sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Introdução ao Livro do Zohar (8)




8. Em complemento ao que foi dito anteriormente, a alegoria sobre as quatro luzes traz consigo uma dica importante. As Luzes Superiores são chamadas Sefer (Livro). A Sabedoria existente em cada livro não será revelada ao estudante na luz branca que este contém.



A Luz que desce do Criador até nós carrega e revela sua Sabedoria. Essa Sabedoria não é recebida através da Luz limpa e clara das Dez Sefirot, nem pela Essência, mas, sim, através da Forma e da Forma na Matéria, vindas dos Mundos de Beriá, Yetzirá e Assiyá, através de nossas Almas, isto é, pela reação de Malchut à Luz vinda de cima. Não conseguimos, portanto, captar a Luz sem cor de Keter ou a Luz de Atzilut, mas conseguimos recebê-las dos Mundos de BYA como luzes preta, verde e vermelha.



Essas muitas cores nos dão uma ideia do que são o Infinito, a Eternidade e a Perfeição. Embora por si mesmas essas propriedades sejam incolores, não temos habilidade para captar esse acromatismo. Conseguiremos apreender os seus atributos somente após incluirmos, em nós mesmos, todas as cores existentes, suas imensas variedades de combinações, depois que tudo se mesclar dentro de nossos Kelim completamente corrigidos.



Cada uma dessas cores ocupa seu próprio espaço dentro dos Kelim. Somente após o recebimento absoluto, como resultado da absorção de toda paleta de cores, é que chegamos à Luz branca. E partimos, então, para o acromatismo absoluto.



Em outras palavras, nós não captamos a Luz branca. Tudo é revelado através das Sefirot Biná, Tiferet e Malchut. Estas três Sefirot, que são os Mundos de BYA, são as cores nas quais o Livro do Paraíso está escrito. As letras e suas permutações são reveladas através das três cores mencionadas acima. A revelação da Luz Divina é mediada apenas através delas.



Mais adiante, teremos que discernir o seguinte: enquanto que a Luz branca num livro é a sua fundação, todas as letras estão acopladas à fundação.



As letras pretas sobrepõem-se sobre o fundo branco (a Luz Divina). Elas parecem presas ao fundo, enquanto que a cor branca dá a impressão de apoiá-las. Ao marcarem a página branca, ao trespassarem a brancura absoluta, as letras nos trazem a Sabedoria. Como resultado disso não percebemos as cores, mas o Kli, as letras que lemos. Em outras palavras, não lemos as letras em si, mas a ausência da Luz branca, através das formas pretas, verdes e vermelhas que ali vemos. Percebemos a Luz branca apesar de sua ausência, pois somos seres criados e recebemos tudo através de nossas deficiências (hesronot) e desejos.



Toda a Sabedoria está no Mundo de Atzilut porque Atzilut é o Mundo de Chochmá.



Beriá, Yetzirá e Assiyá correspondem a Biná, ZA e Malchut.



O Mundo de Adam Kadmon (AK) é Keter.



Os Mundos do Infinito e de AK se equivalem para nós porque tudo neles contido está acima do Tzimtzum Aleph e não é possível que os recebamos antes da Correção Final. A partir disso, segue-se que os dois mundos estão incluídos dentro da noção do Mundo do Infinito. Apenas captamos o Mundo de Atzilut através dos Mundos de BYA, pois é uma forma corrigida pelo Tzimtzum Bet.




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