terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Kabbalah Sem Segredos (8)

 

 

O propósito da destruição

 

No ciclo perfeito da vida, cada parte tem sua função designada. Nenhuma parte da Criação é livre para fazer o que lhe apraz porque o bem-estar de cada uma delas depende do bem-estar das demais partes da Criação. Essa interdependência garante que nenhuma criatura supere em poder as demais, porque a destruição das outras criaturas significaria a destruição de si mesma.

 

Os seres humanos, abençoados com a auto-consciência, não são uma exceção a esta regra da natureza, porém, muitos deles, talvez a maioria, não apreciam essa idéia e de uma ou de outra forma atuam de modo prejudicial aos demais e, por tanto, também contra si mesmos.  Por que fazemos isso? Algumas pessoas dirão que isso faz parte do caminho que devemos trilhar com o propósito de aprender que isso não funciona e que não produz felicidade.

 

Acreditamos que, ao conseguirmos controle sobre os demais, sobre o nosso ambiente, podemos manipular e dar forma ao mundo ao nosso gosto, mas quando refletimos sobre os resultados, tudo o que percebemos é infelicidade naqueles que tratamos de manipular, e ao olharmos profundamente para dentro de nós mesmos, o que vemos é também infelicidade. Tu e eu não podemos prejudicar os outros sem que o dano regresse a nós mesmos, de uma forma ou de outra. Esta é uma das revelações da Kabbalah.

 

Um olhar para as notícias nos jornais mostra que as forças de destruição que existem não são somente as forças da natureza. Para muitas pessoas dos países desenvolvidos, o impulso de melhorar de vida se converteu numa caçada ao prazer, com grande enfoque em questões como: “De que maneira posso conseguir mais dinheiro e bens materiais?”; “Como posso conseguir sexo melhor e mais abundante?”; “Como posso conseguir mais poder?”. 

 

Assim, se damos um passo para trás, podemos ver que ao intentar manipular aos demais, ao destruir aquilo que acreditamos que é um obstáculo para a nossa felicidade e satisfação, fracassamos, e então nos sentimos impulsionados a responder a perguntas mais profundas sobre o significado de nossas vidas.

 

Mais ainda, como veremos na Quarta Parte, nada foi criado sem um motivo, nem mesmo a capacidade humana de destruição. Sua meta não é somente nos motivar a perguntarmos pelo significado de nossa vida, embora certamente esse seja o primeiro passo. Seu principal propósito é fazer com que nos demos conta de que a mera intenção de gratificação e a razão da nossa desgraça. A intenção adequada, aquela que em última instância nos proporciona prazer, é assombrosamente a intenção de fazer o bem aos demais, tanto às pessoas como ao próprio Criador.

 

Noutras palavras, nosso próprio egoísmo, para utilizar a linguagem da Kabbalah explicada neste livro, é nosso inimigo. Na Kabbalah, o egoísmo é conhecido como “Faraó”. Mas esse Faraó não é do tipo mau que conhecemos das histórias bíblicas com as quais crescemos. A Kabbalah explica que na realidade o “Faraó” é o “outro lado” do Criador, que procura nos mostrar o caminho para sairmos do egoísmo. Ali é onde reside a chave de nosso êxito como estudantes de Kabbalah. Quanto mais rapidamente aceitarmos o fato de que é o ego que precisamos corrigir, e absolutamente nada no mundo exterior, mais rapidamente progrediremos. No capítulo 3, abordaremos o tema da correção de nosso mundo interior em detalhes. Agora, segue na tua leitura.

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