quinta-feira, 22 de julho de 2021

Kabbalah Sem Segredos (60)

  

Mito: A Kabbalah é uma religião

 

Esta é uma confusão muito comum e que vale a pena esclarecer desde o princípio. A Sabedoria da Kabbalah não se relaciona com nenhuma religião ou crença. Não tem nada a ver com meditações, profecias, questões religiosas e inclusive o estado mental de um indivíduo. No entanto, as religiões são combinações de rituais desenhados pelos seres humanos para apoiá-los em suas existências terrenas. Embora as religiões como o judaísmo e o cristianismo tenham conceitos similares do Mundo Superior (o céu, a vida depois da morte e etc), grande parte das religiões ensina como devem existir os seres humanos no mundo temporal. A Kabbalah é considerada mais uma ciência do que uma religião. Como tal, ela estuda e proporciona uma maneira de se compreender o núcleo essencial da humanidade, do Mundo Superior, do Universo inteiro e do Criador. O resultado desse estudo é o descobrimento de que a humanidade deseja ser semelhante ao Criador. A Sabedoria da Kabbalah é a ciência do sistema da criação e de seu manejo.

 

A Kabbalah ensina como qualquer pessoa pode aceder à revelação do sistema da criação. Toda alma, toda pessoa, deve, em última instância, lograr uma sensação completa da criação inteira e não somente da pequena parte que percebe em seus cinco sentidos. A Kabbalah não trata tanto de se adorar uma deidade ou de se aderir a um sistema de crenças, como tendem a ser as religiões. Pelo contrário, trata de avançar à união com o restante da criação em seu sentido mais pleno.

 

Uma das diferenças-chave entre Kabbalah e religião é que o cabalista assume uma perspectiva ativa e um indivíduo religioso assume uma perspectiva passiva. Noutras palavras, uma pessoa religiosa reza para pedir benefícios ao Criador. Por exemplo, se ela estiver doente, rezará para que o Criador lhe garanta saúde. Um cabalista, por outro lado, reza ao Criador para pedir correção e, na maioria dos casos, ignora por completo a sua saúde pessoal. Esta pessoa diz ao Criador: “Transforma-me”, em lugar de “Muda o teu jeito de me tratar”.

 

No caminho: Uma pessoa religiosa crê que uma força superior que a governa determina todas as leis que o indivíduo deve cumprir. A Kabbalah é diferente porque agrega a oportunidade de se sentir o Criador de modo direto. É indiferente se alguém respeita determinadas leis religiosas, porque a nossa única preocupação é o nosso contato interno com o Criador.

 

Outra confusão é que a Kabbalah seria um “assunto judaico”. Na verdade, as raízes da Kabbalah não se encontram no judaísmo, mas se estendem aos dias da Babilônia, antes do nascimento do judaísmo. A Kabbalah começou ao redor de 5000 anos atrás, na Mesopotâmia (que agora é o Iraque), na cidade da Babilônia. O judaísmo tal como nós o conhecemos começou depois da destruição do II Templo, há aproximadamente 2000 anos. Os cabalistas sustentam que Moisés recebeu as 613 leis da Kabbalah, um conjunto de ações espirituais que se realizam de modo interno. Quando essas 613 ações são realizadas, alcança-se a união plena com o Criador, que já descrevemos.

 

O judaísmo, por outro lado, é uma coleção de normas que ditam como devemos nos conduzir neste mundo temporal e físico. A Kabbalah ensina algo muito diferente do que tradicionalmente nos exigem saber neste mundo, de que maneira devemos prover o nosso sustento, de como devemos nos comportar, de como devemos nos vestir. Como dissemos antes, a Kabbalah se relaciona com o Mundo Superior. Este mundo e nossos corpos físicos servem somente como degraus para que nos acerquemos do Mundo Superior. Assim, vemos que a Kabbalah na realidade não é judaísmo e nem sequer compartilha dos mesmos temas.

 

De fato, a Kabbalah pode ser vista como oposta às práticas religiosas. Esta Sabedoria te dirige de maneira natural à reflexão e à transformação interna, que te afastam da realização de rituais e de seguir qualquer mandamento religioso. 


Esta é a razão pela qual as religiões tendem a se opor à Kabbalah.

 

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