Orientações para
aprender Kabbalah
(Ione Slazay)
Vejamos,
pois, alguns pontos que é preciso levar em conta para acercar-se da Kabbalah:
1.
Humildade
A virtude mais elevada do místico é a modéstia. A respeito disso se diz
que “o saber que não é expresso com humildade deixa de ser aproveitável”.[1]
Deus proporciona o primeiro exemplo de modéstia: a Sua grandeza é ter
descendido até o homem.
O orgulho é somente uma máscara dos próprios defeitos e a soberba é
ignorância.[2]
A virtude da humildade na Árvore da Vida (Sefirot) se encontra em seu princípio, na esfera de Malchut, pois
sem humildade é impossível entrar no Reino de Deus.
2.
Transparência
A kabbalah não é uma aprendizagem
convencional. Para aprendê-la, é preciso despertar o desejo infinito de receber
a Iluminação para compartilhá-la, isto é, ser um canal transparente. Os
cabalistas que estudaram o Sefer Yetzirá,
o Livro da Formação, advertiram-nos de
que somente aquele que tivesse alcançado o grau de transparência poderia entrar
no mistério de todas as coisas.
3.
Equilíbrio social e sentido de
comunidade
Para estudar kabbalah é necessário um equilíbrio na vida social do aluno,
tendo este já passado por certas aprendizagens de maturação e responsabilidade.
Vínculos estáveis permitem dedicar-se aos estudos sem cair em confusões. Uma
sexualidade regular e um trabalho digno também são muito importantes para não
utilizar a kabbalah com finalidades não transcendentais.
Se o aprendiz busca encontrar-se a si mesmo, tudo deve desenrolar-se num
marco de harmonia e sentido de comunidade.
4.
Aprender com um mestre
A tradição oral é passada de boca a ouvido, isto é, de coração a coração.
Esta é justamente a magia da transmissão do intransmissível. Somente o
conhecimento dado com amor e com humildade constrói e edifica a Sabedoria sobre
cimento sólido, mas cada um deve conectar-se com seus mestres adequados ao seu
próprio processo interior de aprendizagem. É fundamental aprender com um guia,
que, embora não se interporá entre nós e nosso destino, servirá de orientação,
pela sua própria experiência, facilitando nosso próprio encontro.
5.
Chabrut (Companheiros místicos)
Não somente é necessário aprender com um mestre, senão que
também são importantes os companheiros de grupo, que de seus próprios níveis de
aprendizagem servem-nos de espelho e eco.
6.
Disciplina e amor
Embora o trabalho do cabalista seja integrar os pólos opostos
e complementares, sua formação deverá ser de amor e de disciplina. Sem esses
dois pratos, a balança não se equilibra.
7.
Aprovação Divina
Por último, o requisito fundamental é que o aprendiz conte com a
aprovação divina. “Quem bebe das águas da Kabbalah nunca deixará de bebê-las”,
pois antes também já bebeu. Diz-se que os Iniciados têm um sinal na testa, na
aura do seu terceiro olho (Shlishi Ayn).
Este sinal, entre outros, é o que o mestre lê para aceitar discípulos.
As três condições para ser cabalista
O mestre Abraão Abuláfia, no século XIII, explicava que para se ser
cabalista é necessário cumprir três condições:
1. A primeira é aprender com alguém
iluminado por Deus.
2. A segunda condição é a pessoa
receber, ela mesma, e de forma direta, a Iluminação.
3. E a última condição é o sinal divino.
2 comentários:
Gratidão Mestre!
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