quinta-feira, 23 de março de 2023

Shamati (121)

  

121. Ela é como navios mercantes

(Eu ouvi)

 

No versículo “Como as naves mercantes, de longe provê seus mantimentos” (Provérbios 31:14), quando o indivíduo exige e insiste “Ela é toda minha”, que todos os desejos sejam dedicados ao Criador, a Sitra Achra (Outro Lado) desperta contra ele e afirma “Ela é toda minha” também. Então, há uma troca. Uma troca significa que uma pessoa quer comprar determinado objeto, e o debate entre comprador e vendedor é sobre seu valor, no sentido de que cada um afirma ter razão.

 

E aqui o corpo examina a quem vale a pena escutar: Ao receptor ou ao que dá a força. Ambos argumentam claramente: “Ela é toda minha”. E no momento em que pessoa vê a sua humildade, que nela também há faíscas que não concordam em observar a Torá e as Mitzvot nem mesmo como um ponto no nada, e que o corpo inteiro argumenta “Ela é toda minha”, então “De longe provê seus mantimentos”.

 

Mantimentos significa fé. Nesse estado, o indivíduo é premiado com fé permanente, pois “Deus assim o fez para impôr Seu temor” (Eclesiastes 3:14). Isso significa que todos os afastamentos que o indivíduo sente foram trazidos pelo Criador, para que ele tenha a necessidade de tomar sobre si o Temor dos Céus.

 

Esse é o significado de “Nem só de pão vive o homem, senão de tudo o que sai da boca do Eterno” (Deuteronômio 8:3). Isso significa que a vida de Kedushá numa pessoa não vem especificamente da aproximação, das entradas, das admissões na Kedushá, mas também das saídas, dos afastamentos. É assim porque ao vestir a Sitra Achra, e as suas reclamações de que Ela é toda minha, no próprio corpo, com um argumento justo, o indivíduo é premiado com a fé permanente para superar esses estados.

 

Isso significa que ele deveria dedicar tudo ao Criador, ou seja, saber que mesmo as saídas emanam Dele. Quando é recompensado, ele vê que tanto as saídas como as entradas vieram todas Dele. Isso força o indivíduo a ser humilde, pois ele vê que o Criador faz tudo, as saídas bem como as entradas.

 

Esse é o significado do que é dito sobre Moisés, que ele era humilde e paciente. O indivíduo deve tolerar a humildade, no sentido de que deve manter a humildade em cada nível. No momento em que deixa de ser humilde, ele imediatamente perde todos os níveis de Moisés que já havia atingido.

 

Esse é o significado da paciência. A humildade existe em todo mundo, mas nem toda pessoa sente a humildade como uma coisa boa. Acontece que não queremos sofrer. No entanto, Moisés tolerou a humildade, e por isso ele era chamado “Humilde”, pois a humildade o fazia feliz.

 

Essa é a regra: “Onde não há alegria, a Shechiná não habita.” Portanto, durante o período de purificação, não pode haver a Shechiná, apesar de a purificação ser algo necessário (Como quando entra banheiro. Apesar de precisar entrar lá, o indivíduo está certo de que ali não é o Palácio do Rei).

 

Esse é o significado de Brachá (Bêncão) e Bechorá (Antiguidade, Classificação), cujas letras são as mesmas em hebraico. Bechorá representa GAR, e a Sitra Achra quer as GAR (Guímel Rishonot, as 3 primeiras Sefirot), mas não as Bênçãos, já que uma Bênção representa a Vestimenta dos Mochim. E Esaú queria a primogenitura sem a Vestimenta, mas é proibido receber Mochim sem Vestimenta. Esse é o significado das palavras de Esaú: “Mas certamente reservaste para mim uma Bênção?” (Gênesis 27:36). “Uma Bênção” é o oposto de “bênçãos”, isto é, uma infâmia. Sobre isso é dito: “Sim, amava injuriar e condenar, e foi apresentado; e não se regozijava na bênção”.

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