Numerologia e Kabbalah
O termo numerologia não existe na Kabbalah autêntica,
mas os estudiosos contemporâneos vincularam ambas as expressões. Apesar de que
numerologia não seja um termo preciso para descrever o tratamento cabalístico
dos números, é provável que não exista um vocábulo melhor para traduzir ao
português a palavra hebraica Guemátria. Essa palavra simples, Guemátria,
descreve a experiência de um cabalista com o divino. Na Kabbala, o ego faz
Yichudim (Unificações) com o Criador. As formas das letras hebraicas
representam essas Unificações através de pontos e linhas sobre um fundo branco.
Os pontos e as linhas simbolizam os estados do cabalista, que percebe o
Criador. O fundo branco simboliza a Luz divina, isto é, o Criador.
Em hebraico, a cada letra do alfabeto de 22 caracteres se
atribui um número específico. Às primeiras nove letras se atribui os números de
1 a 9, respectivamente, e às seguintes nove letras correspondem os número de 10
a 90, cada letra com um salto de 10 números em seu valor. E as últimas quatro
letras do alfabeto lhe são atribuídos os números 100, 200, 300 e 400,
respectivamente.
A correlação entre letras e números criou uma maneira de os
cabalistas descreverem entre si o que experimentavam de um modo conciso e
preciso. Por exemplo, a palavra Nega (aflição) e a palavra Oneg (prazer)
têm exatamente o mesmo número de letras (em diferente ordem) e, portanto, o
mesmo valor numérico.
Esta inversão na ordem das letras indica que quando a aflição
é corrigida (do egoísmo ao ato de doar), uma pessoa experimenta prazer. Mais
ainda, essa representação “resumida” das experiências espirituais não é senão
um dos aspectos como o cabalista descreve o divino.
Tenha bem presente que este é o modo como a Kabbalah nos
ajuda a compreender a nossa natureza de forma mais profunda e como ela estimula
o nosso pensamento acerca dos mistérios da vida e do espírito.
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