Segredos do Gan Naul (2)
Todas as coisas, no inteiro Universo, e no universo das coisas,
dos entes e dos seres, têm quatro níveis, a saber: o nível Pshat, o Remmez, o Dresh e o Sod. Em outras palavras, os níveis literal, alegórico, hermenêutico e secreto.
Não é um segredo que eu tenho extraordinário orgulho dos
membros do Grupo Kadosh, que fundei
em setembro de 2011, porque eles compreendem esses quatro níveis. Todos eles
são conscientes de que é necessário conhecer (e receber) primeiro o Sod, para cumprir depois o Pshat, porque uma Mitzva cumprida mecanicamente é uma desonra para o ser humano, que
tem Livre Arbítrio. Elohim não nos criou para sermos robôs, mas para
alcançarmos a Sua Imagem e Semelhança, Tzelem e Partzuf, através da lenta construção de nosso próprio Naranchay.
Sim, tenho muito orgulho de meus companheiros e companheiras
de Chabrut, que compreendem, e atuam,
na internalidade de nosso grupo, sob as regras de Arvut, a garantia mútua. Entre nós, algumas desculpas não são
possíveis, como “não tenho dinheiro”, “não tenho condições”. Sim, mas nós
aceitamos a desculpa das desculpas, a
desculpa que recebemos como determinação de Livre Arbítrio: Não tenho vontade, não quero.
Quando alguém, em nosso Grupo
Kadosh, alega que não tem vontade,
nós outros murmuramos, internamente, Gam
Zu Lê Tovah. E o deixamos em paz. Nenhum ser humano deve ser compelido a
fazer o que não tem vontade, seja contribuir para a compra do pão e do vinho,
seja lavar os copinhos, acender as velas, tocar e cantar nas bandas, rodopiar
no moinho...
O Grupo Kadosh tem
origem noutro grupo, semelhante ao nosso, e que nos antecedeu em quase quatro mil
de anos, o Grupo Yashar El, de Avraham Avinu, Abraão, na antiga
Mesopotâmia...
Abraão não era judeu, cristão ou muçulmano, era humano,
quando as religiões oficiais e organizadas sequer existiam. Aprendeu Kabbalah
na antiga Escola de Shem, cujas
origens remontam à Hevel, Abel,
aquele filho do primeiro cabalista.
Se Caim matou Abel chegou a hora da ressurreição do “sacrifício
aprazível” aos narizes do Altíssimo. E foi por isso que fundei o Grupo Kadosh. A rigor, não somos um
grupo, mas uma idéia, e uma ética: Ama ao
teu próximo como a ti mesmo e não
faças aos outros aquilo que não queres que os outros te façam.
3 comentários:
Gratidao todos os dias por esse caminho!!!
Mestre,mais uma vez obrigada pelos ensinamentos .
Muito inspirador! Obrigado!
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