terça-feira, 17 de julho de 2018

Zihara Ilaa (1)


Por quê?



Seis letras. Um acento ortográfico. Um sinal de interrogação. Duas palavras, em português. Uma única palavra, em inglês. Uma breve frase: Por quê?



Essa expressão idiomática, se respondida, faz um ser humano evoluir espiritualmente. Também o faz materialmente, mas eu me interesso pelas raízes e não pelos ramos.



Por que sou como sou?



Por que sofro?



Por que estou nessa situação?



Por que não sou capaz de transformar a energia que recebo do Universo em saúde, prosperidade e paz?



Por que me aferro a uma noção doentia, egocêntrica e insensata de privacidade?



Por que não sou capaz de perceber que privacidade, como a própria palavra o denuncia, me priva do outro, da alteridade e do próprio Criador? Privacidade me priva do Arvut, que é a garantia mútua de que um ser humano vai ajudar a outro ser humano, vai amar ao outro ser humano como a si mesmo, seja ele judeu, palestino, alemão, italiano, croata, francês, indígena, aborígene...



Por que sou capaz de imaginar que um favor ou uma doação de dinheiro, de tempo, de presença, seja um abuso? Abuso de quê? Seria um abuso porque existe uma mitzvá que me ordena amar aos outros e compartilhar com os outros? Ah, então é o ego, que é o oposto da alma, que se sente abusado quando aceita a ajuda dos outros? O ego quer ficar sozinho, o ego quer se sentir deprimido, abandonado, injustiçado, o ego não quer receber, o ego não quer indagar sobre o porquê das coisas, dos entes e dos seres.  



O que o ego não sabe é que privacidade dá origem à privada, lugar de dejetos e de maus odores. A privada é um lugar no Universo onde se deve manter, sim, a privacidade. E, nesse caso, nem é preciso perguntar porquê!

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