quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (36)

 Depois do Partzuf AB de AK surgir e completar seu desenvolvimento ao formar o Rosh e o Guf, o processo de Bitush Orh Pnimi be Ohr Makif continua nele como no primeiro Partzuf de AK. Sua Masach de Guf (a tela do seu corpo espiritual) pouco a pouco perde seu Aviut e unifica suas propriedades com a Masach de Rosh.

 

Então, ocorre que essa Masach está envolvida em um Zivug entre a Luz Superior e a tela que está posicionada em Peh de Rosh. Nela, o Zivug de Haka'a foi retomado originando um novo Partzuf no nível de Biná, chamado SAG de AK. Ele é considerado a consequência do Partzuf AB de AK, uma vez que ele surge de um Zivug na Masach que está posicionada no Peh de Rosh. Os Partzufim, a começar por SAG até embaixo, surgem de acordo com o mesmo princípio.

 

Como já foi dito, o segundo Partzuf AB do Mundo AK foi formado depois de Galgalta, ele sentiu o Bitush Pnim u Makif, expulsou a Luz e então aproximou as telas do Guf e do Peh de Rosh.

 

Então, AB sente a pressão dessas duas Luzes e comporta-se exatamente como Galgalta, isto é, começa a liberar-se do seu Aviut Guímel. Ela eleva a Masach de Guf até Peh de Rosh, onde permanentemente ocorrem Zivugim, e torna-se igual a ele nas suas propriedades.

 

Isso significa que ela para de receber prazer pelo Criador. Então, ocorre um novo Zivug de Haka'a nessa tela, mas sobre uma nova parcela de egoísmo, uma que corresponda ao nível de Biná. E assim é formado o terceiro Partzuf SAG de AK.

 

Quando Malchut do Mundo do Infinito realizou o TA e fixou a tela, quatro Behinot residiam entre ela e o Criador. A Luz não é capaz de chegar até ela através de todos esses quatro Behinot e Malchut compreende que está totalmente afastada do Criador. Esse é um estado muito terrível, em que se está pronto para libertar-se inteiramente do prazer infinito, cuja ausência transforma-se em sofrimento, dor e amargura.

 

Então, graças à tela, ela passa a ver a Luz dos quatro Behinot e compreender que o Criador quer que receba prazer. Ela faz um cálculo e recebe uma pequena porção de Luz, de Peh a Tabur. Assim que Malchut recebe essa pequena porção de Luz, ela começa a sentir a pressão da Ohr Makif no Tabur, desejando entrar ali, desconsiderando o TA. Malchut encontra-se num impasse, pois ainda não é capaz de receber a Luz, mas precisa sair dessa situação de alguma forma. A saída consiste em retornar ao estado inicial. Entretanto, ao construir a primeira tela, ela já colocou uma cortina entre si e o Criador originando, assim, o primeiro Partzuf e recebendo 20% da Luz. O que ela deve fazer quando os 80% da Luz remanescente vêm até ela? A saída é tentar trabalhar com uma quantidade menor de egoísmo em prol do Criador e construir a tela para isso.

 

Por exemplo, Ruben pede a Simon que o acorde às 2 da manhã para que consiga chegar em tempo para a aula. Nesse mesmo dia, ele pede à Simon: "É muito difícil para você me acordar às 2 da manhã, por favor, me acorde às 3." No outro dia, arrependendo-se disso tudo, ele pede que o acorde às 4 da manhã, e então às cinco. Ao percebem que até isso é difícil, Ruben para completamente de ir às aulas...

 

Se antes Malchut conseguia assemelhar-se ao Criador em 20%, agora, ela tenta fazê-lo em um grau um pouco menor, ao construir uma tela para 15% de Luz (os números servem apenas como exemplo). Com isso, Malchut está afastada do Criador por duas telas. Ela fica, então, ainda mais separada Dele.

 

Ao gerar esses Partzufim, Malchut tenta assemelhar-se a Behina Shoresh, Aleph, Beit e Guímel da Luz Direta, às propriedades do Criador. Porém, é a essência egoísta que realiza o Tzimtzum. Ao tornar-se semelhante ao Criador nestes Behinot, ela isola-se Dele, por assim dizer, pois esses Partzufim criam um espaço vazio. Então, estando espiritualmente vazia, ela consegue buscar o caminho para tornar-se como o Criador.

 

Embora atribuamos a esses Partzufim propriedades de seres vivos, devemos compreender, apesar disso, que eles não estão realmente vivos. Eles são as telas enfraquecedoras que defendem o prazer espiritual do desejo egoísta de receber prazer.

 

Apenas a alma do homem, sobre a qual falaremos depois, sente o Criador, portanto apenas a alma é um ser vivente. Todos os outros objetos não passam de robôs programados pelo Criador para desempenhar esta ou aquela função e que, de alguma forma, relaciona-se com a correção do homem.

 

Todos os Partzufim recém criados, os níveis e seus estados anteriores existem ao mesmo tempo. Pode-se dar um exemplo análogo a um filme. O que já foi visto do filme desaparece do nosso campo de visão, mas ainda existe como que em um estado de suspensão. Da mesma forma, cada Partzuf anterior é como uma sucessão neste filme.

 

O quadro geral, desde o primeiro momento até o último, é muito diverso. Um grande número de ações ocorre nele, mas de forma concomitante, pois a unificação dos estados presente, passado e futuro formam uma esfera, um sistema fechado. Os Partzufim mais baixos podem influenciar os mais altos porque é através deles que recebem a Luz do Mundo do Infinito. O Partzuf AB, por exemplo, que recebe a Luz de Galgalta, obriga-o a mudar também, pois a Luz que passa por ele já é semelhante às propriedades de AB, que também transforma Galgalta. A partir disso, surgem a diversidade, a interconexão e interdependência de todos os processos espirituais.

 

O último desejo de Malchut, que percebeu ser o completo oposto do Criador nas suas propriedades e que deseja receber apenas em benefício próprio, sem dar nada em troca, é chamado de a verdadeira "criação", ou "alma". Embora ainda não estejamos lá, essa mesma parte de Malchut é o "material" a partir do qual, depois, a alma humana será criada.

 

O restante não é a criação, mas apenas uma ferramenta auxiliar na unificação da criação com o Criador. Essas forças ajudam o Criador a reger a criação. Existem apenas duas entidades: o Criador e a criação. Tudo o mais faz parte do sistema de comunicação entre eles, com cujo auxílio se encontram um ao outro.

 

Os Partzufim não realizam as ações. Estando em determinado nível e realizando ações que correspondem a este ou aquele Partzuf, os cabalistas vêem a Luz que podem rejeitar e, consequentemente, receber no seu interior. Todos os livros cabalísticos surgiram da seguinte forma: Um cabalista, galgando os níveis espirituais, registra suas sensações no papel…

 

Todo o Mundo de AK assemelha-se à Malchut de Ein Sof no nível Shoresh; Atzilut assemelha-se à Malchut no nível de Behina Aleph; Beriá corresponde à Behina Beit de Malchut; Yetzirá à Behina Guímel; e o Mundo de Assiyá assemelha-se à Behina Dalet de Malchut. A Luz em Galgalta é Ohr Nefesh.

 

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