quarta-feira, 25 de julho de 2018

Hillulot (6)


 Rabi Natan Neta Shapira


Cabalista e Líder Rabínico da Cracóvia.


13 de Av



Nasceu na Polônia, em 1585

Faleceu em Cracóvia, Polônia, em 1633



Rabi Natan Neta é mais conhecido como "Megale Amukot", revelador das profundezas, título da sua obra principal. No Megale Amukot, ele faz 252 comentários sobre a súplica de Moisés diante de D'us para que lhe permitisse entrar na terra de Israel.



Rabi Natan disseminou os ensinamentos cabalísticos do Ari na Polônia e milhares de pessoas o seguiam como professor.



Faleceu jovem, com 48 anos, e no epitáfio do seu túmulo se lê que "Eliyahu HaNavie lhe falou face a face".

O Rabi Chaim de Tzanz disse sobre o Rabi Natan Neta que seus poderes eram tão maravilhosos que quando alguém apenas dizia, na sua frente, o nome de uma pessoa doente, essa pessoa era imediatamente curada.



Nassi


A palavra hebraica nassi (líder) é um acrônimo da frase nitzotzo shel Yaakov Avinu, "uma faísca de Jacó, nosso pai". A alma de todo líder de Israel é uma ramificação da alma de Yaakov, pai do povo de Israel (Megaleh Amukot, sessão 84).



Rabi Natan Neta e o "Nistar" (tzadik que permanece anônimo)


Rabi Bunim percebeu que desde que o jovem Dov fora trabalhar consigo na sua loja suas vendas aumentaram. Ele atribuiu isso meramente à devoção e eficiência do rapaz. Tinha sido providencial contar com um auxílio extra, ainda que o jovem fosse um estrangeiro na Cracóvia, onde ninguém o conhecia. No início, quando Dov tinha se oferecido para o trabalho, ele havia pedido apenas uma coisa: que lhe fosse permitido ir à sinagoga de manhã e à tarde para rezar.



Certa manhã, a loja estava com um grande movimento. O Rabi Bunim ficou perdido sem o seu fiel ajudante, que ainda estava na sinagoga. "O que ele está fazendo lá há tanto tempo?", se perguntou. Meia hora depois e nada do jovem retornar. Então, o comerciante decidiu ir buscá-lo pessoalmente. "Se ele ainda estiver rezando, não direi nada", pensou. Quando o Rabi Bunim adentrou a sinagoga e viu o seu assistente olhando as pinturas do teto, explodiu em fúria. Voou até ele e lhe deu um tapa ressonante na bochecha. Foi um som tão alto que todos se viraram para eles. Rabi Bunim se envergonhou e rapidamente retornou aos seus clientes.



O Jovem Dov removeu cuidadosamente o seu tefilin, o guardou e deixou a sinagoga pela última vez. Foi direto ao rav da cidade, Rabi Natan Shapira, que era seu amigo próximo, para se despedir. "Por que você está me deixando?", chorou o Rabi Natan em genuína tristeza. Ao ver que suas súplicas não surtiam efeito no seu jovem amigo, ele disse: "Ao menos, vamos nos despedir com palavras de Torah, como bons amigos devem fazer. Tenho trabalhado no meu livro Megaleh Amukot, transcrevendo 252 explicações para o verso da Parashat Va'Etchanan 'Al tosef ledaber ailai badavar hazeh' ('Não me fale mais sobre essa questão'), que corresponde ao valor numérico equivalente a Rav lach. Podes me oferecer mais uma explicação para esse verso, no qual Deus rejeita as súplicas de Moshe Rabeinu para entrar em Eretz Yisrael?"



"Sim", respondeu Dov. "Há uma explicação oculta, ainda não revelada na sua obra. Há quatro animais divinos nos quais se apoia a merkava celestial. O trono de Deus também tem quatro pedestais. Moshe Rabeinu desejava entrar em Israel para que, com sua santidade, pudesse se tornar digno de ser o quarto suporte. Deus lhe disse que parasse de mencionar a sua entrada. Rav lach. Basta. A palavra badavar forma o acróstico Ben David beregel revi'it. Deus disse a Moisés que parasse de pedir, já que o quarto pedestal seria o Rei David" (os outros três são Abraão, Isaac e Jacó).



Com essas palavras, o rapaz se despediu do Rabi da Cracóvia, o Megale Amukot.



Enquanto isso, o Rabi Bunim percebeu que Dov nunca voltaria a trabalhar para ele. Ele se arrependeu da sua ação apressada e impetuosa. Dov havia sido um empregado dedicado e esforçado. Como ele poderia se desculpar pela vergonha que lhe causou em público? Rabi Bunim recorreu ao Megale Amukot com essa questão.



Rabi Natan Neta já sabia de tudo isso, e lhe disse: "Seu empregado nem sentiu o tapa que você lhe deu. Não significou nada para ele, fisicamente. Quem você realmente prejudicou foi a mim. Com sua ação, perdi um grande amigo, um companheiro, um igual. Ele já está muito longe daqui e eu nunca mais o verei. A única lembrança que tenho dele são as palavras de Torá, que ele me disse antes de partir. Só isso permanece comigo para aliviar a dor".

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