quarta-feira, 2 de junho de 2021

Kabbalah Sem Segredos (41)

 

O princípio do prazer e da dor

 

O único desejo do Criador é que tu e eu nos enchamos de prazer. O fato de reconhecer essa verdade é central para nosso caminho para a perfeição. A todo observador da cena humana fica claro que a maioria das pessoas, sejam estudantes de Kabbalah, ou hedonistas a moda antiga, desejam prazer, e, às vezes, percorrem grandes distâncias para consegui-lo. Se a intenção do Criador era que nós buscássemos e experimentássemos o prazer infinito, como entra a dor nessa equação?

 

Eu e tu não nos comprometemos com nenhuma ação a menos que acreditemos que, de alguma forma, isso nos proporcionará felicidade. Além disso, não fazemos movimentos laterais na nossa busca pelo prazer. Cada ação está comprometida com o cálculo de que nossa felicidade aumentará. Assim, tu e eu nos colocamos em situações dolorosas de maneira consciente com o fim de obter mais prazer.

 

Certas situações dolorosas nos fazem reavaliar o que cremos ser as causas de nossa felicidade e nos fazem reordená-las de acordo com a sua importância. Digamos que tenhas um relógio Rolex, cuja posse te proporciona muito prazer: o que ele representa, em termos das tuas conquistas sociais, o que ele diz acerca dos teus valores e de teu nível de vida, tua admiração pela sua beleza e precisão, e quem sabe quantas outras coisas mais. Certo dia, um assaltante coloca uma pistola na tua cabeça e exige que entregues o teu adorado relógio. Ou, caso contrário... A maioria das pessoas aceitaria esse ato doloroso (neste caso, entregar o precioso objeto) com a finalidade de evitar um ato ainda mais doloroso (levar um tiro ou morrer no assalto).

 

Pense nisso como uma espécie de escala de prazeres. Quais objetos, artigos ou experiências possuem um valor mais alto? Quais são os de menor importância? Estás disposto a agüentar uma dor momentânea em troca de um prazer maior?

 

As pessoas podem mudar a consciência do seu prazer futuro (todo mundo tem imaginação) e calcular que qualquer incômodo no presente vale por um prazer futuro. Noutras palavras, um sofrimento pode valer a pena se desejas obter prazer, inclusive se o prazer não é imediato e não pode estar ao alcance das tuas mãos por anos e anos.

 

O rabino Ashlag define isso como um estado no qual o prazer futuro “brilha” no presente, iluminando-o. Ele nos explica que, na realidade, não podemos sentir o futuro. Em vez disso, sentimos o prazer que virá, enquanto nos encontramos no estado presente. Dessa forma, o incômodo atual se faz tolerável, inclusive desejável, se focarmos a nossa mente na meta gratificante do futuro.

 

No caminho: A felicidade nem sempre significa um sucesso que coloca um grande sorriso em nosso rosto. Significa avançar até as metas que nos ajudam a viver o tipo de vida que acreditamos ser a que mais nos convém nesse preciso momento. Então, essa é a direção a que sempre as nossas ações nos conduzirão para sermos “felizes”.   

 

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