quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O despertar da Masach para a criação do Partzuf (35)

 Esse impacto continua até a Ohr Makif eliminar o Aviut da Masach de Guf do Tabur. Como resultado, a Masach de Guf começa a elevar-se em direção à tela, posicionada em Peh de Rosh, que é a raiz, a causa da tela de Guf. Depois de fundir-se com a tela em Peh de Rosh, a Masach do Tabur também se envolve no Zivug de Haka'a, que está ocorrendo continuamente entre a Masach, no Peh de Rosh, e a Luz. Esse Zivug resulta na formação de um novo Partzuf e no surgimento de outras 10 Sefirot, chamadas AB de AK ou Partzuf Chochmá do Mundo de Adam Kadmon. Em relação ao primeiro Partzuf Galgalta-Keter, esse novo Partzuf é considerado o seu efeito, seu "filho".

 

A Luz Circundante exerce uma grande pressão sobre a tela na tentativa de entrar no Kli, posicionado no Tabur. Entretanto, a Masach não é capaz de suportar isso. Por um lado, ela é incapaz de receber mais Luz com a intenção pelo Criador e, por outro, ela não pode permanecer sob tal pressão.

 

Assim, a melhor solução é voltar a sua condição anterior em Peh de Rosh, recusando completamente a recepção da Luz. A Masach começa a elevar-se do Tabur a Peh. Nesse percurso, ela expulsa toda a Luz do Kli e funde-se com a Masach no Peh de Rosh, isto é, ela retorna ao estado anterior no qual a Luz encontrava-se apenas no Rosh do Partzuf e estava ausente no Guf do Partzuf.

 

O pequeno prazer sentido pelo Kli ao receber a Luz no Toch deu-lhe uma ideia do grande prazer que o aguarda do lado de fora. A recepção desse prazer só enfraqueceu a tela. É muito mais fácil rejeitar por completo um determinado prazer do que recebê-lo em pequenas porções, pois o prazer recebido no seu interior enfraquece a força de vontade, isto é, a intenção de receber prazer em benefício do Criador.

 

Uma vez que tanto a Ohr Pnimi quanto a Ohr Makif pressionam a tela com o seu prazer, a tela enfraquece sob essa dupla pressão e é obrigada a parar totalmente de receber a Luz. Ela liberta-se de todo Aviut, eleva-se a Peh de Rosh e unifica-se inteiramente com a Masach, que não recebe absolutamente nada, apenas empurra a Luz de volta.

 

Logo mais, o material estudado pode ficar mais técnico, mas você não deve se afligir. Estudar Cabalá é um processo interior complicado. Por vezes, a Cabalá é percebida nas sensações (e esta é a melhor forma), mas outras vezes, ela não é percebida de forma alguma. Isso é natural. É preciso seguir com uma aprendizagem persistente. Em determinado momento, você sentirá o material penetrando-o internamente. Enquanto isso, mesmo se for impossível de entender, deve-se continuar estudando para que o contato com o esquema não se perca e a cada vez lhe seja acrescentado um novo elemento.

 

O esquema geral é semelhante a isso: a Luz que pouco a pouco se torna mais densa, cria o Kli a partir de si mesma e para si mesma. O Kli atravessa quatro fases na sua formação, tornando-se Malchut, isto é, a única criação. Então, o propósito torna-se sua completa separação do Criador, a criação não deve sentir nem a Ohr Pnimi nem a Ohr Makif, ou seja, nem prazeres internos nem externos, os quais poderiam impor suas condições a ela. A criação necessita adquirir o absoluto livre arbítrio e a possibilidade de que seus próprios desejos e ações dirijam-se à correção dos seus desejos egoístas e ao avanço em direção ao Criador.

 

O primeiro desejo independente de Malhcut foi tornar-se semelhante ao Criador nas suas propriedades. Por isso ela realiza a Primeira Restrição no seu "desejo de receber", no Behina Dalet, e o deixa sem Luz. Então, isso gera o sistema de descida dos Mundos. Os Mundos Espirituais nada mais são que as fases da restrição, eles são cortinas, telas. Ao todo, são cinco Mundos: os Mundos de AK e ABYA (Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá e Assiyá).

 

Depois de criar os Mundos, de cima até o ponto mais baixo, a criação encontra-se em escuridão e vazio absolutos, ela não sente o Criador de forma alguma. A humanidade encontra-se neste estado.

 

Quando o homem, como resultado do estudo, começa a sentir vagamente que a Ohr Makif brilha sobre ele, que o Criador onipotente está oculto em algum lugar atrás disso tudo, que cada fenômeno tem sua própria causa e efeito, isso significa que ele já está em um determinado nível espiritual chamado Olam Hazeh.

 

Agora estamos estudando a estrutura descendente de todas as telas e Mundos que ocultam o Criador de Malchut. Então, quando Malchut, pela força do seu próprio desejo, cria a tela, protegendo-a da Luz-prazer, ela torna-se, assim, equivalente a essa tela, a esse nível, e a tela serve como a revelação do Criador.

 

Se o homem, por vontade própria, deseja observar todas as 620 leis da revelação do Criador, elas deixam de lhe ser restritivas e então a tela correspondente é neutralizada a cada nível. O homem adquire as propriedades da tela, então não há motivo em ocultar o Criador nessa fase, uma vez que ele não corre o risco de receber a Luz para si mesmo.

 

À medida que ascendem, os cabalistas percebem internamente todos esses processos, tendo previamente estudado a descida dos Mundos. Por um lado, é necessário estudar Cabalá para adquirir conhecimento e, por outro, o homem deve sentir tudo o que estuda.

 

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