sábado, 23 de janeiro de 2021

O Tzimtzum Beit: Chamado de Tzimtzum NHY de AK (58)


58. No princípio, o Criador tencionou criar o mundo com as propriedades de “Din” (Julgamento). Isso significa que se algo fosse criado com o “material” que constitui as primeiras nove Sefirot, este possuiria apenas o “desejo de doar”. Por outro lado, o que fosse criado com o “material" que se encontra abaixo do Tabur, possuiria apenas o “desejo de receber”.

 

Então, o Criador “viu" que o mundo não poderia existir dessa maneira e misturou o desejo de receber com o desejo de doar. Mas o que isso significa? Ele não sabia desde sempre que o mundo não seria capaz de existir dessa forma? Tudo o que existiu, existe e existirá, a totalidade do Universo, foi formado conforme o princípio de “causa e efeito”. Não há início nem fim, só causa e efeito.

 

Assim, a primeira causa dos mundos (os Partzufim do Mundo de Adam Kadmon, criados antes de todos os outros Mundos) foi a propriedade de Julgamento, isto é, a decisão de Malchut de não receber Luz para seu próprio prazer. Como já foi dito, se o homem tivesse sido criado a partir do Behina Dalet, Malchut, da maneira como se encontrava (Malchut de Malchut, Dalet de Dalet, o “desejo de receber” absoluto, a Única Criação, o restante sendo apenas a transição do Criador para a Criação), ele nunca teria sido capaz de corrigir o “desejo de receber” egoísta.

 

Quando se diz “no princípio o Criador criou o mundo com as propriedades de Julgamento”, isso significa que, inicialmente, Ele criou o Mundo de Adam Kadmon dividido em dois tipos distintos de vasos: o de “doação" e o de “recepção”, Malchut. Entretanto, no interior dessa Malchut não havia uma única faísca sequer do “desejo de doar”, isto é, ela seria incapaz de receber e deixaria de cumprir o Propósito da Criação, satisfazer o Criador. O Criador misturou o “desejo de doar”, Biná, com o “desejo de receber”, Malchut, a fim de que Malchut pudesse receber com intenção altruísta.

 

Para este fim, o Criador elevou a propriedade de julgamento, a força de restrição que há em Malchut, à Biná e as misturou até que Behina Dalet incorporasse as faíscas do “desejo de doar” presentes em Biná. Isso permitiu ao homem, criado posteriormente de Behina Dalet, adquirir as faíscas de doação para que, ao realizar boas ações, mudasse completamente suas propriedades, o “desejo de receber”, garantindo a existência do mundo.

 

Deve-se notar que a fusão de Biná com Malchut é um processo extremamente complexo, que atravessa diversas fases, as quais examinaremos em seguida. No fim, o Criador quebrou tanto Malchut quanto Biná em diversos micro fragmentos e misturou-os de forma homogênea para que cada fragmento tivesse propriedades de Biná e de Malchut. Esse fragmento é a alma do homem.

 

O “Nosso Mundo” é uma categoria espiritual, uma qualidade espiritual de egoísmo absoluto que permanece vazio e incapaz de receber coisa alguma.

 

Antes das almas serem criadas e terem caído ao nível mais baixo possível, considera-se que tudo o mais foi criado pelo Criador. Entretanto, apenas o homem, completamente separado do Criador, pode ser chamado de criação. Quando a criação é preenchida de Luz, não entende nada, está cega e não há livre arbítrio, tudo é pré-determinado interna e externamente. Apenas na medida em que adquire a Masach, Malchut começa a ascender ao nível do Criador.

 

Todos os Partzufim do Mundo de AK (Galgalta, AB, SAG e BON) terminam acima do Tabur de Galgalta. Então como que, de repente, esses Partzufim colocam-se abaixo desse nível? Podemos compreender a descida do Partzuf Nekudot de SAG abaixo do Tabur tendo em mente que esse Partzuf é puramente Biná, que não deseja nada para si mesmo. Não existe Tzimtzum na Luz de Biná, Ohr Hassadim, desta forma, ele pode descer abaixo do Tabur.

 

O Partzuf Nekudot de SAG sente-se perfeitamente bem em qualquer situação, em qualquer lugar do espaço espiritual. Biná se caracteriza por uma liberdade de escolha e comportamento que estão acima de todas as restrições. À medida que a alma adquire as propriedades de Biná, torna-se cada vez mais livre. O Partzuf Nekudot de SAG reluta em receber qualquer coisa e ignora até mesmo o desejo mais intenso, o Aviut Dalet, sendo capaz de descer abaixo do Tabur de Galgalta sem restrições.

 

Tanto a Ohr SAG (Biná) quanto a Ohr AB (Chochmá) descem ao Mundo de Nikudim. Como isso é possível? AB pode descer abaixo do Tabur a fim de corrigir os Partzufim mais baixos, tornando-se semelhante a eles nas suas propriedades ainda que sua missão seja muito diferente.

 

Nenhum dos Mundos constitui os seres criados, mas as vestimentas do Criador, geradas a partir do poder e qualidade de suas restrições, de tal forma que cada alma receba apenas uma certa porção de Luz. As almas se esforçam pelo Criador enquanto retém seu livre arbítrio, uma espécie de escolha ilusória.

 

Os Mundos e os Partzufim são objetos inanimados, “robôs”, destituídos de independência ou livre arbítrio. Somente o homem pode ser considerado Criação, pois consiste na combinação de Malchut de Malchut, a essência do “desejo de receber”, e Biná, o “desejo de doar”.

 

Assim como nos outros mundos, AK consiste de cinco Partzufim. Esses Partzufim emergem devido ao mesmo processo: o despertar e a ascensão da Masach. Keter, Chochmá e Biná. Os Partzufim superiores controlam os mais baixos e são os representantes diretos do Criador, do Seu desejo de fazer cumprir o Pensamento da Criação.

 

Keter, Behina Shoresh, é o pensamento do Criador de criar e doar prazer aos seres criados.

 

Chochmá, Behina Aleph, é o prazer que o Criador deseja doar aos seres criados. Consiste tanto do Vaso quanto da Luz de Chochmá no seu interior.

 

Biná, Behina Beit, é a própria qualidade do Criador, o desejo de nada receber. Todas as Sefirot superiores representam as qualidades do Criador. Com elas, Ele criou a criação e inseriu dois desejos opostos: o desejo de receber prazer e o desejo de doar. Essa dualidade se realiza completamente em Behina Dalet.

 

ZA, Behina Guímel, e Malchut, Behina Dalet, não são qualidades do Criador, mas a consequência destas, sua realização.

 

As qualidades do Criador são definidas de forma diferente em cada Mundo. No Mundo de Nikudim, são chamadas de Keter e Abba ve Ima. No Mundo de Atzilut, de Atik, Arich Anpim e Abba ve Ima. Os nomes mudam, mas o significado permanece o mesmo.

 

Em todos os estágios da Criação, há cinco níveis essenciais. O resultado final é importante: de que forma Behina Dalet atinge a perfeição? Como cada uma das cinco qualidades, que consistem de mais cinco em cada, elevam-se ao nível da perfeição? Cada propriedade da alma corresponde à força específica que a impulsiona para cima, que a corrige, e leva à perfeição absoluta.

 

Logo passaremos a estudar o Mundo de Nikudim. Esse Mundo emergiu e se quebrou para que cada fragmento “partido” da Luz se adaptasse a um fragmento da alma e encontrasse pontos de contato para a futura correção.

 

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