunidade de obter recebimento
espiritual.
Ademais, não temos, sequer, a habilidade para compreender nossa
própria essência. Sinto e sei que ocupo um determinado volume neste mundo, que
sou sólido, quente, que penso, e assim por diante. Tudo isto é resultado de
manifestações que são manipuladas por minha essência. Mas se alguém perguntar
"O que é a essência da qual emanam todas as manifestações?", não
saberia responder. Afinal de contas, a Supervisão evita que recebamos
a essência. Recebemos, somente, as manifestações e o modo de agir originados na
essência.
Quer dizer,
não podemos receber-nos, muito menos receber os Mundos Superiores, até
atingirmos o nível onde a essência se manifesta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário