sábado, 24 de março de 2018

Hillulot (2)


Chaim Vital


Cabalista e o discípulo mais próximo do grande cabalista do século XVI, o Ari - Rabi Yitzchak Luria.


30 de Nissan | 15/04/2018



Chaim Vital foi o discípulo mais próximo do grande cabalista do século XVI, o Ari, Isaac Lúria.



Chaim Vital aprendeu o niglê, os aspectos revelados da Torá, sob a orientação do tzadic Moshe Alshich, que também o ordenou (semicha) rabino.



Os ensinamentos do Ari eram orais, e ele mesmo escrevia muito pouco. Seu fiel discípulo, Chaim Vital, registrou os ensinamentos do seu mestre em vários livros que chegaram até nós, geralmente conhecidos pelo nome Kitvei HaAri. Juntamente com o Zohar, esses livros são considerados como a maior fonte dos estudos cabalísticos.





Chaim Vital estudou com o Ari por um período de menos de dois anos (ambos tinham 30 anos), até que o Ari deixou este mundo. Ainda assim, o conhecimento transmitido a Chaim Vital é profundo e abrangente.



O Ari revelou que a alma de Chaim Vital era muito elevada, da mesma raiz da alma do Rabi Akiva e do Rei Chizkiyahu, e que tanto seu pai (Rabi Yosef Vital) como seu filho (Rabi Shmuel Vital) eram faíscas da alma do grande tanaíta Meir Baal HaNess, o “Mestre dos Milagres”. Seu filho, Rabi Shmuel Vital, foi quem deu os toques finais nos Oito Portões do Kitvei HaAri e os publicou. Como Chaim Vital não queria publicar alguns outros manuscritos (principalmente o Etz Chaim), foi enterrado com os originais.



Anos depois, Rabi Avraham Azulai e Rabi Yaakov Tzemach trabalharam com os Yichudim (meditações cabalísticas específicas) e as She'alot Chalom (meditações em sonhos) até receberem, eles mesmos, permissão do próprio Rabi Chaim Vital, em sonho, para desenterrarem de seu túmulo aqueles escritos adicionais para publicação.



Chaim Vital sobre o Ari:



"O Ari transbordava Torá. Ele era profundamente versado em Tanach, Mishná, Talmud, Pilpul, Midrash, Agadá, Ma'aseh Bereshit e Ma'aseh Merkavá. Ele era versado na linguagem dos ramos, na linguagem dos pássaros e na fala dos anjos. Ele conseguia ler as faces das pessoas da maneira descrita no Zohar (2:74b). Ele sabia tudo o que qualquer pessoa havia feito e podia ver o que fariam no futuro.  Ele conseguia ler os pensamentos das pessoas muito antes de terem sequer entrado na cabeça delas. Ele conhecia eventos futuros, sabia tudo o que estava acontecendo aqui na terra e sabia tudo que era decretado nos Céus. Ele conhecia os mistérios do Gilgul (Reencarnação), quem já havia nascido outras vezes e quem estava aqui pela primeira vez. Ele conseguia olhar para alguém e dizer-lhe de que forma ela estava conectada ao Homem Celestial (Adam Kadmon), e de que forma ela se relacionava com Adão. Ele podia ler coisas maravilhosas (sobre as pessoas) na chama de uma vela ou nas labaredas de uma fogueira. Com seus olhos, ele observava e era capaz de ver as almas dos justos, tanto dos que haviam morrido recentemente, como aqueles que tinham vivido em épocas antigas. Com isso, ele estudava os mistérios verdadeiros. Pelo perfume da alma de uma pessoa era capaz de saber tudo o que ela havia feito, uma habilidade que o Zohar atribui à Yenuka Sagrada, Criança Sagrada (3:188a). Era como se todos esses mistérios estivessem no seu interior, esperando para serem ativados assim que desejasse. Ele não precisava estar em mitboded (isolamento) para procurá-los. Tudo isso nós vimos com nossos próprios olhos, não são coisas que ouvimos de terceiros. Eram coisas maravilhosas que não haviam mais sido vistas na terra desde os tempos do Rabi Shimon bar Yochai. Nada disso foi alcançado por mágica, os céus o proíbam. Há uma forte proibição contra essas práticas. Ao invés disso, elas vinham automaticamente, como resultado da sua santidade e ascetismo, após muitos anos de estudo dos textos cabalísticos antigos e recentes. Ele então aumentou a sua compaixão, o seu ascetismo, a sua pureza e a sua santidade até alcançar o nível em que Eliyahu HaNavi (Elias, o Profeta) constantemente se revelava a ele, falando-lhe "boca a boca", ensinando-lhe todos esses mistérios".



Rabi Chaim Vital escreveu o Sha'arei Kedushá (Portais da Santidade) como um guia para atingir o Ruach HaKodesh (Inspiração Divina) e Nevuah (profecia). O texto ensina (no seu quarto capítulo), inclusive, como utilizar os 72 Nomes Sagrados. Ainda assim, a maior parte do livro é dedicada às preparações para essas ações sagradas. A porção do Leão (Ari) deste material é o Mussar (Ética), ensinando-nos como corrigir e elevar nossas midot (qualidades). São esses ensinamentos que fizeram do Sha'arei Kedushá um clássico no mundo das Yeshivot. O quarto capítulo do Sha'arei Kedushá e de outros textos cabalísticos atribuídos ao Rabi Chaim Vital foram publicados sob o título de Ketuvim Chadashim L'Rabbi Chaim Vital (em hebraico), e Otzrot Chaim.




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