27. Ao mesmo tempo, é preciso compreender que
todas as modificações que ocorrem no Mundo de Atzilut não têm relação com o
Criador Ele Mesmo. Elas têm a ver apenas com as Almas, com a medida do seu
recebimento do Mundo de Atzilut através dos três Mundos de BYA. Esse mundo
corresponde ao Mundo do Infinito da mesma maneira que o projeto mental
corresponde ao projeto inicial. Entretanto, esses dois Mundos (o Mundo do
Infinito e o Mundo de Atzilut) ainda não contêm nenhuma Alma. Assim como no
projeto mental de uma pessoa não existe madeira, vigas de metal ou tijolos de
verdade.
As Almas começam a ser reveladas no Mundo de
Beriá. É por isso que os Kelim das Dez Sefirot, que avaliam o volume e o ritmo
das Almas, certamente não são Divinos. Pelo contrário: eles foram criados
depois, pois a Luz Superior não apresenta qualquer mudança ou característica
quantitativa. Isso também explica por que relacionamos os Kelim das Dez Sefirot
dos três Mundos de BYA com as cores vermelha, verde e preta.
Os Mundos de Beriá, Yetzirá e Assiyá são a
consequência das Sefirot de Biná, Zeir Anpin e Malchut. As cores vermelha,
verde e preta correspondem a elas, sendo o resultado dos Mundos de Beriá,
Yetzirá e Assiyá.
Além disso, é impossível até mesmo pensar que
elas são Divinas, pois a Luz Superior não sofre qualquer modificação.
Essas são nossas propriedades não corrigidas, ou parcialmente
corrigidas, em oposição ao fundo branco de Atzilut. Portanto, antes do homem
entrar no Mundo de Atzilut e alcançar a propriedade de Biná (a completa
doação), nada que ele receba é considerado, de fato, real. O homem já está no
Mundo Espiritual, mas ainda não alcançou seu último estado, o verdadeiro.
Entretanto, a Luz que é "vestida"
nos dez Kelim dos Mundos de BYA é uma unidade Divina, simples e sem qualquer
perturbação. Mesmo a Luz que preenche o Kli mais baixo do Mundo de Assyiá é
simples, divina e sem modificação, pois a Luz tem apenas uma natureza. Toda
modificação é feita pelos Kelim, pelas Sefirot que não são Divinas (ou seja,
que não tem relação com o Criador), e, consequentemente, possuem as três cores
já mencionadas: vermelha, verde e preta. Essas três cores formam a base de
inúmeras combinações.
Nós (as Almas) recebemos a Luz dos Mundos de Beriá, Yetzirá e Assiyá
através de três filtros: vermelho, verde e preto. A cor branca de Atzilut
atravessa esses três filtros e desce até nós já matizada. Nós percebemos essas
cores e suas inúmeras combinações como a paleta total das nossas sensações. As
letras hebraicas se originam nas mesmas três Sefirot: Biná, Zeir Anpin e
Malchut. As primeiras nove letras, de Aleph a Tet, correspondem a Biná, ou ao
Mundo de Beriá. O segundo grupo de Letras, de Yud a Tzadi, corresponde a Zeir
Anpin, ou ao Mundo de Yetzirá. As últimas quatro letras, de Kuf a Tav, se originam
em Malchut, ou Mundo de Assiyá. Ao todo, o Alfabeto Cabalístico é composto de
vinte e duas letras.
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