domingo, 29 de dezembro de 2019

Hillulot (11)


Rabi Yair Chayim Bacharach

Rabi alemão e maior posek (Juiz Halachico) do século XVII

1º de Tevet | 29/12/2019

Nascido em Lipník nad Bečvou, República Checa, em 1638
Falecido em Moravia, República Checa, em 1702

O Rabi Yair Chayim Bacharach viveu primeiramente em Koblenz, na Alemanha, mas passou a maior parte da sua vida nas cidades de Worms e Mainz, também na Alemanha. Sua avó, Eva Bacharach era neta do Maharal de Praga, enquanto seu pai, Moses Samson Bacharach, e seu avô foram rabinos em Worms.

É o autor de Chavos Yair ("Vilas de Yair"), publicado em Frankfurt em 1699, uma compilação de responsas cujo título veio a ser o nome pelo qual é conhecido, além de ser uma referência à sua avó, Chava, e também a um local mencionado em Números 32:41 e em outros livros da Bíblia judaica. Também escreveu Mekor Chayim, obra que pretendia ser o principal comentário ao Sulchan Aruch, mas que foi recolhida por Bacharach quando o mesmo descobriu que outros comentários haviam surgido, especialmente o Taz e Magen Avraham. Mesmo assim, ainda é considerado como principal fonte de referência acerca dos minhagim (costumes) da época e região. Bacharach também escreveu uma crítica à obra do Rabi Aharon Teomim-Frankel, Mateh Aharon, na qual condena a metodologia do pilpul, popular entre os rabinos da época. Além de sua erudição haláchica, também dominava todas as ciências, música, história e escrevia poesia, e compilou uma enciclopédia de 46 volumes sobre vários assuntos. 

Em 1689, a comunidade de Worms foi dizimada pelos franceses durante a Guerra dos Nove Anos, sendo reconstruída pouco a pouco. Em 1699, Bacharach foi indicado como rabino da cidade e, seguindo o legado do seu pai e avô, serviu como tal por três anos, até sua morte em 1702. Seu epitáfio inicia com as seguintes palavras: "Um terrível e grave horror recai sobre nós quando a luz do nosso mestre (Rabbeinu) se oculta...". Em 1982, sua principal obra, Mekor Chayim, é finalmente publicada por Machon Yerushalayim.
Considerações
Bacharach era cauteloso quanto suas opiniões sobre a Kabbalah. Ainda que considerasse a Kabbalah algo muito sagrado, sustentava que a mesma também trazia um grande risco teológico e que por isso deveria ser estudada apenas pelos mais devotos e apenas sob orientação de um professor. Na sua responsa, Bacharach conta que alguém lhe pediu para explicar as fórmulas cabalísticas comumente impressas nos livros de orações. Bacharach se recusou a responder, mas quando a pessoa insistiu, limitou-se a dizer que desconhecia a explicação. Ainda que desencorajasse o estudo aprofundado da Kabbalah, estimulava a leitura simples do Zohar.

Que o mérito do tzadik Rabi Yair Chayim Bacharach proteja a todos nós, Amém.

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