sábado, 24 de março de 2018

Segredos do Gan Naul (2)


Segredos do Gan Naul (2)



Todas as coisas, no inteiro Universo, e no universo das coisas, dos entes e dos seres, têm quatro níveis, a saber: o nível Pshat, o Remmez, o Dresh e o Sod. Em outras palavras, os níveis literal, alegórico, hermenêutico e secreto.



Não é um segredo que eu tenho extraordinário orgulho dos membros do Grupo Kadosh, que fundei em setembro de 2011, porque eles compreendem esses quatro níveis. Todos eles são conscientes de que é necessário conhecer (e receber) primeiro o Sod, para cumprir depois o Pshat, porque uma Mitzva cumprida mecanicamente é uma desonra para o ser humano, que tem Livre Arbítrio. Elohim não nos criou para sermos robôs, mas para alcançarmos a Sua Imagem e Semelhança, Tzelem e Partzuf, através da lenta construção de nosso próprio Naranchay.



Sim, tenho muito orgulho de meus companheiros e companheiras de Chabrut, que compreendem, e atuam, na internalidade de nosso grupo, sob as regras de Arvut, a garantia mútua. Entre nós, algumas desculpas não são possíveis, como “não tenho dinheiro”, “não tenho condições”. Sim, mas nós aceitamos a desculpa das desculpas, a desculpa que recebemos como determinação de Livre Arbítrio: Não tenho vontade, não quero.



Quando alguém, em nosso Grupo Kadosh, alega que não tem vontade, nós outros murmuramos, internamente, Gam Zu Lê Tovah. E o deixamos em paz. Nenhum ser humano deve ser compelido a fazer o que não tem vontade, seja contribuir para a compra do pão e do vinho, seja lavar os copinhos, acender as velas, tocar e cantar nas bandas, rodopiar no moinho...



O Grupo Kadosh tem origem noutro grupo, semelhante ao nosso, e que nos antecedeu em quase quatro mil de anos, o Grupo Yashar El, de Avraham Avinu, Abraão, na antiga Mesopotâmia...



Abraão não era judeu, cristão ou muçulmano, era humano, quando as religiões oficiais e organizadas sequer existiam. Aprendeu Kabbalah na antiga Escola de Shem, cujas origens remontam à Hevel, Abel, aquele filho do primeiro cabalista.



Se Caim matou Abel chegou a hora da ressurreição do “sacrifício aprazível” aos narizes do Altíssimo. E foi por isso que fundei o Grupo Kadosh. A rigor, não somos um grupo, mas uma idéia, e uma ética: Ama ao teu próximo como a ti mesmo e não faças aos outros aquilo que não queres que os outros te façam.  

   

3 comentários:

Unknown disse...

Gratidao todos os dias por esse caminho!!!

Ligia disse...

Mestre,mais uma vez obrigada pelos ensinamentos .

Helton Moraes disse...

Muito inspirador! Obrigado!

Shamati (127)

    127. A diferença entre o núcleo central, a essência e a abundância agregada ( Su cot Inter 4, Tav - Shin - Guimel , 30 de setembro d...